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TiaCiata_e_a_Pequena_%C3%81frica_no_Rio

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manufaturas, algum alimento, e, principalmente, escravos. O<br />

negro era fundamental <strong>no</strong> <strong>no</strong>sso mundo colonial, e a Abolição só<br />

seria assinada quando as pressões internacionais e internas<br />

tornam o regime insustentável. Assim,<br />

num sistema dominado pelo trabalho servil é fatal que inúmeras<br />

atividades sejam entregues aos escravos. A eles cabe todo o trabalho<br />

considerado vil pela população branca de origem européia, que mesmo<br />

pobre, não quer se rebaixar executando certos serviços manuais. Além<br />

disso, todo imigrante pretende encontrar além-mar um estado superior<br />

ao que possuía na Europa. Os relatos dos viajantes estrangeiros<br />

mostram os escravos atrelados aos trabalhos mais diversos desde o<br />

começo do século XVII. E a mão-de-obra livre era rara. O trabalho<br />

escravo é indispensável e a figura do senhor que aluga seus escravos<br />

encontra-se em todas as cidades brasileiras (Kátia M. de Queirós<br />

Mattoso, Ser escravo <strong>no</strong> Brasil).<br />

Não só até a metade do século o comércio escravo é mantido,<br />

seja legalmente com a costa de Angola, como ilegalmente com a<br />

venda dos vindos da Costa da Mina, mais valorizados, como se<br />

mantém internamente depois de impedido o tráfico, tornando-se a<br />

maior fonte de renda da província da Bahia. [pg. 26]<br />

Baiana quituteira. Foto Roberto Moura,<br />

1976.<br />

Finalmente, as contínuas<br />

revoltas negras em Salvador e<br />

a rudeza da fiscalização<br />

inglesa, forçam finalmente o<br />

gover<strong>no</strong> imperial a aceitar o<br />

fim do tráfico, continuando o<br />

comércio escravagista a atuar<br />

internamente, também de<br />

forma bastante lucrativa,<br />

vendendo escravos do Nordeste para as plantações de café do Sul.<br />

Apesar da denúncia moral da escravatura pelo movimento

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