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CLÁSSICOS BRASILEIROS BRAZILIAN CLASSICS - Imprensa Oficial

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Poetisa potiguar de grande projeção nacional,<br />

Auta de Souza teve toda sua poesia, romântica<br />

com traços simbolistas, publicada em um único<br />

livro, Horto, a partir do manuscrito Dhalias,<br />

que cuidadosamente guardou. Auta faleceu<br />

precocemente, aos 24 anos, não sem ter antes<br />

disso perdido pais e irmão, sofrido por amor<br />

e lutado durante quase uma década contra a<br />

tuberculose, fatos que, para alguns críticos,<br />

marcaram significativamente o teor de suas<br />

poesias, de profunda emoção. Com exígua<br />

escolaridade formal, Auta tornou-se autodidata,<br />

participou de círculos literários e colaborou com<br />

a imprensa de diversas partes do país, como a<br />

Gazetinha, do Recife, e O Paiz, do Rio de Janeiro.<br />

Crítica<br />

Principais obras<br />

Horto (1900).<br />

AUTA DE SOUZA<br />

Fragmento<br />

Hoje<br />

Fiz anos hoje... Quero ver agora<br />

Se este sofrer que me atormenta tanto<br />

Me não deixa lembrar a paz, o encanto,<br />

A doce luz de meu viver de outr’ora.<br />

Tão moça e mártir! Não conheço aurora,<br />

Foge-me a vida no correr do pranto,<br />

Bem como a nota de choroso canto<br />

Que a noite leva pelo espaço em fora.<br />

Minh’alma voa aos sonhos do passado,<br />

Em busca sempre d’esse ninho amado<br />

Onde pousava cheia de alegria.<br />

Mas, de repente, num pavor de morte,<br />

Sente cortar-lhe o voo a mão da sorte...<br />

Minha ventura só durou um dia.<br />

(1876 – 1901)<br />

O cancioneiro das nossas tristezas<br />

"A Auta de Souza conhecida era como um perfume de novena trazido num sopro de familiaridade lírica. Menina e<br />

moça, levada de casa para o colégio, esvaiu-se em versos. Plantou um jasmineiro e deixou um livro de saudades que é o<br />

cancioneiro geral das nossas tristezas."<br />

(Edgar Barbosa, "A vida breve que foi canção")<br />

O amor da poesia<br />

"Fez versos por amor da poesia, por um amor tocante, puríssimo, da poesia e não para aparecer ou comunicar uma<br />

mensagem. Fez versos para si e para aqueles que mais perto a cercavam. […] E esse sentimento de absoluta pureza é<br />

o que mais encanta nos seus poemas."<br />

(Alceu Amoroso Lima, Prefácio [à 3ª edição de Horto])<br />

Clássicos brasileiros<br />

Uma seleção de autores com obras em domínio público<br />

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