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avaliação estratégica do transporte rodoviário de cargas - CBTU

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AVALIAÇÃO ESTRATÉGICA DO TRANSPORTE RODOVIÁRIO DE CARGAS COM<br />

O EMPREGO DA ANÁLISE SWOT<br />

Rafael Roco <strong>de</strong> Araújo<br />

Cláudio José Muller<br />

Programa <strong>de</strong> Pós-graduação em Engenharia <strong>de</strong> Produção<br />

Universida<strong>de</strong> Fer<strong>de</strong>ral <strong>do</strong> Rio Gran<strong>de</strong> <strong>do</strong> Sul<br />

RESUMO<br />

Atuan<strong>do</strong> em um ambiente caracteriza<strong>do</strong> pela <strong>de</strong>scontinuida<strong>de</strong>, as organizações <strong>de</strong> mo<strong>do</strong> geral, enfrentam o <strong>de</strong>safio <strong>de</strong><br />

estabelecer planos estratégicos efetivos que resultem em vantagem competitiva frente ao merca<strong>do</strong>. Entre os vários<br />

fatores que contribuem para a construção <strong>de</strong> uma boa estratégia está a análise <strong>do</strong> ambiente interno e externo. Neste<br />

contexto, uma ferramenta que tem se mostra<strong>do</strong> bastante versátil é a análise SWOT, utilizada para avaliar as<br />

oportunida<strong>de</strong>s e ameaças, os pontos fortes e fracos, relaciona<strong>do</strong>s ao ambiente externo e interno, respectivamente.<br />

Este trabalho apresenta um estu<strong>do</strong> <strong>de</strong> caso on<strong>de</strong> é feita a aplicação da análise SWOT na <strong>avaliação</strong> <strong>do</strong> ambiente<br />

enfrenta<strong>do</strong> pelas empresas <strong>de</strong> <strong>transporte</strong> ro<strong>do</strong>viário <strong>de</strong> <strong>cargas</strong> <strong>do</strong> esta<strong>do</strong> <strong>do</strong> Rio Gran<strong>de</strong> <strong>do</strong> Sul. A partir <strong>de</strong>sta<br />

aplicação, importantes subsídios tornam-se disponíveis as empresas <strong>de</strong> mo<strong>do</strong> a orientar o processo <strong>de</strong> tomada <strong>de</strong><br />

<strong>de</strong>cisão <strong>estratégica</strong>.<br />

ABSTRACT<br />

Acting in an environment characterized by discontinuity, organizations in a general manner, face the challenge to<br />

establish effective strategic plans that result in competitive advantages in the market. Between the several factors<br />

whose contribute to a good strategy build appear the internal and external environment analysis. In this context, a<br />

tool that has showed quite versatile is the SWOT analysis, used to evaluate opportunities and threats, strengths and<br />

weaknesses, related to external and internal environment respectively. This work presents a case study where it is<br />

<strong>do</strong>ne an application of SWOT analysis to evaluate the environment faced by Rio Gran<strong>de</strong> <strong>do</strong> Sul State road<br />

transportation firms. From this application, important subsidies get available to firms in a way to gui<strong>de</strong> the strategic<br />

<strong>de</strong>cision making process.<br />

1. INTRODUÇÃO<br />

As organizações tem se <strong>de</strong>para<strong>do</strong>, ao longo das últimas décadas, com um ambiente marca<strong>do</strong> pela<br />

<strong>de</strong>scontinuida<strong>de</strong>. Tal fenômeno po<strong>de</strong> ser atribuí<strong>do</strong> as constantes mudanças nos padrões <strong>de</strong><br />

consumo e <strong>de</strong> comportamento das socieda<strong>de</strong>s, aos avanços da ciência e da tecnologia, a limitação<br />

cada vez maior <strong>de</strong> recursos naturais, a globalização crescente <strong>do</strong>s merca<strong>do</strong>s e a instabilida<strong>de</strong> da<br />

economia. Surge então a necessida<strong>de</strong> <strong>de</strong> se a<strong>do</strong>tar comportamentos que as preparem para<br />

enfrentar <strong>de</strong> forma efetiva e pró-ativa os gran<strong>de</strong>s <strong>de</strong>safios observa<strong>do</strong>s na atual era pós-industrial.<br />

È justamente nesta perspectiva que o planejamento estratégico tem se torna<strong>do</strong> uma ferramenta <strong>de</strong><br />

importância fundamental no senti<strong>do</strong> <strong>de</strong> alinhar a empresa a seu ambiente, e alcançar assim uma<br />

vantagem competitiva junto ao merca<strong>do</strong>.<br />

Em termos estratégicos, a logística e toda estrutura que envolve assume um caráter crítico. No<br />

Brasil, um setor relaciona<strong>do</strong> a serviços logísticos <strong>de</strong> gran<strong>de</strong> representativida<strong>de</strong> é o <strong>transporte</strong><br />

ro<strong>do</strong>viário <strong>de</strong> <strong>cargas</strong>. O <strong>transporte</strong> ro<strong>do</strong>viário <strong>de</strong> <strong>cargas</strong> no Brasil tem se constituí<strong>do</strong>, nos últimos<br />

50 anos, no principal meio <strong>de</strong> movimentação <strong>de</strong> bens, quer nos fluxos intra-estaduais como nos<br />

interestaduais. Deve-se <strong>de</strong>stacar também sua importante participação no fluxo <strong>de</strong> <strong>cargas</strong><br />

internacionais quan<strong>do</strong> é consi<strong>de</strong>ra<strong>do</strong> o comércio com os países <strong>do</strong> Cone Sul, especialmente<br />

Argentina, Uruguai e Chile. Cabe, então, aprofundar a análise <strong>estratégica</strong> sobre o setor em<br />

particular.


O crescimento <strong>de</strong> participação <strong>do</strong> segmento ro<strong>do</strong>viário na matriz <strong>de</strong> <strong>transporte</strong> brasileira remonta<br />

a mea<strong>do</strong>s da década <strong>de</strong> 1950, quan<strong>do</strong> foram postas em prática as primeiras políticas <strong>de</strong> maior<br />

relevância visan<strong>do</strong> beneficiar o setor. Tal política suscitou gran<strong>de</strong> crescimento <strong>do</strong> setor, que po<strong>de</strong><br />

ainda hoje ser verifica<strong>do</strong> pelo gran<strong>de</strong> número <strong>de</strong> empresas <strong>de</strong> <strong>transporte</strong> ro<strong>do</strong>viário <strong>de</strong> <strong>cargas</strong> e<br />

transporta<strong>do</strong>res autônomos que atuam no merca<strong>do</strong>. É importante <strong>de</strong>stacar também o fato <strong>do</strong><br />

<strong>transporte</strong> ro<strong>do</strong>viário ter si<strong>do</strong> um ramo <strong>de</strong> ativida<strong>de</strong> extremamente atrativo, dada a facilida<strong>de</strong> <strong>de</strong><br />

entrada no merca<strong>do</strong> <strong>de</strong> novas empresas e profissionais. Significativa parcela <strong>de</strong>ntre as gran<strong>de</strong>s<br />

empresas <strong>do</strong> setor teve como funda<strong>do</strong>res transporta<strong>do</strong>res autônomos, que mesmo com baixo grau<br />

<strong>de</strong> instrução conseguiram expandir seus negócios.<br />

O momento <strong>de</strong> maior expansão para o setor foi sem dúvida a década <strong>de</strong> 1970, quan<strong>do</strong> as elevadas<br />

taxas <strong>de</strong> crescimento anual da economia resultavam em gran<strong>de</strong> <strong>de</strong>manda por <strong>transporte</strong>s, mesmo<br />

após a primeira crise <strong>do</strong> petróleo ocorrida em 1973. A crise inflacionária ocorrida no país a partir<br />

