Herbário. Herborização. Coleções. o conceito de herbário ... - Ufma
Herbário. Herborização. Coleções. o conceito de herbário ... - Ufma Herbário. Herborização. Coleções. o conceito de herbário ... - Ufma
C.D.U.633.88(8l2l) o HERBÁRIO DO DEPARTAMENTO DE BIOLOGIA DA UNIVERSIDADE FEDERAL DO MARANHÃo (*) Raimundo Paulo Barros Henriques(l) RESlID Apresenta-se a origem e objetivos do Herbario do Departamento de Bio logia da UFMa. ~ descrita também a preparação dos espécimes, sua organização e sii temas de classificação usados. Atualmente, o herbârio possui. aproximadamente 1.400 espécimes, a maioria proveniente do Estado do Maranhão. UNITERMOS: Herbário. Herborização. Coleções. 1 - INTRODUÇÃO o conceito de herbário tem sofrido várias transformações desde sua origem, especialmente no último meio século. 2 riginabnente o termo era empregado p~ ra designar um guia dos hervanários na Idade Média, posteriormente passou a referir-se a uma coleção de plantas se caso Isto ocorreu principalmente pelo trabalho de ensino e divulgação de Car1 Linnaeus (1707-1778) 9. Atualmente o herbário não se restringe a uma cole ção de plantas secas, mas também de a mostras de madeira (xiloteca), fóssei:., pólens e esporos (pa1inoteca), materi aI em solução, coleção de frutos (ca! poteca), fotografias e relatórios. Fa zem parte desta nova definição de her bário, atividades de pesquisa não pen sadas antes como: citogeografia.quimo~ sistemática, pa1ino1ogia e biossistemá tica. Possivelmente ocorrerá lUl1a verda deira revolução nos herbários, com as amplas possib1idades oferecidas pela in formática, na acumulação, recuperação e análise de informações eficientemente. A importância do herbário hoje, e~ pecialmente na região tropical, reside no fato de que onde está concentrada a maior diversidade do planeta, ocorre a maior taxa de destruição da vegetação.E ~stimado em 90.000 o número de plantas com flores na América Latina, e prova velmente mais 15.000 novas espécies de plantas esperam ser descritas 10 • O Estado do Maranhão possui pelo menos seis tipos diferentes de vegeta ção, a maioria muito pouco conhecida fIo risticamente. Grande parte desta flora está desaparecendo rapidamente, segundo Fearnside (1982), era de 1,13% em 1975 (*) Pesquisa financiada pela UFMa/CNPq (1) Mestre em Ecologia da Flora e da Fauna. Professor Colaborador - Departamento de Biologia - UFMa. 60 Cad. Pesq. São Luís, 1 (2): 60- 67 jul./dez. 1985
- Page 2 and 3: e aumentou para 2,85% em 1978 e a s
- Page 4 and 5: 6 - PROCESSAMENTO DOS ESPgCIMES o m
- Page 6 and 7: 1985. 2. CORREIA, M. M. F. Rodofíc
- Page 8: DIVISÃO: CLASSE: ORDEM: FAMíLIA:
C.D.U.633.88(8l2l)<br />
o HERBÁRIO DO DEPARTAMENTO DE BIOLOGIA DA UNIVERSIDADE FEDERAL DO MARANHÃo (*)<br />
Raimundo Paulo Barros Henriques(l)<br />
RESlID<br />
Apresenta-se a origem e objetivos do Herbario do Departamento <strong>de</strong> Bio<br />
logia da UFMa. ~ <strong>de</strong>scrita também a preparação dos espécimes, sua organização e sii<br />
temas <strong>de</strong> classificação usados. Atualmente, o herbârio possui. aproximadamente 1.400<br />
espécimes, a maioria proveniente do Estado do Maranhão.<br />
UNITERMOS: <strong>Herbário</strong>. <strong>Herborização</strong>. <strong>Coleções</strong>.<br />
1 - INTRODUÇÃO<br />
