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TiaCiata_e_a_Pequena_%C3%81frica_no_Rio

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sensível à sua queda para a música. O poria para aprender pia<strong>no</strong>,<br />

mas também para bater a máquina. Completando seu convívio<br />

com as elites uma temporada em Paquetá num seminário.<br />

O objetivo do pai era que eu me formasse, eu e meu irmão. Eu comecei<br />

a estudar pia<strong>no</strong> aqui <strong>no</strong> largo de São Francisco com o maior pianista<br />

da época que era o José Bulhões, pai desse Max Bulhões sambista,<br />

que era ali em cima da Confeitaria Pascoal, quase em cima, numa<br />

lateral assim... Ele tinha uma academia ali. Estudei máquina (de<br />

escrever) aqui <strong>no</strong> largo de São Francisco mesmo e do outro lado,<br />

porque facilitava tudo. É, datilografia, então na época de meu pai.<br />

“Meu filho, estuda, você é preto, você precisa ser alguma coisa na vida<br />

que não sei o que, compreende? Então vamos estudar...” Eu iniciei,<br />

mas meu pai pensou tarde. Mas isso, eu estou <strong>no</strong> meu curso muito<br />

bem, ele aí não teve mais nada, disse: “Houve um buraco lá <strong>no</strong><br />

seminário.” Eu fui pro seminário, pra Paquetá. Ele teve saudades,<br />

mudou-se para Paquetá. Eu era um peque<strong>no</strong> muito alegrinho, ele<br />

gostava de mim, então foi atrás de mim na ilha de Paquetá (id., ib.)<br />

Criado dentro do convívio dos rancheiros e partideiros, e<br />

muito cedo em contato com os <strong>no</strong>vos pontos quentes de samba e<br />

viração <strong>no</strong>s bairros populares — <strong>no</strong> Estácio, <strong>no</strong>s morros de São<br />

Carlos e da Mangueira e com o pessoal de Osvaldo Cruz, que<br />

liderados pelo Paulo fariam a Portela — , Bucy é um personagem<br />

que sai da <strong>Pequena</strong> África para a cidade, para o <strong>Rio</strong> popular e<br />

marginal e depois para o ponto de convergência de todos, o<br />

Centro, a praça Tiradentes. Depois da morte do pai e da avó,<br />

começa a se virar tocando aqui e ali, compondo e vendendo<br />

sambas, muito cedo gravando com Francisco Alves com quem<br />

mantém uma relação intensa e irregular. Chega a ser cabo<br />

eleitoral por uma boa grana, depois consegue um emprego mais<br />

estável como ritmista da Columbia junto com uma dupla de<br />

primeira, Baiaco, sambista e malandro, e o divi<strong>no</strong> Cartola. Convive<br />

com a grande malandragem da Lapa e do Estácio, “Brancura”, [pg.

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