<strong>do</strong> início da década <strong>de</strong> 1980 teve como resulta<strong>do</strong> para as empresas, <strong>de</strong> um mo<strong>do</strong> geral, certo<br />

movimento <strong>de</strong> acomodação dada à facilida<strong>de</strong> <strong>de</strong> se repassar a ineficiência ao preço final <strong>de</strong><br />

produtos e serviços em função <strong>do</strong>s constantes reajustes.<br />

O gran<strong>de</strong> crescimento <strong>do</strong> setor ocorri<strong>do</strong> durante as décadas <strong>de</strong> 70 e 80 resultou em um gran<strong>de</strong><br />

número <strong>de</strong> empresas e autônomos oferecen<strong>do</strong> seus serviços no merca<strong>do</strong>. Num quadro <strong>de</strong><br />

economia estável e com baixo índice <strong>de</strong> crescimento, ficou claro que a oferta por serviços <strong>de</strong><br />

<strong>transporte</strong> ro<strong>do</strong>viário era maior <strong>do</strong> que a <strong>de</strong>manda. O resulta<strong>do</strong> foi o estabelecimento <strong>de</strong> uma<br />

concorrência predatória no setor, observan<strong>do</strong>-se em certos casos preços <strong>de</strong> fretes inferiores aos<br />

reais custos <strong>de</strong> produção <strong>do</strong>s serviços.<br />

Outros fatores que tiveram impacto sobre as empresas <strong>do</strong> setor foram:<br />

• A globalização: entrada no merca<strong>do</strong> nacional <strong>de</strong> opera<strong>do</strong>res logísticos estrangeiros (que<br />

em muitos casos também oferecen<strong>do</strong> serviço <strong>de</strong> <strong>transporte</strong>), <strong>do</strong>ta<strong>do</strong>s <strong>de</strong> novas tecnologias,<br />

especialmente na área <strong>de</strong> informação e padrões <strong>de</strong> nível <strong>de</strong> serviço mais eleva<strong>do</strong>s;<br />

• A recessão: diminuição da taxa <strong>de</strong> crescimento da economia com resultante redução <strong>do</strong><br />

consumo e <strong>do</strong> investimento;<br />

• As privatizações: inclusão da Re<strong>de</strong> Ferroviária Fe<strong>de</strong>ral no Plano Nacional <strong>de</strong><br />

Desestatização, a Lei <strong>de</strong> Mo<strong>de</strong>rnização <strong>do</strong>s Portos e a privatização <strong>de</strong> terminais portuários<br />

contribuíram significativamente para maior eficiência <strong>do</strong>s modais ferroviário e hidroviário<br />

respectivamente, que passaram assim a concorrer diretamente com o modal ro<strong>do</strong>viário.<br />

Destacam-se ainda as concessões <strong>de</strong> ro<strong>do</strong>vias à iniciativa privada, on<strong>de</strong> mediante a<br />

cobrança <strong>de</strong> pedágio é efetuada a manutenção e a melhoria das condições <strong>de</strong> tráfego da<br />

estrada. Com isso, mais uma parcela <strong>de</strong> custo passou a incidir sobre o <strong>transporte</strong><br />

ro<strong>do</strong>viário.<br />

Além <strong>do</strong>s fatos referi<strong>do</strong>s, <strong>de</strong>ve-se fazer menção à crescente exigência <strong>do</strong>s clientes em termos <strong>de</strong><br />

padrões <strong>de</strong> qualida<strong>de</strong> e nível <strong>de</strong> serviço, o que po<strong>de</strong> onerar significativamente os custos. Soma-se<br />

a isso os problemas com a falta <strong>de</strong> segurança nas estradas ten<strong>do</strong> como resulta<strong>do</strong> um eleva<strong>do</strong><br />

número <strong>de</strong> aci<strong>de</strong>ntes, roubos <strong>de</strong> <strong>cargas</strong> e veículos.


Levan<strong>do</strong> em conta a situação enfrentada hoje pelo setor, este trabalho tem como objetivo<br />

apresentar um estu<strong>do</strong> feito junto a um grupo <strong>de</strong> empresas com se<strong>de</strong> no esta<strong>do</strong> <strong>do</strong> Rio Gran<strong>de</strong> <strong>do</strong><br />

Sul visan<strong>do</strong> i<strong>de</strong>ntificar os aspectos ambientais relevantes que po<strong>de</strong>m vir a influenciar as <strong>de</strong>cisões<br />

<strong>estratégica</strong>s a serem tomadas. Para isso, foi utilizada a análise SWOT para <strong>avaliação</strong> <strong>do</strong> ambiente<br />

externo e interno à organização, apontan<strong>do</strong> respectivamente oportunida<strong>de</strong>s e ameaças, pontos<br />

fortes e fracos.<br />

2. ANÁLISE SWOT<br />

Segun<strong>do</strong> Obeng e Ugboro (2006) o planejamento estratégico tem como objetivo alinhar as<br />

ativida<strong>de</strong>s <strong>de</strong> uma organização com seu ambiente, o que contribui para sua sobrevivência e<br />

efetivida<strong>de</strong>. Para isso, é necessário que a organização monitore constantemente seu ambiente<br />

interno e externo a fim <strong>de</strong> executar possíveis mudanças nos planos estratégicos e táticos<br />

existentes ou <strong>de</strong>senvolven<strong>do</strong> outros diferentes.<br />

Po<strong>de</strong>-se afirmar que o planejamento estratégico <strong>de</strong> mo<strong>do</strong> geral, e a análise SWOT (<strong>do</strong> inglês<br />

strengths, weaknesses, opportunities e threats) mais particularmente, tiveram origem conjunta em<br />

trabalhos realiza<strong>do</strong>s pela área <strong>de</strong> negócios da Harvard Business School e outras escolas norteamericanas<br />

a partir da década <strong>de</strong> 1960. Popularizou-se então a idéia <strong>de</strong> que uma boa estratégia<br />

significa assegurar uma a<strong>de</strong>quação entre a situação externa que a empresa enfrenta (ameaças e<br />

oportunida<strong>de</strong>s) e suas qualida<strong>de</strong>s ou características internas (pontos fortes e pontos fracos) (Hill e<br />

Westbrook, 1997).<br />

Para Kurttila et al (2000) o objetivo final <strong>de</strong> um processo <strong>de</strong> planejamento estratégico, <strong>do</strong> qual a<br />

análise SWOT é um estágio inicial, é o <strong>de</strong> <strong>de</strong>senvolver e a<strong>do</strong>tar uma estratégia resultante <strong>de</strong> um<br />

a<strong>de</strong>qua<strong>do</strong> equilíbrio entre os fatores externos e internos. A análise SWOT também po<strong>de</strong> ser<br />

utilizada quan<strong>do</strong> alternativas <strong>estratégica</strong>s surgem inesperadamente e to<strong>do</strong> um contexto <strong>de</strong> <strong>de</strong>cisão<br />

<strong>de</strong>ve ser avalia<strong>do</strong>. Além da análise SWOT, alguns méto<strong>do</strong>s e mo<strong>de</strong>los para <strong>de</strong>senvolvimento<br />

estratégico cita<strong>do</strong>s por Dyson (2004) são o Balanced Scorecard - BSC, a Análise <strong>de</strong> Cenários, o<br />

Planejamento <strong>de</strong> Recursos e Competências-base, os Mapas Cognitivos, a Avaliação <strong>de</strong><br />