o <strong>conceito</strong> <strong>de</strong> <strong>herbário</strong> tem sofrido<br />
várias transformações <strong>de</strong>s<strong>de</strong> sua origem,<br />
especialmente no último meio século. 2<br />
riginabnente o termo era empregado p~<br />
ra <strong>de</strong>signar um guia dos hervanários na<br />
Ida<strong>de</strong> Média, posteriormente passou a<br />
referir-se a uma coleção <strong>de</strong> plantas se<br />
caso Isto ocorreu principalmente pelo<br />
trabalho <strong>de</strong> ensino e divulgação <strong>de</strong> Car1<br />
Linnaeus (1707-1778) 9. Atualmente o<br />
<strong>herbário</strong> não se restringe a uma cole<br />
ção <strong>de</strong> plantas secas, mas também <strong>de</strong> a<br />
mostras <strong>de</strong> ma<strong>de</strong>ira (xiloteca), fóssei:.,<br />
pólens e esporos (pa1inoteca), materi<br />
aI em solução, coleção <strong>de</strong> frutos (ca!<br />
poteca), fotografias e relatórios. Fa<br />
zem parte <strong>de</strong>sta nova <strong>de</strong>finição <strong>de</strong> her<br />
bário, ativida<strong>de</strong>s <strong>de</strong> pesquisa não pen<br />
sadas antes como: citogeografia.quimo~<br />
sistemática, pa1ino1ogia e biossistemá<br />
tica.<br />
Possivelmente ocorrerá lUl1a verda<br />
<strong>de</strong>ira revolução nos <strong>herbário</strong>s, com as<br />
amplas possib1ida<strong>de</strong>s oferecidas pela in<br />
formática, na acumulação, recuperação e<br />
análise <strong>de</strong> informações eficientemente.<br />
A importância do <strong>herbário</strong> hoje, e~<br />
pecialmente na região tropical, resi<strong>de</strong><br />
no fato <strong>de</strong> que on<strong>de</strong> está concentrada a<br />
maior diversida<strong>de</strong> do planeta, ocorre a<br />
maior taxa <strong>de</strong> <strong>de</strong>struição da vegetação.E<br />
~stimado em 90.000 o número <strong>de</strong> plantas<br />
com flores na América Latina, e prova<br />
velmente mais 15.000 novas espécies <strong>de</strong><br />
plantas esperam ser <strong>de</strong>scritas 10 •<br />
O Estado do Maranhão possui pelo<br />
menos seis tipos diferentes <strong>de</strong> vegeta<br />
ção, a maioria muito pouco conhecida fIo<br />
risticamente. Gran<strong>de</strong> parte <strong>de</strong>sta flora<br />
está <strong>de</strong>saparecendo rapidamente, segundo<br />
Fearnsi<strong>de</strong> (1982), era <strong>de</strong> 1,13% em 1975<br />
(*) Pesquisa financiada pela UFMa/CNPq<br />
(1) Mestre em Ecologia da Flora e da Fauna. Professor Colaborador - Departamento <strong>de</strong><br />
Biologia - UFMa.<br />
60 Cad. Pesq. São Luís, 1 (2): 60- 67 jul./<strong>de</strong>z. 1985
e aumentou para 2,85% em 1978 e a supor<br />
uma tendência eÀ~onencial seria <strong>de</strong> esp~<br />
rar para 1990 o <strong>de</strong>smatamento coôpleto<br />
do Estado. Assim torna-se urgente a or<br />
ganização <strong>de</strong> um programa <strong>de</strong> coletas, es<br />
pecialmente nas áreas atualmente em pr~<br />
cesso <strong>de</strong> <strong>de</strong>struição. Torna-se também ~<br />
prescindível esforços no sentido <strong>de</strong> pr~<br />
servar areas representativas <strong>de</strong> diferen<br />
tes tipos <strong>de</strong> vegetação, para servir <strong>de</strong><br />
