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APEGADOS

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APEgAdos<br />

Tamara e Greg: uma nova perspectiva<br />

Nós voltamos à história de nossa amiga Tamara e a vimos, então,<br />

sob uma luz inteiramente diferente. A pesquisa sobre o apego<br />

continha um protótipo de Greg — que tinha um estilo de apego<br />

evitante bem preciso até o último detalhe. Resumia como ele<br />

pensava, se comportava e reagia ao mundo. Previa seu distanciamento,<br />

o ato de encontrar defeitos em Tamara, iniciar brigas<br />

que faziam recuar qualquer progresso no relacionamento deles<br />

e sua enorme dificuldade em dizer “eu te amo”. De um modo<br />

intrigante, os resultados da pesquisa explicavam que, embora ele<br />

quisesse ficar íntimo dela, sentia-se compelido a afastá-la; não<br />

porque ele não estivesse “a fim dela” ou porque ele achasse que<br />

“ela não era boa o bastante”, como Tamara concluíra. Ao contrário,<br />

ele a afastava porque sentia a proximidade e a intimidade<br />

aumentando.<br />

Também ficou claro que Tamara não era singular. A teoria explicava<br />

seus comportamentos, pensamentos e reações como típicos<br />

de alguém com um estilo de apego ansioso com surpreendente<br />

exatidão. Previa sua crescente insistência frente ao distanciamento<br />

dele; prenunciava sua inabilidade de se concentrar no<br />

trabalho, seus constantes pensamentos sobre o relacionamento<br />

e sua sensibilidade excessiva em relação a tudo o que Greg fazia.<br />

Previa também que, mesmo que ela tivesse decidido romper com<br />

ele, nunca conseguiria reunir a coragem para fazê-lo. Mostrava<br />

por que, contra sua própria avaliação e o conselho de amigos<br />

próximos, ela faria praticamente qualquer coisa para tentar ficar<br />

com ele. E mais importante: essa teoria revelava por que Tamara<br />

e Greg achavam tão difícil se entender mesmo quando realmente<br />

se amavam. Eles falavam duas línguas diferentes e exacerbavam<br />

as tendências naturais um do outro — a dela de buscar proximidade<br />

física e emocional e a dele de preferir a independência e<br />

recuar ante a intimidade. A precisão com que a teoria descrevia<br />

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