Investimentos e as Opções Reais (Real Options).<br />

A análise SWOT tem como objetivo i<strong>de</strong>ntificar os pontos fortes e fracos <strong>de</strong> uma organização e as<br />

oportunida<strong>de</strong>s e ameaças advindas <strong>do</strong> ambiente. Ten<strong>do</strong> i<strong>de</strong>ntifica<strong>do</strong> estes fatores, estratégias<br />

serão estabelecidas, as quais po<strong>de</strong>m consolidar os pontos fortes, eliminar os pontos fracos,<br />

explorar as oportunida<strong>de</strong>s e conter as ameaças. Os pontos fortes e fracos são i<strong>de</strong>ntifica<strong>do</strong>s através<br />

da análise interna da organização, enquanto que as oportunida<strong>de</strong>s e ameaças são o resulta<strong>do</strong> da<br />

análise externa. A análise interna examina to<strong>do</strong>s os aspectos da organização, abrangen<strong>do</strong>, por<br />

exemplo, quadro funcional, instalações, localização das unida<strong>de</strong>s, produtos e serviços. A análise<br />

externa po<strong>de</strong> contemplar aspectos relaciona<strong>do</strong>s com a política, economia, socieda<strong>de</strong>, tecnologia e<br />

ambiente competitivo (Dyson, 2004).<br />

A tabela 1, adaptada <strong>de</strong> Oliveira (1999), apresenta uma síntese <strong>do</strong> <strong>de</strong>senvolvimento da análise<br />

SWOT no tocante ao foco <strong>de</strong> análise e aos aspectos a serem avalia<strong>do</strong>s. Houben et al (1999)<br />

sugerem ainda a subdivisão <strong>do</strong> ambiente externo em ambiente direto que inclui aqueles elementos<br />

ou grupos que são diretamente influencia<strong>do</strong>s pelas ações da empresa, como acionistas, governo,<br />

fornece<strong>do</strong>res, autorida<strong>de</strong>s locais, concorrentes e clientes; e, ambiente indireto que inclui forças <strong>de</strong>


natureza mais genérica e que influenciam a empresa no longo-prazo como a economia, o<br />

ambiente sócio-cultural, a tecnologia e as influencias <strong>de</strong> or<strong>de</strong>m política e jurídica.<br />

Após serem i<strong>de</strong>ntifica<strong>do</strong>s to<strong>do</strong>s os elementos que constituem oportunida<strong>de</strong>s, ameaças, pontos<br />

fortes e fracos, po<strong>de</strong> ser conduzi<strong>do</strong> o <strong>de</strong>lineamento da postura <strong>estratégica</strong> a ser a<strong>do</strong>tada pela<br />

empresa, conforme apresenta<strong>do</strong> na tabela 2. Uma variação da análise SWOT foi proposta por<br />

Weihrich (1982), <strong>de</strong>nominada Matriz TOWS. Neste caso, os vários fatores são i<strong>de</strong>ntifica<strong>do</strong>s e<br />

então agrupa<strong>do</strong>s aos pares (por exemplo, oportunida<strong>de</strong>s e pontos fortes), com a intenção <strong>de</strong><br />

estimular uma nova iniciativa <strong>estratégica</strong>.<br />

Elementos da análise SWOT<br />

Ambiente<br />

externo<br />

Ambiente<br />

interno<br />

Oportunida<strong>de</strong>s<br />

Ameaças<br />

Pontos fortes<br />

Pontos fracos<br />

Ambiente externo<br />

Tabela 1: Desenvolvimento da análise SWOT<br />

Foco <strong>de</strong> análise Aspectos a serem avalia<strong>do</strong>s<br />

situações externas, atuais ou<br />

futuras que, se<br />

a<strong>de</strong>quadamente aproveitadas<br />

pela empresa, po<strong>de</strong>m<br />

influenciá-la positivamente<br />

situações externas, atuais ou<br />

futuras que, se não<br />

eliminadas, minimizadas ou<br />

evitadas pela empresa, po<strong>de</strong>m<br />

afetá-la negativamente<br />

características da empresa,<br />

tangíveis ou não, que po<strong>de</strong>m<br />

influenciar positivamente seu<br />

<strong>de</strong>sempenho<br />

características da empresa,<br />

tangíveis ou não, que<br />

influenciam negativamente o<br />

seu <strong>de</strong>sempenho<br />

merca<strong>do</strong> nacional e regional, merca<strong>do</strong> internacional,<br />

evolução tecnológica, fornece<strong>do</strong>res, aspectos<br />

econômicos e financeiros, aspectos socioeconômicos e<br />

culturais, aspectos políticos, entida<strong>de</strong>s <strong>de</strong> classe,<br />

órgãos governamentais, merca<strong>do</strong> <strong>de</strong> mão-<strong>de</strong>-obra e<br />

concorrentes<br />

linha <strong>de</strong> produtos/serviços; novos produtos/serviços;<br />

promoção; comercialização; sistema <strong>de</strong> informações;<br />

estrutura organizacional; tecnologia; suprimentos;<br />

parque industrial; recursos humanos; estilo <strong>de</strong><br />

administração; resulta<strong>do</strong>s empresariais; recursos<br />

financeiros/finanças; controle e imagem institucional<br />

Tabela 2: Delineamento da postura <strong>estratégica</strong><br />

Ambiente interno<br />

Pontos fortes Pontos fracos<br />

Oportunida<strong>de</strong>s<br />

Ameaças<br />

Desenvolvimento Crescimento<br />

• Merca<strong>do</strong><br />

• Produção<br />

• Financeiro<br />

• Capacida<strong>de</strong>s<br />

• Estabilida<strong>de</strong><br />

• Diversificação<br />

• Inovação<br />

• Internacionalização<br />

• Parceria<br />

• Expansão<br />

Manutenção Sobrevivência<br />

• Estabilida<strong>de</strong><br />

• Nicho<br />

• Especialização<br />

• Redução <strong>de</strong> custos<br />

• Desinvestimento<br />

• Liquidação <strong>do</strong> negócio


3. ESTUDO DE CASO: ANÁLISE AMBIENTAL DO TRANSPORTE RODOVIÁRIO DE<br />

CARGA DO RS<br />

Conforme visto anteriormente, é significativa a importância que a análise <strong>do</strong> ambiente assume<br />

para o <strong>de</strong>lineamento <strong>de</strong> um a<strong>de</strong>qua<strong>do</strong> plano estratégico. Foi enfatiza<strong>do</strong> também o papel essencial<br />

<strong>de</strong>sempenha<strong>do</strong> pelo <strong>transporte</strong> ro<strong>do</strong>viário <strong>de</strong> <strong>cargas</strong> junto aos <strong>de</strong>mais setores produtivos <strong>do</strong> Brasil<br />

e Mercosul.<br />

Dada a relevância <strong>de</strong> tais fatos, será apresenta<strong>do</strong> aqui um estu<strong>do</strong> <strong>de</strong> caso compreen<strong>de</strong>n<strong>do</strong> o<br />

emprego da análise SWOT para <strong>avaliação</strong> <strong>do</strong> ambiente externo e interno <strong>de</strong> empresas <strong>de</strong><br />

<strong>transporte</strong> ro<strong>do</strong>viário <strong>de</strong> <strong>cargas</strong> <strong>do</strong> Esta<strong>do</strong> <strong>do</strong> Rio Gran<strong>de</strong> <strong>do</strong> Sul.<br />