banco genético <strong>de</strong> uma rica flora que<br />
não conhecemos ainda o valor científico<br />
e econômico.<br />
2 - AS PRIMEIRAS PESQUISAS BOTÂNICAS NO<br />
MARANHÃo<br />
Os primeiros registros sobre a flo<br />
ra do Estado são <strong>de</strong>vidos ao francês Jean<br />
<strong>de</strong> Lery que em 1578 publica "Histoire <strong>de</strong><br />
um voyage en Ia terre du Brasil", Jean<br />
<strong>de</strong> Lery possivelmente foi o primeiro co<br />
letor <strong>de</strong> plantas com objetivos científi<br />
cos, em 1554 coletou o abacaxi (~metia<br />
c.omMa), que foi oferecido a Luís XV Rei<br />
da França e <strong>de</strong>pois <strong>de</strong>scri to por J. Bauhin<br />
(1541-1631) no "Pinax Theatri Botanici"<br />
em 1623 1 • Cem anos se passariam até que<br />
outras coletas <strong>de</strong> plantas ocorressem n~<br />
vamente. Em 1642 o naturalista holandês<br />
Marcgraf, realiza novas coletas botâni<br />
cas no Maranhão 12 •<br />
Embora no Maranhão tenha nascido um<br />
botânico famoso no final do século XV1I,<br />
Frei Custódio A1ves Serrão (1799-1873) ,<br />
seu trabalho <strong>de</strong> pesquisa se <strong>de</strong>senvolveu<br />
no Museu Nacional do Rio <strong>de</strong> Janeiro(Fe!<br />
ri, 1980).<br />
Novo período <strong>de</strong> foletas ocorre no<br />
Maranhão, com a passagem <strong>de</strong> Carl Frie-<br />
drich Phillipp Von Martius (1794-1868).<br />
O1egando no Maranhão, em maio <strong>de</strong> 1819,<br />
realiza coletas em Caxias <strong>de</strong>scendo o<br />
rio Itapecuru, passando por "Morros, Ro<br />
sârio até São Luís, on<strong>de</strong> ficou até 20<br />
<strong>de</strong> julho <strong>de</strong> 1819 15 • Em 1877 foram reali<br />
zadas coletas por Schwacke(1848-l904),<br />
na época naturalista viajante do MUseu<br />
Nacional 7. A maior parte do material co<br />
letado por Schwacke está <strong>de</strong>positado no<br />
<strong>herbário</strong> do Museu Nacional, outra pa!<br />
te na escola <strong>de</strong> Ouro Preto.<br />
Na primeira meta<strong>de</strong> do século XI~<br />
Antonio Correa <strong>de</strong> Lacerda (1777-1852)<br />
realizou coletas e estudos no Maranhão.<br />
Entre estes estudos está uma Flora Pa<br />
raense-~nranhense, possivelmente o pr~<br />
meiro tracalho relativo a Flora do Es<br />
tado do Maranhâo",<br />
Finalmente o que podAmos observar<br />
<strong>de</strong>stes registros, e que as pesquisas<br />
botânicas pioneiras foram efêmeras, re~<br />
tringindo-se a coletas e estudos pr~<br />
liminares. f surpreen<strong>de</strong>nte também o re<br />
duzido número <strong>de</strong> co~etores que por a<br />
qui passaram e a falta <strong>de</strong> estudos 10<br />
cais.<br />
3 - A ORIGEM DO HERBÁRIo DO DEPARTAMEN<br />
TO DE BIOLOGIA<br />
o herbá~io do Departamen~o <strong>de</strong> Bio<br />
logia tem sua origem na fusão do herbá<br />
rio fico lógico do Laboratório <strong>de</strong> Hidr~<br />
biologia da UFMa. e na coleção orgrniz~<br />
da pelos botânicos Ilse Gottsberg e<br />
Gerhard Gottsberg, na época pertencen-<br />
tes ao Departamento <strong>de</strong> Psicologia e<br />
Biologia da UFMa.<br />
Cad. Pesq. São Luís, 1 (2): 60 - 67, jul./<strong>de</strong>z. 1985 61
