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Produção integrada de frango de corte: uma analise SWOT do ...

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<strong>Produção</strong> <strong>integrada</strong> <strong>de</strong> <strong>frango</strong> <strong>de</strong> <strong>corte</strong>: <strong>uma</strong> <strong>analise</strong> <strong>SWOT</strong> <strong>do</strong> mo<strong>de</strong>lo <strong>de</strong><br />

gestão a<strong>do</strong>ta<strong>do</strong> por produtores da microrregião <strong>de</strong> Anápolis-GO<br />

Ieso Costa MARQUES<br />

ieso@brturbo.com.br<br />

Eliane Moreira Sá <strong>de</strong> SOUZA<br />

eliane.mss@hotmail.com<br />

PROGRAMA DE PÓS-GRADUAÇÃO EM AGRONEGÓCIO - UFG<br />

Palavras-chave: Avicultura. Integração Vertical. Frango <strong>de</strong> <strong>corte</strong>.<br />

1. INTRODUÇÃO<br />

A avicultura é um <strong>do</strong>s ramos <strong>do</strong> agronegócio brasileiro que têm<br />

apresenta<strong>do</strong> gran<strong>de</strong> dinamismo e repercussão nos merca<strong>do</strong>s nacional e<br />

internacional. Dentre as diversas ativida<strong>de</strong>s da produção avícola, o <strong>de</strong>staque é a<br />

engorda <strong>de</strong> aves para o abate, em especial o <strong>frango</strong> <strong>de</strong> <strong>corte</strong>.<br />

A a<strong>do</strong>ção <strong>de</strong> pacotes tecnológicos mo<strong>de</strong>rnos, a articulação e organização<br />

<strong>do</strong>s elos da ca<strong>de</strong>ia, alia<strong>do</strong>s às condições climáticas, logísticas e operacionais<br />

proporcionaram a combinação i<strong>de</strong>al para a estruturação da avicultura como um<br />

sistema agroindustrial.<br />

A avicultura nacional surgiu como consequência das estruturas montadas<br />

para a suinucultura que já contava com o sistema <strong>de</strong> produção integra<strong>do</strong>. A<br />

estratégia <strong>de</strong> integração vertical começou a ser implementada na década <strong>de</strong><br />

1980, como alternativa <strong>de</strong> redução <strong>de</strong> custos <strong>de</strong> produção, possibilida<strong>de</strong> <strong>de</strong><br />

acompanhamento da qualida<strong>de</strong> <strong>do</strong> produto e fomento à produção <strong>de</strong> gran<strong>de</strong><br />

escala (DÍAZ, 2007).<br />

Conforme da<strong>do</strong>s da CNA – Confe<strong>de</strong>ração da Agricultura e Pecuária <strong>do</strong><br />

Brasil, no ano <strong>de</strong> 2008, a carne <strong>de</strong> <strong>frango</strong> já representava 10,22% <strong>do</strong> valor bruto<br />

da produção agropecuária ocupan<strong>do</strong> a sexta posição na pauta geral <strong>de</strong><br />

exportações <strong>do</strong> País. Nota-se um crescente ganho <strong>de</strong> produtivida<strong>de</strong> em termos <strong>de</strong><br />

conversão alimentar, aspectos nutricionais, pesquisa genética, automação e<br />

manejo – aspectos que contribuem para a minimização <strong>do</strong>s custos <strong>de</strong> produção,<br />

tornan<strong>do</strong> a carne <strong>do</strong> <strong>frango</strong> brasileiro atrativa e competitiva frente aos seus<br />

principais concorrentes (BATALHA et al,2009).<br />

Em 1975 a produção total <strong>de</strong> <strong>frango</strong> <strong>de</strong> <strong>corte</strong> brasileira era <strong>de</strong> 484.000 t,<br />

<strong>de</strong>ste total, apenas 3.469 t eram <strong>de</strong>stinadas ao merca<strong>do</strong> externo. Na década <strong>de</strong><br />

1990 a produção total já chegava a 2.267.358 t. Em 2005, ano em que o Brasil se<br />

consoli<strong>do</strong>u como maior exporta<strong>do</strong>r mundial <strong>de</strong> carne <strong>de</strong> <strong>frango</strong>, a produção para o<br />

consumo interno foi <strong>de</strong> 6.535.185 t e o volume <strong>de</strong> exportações chegou a<br />

2.845.946 t, totalizan<strong>do</strong> 9.381.131 t. Neste bojo, o esta<strong>do</strong> <strong>de</strong> Goiás figura como o<br />

quinto esta<strong>do</strong> maior produtor <strong>de</strong> carne <strong>de</strong> <strong>frango</strong>, com produção anual <strong>de</strong> 406.230<br />

t. O maior produtor nacional ainda é o esta<strong>do</strong> <strong>do</strong> Paraná, segui<strong>do</strong> por Santa<br />

