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CLÁSSICOS BRASILEIROS BRAZILIAN CLASSICS - Imprensa Oficial

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Aliando espontaneidade linguística, despretensão<br />

formal e valorização do sentimento, Casimiro<br />

de Abreu tornou-se um dos poetas mais lidos do<br />

Brasil, talvez por ser o ponto de convergência de<br />

inúmeros temas reconhecidamente poéticos (a<br />

saudade, o amor, a tristeza, os desejos...), filtrados<br />

por uma graciosidade toda própria. Curiosamente,<br />

aos 20 anos de idade, o poeta já demonstrava<br />

melancolia pela perda da "minha infância querida/<br />

que os anos não trazem mais", antecipando uma<br />

experiência vivenciada, em algum momento da<br />

vida, por quase todas as pessoas.<br />

Crítica<br />

Principais obras<br />

CASIMIRO DE ABREU<br />

Fragmento<br />

Meus oito anos<br />

Oh! que saudades que tenho<br />

Da aurora da minha vida,<br />

Da minha infância querida,<br />

Que os anos não trazem mais!<br />

Que amor, que sonhos, que flores,<br />

Naquelas tardes fagueiras<br />

À sombra das bananeiras,<br />

Debaixo dos laranjais!<br />

Como são belos os dias<br />

Do despontar da existência!<br />

— Respira a alma inocência<br />

Como perfumes a flor,<br />

O mar — é lago sereno,<br />

O céu — um manto azulado,<br />

O mundo — um sonho dourado,<br />

A vida — um hino d'amor!<br />

(1839 – 1860)<br />

Íntima, pessoal e a mais lida do Brasil<br />

"Bem diferente foi o destino literário de Casimiro de Abreu; não houve jamais entre nós poeta mais lido. [ ... ] A poesia<br />

aqui é tão íntima, tão pessoal, que dizer mal dela equivaleria a dizer mal do caráter do poeta; e quem seria capaz de<br />

deixar de amar um tão delicado e sincero companheiro?"<br />

(Sílvio Romero, História da literatura brasileira)<br />

A ternura da alma humana<br />

"Casimiro de Abreu acaba de publicar as suas Primaveras. Cumpre ser moço, na verdade, para no meio da indiferença<br />

que enregela a sociedade, no meio do burburinho metálico que soa a todos os ouvidos, levantar a voz sonora e dizer<br />

a essa sociedade egoísta ─ Atendei-me! ─ vou cantar os segredos de ternura da alma humana; vou expor-vos na<br />

língua a mais doce e harmoniosa os sentimentos que estão nos vossos, como estão em todos os corações, mas de que tão<br />

acuradamente vos distraís."<br />

(Justiniano Rocha, Juízo crítico)<br />

Camões e o Jaú (1856); As primaveras (1859); Obras completas (1940); Poesias completas (1948); Obras de C. A. (1999).<br />

Clássicos brasileiros<br />

Uma seleção de autores com obras em domínio público<br />

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