o <strong>herbário</strong> ficológico do LABOH1DRO<br />
foi organizado por Maria Mar1úcia Fer<br />
reira Correia, teve seu início com a co<br />
leta da alga marinha Cat~nelia ~~p~~ -<br />
(Rabdoniaceae), na praia do Vieira em<br />
São José <strong>de</strong> Ribamar, em 06 <strong>de</strong> maio <strong>de</strong><br />
1985. A partir <strong>de</strong> então Maria Mar1úcia<br />
<strong>de</strong>u início ao maior levantamento <strong>de</strong> aI<br />
gas macrôfitas marinhas bentônicas da<br />
parte oriental do Maranhã0 2 •<br />
A partir <strong>de</strong> 1981, Warwick Estevam<br />
Kerr veio para o Departamento <strong>de</strong> Psico<br />
logia e Biologia da UFMa., para ent.ao<br />
organizar o que seria o Departamento <strong>de</strong><br />
Biologia. Convidado por ele vieram os<br />
botânicos 1lse Gottsberg e Gerhard<br />
Gottsberg, que iniciaram coletas no Es<br />
tado e organi zaram uma coleção <strong>de</strong> plan •<br />
tas. Esta coleção começou no dia 07 <strong>de</strong><br />
agosto <strong>de</strong> 1981, com a exsicata do arbus<br />
to GtL6;(:avia angtL6;ta (Lecythidaceae), co<br />
letada em Vila <strong>de</strong> Santa Rita, ao longo<br />
da BR-135. 1lse e Gerhard, iniciaram um<br />
programa <strong>de</strong> coletas no Estado, princi~<br />
mente nos cerrados incluindo: a I'Lhado<br />
Maranhão, Codó, Barreirinhas, Alcãntara<br />
Nina Rodrigues e Santa Rita.<br />
Com a criação do Departamento <strong>de</strong><br />
Biologia, a 29 <strong>de</strong> novembro <strong>de</strong> 1982, o<br />
<strong>herbário</strong> do LABOH1DRO e a coleção orga-<br />
nizada por 1lse e Gerhard, se uniram p~<br />
ra formar o que é hoje o <strong>Herbário</strong> do De<br />
partamento <strong>de</strong> Biologia.<br />
4 - OBJETIVOS DO HERBÁRIO DO DEPARTAMEN<br />
TO DE BIOLOGIA<br />
o <strong>Herbário</strong> do Departamento <strong>de</strong> Biolo<br />
gla tem entre seus objetivos ser um her<br />
hário regional, especializado na Flora<br />
do Estado do Maranhão. Assim sendo,vol<br />
tará seus recursos para coletas em á<br />
reas do Estado mais fortemente afeta<br />
das pela <strong>de</strong>struição da vegetação. Vai<br />
procurar também fazer coletações dos<br />
principais tipos <strong>de</strong> vegetação do Esta<br />
do. O <strong>herbário</strong> será um centro <strong>de</strong> execu<br />
ção e incentivo da pesquisa em sistemá<br />
tica vegetal, e suas coleções terão<br />
principalmente finalida<strong>de</strong> <strong>de</strong> pesquisa<br />
e ensino.<br />
5 - FONTES DE MATERIAL PARA O HERBÁRIO<br />
E COLABORAÇÃO COM OUTRAS INSTITUI-<br />
ÇÕES.<br />
A principal fonte <strong>de</strong> material p~<br />
ra as coleções do <strong>herbário</strong>, provém <strong>de</strong><br />
coletas <strong>de</strong> pesquisadores e estudantes<br />
do Departamento <strong>de</strong> Biologia. O herbà<br />
rio também tem recebido doações <strong>de</strong> ou<br />
tras instituições como: Jardim Botânico<br />
<strong>de</strong> Brasília (DF), Departamento <strong>de</strong> Botâ-<br />
nica do Museu Nacional (RJ), 1NPA-1nsti<br />
tuto <strong>de</strong> Pesquisas da Amazônia, <strong>Herbário</strong><br />
