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TiaCiata_e_a_Pequena_%C3%81frica_no_Rio

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operários como amortização do capital empregado. As vantagens<br />

oferecidas pelo decreto de 1882 são entendidas por muitos<br />

empresários como tão favoráveis que acabam provocando uma<br />

corrida para formação de empresas construtoras, forçando a<br />

municipalidade a regular a ação empresarial.<br />

Em 1890 a Companhia de Saneamento do <strong>Rio</strong> de Janeiro<br />

dava início aos trabalhos de construção da vila Rui Barbosa bem<br />

<strong>no</strong> Centro, na rua dos Inválidos esquina com Senado, numa área<br />

de 25 mil metros quadrados. Novas vilas são construídas pela<br />

mesma companhia somando cinco, todas com preocupação<br />

higiênicas com arejamento, iluminação, escola, médico, e<br />

rigorosamente racionalizadas em suas acomodações, não só<br />

separando casados de solteiros, como refletindo as posições do<br />

mundo do trabalho na hierarquia de qualidade, tamanho e<br />

localização das moradias. A Fábrica Aliança, já na administração<br />

Pereira Passos, oferecia 144 casas de quatro a cinco cômodos a<br />

seus empregados, abrigando mais de oitocentas pessoas; a<br />

Fábrica Confiança em Vila Isabel, a Brasil Industrial em Bangu e a<br />

Luz Steárica em São Cristóvão mantinham vilas operárias, todas<br />

citadas <strong>no</strong> Relatório de 1906, que também informava sobre as<br />

obras de 120 casas para operários <strong>no</strong> beco do <strong>Rio</strong>. No entanto,<br />

além de muitos projetos terem se interrompido, as habitações<br />

construídas só podiam abrigar uma mi<strong>no</strong>ria assalariada, de<br />

número praticamente irrelevante frente à totalidade da população<br />

mal abrigada. Para essa maioria a solução era procurar a periferia,<br />

enfrentando os custos do transporte. Muitos já haviam ficado nas<br />

antigas moradias coletivas <strong>no</strong> Centro, ainda não derrubadas pelas<br />

obras, a chicana com os fiscais garantindo sua permanência em<br />

moradias superlotadas pela crise da moradia popular. Ou então, o<br />

remédio era subir para as favelas.

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