3.1. Definição da tipologia para segmentação das empresas<br />

A primeira etapa <strong>do</strong> trabalho teve como objetivo <strong>de</strong>finir uma tipologia segun<strong>do</strong> a qual fosse<br />

possível enquadrar as empresas participantes <strong>do</strong> estu<strong>do</strong>, <strong>de</strong> mo<strong>do</strong> a obter uma representativida<strong>de</strong><br />

abrangente <strong>do</strong> setor. Teve-se como resulta<strong>do</strong> uma análise ambiental mais efetiva, dadas as<br />

diferentes características <strong>de</strong> operação <strong>do</strong>s serviços.<br />

Foram buscadas na literatura, especialmente em livros técnicos na área <strong>de</strong> <strong>transporte</strong> <strong>de</strong> <strong>cargas</strong> e<br />

em publicações <strong>de</strong> entida<strong>de</strong>s <strong>de</strong> classe <strong>do</strong> setor (bem como em seus respectivos sites),<br />

informações ou meto<strong>do</strong>logias através das quais pu<strong>de</strong>sse ser conduzi<strong>do</strong> tal enquadramento. Ao<br />

final, notou-se uma falta <strong>de</strong> uniformida<strong>de</strong> em termos <strong>de</strong> conceitos e nomenclaturas, motivan<strong>do</strong> a<br />

a<strong>do</strong>ção <strong>de</strong> uma tipologia que contemplasse além <strong>do</strong> segmento <strong>de</strong> carga a abrangência geográfica<br />

<strong>do</strong> serviço, fator este extremamente importante dada à natureza da ativida<strong>de</strong> <strong>de</strong> <strong>transporte</strong> <strong>de</strong><br />

carga. Buscan<strong>do</strong> concentrar os esforços <strong>de</strong> pesquisa <strong>de</strong> campo junto a segmentos <strong>de</strong> atuação <strong>de</strong><br />

maior representativida<strong>de</strong> em termos <strong>de</strong> intensida<strong>de</strong> <strong>de</strong> fluxos <strong>de</strong> carga e quantida<strong>de</strong> <strong>de</strong> empresas<br />

opera<strong>do</strong>ras <strong>do</strong> serviço, foi <strong>de</strong>finida uma tipologia cuja segmentação e características associadas<br />

são mostradas na tabela 3.<br />

Segmento<br />

Tabela 3: Segmentação e características da empresas<br />

Características<br />

Transporte Intra- <strong>transporte</strong> em âmbito estadual <strong>de</strong> <strong>cargas</strong> unitizadas em contêineres, com ou sem<br />

estadual <strong>de</strong><br />

Contêineres<br />

transbor<strong>do</strong> em um ponto intermediário<br />

Transporte Intra e <strong>transporte</strong> em âmbito estadual e nacional <strong>de</strong> carga geral solta, a granel ou unitizada<br />

Interestadual <strong>de</strong> (em pallets comuns, pallets gaiolas, contene<strong>do</strong>res, bags e tambores), que preenche a<br />

Carga Geral capacida<strong>de</strong> <strong>de</strong> um veículo e é movimentada em um único <strong>de</strong>slocamento <strong>do</strong>(s)<br />

Completa remetente(s) ao(s) <strong>de</strong>stinatário(s) sem transbor<strong>do</strong> em ponto intermediário<br />

Transporte <strong>transporte</strong> em âmbito internacional <strong>de</strong> carga geral solta, a granel ou unitizada (em<br />

Internacional <strong>de</strong> pallets comuns, pallets gaiolas, contene<strong>do</strong>res, bags e tambores), que preenche a<br />

Carga Geral capacida<strong>de</strong> <strong>de</strong> um veículo e é movimentada em um único <strong>de</strong>slocamento <strong>do</strong>(s)<br />

Completa remetente(s) ao(s) <strong>de</strong>stinatário(s) sem transbor<strong>do</strong> em ponto intermediário<br />

<strong>transporte</strong> em âmbito estadual e nacional <strong>de</strong> carga geral solta ou unitizada (em<br />

pallets comuns, pallets gaiolas, contene<strong>do</strong>res, bags e tambores), cujo volume não<br />

Transporte Intra e preenche a capacida<strong>de</strong> <strong>de</strong> um veículo <strong>de</strong> longa distância (capacida<strong>de</strong> <strong>de</strong> carga entre<br />

Interestadual <strong>de</strong> 15 e 25 toneladas) exigin<strong>do</strong> coleta/entrega junto ao remetente/<strong>de</strong>stinatário,<br />

Carga Fracionada consolidação/<strong>de</strong>sconsolidação em centros <strong>de</strong> triagem e transferência entre pontos<br />

intermediários <strong>de</strong> transbor<strong>do</strong> (centros <strong>de</strong> triagem em pontos distintos).


3.2. Realização das entrevistas<br />

O levantamento <strong>do</strong>s aspectos relaciona<strong>do</strong>s ao ambiente externo e interno foi feito através <strong>de</strong><br />

entrevistas realizadas junto a profissionais que ocupam cargos <strong>de</strong> nível estratégico nas empresas<br />

visitadas.<br />

A estrutura <strong>de</strong> entrevista, a<strong>do</strong>tada neste estu<strong>do</strong> <strong>de</strong> caso, po<strong>de</strong> ser empregada segun<strong>do</strong>, Ribeiro e<br />

Milan (2004), quan<strong>do</strong> se busca o entendimento sobre o comportamento ou configuração <strong>de</strong> um<br />

da<strong>do</strong> setor, ativida<strong>de</strong> ou processo. Para isso, não são recomendadas quantida<strong>de</strong>s extensivas <strong>de</strong><br />

entrevistas, mas sim poucas que sejam representativas e elucidativas <strong>do</strong> tema a ser pesquisa<strong>do</strong>.<br />

O estu<strong>do</strong> compreen<strong>de</strong>u assim, uma empresa <strong>de</strong> cada segmento <strong>de</strong> carga com se<strong>de</strong> no esta<strong>do</strong> <strong>do</strong><br />

Rio Gran<strong>de</strong> <strong>do</strong> Sul. As entrevistas foram realizadas em unida<strong>de</strong>s das empresas pesquisadas<br />

durante os meses <strong>de</strong> janeiro e fevereiro <strong>de</strong> 2007. To<strong>do</strong>s os entrevista<strong>do</strong>s ocupavam cargos em<br />

nível <strong>de</strong> diretoria em suas empresas, notadamente nas áreas operacional, administrativa e<br />

comercial. O perfil das empresas participantes <strong>do</strong> estu<strong>do</strong> <strong>de</strong> caso e <strong>do</strong>s profissionais entrevista<strong>do</strong>s<br />

é apresenta<strong>do</strong> na tabela 4.<br />

Tabela 4: Perfil das empresas e profissionais participantes <strong>do</strong> estu<strong>do</strong><br />

Segmento<br />

Porte da empresa <strong>de</strong>ntro <strong>do</strong> setor <strong>de</strong><br />

<strong>transporte</strong> ro<strong>do</strong>viário <strong>de</strong> <strong>cargas</strong><br />

Profissionais entrevista<strong>do</strong>s<br />

Transporte<br />

Contêineres<br />

Intra-estadual <strong>de</strong><br />

Gran<strong>de</strong> Diretor Operacional<br />

Transporte Intra e Interestadual <strong>de</strong><br />

Carga Geral Completa<br />

Médio<br />

Diretor Operacional e<br />

Diretor Comercial<br />

Transporte Internacional <strong>de</strong> Carga<br />

Geral Completa<br />

Médio Diretor Administrativo<br />

Transporte Intra e Interestadual <strong>de</strong><br />

Carga Fracionada<br />

Médio Diretor Comercial<br />

A condução das entrevistas foi feita da seguinte forma:<br />

• Apresentação inicial <strong>do</strong> entrevista<strong>do</strong>r, instituição a qual está vincula<strong>do</strong>, natureza <strong>do</strong><br />

trabalho (acadêmico) e <strong>do</strong> comprometimento com sigilo em relação a razão social da<br />

empresa e i<strong>de</strong>ntida<strong>de</strong> <strong>do</strong>s entrevista<strong>do</strong>s;<br />

• Apresentação <strong>do</strong> objetivo <strong>do</strong> estu<strong>do</strong>;<br />

• Breve explicação a cerca da análise SWOT, notadamente <strong>do</strong> significa<strong>do</strong> <strong>de</strong> ambiente<br />

externo e interno, oportunida<strong>de</strong>s e ameaças, pontos fortes e fracos;<br />

• Realização da entrevista propriamente dita, na qual o entrevista<strong>do</strong> fazia a listagem <strong>do</strong>s<br />

aspectos relaciona<strong>do</strong>s ao ambiente externo e interno.<br />

Os aspectos relaciona<strong>do</strong>s ao ambiente externo e interno, obti<strong>do</strong>s a partir das entrevistas são<br />

apresenta<strong>do</strong>s nas tabelas 5 e 6 respectivamente.