do Departamento <strong>de</strong> Botânica da Universi<br />
da<strong>de</strong> Paulista Júlio <strong>de</strong> Mesquita Filho<br />
(SP). O <strong>herbário</strong> também faz troca <strong>de</strong> e~<br />
sicatas por publicações científicas com<br />
outras instituições. Já foram feitos a<br />
cordos com o <strong>Herbário</strong> Bra<strong>de</strong>anum CRJ),p~<br />
ra receber a BRADEA e o New York Botani<br />
cal Gar<strong>de</strong>n (USA) para receber a FLORA<br />
NEOTR(JP1CA.<br />
O <strong>Herbário</strong> do Museu Paraense Erní<br />
lio Goeldi tem colaborado com o herbá<br />
rio, através da ajuda do botânico Paulo<br />
Cavalcante.<br />
62 Cad, Pesq , São Luís, 1 (2): 60 -67 jul./<strong>de</strong>z. 19'85
6 - PROCESSAMENTO DOS ESPgCIMES<br />
o material coletado e seco, precisa<br />
ser processado para ser incorporado na<br />
coleção. Depois do material estar seco,<br />
ele é expurgado por congelamento a -20 9C<br />
por 24 horas. Depois a planta seca é co<br />
lada com cola plástica, em uma folha <strong>de</strong><br />
cartolina branca ("blusa") <strong>de</strong> 29,Ox41,S<br />
em, etiquetada com informações rnfnimas<br />
sobre local e data <strong>de</strong> coleta. Fig.l. A<br />
exsicata assim montada recebe um numero<br />
<strong>de</strong> registro no <strong>herbário</strong>, sendo também<br />
preenchida uma ficha com varIas informa<br />
ções sobre ela e o local <strong>de</strong> coleta, que<br />
é <strong>de</strong>positada em arquivo. Fig.2. Em se<br />
guida a exsicata é acondicionada em urna<br />
pasta <strong>de</strong> papel pardo ("saia") <strong>de</strong> 30 x 43<br />
em, e reunida a outras exsicatas da mes<br />
ma família, entre duas folhas <strong>de</strong> papel<br />
cartão <strong>de</strong> 43,Ox44,Scm.<br />
7 - ORGANIZAÇAO DOS ESPECIMES 00 HERBÁRIo<br />
As famílias botânicas estão organi<br />
zadas no <strong>herbário</strong> em or<strong>de</strong>m alfabética ,<br />
sendo que cada família é colocada em pa~<br />
tas <strong>de</strong> cores diferentes, <strong>de</strong> acordo com<br />
a região fitogeográfica do Brasil em que<br />
foi coletada, segundo o sistema propo~<br />
to por Rizzini (1979):<br />
1. Plorestá Amazônjca - Ver<strong>de</strong> escuro<br />
2. Floresta Atlântica - Ver<strong>de</strong> claro<br />
3. Complexo do Cerrado Amarelo<br />
4. Complexo da Caatinga- Laranja<br />
S. Complexo dos Cocais - Azul escuro<br />
6. Complexo do Pantanal- Azul claro<br />
7. Complexo da Restinga- Branco<br />
8. Complexo do Pinheiral-Vermelho escuro<br />
9. Campos do Rio Branco - Preto<br />
10. Campos da Planície Ilio-Gran<strong>de</strong>nse- Rosa<br />
8 - SISTEMA DE CLASSIFICAÇÃO DAS EspE<br />
CIMES DO HERBÁRIO<br />
As plantas estão classificadas por<br />
Divisão ou Filo segundo o sistema pr~<br />
posto por Scagell~ As espécies das Dl<br />
visões Rdodophyta, Phaeophyta e Chlo-<br />
rophyta estão classificadas segundo o<br />
sistema <strong>de</strong> Wynne & Kraft 16 • Os líquens<br />
estão organizados segundo a classisifl<br />
cação <strong>de</strong> Dennis 5 • Os Briófitos seguem o<br />
sistema <strong>de</strong> Schuster 14 para Hepáticas e<br />
<strong>de</strong> Re ime r " para Musgos. A divisão Pt~<br />
