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TiaCiata_e_a_Pequena_%C3%81frica_no_Rio

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da Imagem e do Som: “Sou do tempo da aprendizagem, que agora<br />

é difícil. Quem sabia mais ensinava, o que viria a gerar a formação<br />

de grupamentos de pessoas em tor<strong>no</strong> de certos ofícios que se<br />

tornam tradicionais <strong>no</strong> grupo baia<strong>no</strong> na praça Onze, zona do Peo,<br />

da Saúde.” Heitor, lustrador e marceneiro, ocupações tradicionais<br />

entre os baia<strong>no</strong>s, que além de músico se revelaria num pintor<br />

surpreendente com a idade, conta que aprendeu os primeiros<br />

ofícios com o pai: “fui um dos melhores daquela época, vivia na<br />

praça Onze” (As vozes desassombradas do museu, Museu da<br />

Imagem e do Som/ RJ). O mesmo sistema valia entre as mulheres,<br />

como conta Cincinha, neta de Tia Ciata:<br />

Preta lavadeira. In: Luiz<br />

Edmundo, op. cit., v.2, p.365.<br />

Elas todas sabem fazer doce, a gente<br />

aprende de tudo. Elas diziam pra gente:<br />

“amanhã quando casar, se tiver um<br />

fracasso com o marido, não precisa<br />

pedir ao vizinho nem a parente, é só<br />

fazer qualquer coisa pra ganhar<br />

dinheiro”. (...) Cada um nas suas casas,<br />

os que iam nascendo não sabiam ainda<br />

e ia-se ensinando. Não deu tempo de<br />

saber muita coisa não... (Depoimento de<br />

Tia Cincinha).<br />

Eram comuns essas<br />

atividades entre os baia<strong>no</strong>s na<br />

<strong>Pequena</strong> África, alguns como Tia<br />

Ciata, com seu comércio de doces<br />

e aluguel de roupas, ou Tia Bebiana, com seu ofício de<br />

pespontadeira, organizando pequenas corporações [pg. 69]<br />

marcadas pela solidariedade de laços entre seus membros,<br />

geralmente já ligados pela nação ou pela religião. A ausência da<br />

família nuclear é compensada pela vitalidade do grupo, que não

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