Oportunida<strong>de</strong>s<br />

Ameaças<br />

Tabela 5: Aspectos relaciona<strong>do</strong>s ao ambiente externo<br />

Transporte Intraestadual<br />

<strong>de</strong><br />

Contêineres<br />

- Resoluções<br />

normativas <strong>do</strong><br />

<strong>transporte</strong> ro<strong>do</strong>viário<br />

emitidas pelo<br />

CONTRAN;<br />

- Qualida<strong>de</strong> <strong>do</strong><br />

serviço requeri<strong>do</strong><br />

pelo merca<strong>do</strong> através<br />

<strong>de</strong> certificações.<br />

- Aumento da<br />

concorrência por<br />

parte <strong>de</strong> outras<br />

empresas;<br />

- Pressão sobre o<br />

preço <strong>do</strong>s fretes;<br />

- Política cambial<br />

(dólar baixo);<br />

- Infra-estrutura<br />

ro<strong>do</strong>viária <strong>de</strong>ficiente;<br />

- Valor eleva<strong>do</strong> <strong>do</strong>s<br />

pedágios.<br />

Transporte Intra e<br />

Interestadual <strong>de</strong> Carga<br />

Geral Completa<br />

- Instalação <strong>de</strong><br />

indústrias <strong>de</strong> celulose<br />

na meta<strong>de</strong> sul <strong>do</strong> Rio<br />

Gran<strong>de</strong> <strong>do</strong> Sul;<br />

- Clientes que exigem<br />

projetos<br />

personaliza<strong>do</strong>s para<br />

<strong>transporte</strong> <strong>de</strong><br />

produtos;<br />

- Crescimento <strong>do</strong><br />

setor <strong>de</strong> vestuário,<br />

representan<strong>do</strong> um<br />

novo nicho <strong>de</strong><br />

merca<strong>do</strong><br />

(transferência entre<br />

CD e lojas);<br />

- Oportunida<strong>de</strong> <strong>de</strong><br />

novos negócios na<br />

região su<strong>de</strong>ste <strong>do</strong><br />

país.<br />

- Concorrência<br />

imposta pelos<br />

agencia<strong>do</strong>res <strong>de</strong><br />

carga;<br />

- Roubos <strong>de</strong> <strong>cargas</strong> e<br />

veículos;<br />

- Eleva<strong>do</strong> índice <strong>de</strong><br />

aci<strong>de</strong>ntes nas estradas<br />

brasileiras;<br />

- Infra-estrutura<br />

ro<strong>do</strong>viária <strong>de</strong>ficiente;<br />

- Valor eleva<strong>do</strong> <strong>do</strong>s<br />

pedágios;<br />

- Clientes pouco<br />

preocupa<strong>do</strong>s em<br />

estabelecer parcerias.<br />

Transporte<br />

Internacional <strong>de</strong><br />

Carga Geral Completa<br />

- Desenvolvimento<br />

econômico da região<br />

<strong>do</strong> litoral norte <strong>de</strong><br />

Santa Catarina;<br />

- Significativo fluxo<br />

<strong>de</strong> <strong>cargas</strong> <strong>de</strong> retorno<br />

<strong>do</strong> Esta<strong>do</strong> <strong>de</strong> São<br />

Paulo;<br />

- Aumento das<br />

operações <strong>de</strong><br />

<strong>transporte</strong> marítimo<br />

com a China;<br />

- Demanda crescente<br />

por <strong>transporte</strong><br />

ro<strong>do</strong>viário no<br />

Uruguai;<br />

- Fechamento <strong>de</strong><br />

empresas <strong>de</strong> pequeno<br />

porte.<br />

- Instabilida<strong>de</strong> da<br />

economia argentina;<br />

- Aumento <strong>do</strong> preço<br />

<strong>do</strong> petróleo;<br />

- Elevação <strong>de</strong><br />

<strong>de</strong>spesas com<br />

pedágios nos<br />

<strong>de</strong>slocamentos entre<br />

as regiões sul e<br />

su<strong>de</strong>ste;<br />

- Crescente atuação <strong>de</strong><br />

opera<strong>do</strong>res logísticos;<br />

- Baixas tarifas <strong>de</strong><br />

<strong>transporte</strong>.<br />

Transporte Intra<br />

e Interestadual<br />

<strong>de</strong> Carga<br />

Fracionada<br />

- Exigência <strong>de</strong><br />

prontidão <strong>de</strong><br />

atendimento por<br />

parte <strong>do</strong>s<br />

clientes;<br />

- Transações<br />

feitas por serviço<br />

<strong>de</strong> televendas.<br />

- Condições<br />

precárias das<br />

ro<strong>do</strong>vias;<br />

- Concorrência<br />

<strong>de</strong><br />

transporta<strong>do</strong>ras<br />

com estruturas<br />

<strong>de</strong> custo mais<br />

enxutas;<br />

- Quedas<br />

ocasionais na<br />

<strong>de</strong>manda.


Pontos fortes<br />

Pontos fracos<br />

Tabela 6: Aspectos relaciona<strong>do</strong>s ao ambiente interno<br />

Transporte Intraestadual<br />

<strong>de</strong><br />

Contêineres<br />

- Produção em escala<br />

<strong>de</strong> <strong>transporte</strong>;<br />

- Preço <strong>do</strong>s serviços;<br />

- Qualificação <strong>do</strong><br />

corpo funcional;<br />

- Pró-ativida<strong>de</strong> para<br />

resolução <strong>de</strong><br />

problemas.<br />

- Custo interno;<br />

- Comunicação <strong>de</strong><br />

informações para<br />

clientes;<br />

- Qualida<strong>de</strong> da frota<br />

agregada.<br />

Transporte Intra e<br />

Interestadual <strong>de</strong><br />

Carga Geral<br />

Completa<br />

- Qualida<strong>de</strong> da mão<strong>de</strong>-obra<br />

e <strong>do</strong>s<br />

serviços ofereci<strong>do</strong>s;<br />

- Atuação em nichos<br />

<strong>de</strong> merca<strong>do</strong> <strong>de</strong>fini<strong>do</strong>s;<br />