ridophyta (Filicines) segue o sistema<br />
proposto por Cope Land 3 e Ho ltum 6 • A<br />
divisão Anthophyta (Angiospennas) es<br />
tão c lqssifi cadas segundo o s i.stenapr~<br />
posto por Cronquist 4 •<br />
8 - SITUAÇÃO ATUAL DO HERBÁRIO<br />
No dia 22 <strong>de</strong> outubro <strong>de</strong> -1985 foi a l<br />
cançada a exsicata <strong>de</strong> n 9 1000, qúe cor<br />
respon<strong>de</strong> à espécie P~~iôfoha QOQcin~a<br />
(Passifloraceae), coletada por Ilse<br />
Gottsberg em 12/09/1981, na praia da<br />
Ponta do Farol em são Luís. A diagnose<br />
da espécie é dada abaixo:<br />
Liana: caule cilíndrico sublenhoso,<br />
<strong>de</strong> cor ver<strong>de</strong>; folhas simples (25x65mm),<br />
alternas, oblongo lanceoladas, base ac~<br />
nhada margem inteira, ápice levemente<br />
cuspidado, subcoriaceae, gl~bra; gav~<br />
nhas na axila das folhas; pecíolo su~<br />
Cad. Pesq, São Luís, 1 (2): 60 -67, jul./<strong>de</strong>z. 1985 63
ionnente sulcado <strong>de</strong> 8rrun<strong>de</strong> comprimento,<br />
com duas glândulas <strong>de</strong> 1mm <strong>de</strong> diâmetro,o!.<br />
biculares, na parte inferior do pecíolo;<br />
flores axilares isoladas <strong>de</strong> 7rnm<strong>de</strong> di~<br />
tro pingentes, perfumadas, pedúnculo (25<br />
x3Omm) cilíndrico, cor <strong>de</strong> vinho, articu<br />
lado na inserção das brácteas; brácteas~<br />
livres, foliaceas, sub<strong>de</strong>cíduas: tubo ca<br />
linal umbilicado (lSx9mm), cheio <strong>de</strong> néc<br />
tar; sepalas (5,30x8mm) crassas, oblon-<br />
gas, dorso vennelho, ventre cannim, arlS<br />
ta subapical <strong>de</strong> 3mm <strong>de</strong> comprimento; pét~<br />
Ias (S,25x4mm) crassas, oblongas dorso<br />
vermelho, ventre cannin brilhante; coro<br />
na 2 seriada, filarnentosa, a primeira s~<br />
rie <strong>de</strong> filamentos crassos, ligulifonnes<br />
(Smm) , carmi.nclaro, a segunda série <strong>de</strong><br />
filamentos , crassos ligulifonnes (õnm)<br />
carmirn claro: opérculo membranoso hori<br />
zonta1, bordo <strong>de</strong>nticulado, no terço inf~<br />
rior do tubo calinal; anel nectarífero<br />
crasso, intennediário entre o opércuIo e<br />
a base do tubo calinal; androginóforo (39<br />
rum), com manchas vinosas, acima do opér-<br />
culo; estames 5 exclusos, isodínarnos, di~<br />
listêmones, mona<strong>de</strong>lfos, anteras livres,<br />
epipétalas, antera dorsifixa, <strong>de</strong>iscência<br />
longitudinal, introrsa, monoteca; ovário<br />
súpero, oblongo claro, gamocarpelar, tr~<br />
carpelar, estilete tenninal; estigma gl~<br />
goso (3mm), unilocular, placentação 3<br />
pariental; óvulos anátropos; frutos ba<br />
gas pi.ri.formes (30mm) , ver<strong>de</strong>s, ápice um<br />
bilicado; sementes cordifonnes, escrobi-<br />
culada envolvida por polpa muito doce.<br />
Distribuição Oeográf.ica: Maranhão, P~<br />
rá, .Amazonas.<br />
Habí t.af : Formação secundária com<br />
árvores <strong>de</strong> 4 - Sm <strong>de</strong> altura próx~<br />
mo a dunas ,<br />
Material examinado: Bras i.I: Mara-<br />
nhão: Praia do Farol, Skm N da ci<br />
da<strong>de</strong> <strong>de</strong> São Luís, 29 30'S, 44 9<br />
lS'W Gr., I & G. Gottsberg n 9 12-<br />