Catarina, Rio Gran<strong>de</strong> <strong>do</strong> Sul, São Paulo e Minas Gerais (ABEF, 2006).<br />

Segun<strong>do</strong> Freitas e Bertoglio (2001) o setor avícola brasileiro se integra<br />

beneficamente a outros complexos industriais, tais como indústrias <strong>de</strong><br />

1


implementos agrícolas, laboratórios <strong>de</strong> melhoramento genético e indústrias<br />

fármaco-químicas, a<strong>do</strong>tan<strong>do</strong> assim, formas industriais em seus processos<br />

produtivos <strong>de</strong> gran<strong>de</strong> escala.<br />

O integra<strong>do</strong> é um produtor rural que se vincula ao frigorífico (empresa<br />

integra<strong>do</strong>ra) por meio <strong>de</strong> um contrato, on<strong>de</strong> a empresa fornece a ave <strong>de</strong> um dia,<br />

ração e assistência técnica, e em contrapartida, o produtor (integra<strong>do</strong>) recebe um<br />

valor percentual da tonelagem abatida das aves. Este percentual é obti<strong>do</strong> em<br />

função <strong>de</strong> índices <strong>de</strong> conversão alimentar, que leva em consi<strong>de</strong>ração a<br />

maximização da produção em função <strong>do</strong>s recursos disponibiliza<strong>do</strong>s pelas partes.<br />

A construção <strong>do</strong>s galpões e a implantação <strong>de</strong> equipamentos <strong>de</strong> alta tecnologia<br />

como bebe<strong>do</strong>uros, climatiza<strong>do</strong>res, etc., são <strong>de</strong> responsabilida<strong>de</strong> <strong>do</strong> integra<strong>do</strong><br />

(ARAUJO, 2003).<br />

A literatura sobre integração vertical origina-se nos estu<strong>do</strong>s <strong>de</strong> economia<br />

das organizações <strong>de</strong> Ronald Coase em 1937 e ganha corpo quarenta anos mais<br />

tar<strong>de</strong> com o emprego da TECT - Teoria <strong>do</strong>s Custos <strong>de</strong> Transação. A discussão<br />

teórica abordava os riscos e custos inerentes às relações contratuais <strong>de</strong> longo<br />

prazo, <strong>de</strong>terminan<strong>do</strong> a <strong>de</strong>cisão <strong>de</strong> <strong>uma</strong> empresa <strong>de</strong> integrar outra etapa da ca<strong>de</strong>ia<br />

produtiva em que atua como forma <strong>de</strong> buscar eficiência sob as chamadas<br />

hierarquias (ALBUQUERQUE, 2006).<br />

Mahoney (1992) afirma que os motivos básicos que levam à integração<br />

vertical po<strong>de</strong>m ser classifica<strong>do</strong>s em quatro categorias principais: 1)<br />

Consi<strong>de</strong>rações sobre custos <strong>de</strong> transação; 2) Consi<strong>de</strong>rações Estratégicas; 3)<br />

Vantagens <strong>de</strong> preço em outputs ou inputs e 4) Incertezas <strong>de</strong> preço <strong>do</strong>s inputs ou<br />

custos <strong>do</strong>s outputs.<br />

No entanto, percebe-se também que, o mo<strong>de</strong>lo pioneiro <strong>de</strong> integração<br />

avícola vêm apresentan<strong>do</strong> alg<strong>uma</strong>s alterações e adaptações ao longo <strong>do</strong>s anos e<br />

também <strong>de</strong> <strong>uma</strong> região para a outra.<br />

Diante <strong>de</strong>ste cenário <strong>de</strong> alta complexida<strong>de</strong>, emerge-se a necessida<strong>de</strong> <strong>do</strong>s<br />

stakehol<strong>de</strong>rs (partes interessadas) se manterem estrategicamente alinha<strong>do</strong>s,<br />

mesmo a ca<strong>de</strong>ia produtiva já estan<strong>do</strong> verticalizada.<br />

A preocupação <strong>do</strong>s agentes em manterem-se no merca<strong>do</strong> <strong>de</strong> maneira<br />

competitiva e sustentável po<strong>de</strong> ser explicada como a forma <strong>de</strong> pensar no futuro,<br />

<strong>integrada</strong> no processo <strong>de</strong>cisório, com base em um procedimento formaliza<strong>do</strong> e<br />

articula<strong>do</strong>r <strong>de</strong> resulta<strong>do</strong>s (MINTZBERG, 1998).<br />

