You also want an ePaper? Increase the reach of your titles
YUMPU automatically turns print PDFs into web optimized ePapers that Google loves.
anjo de guarda de Assuma<strong>no</strong> só lhe permitia ter mulher três vezes<br />
por mês. Gracinda, que tinha um bar, o Gruta Baiana, na <strong>Rio</strong><br />
Branco, [pg. 95] morou na Júlio do Carmo num sobrado grande<br />
que dava para a praça Onze. Ficou-lhe a fama de ter sido um<br />
baiana muito bonita. Josefa da Lapa, ou Josefa Rica, uma das<br />
baianas da mesma geração de Ciata e Perciliana e irmã-de-santo<br />
das duas na casa de João Alabá, “fazia doces, vivia outra vida que<br />
eu não posso contar nem aprofundar, coisas que eu não tenho<br />
certeza”, fala reticente d. Lili Jumbeba. O realismo da experiência<br />
na viração a que uma mulher negra podia eventualmente ser<br />
exposta cortava os moralismos que pudessem surgir nas casa dos<br />
baia<strong>no</strong>s, gente alegre e de muito respeito. Assim, Josefa, dona de<br />
um rendez-vous na Lapa, era recebida em todas as casas<br />
tradicionais e era presença importante nas festas.<br />
Mas a mais famosa de todos as baianas, a mais influente, foi<br />
Hilária Batista de Almeida, Tia Ciata, relembrada em todos os<br />
relatos do surgimento do samba carioca e dos ranchos, onde seu<br />
<strong>no</strong>me aparece gravado Siata, Ciata ou Assiata. Nascida em<br />
Salvador em 1854 <strong>no</strong> dia de Santo Hilário, <strong>no</strong> mesmo dia que<br />
Hilário Jovi<strong>no</strong>, razão pela qual se tratavam nas rodas de “xará”<br />
quando nas boas, é feita <strong>no</strong> santo ainda adolescente. Muito moça,<br />
do namoro com um conterrâneo, Norberto da Rocha Guimarães,<br />
nasce Isabel, provavelmente ainda em Salvador em meio às<br />
primeiras experiências da vida adulta, quando já conhecida por<br />
Ciata, apelido com que se celebrizaria mais tarde na colônia<br />
baiana do <strong>Rio</strong> de Janeiro.<br />
Em 1876, com 22 a<strong>no</strong>s, chega ao <strong>Rio</strong> de Janeiro, indo morar<br />
inicialmente na rua General Câmara. Tempos depois, se muda por<br />
conveniência para as vizinhanças de um dos líderes da colônia<br />
baiana <strong>no</strong> <strong>Rio</strong>, Miguel Peque<strong>no</strong>, marido de d. Amélia do Kitundi,