12981, 12/09/1981.<br />
Esta espécie é bastante comum na<br />
ci-da<strong>de</strong><strong>de</strong> São Luís, principalmente ros<br />
solos lateríticos das formações sec~<br />
dárias, esta espécie é planta <strong>de</strong> 1uga<br />
res ensolarados. O período <strong>de</strong> flora~<br />
val <strong>de</strong> setembro a abril.<br />
THE HERBARIA OF THE ''DEPARTAMENTO DE<br />
BIOLOGIA 11 OF THE UNIVERSIDADE FEDERAL<br />
DO MARANHÃo<br />
Origin and objectives of the 'Ber-<br />
bário do Departamento <strong>de</strong> Biologia" of<br />
the Universida<strong>de</strong> Fe<strong>de</strong>ral do Maranhão<br />
are presented. Preparation of specirnens,<br />
organization, and the used classifica -<br />
tion system are <strong>de</strong>scribed. Currently<br />
the herbaria h01ds about 1.400 specime~<br />
most of them collected in the State of<br />
Maranhão.<br />
9 - REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS<br />
1. ANGELY, J. A Invenção do Basônimo e<br />
a Descoberta da Bromé1ia como sa<br />
L. ex. O. Stickman. Material cien<br />
tífico - Categoria I. São Paulo,<br />
64 Cad. Pesq. São Luís, 1 (2): 60 - 67, jul./<strong>de</strong>z. 1985
1985.<br />
2. CORREIA, M. M. F. Rodofíceas Mari<br />
nhas Bentônicas do Litoral Orien<br />
tal do Estado do Maranhão (Tese ,<br />
Universida<strong>de</strong> Estadual Paulista"Jú<br />
lia <strong>de</strong> Mesquita Filho"), São Pau<br />
10, 1983.<br />
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sachusetts, Chronica Botâníca,1947<br />
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ts. Boston, Houghton Eliffin,1968<br />
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and theira11ies. London, Ray So<br />
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Amazonia brasileira: com que ln<br />
tensida<strong>de</strong> vem ocorrendo. Acta A-<br />
mazonlca, 12: 579-590, 1982.<br />
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TOYAMA, S. Coord. História das<br />
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SE, G.E.; SCHOFIELD, W.B.; STEIN,<br />
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Viagem pelo Brasil: l8l7-l820.Tr~<br />
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Bio10gy of Seaweeds, Oxford; Bot.<br />
Monogr. 7: 133-193, 1981.<br />
ENDEREÇO DO AUTOR<br />
RAIMUNOO PAULO BARROS HENRI QUES<br />
Departamento <strong>de</strong> Biologia<br />
Centro <strong>de</strong> Ciências da Saú<strong>de</strong><br />
Universida<strong>de</strong> Fe<strong>de</strong>ral do Maranhão<br />
Largo dos Amores, 21 - Centro<br />
Tel.: (098) 221-1354<br />
65.000 SAO LUÍS Ma.<br />
Cad. pesq. são Luís, 1 (2): 60 -67, ju1.j<strong>de</strong>z. 1985 65
66<br />
Família:<br />
Nome Científico:<br />
Nome Vulgar:<br />
Procedência:<br />
Det.<br />
Cal.<br />
OBS:<br />
HERBARIO DO DEPARTAMENTO DE BIOLOGIA<br />
UNIVERSIDADE fEDERAL DO MARANHÃO<br />
SÃO LUis - MARANHÃO - BRASIL<br />
Número:<br />
data:<br />
data:<br />
Figura 1 - Etiqueta colocada junto com a exsicata,<br />
contendo informações sobre procedência,<br />
coleta, data <strong>de</strong> coleta, nome científico<br />
e observações.<br />
Cad. Pesq. São Luís, 1 (2): 60 - 67 jul./<strong>de</strong>z. 1985
DIVISÃO:<br />
CLASSE:<br />
