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TiaCiata_e_a_Pequena_%C3%81frica_no_Rio

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por forte pragmatismo econômico, que confia nas vantagens que<br />

traria a modernização do sistema de trabalho liberando grandes<br />

parcelas de capital imobilizadas na compra de escravos, os<br />

ingleses passariam a não permitir a concorrência dos países<br />

escravagistas, já que os primeiros momentos de implantação do<br />

sistema do trabalho livre poderiam dar vantagens aos que se<br />

valessem dos negros cativos. Sua diplomacia, amparada pelo forte<br />

poderio naval, passa a impor uma série de medidas restritivas,<br />

que se iniciam com o tratado de 1810 assinado pelo temeroso<br />

gover<strong>no</strong> português. Este comprometia Portugal a não negociar fora<br />

dos domínios portugueses na África e vedava os negócios com<br />

Bissau e Molembo, que caem definitivamente na influência<br />

francesa, e com Ajudá na Costa da Mina. Cinco a<strong>no</strong>s depois, esse<br />

tratado seria complementado com o compromisso formal de<br />

Portugal de cessar o tráfico com toda a costa africana ao <strong>no</strong>rte do<br />

Equador, impedindo, pelo me<strong>no</strong>s <strong>no</strong> pla<strong>no</strong> formal, o comércio<br />

baia<strong>no</strong> com seus tradicionais parceiros. A partir daí, todos os<br />

escravos que entram oficialmente <strong>no</strong> porto de Salvador seriam de<br />

procedência angolana, o que é uma verdade apenas parcial, se<br />

caracterizando os a<strong>no</strong>s que separam este último tratado da Lei<br />

Euzébio de Queirós de 1850, proferida pelas câmaras brasileiras,<br />

que marca o fim efetivo do comércio escravo <strong>no</strong> país, por uma luta<br />

surda entre contrabandistas e os vigilantes brigues ingleses.<br />

O Brasil na época da Independência era ainda bem pouco<br />

urbanizado. Os interesses colonialistas fizeram com que o país<br />

ficasse inteiramente voltado para fora: as grandes cidades-portos,<br />

como Salvador, locais de embarque do produzido pela<br />

mo<strong>no</strong>cultura ou pelas minas, eram os centros de administração e<br />

controle, locais de desembarque do necessário para manutenção<br />

do sistema produtivo subordinado, instrumentos, aparelhos,

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