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TRAIL MAGAZINE
Como já havíamos comentado, há muito pouca informação disponível em língua portuguesa para quem busca<br />
saber mais sobre corridas de montanha. Então em vez de bancar o espertinho e dar dicas que li na net como se<br />
fosse minhas, tomo a liberdade de adaptar livremente um texto publicado em um site norte-americano. Adiciono<br />
aqui também um toque especial, voltado a nossa realidade. O texto original foi escrito por Lisa Jhung e<br />
os toques são de Buzz Burrel. Boa leitura!<br />
“A técnica ao descer separa os reais corredores em montanha dos corredores em rua.” É o que diz a lenda Buzz<br />
Burrel. Enquanto você lê este artigo, Buzz pode estar treinando ladeira abaixo ou enfrentando uma tempestade<br />
nos campos onde treina.<br />
Buzz Burrel tem 58 anos e é o atual detentor do melhor tempo na Colorado Trail e na John Muir Trail, ambas<br />
nos EUA e é conhecido por seu espírito aventureiro assim como sua resistência infindável. Vive atualmente<br />
em Boulder, Colorado e se orgulha de ter sido pioneiro em correr e explorrar várias trilhas nos mais diversos<br />
lugares do planeta, como Peru, Bolívia e Tibete, muitas vezes sem nada mais que seus tênis. Buzz é o Manager<br />
da LaSportiva Mountain Running Team, um conceituado fabricante de equipamentos outdoor. Seguem abaixo<br />
alguns toques bacanas:<br />
O que alguém deve levar para uma corrida em trilha de 45 ou 60 minutos?<br />
Nada, exceto se estiver quente e seco. Neste caso leve consigo apenas uma daquelas garrafas de mão ou uma<br />
pochete com uma garrafa de 600 ml. A única diferença entre encarar uma corrida curta em uma trilha e uma<br />
corrida curta em rua são seus calçados. E essa sugestão se aplica fortemente as dicas seguintes também. Muitas<br />
vezes encontramos pessoas correndo em trilhas com tênis para corridas de rua. Os parâmetros e necessidades<br />
são completamente diferentes. Dá vontade de perguntar a essas pessoas: Se você tivesse uma Ferrari, você a<br />
colocaria em uma estrada de chão? Basicamente é essa a idéia.<br />
O que alguém deve levar para uma corrida de 3 ou 4 horas, ou mesmo um treino longo de 5/6 horas?<br />
Uma resposta simples: carregue água e comida. Hidratação e alimentação é fundamental e básico. As outras<br />
dicas podem ser seguidas conforme melhor se adequarem.<br />
* Micro lanterna. Já existem modelos bem pequenos no mercado que podem quebrar um bom galho se você sai<br />
para treinar a tarde e por algum motivo ocorre um atraso e o sol se põe enquanto você ainda está na trilha. O<br />
legal é deixá-la num bolsinho da mochila ou da pochete que você sempre usa, assim não tem como esquecê-la.<br />
Recomendo o modelo Solitaire, da excelente marca Maglite. Deve haver outras opções mais baratas no mercado,<br />
mas não acredito que sejam tão eficientes e duráveis quanto esta.<br />
* Corta-Vento. Se uma tormenta se aproxima um corta-vento pode não lhe manter seco mas o manterá vivo<br />
enquanto retorna ao seu carro ou a sua casa. Deve ser pequeno a ponto de caber em uma pochete. Nota: Como<br />
já disse, o corta-vento não é um item que necessariamente trará conforto às suas corridas mas que pode aliviar<br />
o sofrimento em caso de retirada rápida em situações de mau tempo. Em caso de tempestades elétricas e ventanias<br />
é melhor ficar em casa.<br />
* Mapa. Se você não conhece o lugar onde irá correr não é desnecessário avisar que seria interessante trazer um<br />
mapa consigo. Não são fácei de achar a venda, o lance é pesquisar a região na internet, imprimir, plastificar e<br />
levar consigo em um porta-mapas estanque.<br />
* Barra energética ou gel. É legal sempre deixar uma barrinha ou um gelzinho no bolso da sua mochila ou<br />
pochete que você sempre carrega nos treinos longos. É claro que como ela fica lá o tempo todo você só irá<br />
consumi-la em emergências de tão detonada que a embalagem e seu conteúdo ficarão balançando o tempo<br />
todo. Mas quando você consumir todas as reservas que levou, ela pode salvar seu final de treino.<br />
* Grana. Essa é a dica mais óbvia. Pode ser um cartão de crédito ou débito. Não pesa quase nada e pode te salvar<br />
de alguma roubada se você se perder por alguma trilha distante, ao permitir que você consiga transporte,<br />
uma ligação telefônica ou mesmo hospedagem. Além disso permite também que você reponha seu estoque de<br />
comida se ele acabar. Prefiro sempre dinheiro, pois no meio do mato não é qualquer boteco que aceita cartão,<br />
não é?<br />
*Kit de Primeiros Socorros. Ta aí uma coisa que você não precisa. Vários textos e revistas recomendam mas<br />
me diga: alguém aí leva isso na mochila? E se leva, quantas vezes precisou de um band-aid. Nós corredores de<br />
montanha vivemos caindo, dando topadas, ralando os joelhos e não conheço ninguém que pare na trilha e faça<br />
um curativo. Se algum médico me lê aqui, por favor ignorar isso.<br />
Dicas para melhorar nas descidas<br />
Uma descida técnica e rápida separa os corredores em montanha dos corredores em rua. Um corredor de rua<br />
consegue se sair bem em corridas de montanha com muitas subidas, mas quando chegam as descidas é fácil ver<br />
que falta a técnica. Segue algumas dicas.<br />
* Relaxe. Tente descer de modo relaxado, sem se sentir travado. Isso preserva tanto seu emocional quanto seu<br />
físico.<br />
* Curta. Se você encara esse trecho da prova de forma divertida ela se tornará divertida. Se você tem dificuldades<br />
nesta parte da trilha tente encarar de forma positiva.<br />
* Modo. Não dê passadas largas. Passos curtos preservam energia e poupam suas articulações, mantendo a<br />
velocidade já que a gravidade estará a seu favor.<br />
* Freando. É muito mais fácil falar que não se deve frear durante uma descida e sim deixar o corpo “pousar” a<br />
cada passada do que realizar isso com eficiência. Mas devemos sempre tentar. Cada passo que você tenta “frear”<br />
seu corpo durante uma descida é um stress violento às suas pernas. Busque sempre o equilíbrio entre segurar<br />
o ritmo (para evitar passadas largas) e descer de modo leve. Em descidas muito íngremes é inevitável segurar<br />
o corpo brecando com os quadríceps. Neste caso não há mesmo o que fazer, mas suas pernas pagarão por isso<br />
no dia seguinte…