- Relação <strong>de</strong><br />

confiança<br />

estabelecida com os<br />

clientes.<br />

- Atuação ainda<br />

incipiente <strong>do</strong><br />

<strong>de</strong>partamento<br />

comercial no tocante<br />

a venda <strong>de</strong> serviços;<br />

- Falta <strong>de</strong><br />

informações<br />

sistematizadas das<br />

várias etapas <strong>do</strong><br />

processo produtivo.<br />

Transporte<br />

Internacional <strong>de</strong><br />

Carga Geral<br />

Completa<br />

- Credibilida<strong>de</strong> junto<br />

aos clientes;<br />

- Nível <strong>de</strong> serviço<br />

ofereci<strong>do</strong>;<br />

- Competência e<br />

habilida<strong>de</strong>s;<br />

- Certificação<br />

SASSMAQ (Sistema<br />

<strong>de</strong> Avaliação <strong>de</strong><br />

Segurança, Saú<strong>de</strong>,<br />

Meio Ambiente e<br />

Qualida<strong>de</strong>).<br />

- Nível <strong>de</strong><br />

capitalização;<br />

- Controle <strong>de</strong> pneus;<br />

- Reconhecimento da<br />

empresa no merca<strong>do</strong>;<br />

- Pouca diversificação<br />

<strong>de</strong> clientes.<br />

Transporte Intra e<br />

Interestadual <strong>de</strong><br />

Carga Fracionada<br />

- Estrutura<br />

operacional<br />

disponibilizada para<br />

as ativida<strong>de</strong>s <strong>de</strong><br />

coleta, entrega e<br />

transferência;<br />

- Investimento na<br />

área <strong>de</strong> marketing;<br />

- Orçamento por<br />

área/<strong>de</strong>partamento;<br />

- A<strong>de</strong>quação <strong>do</strong><br />

novo layout <strong>do</strong><br />

terminal da matriz;<br />

- Agilida<strong>de</strong><br />

operacional nas<br />

ativida<strong>de</strong>s <strong>de</strong><br />

logística.<br />

- Deficiências na<br />

comunicação interna<br />

(en<strong>do</strong>marketing);<br />

- Deficiências na<br />

interface <strong>de</strong><br />

processos internos;<br />

- Desuniformida<strong>de</strong><br />

da matriz <strong>de</strong><br />

capacitação e<br />

treinamento.<br />

3.3. Análise <strong>do</strong> ambiente enfrenta<strong>do</strong> pela empresas <strong>do</strong> setor<br />

Uma vez conheci<strong>do</strong>s os aspectos relaciona<strong>do</strong>s ao ambiente externo e interno das empresas em<br />

seus respectivos segmentos, foi conduzida a análise apresentada a seguir.<br />

3.3.1. Análise <strong>do</strong> ambiente externo<br />

Nas tabelas 7, 8, 9 e 10 é feita a seguinte análise das oportunida<strong>de</strong>s e ameaças para os segmentos<br />

<strong>de</strong> Transporte Intra-estadual <strong>de</strong> Contêineres, Transporte Intra e Interestadual <strong>de</strong> Carga Geral<br />

Completa, Transporte Internacional <strong>de</strong> Carga Geral Completa e Transporte Intra e Interestadual<br />

<strong>de</strong> Carga Fracionada respectivamente.


Tabela 7: Análise <strong>do</strong> ambiente externo no segmento <strong>de</strong> Transporte Intra-estadual <strong>de</strong> Contêineres<br />

Análise <strong>de</strong><br />

oportunida<strong>de</strong>s<br />

- A normatização <strong>de</strong><br />

procedimentos e<br />

equipamentos, além a<br />

obtenção <strong>de</strong><br />

certificações como a<br />

ISO e a SASSMAQ<br />

po<strong>de</strong>m se constituir em<br />

diferenciação no<br />

merca<strong>do</strong> e fatores que<br />

contribuam para<br />

melhoria <strong>do</strong> nível <strong>de</strong><br />

serviço e racionalização<br />

<strong>do</strong>s processos.<br />

Análise <strong>de</strong> ameaças<br />

- Segmento <strong>de</strong> <strong>transporte</strong> bastante atrativo <strong>de</strong>vi<strong>do</strong> ao custo <strong>de</strong> aquisição mais baixo <strong>do</strong><br />

equipamento <strong>de</strong> carga (semi-reboque porta-contêiner ou carga seca adapta<strong>do</strong>), elevada<br />

produtivida<strong>de</strong> pela mecanização <strong>do</strong>s processos <strong>de</strong> carga e <strong>de</strong>scarga e crescimento <strong>do</strong> fluxo<br />

<strong>de</strong> <strong>cargas</strong> unitizadas em contêineres no comércio exterior;<br />

- Aumento da concorrência e baixo nível <strong>de</strong> crescimento da economia resultam em redução<br />

<strong>do</strong> valor <strong>do</strong>s fretes;<br />

- A <strong>de</strong>manda por <strong>transporte</strong> neste segmento está diretamente atrelada à política cambial que<br />

po<strong>de</strong> favorecer ou não as exportações;<br />

- A baixa qualida<strong>de</strong> da infra-estrutura ro<strong>do</strong>viária aumenta o tempo em trânsito, o risco <strong>de</strong><br />

aci<strong>de</strong>ntes e danos mecânicos aos veículos e equipamentos, com aumento <strong>do</strong>s custos<br />

operacionais;<br />

- Custo com pedágio bastante eleva<strong>do</strong> em função <strong>do</strong> tipo <strong>de</strong> veículo emprega<strong>do</strong> (articula<strong>do</strong><br />

e bi-articula<strong>do</strong>) e concentração <strong>de</strong> praças <strong>de</strong> pedágios nas principais rotas <strong>de</strong> acesso aos<br />

pontos <strong>de</strong> processamento <strong>de</strong> exportações (portos marítimos).<br />

Tabela 8: Análise <strong>do</strong> ambiente externo no segmento <strong>de</strong> Transporte Intra e Interestadual <strong>de</strong> Carga<br />

Geral Completa<br />

Análise <strong>de</strong> oportunida<strong>de</strong>s Análise <strong>de</strong> ameaças<br />

- Segmento <strong>de</strong>pen<strong>de</strong>nte <strong>de</strong> gran<strong>de</strong>s<br />

volumes <strong>de</strong> <strong>transporte</strong> e que po<strong>de</strong> assim<br />

ser beneficia<strong>do</strong> com investimentos <strong>do</strong><br />

setor industrial com essa natureza;<br />

- A necessida<strong>de</strong> <strong>de</strong> personalização <strong>do</strong>s<br />

serviços neste segmento po<strong>de</strong> ser um<br />

diferencial bastante importante. Em geral,<br />

esta personalização está relacionada com<br />

o emprego <strong>de</strong> veículos e equipamentos<br />

com características especiais, freqüência<br />

previamente programada das viagens e<br />

a<strong>de</strong>quação <strong>do</strong> horário <strong>de</strong> operação;<br />

- Migração para outros nichos <strong>de</strong> merca<strong>do</strong><br />

com produtos <strong>de</strong> valor agrega<strong>do</strong> mais<br />

alto, mas que mantém a característica <strong>de</strong><br />

carga geral completa;<br />

- Necessida<strong>de</strong> <strong>de</strong> expandir os negócios<br />

para outras regiões, até mesmo para um<br />

melhor aproveitamento <strong>do</strong>s recursos<br />

disponíveis, especialmente obtenção <strong>de</strong><br />

<strong>cargas</strong> <strong>de</strong> retorno.<br />

- Segmento com baixíssima diferenciação on<strong>de</strong> o preço baixo <strong>do</strong> frete<br />

po<strong>de</strong> ser o fator prepon<strong>de</strong>rante <strong>de</strong> <strong>de</strong>cisão quan<strong>do</strong> da contratação <strong>do</strong><br />

serviço, o que favorece a atuação <strong>de</strong> empresas sem estrutura e recursos<br />

próprios que tem custos mais baixos;<br />

- Rotas (em sua maioria <strong>de</strong> longa distância) que cruzam locais <strong>de</strong> alto<br />

risco e eleva<strong>do</strong> valor apresenta<strong>do</strong> pelo tipo <strong>de</strong> veículo e equipamento<br />

utiliza<strong>do</strong> são fatores que aumentam a exposição ao risco <strong>de</strong> roubos;<br />

