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TiaCiata_e_a_Pequena_%C3%81frica_no_Rio

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por algum tratado, podem sem injustiça serem expulsos quando<br />

suspeitos ou perigoso.<br />

Francisco Gonçalves Martins, chefe da polícia na época da<br />

revolta malê, se torna presidente da província da Bahia de 1849-<br />

53 e, com sua obsessão pelo perigo africa<strong>no</strong>, defende limitar o<br />

escravo à esfera da agricultura e coagir os libertos a voltar para a<br />

África. Durante sua gestão amplia as exclusões dos escravos a<br />

ocupações urbanas, proíbe aos negros o aprendizado de<br />

determinados ofícios, estabelece impostos aos artífices urba<strong>no</strong>s, e<br />

aumenta a insegurança com a ação repressiva da polícia, que<br />

enche as prisões com libertos, aumentando as levas de forros que<br />

partem, alguns para a África, muitos para o <strong>Rio</strong> de Janeiro.<br />

Embora o crescimento da população forra, com o aumento<br />

da oposição à escravatura, fosse maior do que o da população<br />

branca, a oposição dos forros, só se manifesta na política oficial,<br />

depois da década de 1870, quando aparecem líderes mulatos<br />

como José do Patrocínio e André Rebouças, e, mais<br />

definitivamente, quando surge uma pequena classe média de<br />

mulatos. Afinal,<br />

Senzala:<br />

com um padrão de povoamento escasso e a ausência de uma camada<br />

significativa de brancos pobres, <strong>no</strong> que contrastaria fortemente com o<br />

Sul dos EUA, o Brasil necessitava criar uma camada intermediária que<br />

desempenhasse os trabalhos que os brancos desdenhavam e que os<br />

escravos não podiam ser autorizados a desempenhar: atividades de<br />

tipo “intersticial”, militares e econômicas, que só poderiam se<br />

preenchidas <strong>no</strong> Brasil pelos mestiços livres e libertos (Marvin Harris,<br />

Patterns of race in the Americas).<br />

Gilberto Freyre escreveu <strong>no</strong> monumental Casa Grande e<br />

Desses centros de alimentação afro-brasileira é decerto a Bahia o mais

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