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CLÁSSICOS BRASILEIROS BRAZILIAN CLASSICS - Imprensa Oficial

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Imerso em seu tempo, Álvares de Azevedo<br />

não escapou às características da geração do<br />

romantismo: sentimentos de melancolia, delírio,<br />

desespero, desregramento de vida, loucura,<br />

desgostos, ceticismo. Mas, precocemente,<br />

lutando contra a influência portuguesa na<br />

formação da poesia brasileira, ele se diferencia<br />

de sua geração, conseguindo antecipar<br />

características fundamentais do modernismo,<br />

como, por exemplo, o privilégio do cotidiano, a<br />

ruptura da primazia do poético sobre o prosaico,<br />

a dissonância, a dilaceração do eu lírico, a<br />

desordem... Como poeta, flagrou a crise histórica<br />

de toda idealização ou transcendência mística,<br />

levando a poesia em direção ao que há de mais<br />

próximo: a vida terrena.<br />

Crítica<br />

Principais obras<br />

ÁLVARES DE AZEVEDO<br />

(1831 – 1852)<br />

Fragmento<br />

Ideias íntimas<br />

Reina a desordem pela sala antiga,<br />

Desce a teia de aranha às bambinelas<br />

À estante pulvurenta. A roupa, os livros<br />

Sobre as cadeiras poucas se confundem.<br />

Marca a folha do Faust um colarinho<br />

E Alfredo de Musset encobre às vezes<br />

De Guerreiro, ou Velasco, um texto obscuro.<br />

Como outrora do mundo os elementos<br />

Pela treva jogando cambalhotas,<br />

Meu quarto, mundo em caos, espera um Fiat!<br />

O prenúncio do modernismo<br />

"Muito da originalidade e vitalidade de Álvares de Azevedo deriva da valorização poética do cotidiano, da tematização<br />

do homem enquanto consciência dramatizada por dicotomias, da concepção e prática do discurso como lugar de embate<br />

entre registros emotivo-estéticos dissonantes, do uso de matizado e refinado humor."<br />

(Marlene de Castro Correia, A poesia de Álvares de Azevedo: o drama na cena do cotidiano)<br />

A crítica do sublime<br />

"Consciente de que a transcendência total é limitada ou impossível, Álvares de Azevedo submete à crítica mais feroz as<br />

duas criações mais sublimes da poética romântica, a mulher e o próprio poeta. Afirma que ambos estão dependentes de<br />

uma visão materialista da existência. Uma sociedade organizada à base de trocas econômicas, reflete o poeta, rebaixa a<br />

mulher e humilha a arte."<br />

(Wellington de Almeida Santos, Álvares de Azevedo e a ironia romântica)<br />

Lira dos vinte anos (1853); Obras (1855); A noite na taverna (1878); Macário (1885); O conde Lopo (1886); O poema do<br />

frade (1890); Obras completas (1942); Poesias completas (1943).<br />

Clássicos brasileiros<br />

Uma seleção de autores com obras em domínio público<br />

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