- Percursos através <strong>de</strong> trechos ro<strong>do</strong>viários com infra-estrutura <strong>de</strong>ficiente e<br />

com eleva<strong>do</strong> fluxo <strong>de</strong> veículos resultan<strong>do</strong> em maior a exposição a<br />

aci<strong>de</strong>ntes;<br />

- A baixa qualida<strong>de</strong> da infra-estrutura ro<strong>do</strong>viária aumenta o tempo em<br />

trânsito, o risco <strong>de</strong> aci<strong>de</strong>ntes e danos mecânicos aos veículos e<br />

equipamentos, com aumento <strong>do</strong>s custos operacionais;<br />

- Custo com pedágio bastante eleva<strong>do</strong> em função <strong>do</strong> tipo <strong>de</strong> veículo<br />

emprega<strong>do</strong> (articula<strong>do</strong> e bi-articula<strong>do</strong>) e concentração <strong>de</strong> praças <strong>de</strong><br />

pedágios nas rotas que ligam os pontos com maior fluxo <strong>de</strong> <strong>cargas</strong> no<br />

país;<br />

- Segmento on<strong>de</strong> o contratante tem como principal interesse o ganho em<br />

escala em função <strong>do</strong> volume transporta<strong>do</strong> por viagem (principalmente<br />

pelo baixo valor agrega<strong>do</strong> <strong>do</strong> produto) e facilida<strong>de</strong> em contratar<br />

transporta<strong>do</strong>res com recursos a<strong>de</strong>qua<strong>do</strong>s ao serviço.


Tabela 9: Análise <strong>do</strong> ambiente externo no segmento <strong>de</strong> Transporte Internacional <strong>de</strong> Carga Geral<br />

Completa<br />

Análise <strong>de</strong> oportunida<strong>de</strong>s Análise <strong>de</strong> ameaças<br />

- Possibilida<strong>de</strong> <strong>de</strong> incrementar negócios nos nichos <strong>de</strong><br />

merca<strong>do</strong> já em operação;<br />

- Importância das <strong>cargas</strong> <strong>de</strong> retorno em função das<br />

gran<strong>de</strong>s distâncias <strong>de</strong> <strong>de</strong>slocamento;<br />

- Influencia positiva <strong>do</strong> incremento <strong>do</strong> fluxo <strong>de</strong> <strong>cargas</strong><br />

com o merca<strong>do</strong> chinês, mesmo que este tenha como<br />

<strong>transporte</strong> principal o marítimo;<br />

- Oportunida<strong>de</strong> <strong>de</strong> expandir negócios em outros países<br />

<strong>do</strong> Mercosul;<br />

- Efeito positivo que a <strong>de</strong>puração <strong>do</strong> merca<strong>do</strong> com a<br />

saída <strong>de</strong> cena <strong>de</strong> empresas com baixo nível <strong>de</strong> serviço<br />

tem sobre a captação <strong>de</strong> novos clientes, incremento <strong>do</strong><br />

faturamento e melhora no valor <strong>do</strong>s fretes.<br />

- Instabilida<strong>de</strong> econômica <strong>do</strong> principal parceiro comercial <strong>do</strong><br />

país no Mercosul po<strong>de</strong> afetar significativamente a <strong>de</strong>manda<br />

por <strong>transporte</strong> neste segmento;<br />

- Aumento no preço <strong>do</strong> combustível tem significativo impacto<br />

sobre o custo operacional em função da gran<strong>de</strong> extensão <strong>do</strong>s<br />

percursos e eleva<strong>do</strong> consumo <strong>do</strong> tipo <strong>de</strong> veículo emprega<strong>do</strong>;<br />

- Custo com pedágio bastante eleva<strong>do</strong> em função <strong>do</strong> tipo <strong>de</strong><br />

veículo emprega<strong>do</strong> (articula<strong>do</strong>s e bi-articula<strong>do</strong>s) e<br />

concentração <strong>de</strong> praças <strong>de</strong> pedágios nas rotas que ligam os<br />

pontos com maio fluxo <strong>de</strong> <strong>cargas</strong> no país e no Mercosul;<br />

- Atuação no merca<strong>do</strong> <strong>de</strong> empresas com maior diversificação<br />

<strong>de</strong> serviços como gestão <strong>de</strong> estoques e informações,<br />

processamento <strong>de</strong> pedi<strong>do</strong>s, armazenagem, <strong>de</strong>spacho<br />

aduaneiro e reserva <strong>de</strong> praça em outros modais <strong>de</strong> <strong>transporte</strong>;<br />

- Aumento da concorrência e baixo nível <strong>de</strong> crescimento da<br />

economia no Brasil e países <strong>do</strong> Mercosul resultam em<br />

redução <strong>do</strong> valor <strong>do</strong>s fretes.<br />

Tabela 10: Análise <strong>do</strong> ambiente externo no segmento <strong>de</strong> Transporte Intra e Interestadual <strong>de</strong><br />

Carga Fracionada<br />

Análise <strong>de</strong> oportunida<strong>de</strong>s Análise <strong>de</strong> ameaças<br />

- Clientes com exigência <strong>de</strong> eleva<strong>do</strong> nível <strong>de</strong> serviço, o<br />

que favorece diretamente as empresas mais bem<br />

estruturadas em termos <strong>de</strong> re<strong>de</strong> <strong>de</strong> atendimento e recursos<br />

disponíveis;<br />

- A dispersão <strong>do</strong>s clientes faz com que transações possam<br />

ser efetivadas através <strong>de</strong> recursos <strong>de</strong> fácil acesso <strong>de</strong><br />

atendimento, favorecen<strong>do</strong> a agilida<strong>de</strong> da empresa e sua<br />

capacida<strong>de</strong> <strong>de</strong> captar novos negócios através da área <strong>de</strong><br />

marketing.<br />

- Aumento <strong>do</strong> tempo em trânsito e maior exposição ao<br />

risco <strong>de</strong> aci<strong>de</strong>ntes em um segmento on<strong>de</strong> a agilida<strong>de</strong> no<br />

<strong>de</strong>slocamento <strong>de</strong> <strong>cargas</strong> é fundamental;<br />

- Segmento mais evoluí<strong>do</strong> que os <strong>de</strong>mais em termos <strong>de</strong><br />

gestão o que po<strong>de</strong> favorecer o aprimoramento <strong>do</strong>s<br />

processos e, conseqüentemente, o <strong>de</strong>sempenho resultan<strong>do</strong><br />

em menores custos para realização <strong>do</strong>s serviços;<br />

- Segmento bastante sensível a variações na <strong>de</strong>manda em<br />

função da gran<strong>de</strong> estrutura <strong>de</strong> apoio necessária à<br />

realização <strong>do</strong>s serviços, on<strong>de</strong> a ociosida<strong>de</strong> tem<br />

significativo impacto sobre os custos.<br />

3.3.2. Análise <strong>do</strong> ambiente interno<br />

Uma análise em termos específicos <strong>de</strong> cada aspecto relaciona<strong>do</strong> ao ambiente interno é um tanto<br />

difícil, uma vez que cada empresa <strong>de</strong>senvolve ao longo <strong>do</strong> tempo uma cultura própria, emprega<br />

recursos produtivos específicos, além <strong>de</strong> possuir clientes com necessida<strong>de</strong> diferentes <strong>de</strong> seus<br />

concorrentes ainda que atuan<strong>do</strong> no mesmo segmento <strong>de</strong> carga.<br />

Observa-se, contu<strong>do</strong>, em termos gerais, que os pontos fortes refletem uma gran<strong>de</strong> preocupação<br />

com a qualida<strong>de</strong> <strong>do</strong>s recursos materiais e humanos emprega<strong>do</strong>s, a fim <strong>de</strong> atingir melhores níveis<br />

<strong>de</strong> serviço ao cliente. Nota-se, porém que, tal preocupação não se restringe hoje única e<br />

exclusivamente à aquisição e/ou renovação <strong>de</strong> recursos produtivos como veículos e equipamentos<br />

e implantação <strong>de</strong> instalações <strong>de</strong> apoio, mas também a melhora nos processos <strong>de</strong> gestão <strong>do</strong><br />

negócio seja em termos financeiros, <strong>de</strong> informação, estratégia e operação <strong>do</strong>s serviços.


