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CLÁSSICOS BRASILEIROS BRAZILIAN CLASSICS - Imprensa Oficial

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Autor de grande destaque do movimento<br />

simbolista, conhecedor como poucos da língua<br />

portuguesa e criador da peculiaridade de um<br />

estilo até então inexistente no país: um simbolismo<br />

de forte inclinação católica, Alphonsus de<br />

Guimaraens é um dos poetas de maior harmonia<br />

e coesão qualitativa. Com versos de acentuada<br />

musicalidade, foi um dos mais importantes poetas<br />

místicos da língua portuguesa.<br />

Crítica<br />

Principais obras<br />

ALPHONSUS DE GUIMARAENS<br />

Fragmento<br />

Ismália<br />

Quando Ismália enlouqueceu,<br />

Pôs-se na torre a sonhar...<br />

Viu uma lua no céu,<br />

Viu outra lua no mar.<br />

No sonho em que se perdeu,<br />

Banhou-se toda em luar...<br />

Queria subir ao céu,<br />

Queria descer ao mar...<br />

E, no desvario seu,<br />

Na torre pôs-se a cantar...<br />

Estava perto do céu,<br />

Estava longe do mar...<br />

E como um anjo pendeu<br />

As asas para voar...<br />

Queria a lua do céu,<br />

Queria a lua do mar...<br />

As asas que Deus lhe deu<br />

Ruflaram de par em par...<br />

Sua alma subiu ao céu,<br />

Seu corpo desceu ao mar...<br />

(1870 – 1921)<br />

A surpreendente ressonância de uma obra<br />

"E é esta elaboração artística altamente qualificada que explicará a permanência de Alphonsus de Guimaraens. E mais<br />

do que permanência, este prolongamento de Alphonsus na admiração dos nossos maiores poetas."<br />

(Eduardo Portella, O universo poético de Alphonsus de Guimaraens)<br />

O equilíbrio de um místico<br />

"Raramente se tem visto nesta terra de exuberância, quer na configuração geográfica, quer nas manifestações espirituais<br />

do nativo, uma obra equilibrada como a do grande místico de Minas Gerais."<br />

(Henriqueta Lisboa, A poesia de Alphonsus de Guimaraens)<br />

Dona mística (1899); Câmara ardente (1899); Centenário das dores de Nossa Senhora (1899); Kiriale (1902); Mendigo<br />

(1920); Pauvre lyre (1921); Pastoral aos crentes do amor e da morte (1923); Nova primavera (1938); Escada de Jacó<br />

(1938); Púlvis (1938); Poesias (1955); Salmos da noite (1960); Poesia completa (2001).<br />

Clássicos brasileiros<br />

Uma seleção de autores com obras em domínio público<br />

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