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olo. (...) Os mestres são como onça — não ensinam o tal pulo. E foi<br />
assim que consegui dominá-los. Naquele tempo é que se brincava. Nós<br />
tínhamos os sujeitos que saíam com a roupa do a<strong>no</strong> anterior ou<br />
mesmo sem fantasia; arranjava um sambinha mexendo com alguém e<br />
todo o grupo ia para a porta do suplicante, cantava e dançava e vinha<br />
para a sede. O manifestado preparava o seu sujo e ia para a porta do<br />
outro retribuir a visita. O camarada tinha que agüentar firme. Os<br />
<strong>no</strong>ssos sujos de antigamente são os blocos de hoje que, de acordo com<br />
a evolução, progrediram espantosamente e até invadiram já o terre<strong>no</strong><br />
dos ranchos (Entrevista de Hilário Jovi<strong>no</strong> Ferreira).<br />
O Carnaval perdia a sua feição bruta da primeira metade do<br />
século XIX ao africanizar-se para uma feição moderna mais<br />
sofisticada, o ciclo dos grupos festeiros chegando até à criação das<br />
escolas de samba, gênero complexo e que se mostraria duradouro,<br />
valendo-se da estrutura dramática do enredo, personagens e alas<br />
já definidos pelos ranchos, e trazendo as <strong>no</strong>vidades rítmicas do<br />
samba e de sua coreografia. Hilário, um dos grandes do samba do<br />
tempo imediatamente anterior ao das escolas, quando as festas<br />
populares deslocadas para o Carnaval ganham <strong>no</strong>va feição<br />
re<strong>no</strong>vando o próprio Carnaval, é também considerado juntamente<br />
com Getúlio Marinho, o Amor, como um dos criadores da<br />
empostação e da coreografia do mestre-sala, ainda hoje elemento<br />
central de desfiles, numa recriação negra dos códigos corporais de<br />
elegância e cortesia das elites. Um dos mestres da segunda<br />
geração de baia<strong>no</strong>s, esses já nascidos <strong>no</strong> <strong>Rio</strong>, Heitor dos Prazeres,<br />
põe os pingos <strong>no</strong>s is:<br />
Mestre-sala, ou vulgarmente baliza como quase todos os chamam, há<br />
muitos. Os ranchos, as escolas de samba, e até mesmo os blocos, os<br />
têm. Ao lado da porta-estandarte, da porta-bandeira, ele e ela ficam<br />
em realce, tornam-se atração principal do conjunto, encarnam as<br />
personagens de maior evidência <strong>no</strong> enredo ou na figuração do tema<br />
explorado. Alguns são discretos, compreendem que devem ser galãs de