Quan<strong>do</strong> são consi<strong>de</strong>ra<strong>do</strong>s os pontos fracos observam-se, com exceção da empresa atuante no<br />

segmento <strong>de</strong> <strong>transporte</strong> internacional <strong>de</strong> carga geral completa, <strong>de</strong>ficiências na área <strong>de</strong> troca <strong>de</strong><br />

informações, seja em âmbito interno a empresa ou externo junto a seus clientes. Dada a essência<br />

da ativida<strong>de</strong> das empresas <strong>de</strong> <strong>transporte</strong>, que é vencer barreiras temporais e espaciais, portan<strong>do</strong><br />

bens que não são <strong>de</strong> sua proprieda<strong>de</strong> e <strong>do</strong>s quais po<strong>de</strong> <strong>de</strong>pen<strong>de</strong>r o processo produtivo <strong>de</strong> terceiros,<br />

a informação repassada <strong>de</strong> forma correta, no instante em que é requerida é fator <strong>de</strong> fundamental<br />

importância para o correto <strong>de</strong>sempenho e credibilida<strong>de</strong> <strong>do</strong> serviço. Tal fato fica ainda mais<br />

evi<strong>de</strong>nte nos dias atuais, em que lead time reduzi<strong>do</strong> é um quesito básico das empresas <strong>de</strong> mo<strong>do</strong> a<br />

contrapor o reduzi<strong>do</strong> clico <strong>de</strong> vida <strong>de</strong> produtos e serviços.<br />

4. CONSIDERAÇÕES FINAIS<br />

Este trabalho apresentou um estu<strong>do</strong> <strong>de</strong> caso com a aplicação da análise SWOT para <strong>avaliação</strong> <strong>do</strong><br />

ambiente interno e externo <strong>do</strong> setor <strong>de</strong> <strong>transporte</strong> ro<strong>do</strong>viário <strong>de</strong> <strong>cargas</strong>. Tal <strong>avaliação</strong> se mostrou<br />

como <strong>de</strong> elevada relevância, dada a importância <strong>do</strong> <strong>transporte</strong> ro<strong>do</strong>viário <strong>de</strong> <strong>cargas</strong> no contexto<br />

<strong>do</strong> setor produtivo <strong>do</strong> Brasil e <strong>de</strong>mais países <strong>do</strong> Mercosul e da análise ambiental como prérequisito<br />

ao estabelecimento <strong>de</strong> planos estratégicos efetivos.<br />

Um aspecto importante <strong>do</strong> trabalho foi a construção <strong>de</strong> uma tipologia para enquadramento das<br />

empresas participantes <strong>do</strong> estu<strong>do</strong>, segun<strong>do</strong> tipo <strong>de</strong> carga transportada e abrangência geográfica <strong>do</strong><br />

fluxo. Graças a esta tipologia, produziu-se uma análise para segmentos em específico, sintonizada<br />

com as peculiarida<strong>de</strong>s operacionais. Desta forma, torna-se possível esten<strong>de</strong>r os resulta<strong>do</strong>s da<br />

análise a outras empresas <strong>de</strong> <strong>transporte</strong> ro<strong>do</strong>viário <strong>de</strong> <strong>cargas</strong>.<br />

Dada a abrangência em termos <strong>de</strong> concepção, ao mesmo tempo em que torna simples e<br />

sistematiza<strong>do</strong> (aspectos externos e internos) o processo <strong>de</strong> coleta <strong>de</strong> informações e posterior<br />

<strong>avaliação</strong> <strong>de</strong>stas, a análise SWOT se mostrou uma ferramenta <strong>de</strong> gran<strong>de</strong> utilida<strong>de</strong> e versatilida<strong>de</strong><br />

para análise <strong>do</strong> ambiente. Consolida-se assim, a importância <strong>de</strong> sua utilização para elaboração <strong>de</strong><br />

planos estratégicos.<br />

A partir <strong>do</strong>s aspectos relaciona<strong>do</strong>s ao ambiente externo e interno e sua respectiva análise, notamse<br />

os gran<strong>de</strong>s <strong>de</strong>safios que <strong>de</strong>vem ser enfrenta<strong>do</strong>s pelas empresas <strong>do</strong> setor. Destacam-se, em,<br />

termos gerais, a intensa concorrência entre as empresas com a conseqüente <strong>de</strong>fasagem no peço<br />

<strong>do</strong>s fretes, as sérias <strong>de</strong>ficiências da infra-estrutura ro<strong>do</strong>viária e a insegurança enfrentada nas<br />

estradas <strong>de</strong>vi<strong>do</strong> ao eleva<strong>do</strong> número <strong>de</strong> aci<strong>de</strong>ntes e roubos <strong>de</strong> <strong>cargas</strong> e veículos.<br />

Outros fatores apresentam natureza mais específica, conforme o segmento analisa<strong>do</strong>. Não há<br />

dúvida <strong>de</strong> que existem importantes oportunida<strong>de</strong>s no senti<strong>do</strong> <strong>de</strong> um maior aprimoramento na área<br />

<strong>de</strong> gestão, processos e estratégias, o que certamente contribuirá para um melhor alinhamento das<br />

empresas <strong>de</strong> <strong>transporte</strong> com as <strong>de</strong> outros setores produtivos que já se encontram em estágios mais<br />

evoluí<strong>do</strong>s.<br />

A realização <strong>de</strong>ste trabalho certamente não esgota o tema em sua concepção mais ampla. Futuros<br />

<strong>de</strong>senvolvimentos po<strong>de</strong>m, por exemplo, contemplar a aplicação da matrix TOWS <strong>de</strong> mo<strong>do</strong> a<br />

buscar um relacionamento entre os aspectos externos e internos. Além disso, o acréscimo <strong>de</strong> mais<br />

<strong>do</strong>is segmentos específicos que são o Transporte Intra e Interestadual <strong>de</strong> Granéis Líqui<strong>do</strong>s e o<br />

Transporte <strong>de</strong> Encomendas, po<strong>de</strong> tornar mais abrangente a análise <strong>do</strong> setor.


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Weihrich, H. (1982) The TOWS Matrix: A Tool for Situational Analysis. Long Range Planning, v. 15, n. 2, p. 54-66.<br />

En<strong>de</strong>reço <strong>do</strong>s autores<br />

Programa <strong>de</strong> Pós-graduação em Engenharia <strong>de</strong> Produção<br />

Escola <strong>de</strong> Engenharia/UFRGS<br />

Av. Oswal<strong>do</strong> Aranha, 99, 5° andar, sala Lastran<br />

Bairro Centro – Porto Alegre, RS<br />

CEP: 90035-190<br />

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