ORDEM:<br />
FAMíLIA:<br />
GtNERO:<br />
ESPÉCIE:<br />
SUBESPÉCIE:<br />
VARIEDADE:<br />
FORMA:<br />
TIPlFICAÇÃO:<br />
COLETOR:<br />
HERBÁRIO DO DEPARTAMENTO DE BIOLOGIA<br />
UNIVERSIDADE FEDERAL DO MARANHÃO<br />
SÃO r.uts - ~1ARANHÃO - IlRASIL<br />
NÚMERO: DATA:<br />
MATERIAL DISPONíVEL: exsicata ( ), em solução ( ), carpoteca ( ), ma<strong>de</strong>ira ( ), casca ( ), lâmina anatômica ( ),<br />
Iâmin a <strong>de</strong> pólem ou esporo ( ),<br />
PARTES REPRODUTIVAS: estéril ( ), esporótoro ( ), botões ( ), flores ( ). frutos ( ), ver<strong>de</strong>s ( ), frutos maduros ( ),<br />
sementes ( ),<br />
UNIDADE FITOGEOGRÁFICA: Floresta Amazônica ( ), Floresta Atlântica ( l. Complexo do Cerrado ( ), Complexo da<br />
Caatinga ( ), Complexo dcs Cocais ( ), Complexo do Pantanal ( ), Complexo da Restinga ( ), Complexo do Pinheiral ( ),<br />
Campos do Alto Rio Branco ( ). Campos da Planície Rio-Gran<strong>de</strong>nse ( ),<br />
TIPO DE FORMAÇÃO: formação primária ( ), formação secundária ( ), sem informação ( ),<br />
SUBSTRATO GERAL: arenoso ( ), argiloso ( ), humoso ( ), ma<strong>de</strong>ira ( ), árvore viva ( ).<br />
PROFUNDIDADE DO SOLO: raso ( ), profundo ( ),<br />
ADAPTAÇÃO A LUZ: ombrófila ( ), heliófila ( ),<br />
HABITAT: aquática ( ), água doce ( ), água salobra<br />
hcm iepífita ( ),<br />
CONTI ENTE:<br />
PAÍS:<br />
REGIÃO GEOGRÁFICA:<br />
ESTADO:<br />
MUNICÍPIO:<br />
LATITUDE:<br />
ALTITUDE:<br />
LOCAL DE COLETA:<br />
fORMA DE VIDA; (Fancrógamo): hcrva ( ), arbusto ( ), árvore ( ), altura ...<br />
liana ( ), palmeira ( ), bambu ( ), suculenta ( ), bromelióidc ( ), hidrófito errante<br />
fito emerso ( ), edafófito ( ), parasita cJorofilado ( ),<br />
LONGITUDE:<br />
HABITUS: crecto ( ), dccurnbzntc ( ), prccumbcnte ( ), estolonífcra ( ), aérea ( ), subterrânea ( ), rampante (<br />
bolífera ( ),<br />
SISTEMA DE REPRODUÇÃO: monoécia ( ), dioecia ( ), poligamodioécia ( ), ginodioécia<br />
drodioécia ( ), andromonoécia ( l, hcrrnafrodi [a ( ),<br />
COR DO ESPOR6fORO: Ou FLOR: ...<br />
COR DO fRUTO I\'lADURO: ..<br />
USO: sem informação ( ), alimenta ( ), rituaí ( ), construção ( ), artesanato ( ), medicinal ( ), mclifera (<br />
narnental ( ), tóxica ( ), aromática ), oleaginosa ( ), cerifera ( ), resinífera ), gomifera ( ). taniíera (<br />
ticífera ( ). têxtil ( ). outros ( ) :....<br />
INDICADORA: .<br />
PARTE DA PLANTA: ..<br />
INTERESSADO: .. .. . .<br />
FOR..'vlA DE VIDA (Líquens): crustosos ( i. foliosos ( ). fruiicosos ( )<br />
OBSERVAÇÕES:<br />
"'ÚMERO DA EXSICATA:<br />
), água salgada ( ), terrestre ), rupícola ( ), epífita ( ),<br />
........... , trepa<strong>de</strong>ira hcrvosa ( ),<br />
) hidrofito submcrso ( ), hidró-<br />
), so-<br />
), gmomonodioécia ( ), an-<br />
Figura 2 - Mo<strong>de</strong>lo <strong>de</strong> ficha correspon<strong>de</strong>nte a exsicata <strong>de</strong>positada no<br />
herbârio, contendo informações sobre o local <strong>de</strong> coleta,<br />
estado da exsicata, informações ecológicas do local <strong>de</strong><br />
coleta, habitus, sistema <strong>de</strong> reprodução, uso e classifi-<br />
caçao taxonômica da expécie.<br />
Cad. Pesq. são Luís, (2) : 60 - 67. jul./<strong>de</strong>z. - 1985 67<br />
), or-<br />
). Ia-