Dissertação para obtenção do grau de mestre em - Universidade ...
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2. Caracterização <strong>do</strong> ruí<strong>do</strong> <strong>de</strong> baixa frequência<br />
2.1 Introdução<br />
Neste capítulo <strong>de</strong>screve-se a génese <strong>do</strong>s probl<strong>em</strong>as associa<strong>do</strong>s a ruí<strong>do</strong>s <strong>de</strong> baixa frequência. Para<br />
tal, é inicialmente apresentada uma <strong>de</strong>finição <strong>do</strong> Ruí<strong>do</strong> <strong>de</strong> Baixa Frequência (RBF), seguida <strong>de</strong> uma<br />
análise <strong>do</strong>s efeitos que este tipo <strong>de</strong> ruí<strong>do</strong> po<strong>de</strong> ter sobre as pessoas.<br />
2.2 Características gerais <strong>do</strong> ruí<strong>do</strong> <strong>de</strong> baixa<br />
frequência<br />
O RBF começou a ser estuda<strong>do</strong> nos anos 60 [2]. Foi nessa época que surgiram as primeiras<br />
publicações sobre este t<strong>em</strong>a. Os probl<strong>em</strong>as relaciona<strong>do</strong>s com este tipo <strong>de</strong> ruí<strong>do</strong> começaram a<br />
assumir um papel mais relevante com a proliferação das fontes <strong>de</strong> RBF e com a introdução na<br />
construção corrente <strong>de</strong> el<strong>em</strong>entos construtivos leves, tais como tectos falsos, soalhos flutuantes ou<br />
pare<strong>de</strong>s interiores <strong>de</strong> gesso cartona<strong>do</strong> (tabique). Mathys [3] afirma que, quan<strong>do</strong> <strong>em</strong> ressonância,<br />
estes el<strong>em</strong>entos construtivos po<strong>de</strong>m apresentar uma significativa amplificação da vibração estrutural.<br />
O RBF, o qual se caracteriza por ser muito invasivo, é geralmente acompanha<strong>do</strong> por vibração.<br />
Segun<strong>do</strong> Neves e Sousa [2], os principais probl<strong>em</strong>as relaciona<strong>do</strong>s com a propagação <strong>de</strong>ste tipo <strong>de</strong><br />
ruí<strong>do</strong> <strong>de</strong>corr<strong>em</strong>:<br />
• da baixa resistência oferecida pelas construções actuais à sua passag<strong>em</strong>;<br />
• da sua capacida<strong>de</strong> <strong>para</strong> “mascarar” frequências mais altas, não sen<strong>do</strong> “mascara<strong>do</strong>” [1] por<br />
estas;<br />
• da sua capacida<strong>de</strong> <strong>para</strong> induzir vibrações nas estruturas e no corpo humano.<br />
Como se ilustra na Figura 2.1, po<strong>de</strong>-se consi<strong>de</strong>rar ruí<strong>do</strong> <strong>de</strong> baixa frequência aquele <strong>em</strong> que o<br />
espectro sonoro t<strong>em</strong> pre<strong>do</strong>minância nas frequências entre 20 e 200 Hz. Para pessoas jovens e<br />
saudáveis, as frequências audíveis encontram-se entre os 20 e os 20 000 Hz [4]. Acima <strong>do</strong>s<br />
20 000 Hz situam-se os chama<strong>do</strong>s ultra-sons, enquanto na gama entre os 2 e os 20 Hz se encontram<br />
os chama<strong>do</strong>s infra-sons. Estes limites não po<strong>de</strong>m ser consi<strong>de</strong>ra<strong>do</strong>s absolutos. De facto, os infra-sons<br />
são perceptíveis <strong>para</strong> alguns indivíduos quan<strong>do</strong> <strong>em</strong> intensida<strong>de</strong>s elevadas. O limiar <strong>de</strong> audibilida<strong>de</strong> <strong>de</strong><br />
RBF e infra-sons é forneci<strong>do</strong> por Berglund [4] com base numa recolha <strong>de</strong> estu<strong>do</strong>s <strong>de</strong> diversos autores<br />
(Figura 2.2). À primeira vista parece difícil que o ser humano seja capaz <strong>de</strong> <strong>de</strong>tectar o RBF. Berglund<br />
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