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TiaCiata_e_a_Pequena_%C3%81frica_no_Rio

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trabalho, que separa este da pessoa do trabalhador; ou então<br />

visceralmente se opunham a essas concepções, o que atrasa entre<br />

nós o surgimento de uma consciência profissional em sua<br />

expressão ocidental moderna. O uso da competição e do conflito<br />

em relações contratuais se chocava com as tradições de lealdade<br />

do trabalhador nacional, situação que seria vivida de forma<br />

simetricamente oposta pelos antigos senhores, agora tornados<br />

patrões, que esperavam vinculações e obrigações de seus<br />

subordinados que de muito ultrapassavam as <strong>no</strong>vas relações<br />

profissionais estabelecidas.<br />

Despossuídos de bens e de conhecimentos valorizados nesse<br />

mercado, eles se ajuntam na cena das [pg. 17] cidades, em bairros<br />

que, com a ampliação da cidade, progressivamente vão se<br />

afastando dos setores aristocráticos; ou então em suas cozinhas e<br />

oficinas. Uma vida subalterna que vai da brutalização à extrema<br />

vitalidade. Uma história mal contada ou omitida, que só aparece<br />

<strong>no</strong> pragmatismo estatístico dos serviços sanitários ou da<br />

repressão, <strong>no</strong>s desconcertantes estereótipos da nacionalidade<br />

surgidos na arte popular filtrada pela indústria de diversões.<br />

Pontos de luz e de escuridão que irregularmente se completam.<br />

Uma história que começa na Bahia para se transferir para o <strong>Rio</strong><br />

de Janeiro. Uma história possível mas despercebida. Uma história<br />

banal, sublime, vergonhosa. [pg. 18]

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