No cotidiano empresarial as estratégias se materializam por meio <strong>de</strong><br />

diretrizes para <strong>de</strong>cisão que orientam o processo <strong>de</strong> <strong>de</strong>senvolvimento <strong>de</strong> <strong>uma</strong><br />

organização” (ANSOFF, 1990).<br />

A análise <strong>SWOT</strong> é <strong>uma</strong> ferramenta <strong>de</strong> gran<strong>de</strong> importância para o<br />

planejamento estratégico das organizações.<br />

Formada com as iniciais das quatro palavras inglesas strengths (forças),<br />

weaknesses (fraquezas), opportunities (oportunida<strong>de</strong>s) e treats (ameaças), a<br />

análise <strong>SWOT</strong> po<strong>de</strong> proporcionar <strong>uma</strong> orientação estratégica significativa, no que<br />

tange à eliminação <strong>de</strong> pontos fracos, compreen<strong>de</strong>r oportunida<strong>de</strong>s em função <strong>do</strong>s<br />

pontos fortes, minimização <strong>de</strong> riscos e incertezas através <strong>do</strong>s pontos fracos,<br />

<strong>de</strong>ntre outras vantagens (COSTA, 2007).<br />

Diante <strong>do</strong> atual cenário da avicultura nacional, propõe-se neste trabalho a<br />

realização <strong>de</strong> <strong>uma</strong> breve <strong>analise</strong> <strong>de</strong>scritiva <strong>do</strong> mo<strong>de</strong>lo <strong>de</strong> gestão a<strong>do</strong>ta<strong>do</strong> por<br />

produtores (integra<strong>do</strong>s) e abate<strong>do</strong>uros (integra<strong>do</strong>ras) da microrregião <strong>de</strong><br />

Anápolis-GO, por meio da ferramenta estratégica <strong>de</strong>nominada Análise <strong>SWOT</strong>.<br />

2


3. MATERIAL E MÉTODOS<br />

Nesta pesquisa exploratória, <strong>de</strong> caráter <strong>de</strong>scritivo, os da<strong>do</strong>s foram<br />

coleta<strong>do</strong>s em três cida<strong>de</strong>s: Nova Veneza, Itaberaí e Anápolis, pertencentes à<br />

microrregião, <strong>de</strong>nominada <strong>de</strong> Microrregião <strong>de</strong> Anápolis-GO. Segun<strong>do</strong> Luz (2010),<br />

a microrregião <strong>de</strong> Anápolis é constituída por vinte municípios que têm sua história<br />

ligada aos primórdios da formação política e administrativa <strong>de</strong> Goiás. A<br />

microrregião <strong>de</strong> Anápolis pertence à mesorregião Centro-Oeste, ocupan<strong>do</strong><br />

8.311.934 km2, com <strong>uma</strong> população <strong>de</strong> 511.952 habitantes (SEPLAN, 2010).<br />

As cida<strong>de</strong>s foram escolhidas por abrigarem os três maiores abate<strong>do</strong>uros <strong>de</strong><br />

aves da microrregião. A maior integra<strong>do</strong>ra da microrregião está situada em<br />

Itaberaí com capacida<strong>de</strong> instalada para o abate <strong>de</strong> 100.000 aves dia. Em segunda<br />

posição encontra-se <strong>uma</strong> outra agroindústria situada na cida<strong>de</strong> <strong>de</strong> Nova Veneza,<br />

com capacida<strong>de</strong> para 50.000 aves/dia e a última empresa pesquisa, situada em<br />

Anápolis, operan<strong>do</strong> com capacida<strong>de</strong> <strong>de</strong> abate <strong>de</strong> 30.000 aves/dia.<br />

Como amostra, foram seleciona<strong>do</strong>s e entrevista<strong>do</strong>s aleatoriamente, pelo<br />

grau <strong>de</strong> acessibilida<strong>de</strong>, três integra<strong>do</strong>s distintos, pertencentes às três integra<strong>do</strong>ras<br />

acima <strong>de</strong>scritas, localizadas na ca<strong>de</strong>ia avícola da microrregião <strong>de</strong> Anápolis –<br />

universo da pesquisa. Os da<strong>do</strong>s foram coleta<strong>do</strong>s em Agosto <strong>de</strong> 2010, que após<br />

tabulação qualitativa foram utiliza<strong>do</strong>s para a elaboração da Análise <strong>SWOT</strong>.<br />

3. RESULTADOS E DISCUSSÃO<br />

Os quadros 01 e 02 abaixo, mostram a tabulação qualitativa <strong>do</strong>s resulta<strong>do</strong>s<br />

da pesquisa, que foram traduzi<strong>do</strong>s à meto<strong>do</strong>logia da Análise <strong>SWOT</strong> mencionada<br />

na seção anterior por Costa (2007).<br />

As informações coletadas permitiram apontar as seguintes ameaças e<br />

oportunida<strong>de</strong>s:<br />

OPORTUNIDADES<br />

Quadro 01 – Oportunida<strong>de</strong>s e ameaças<br />

AMEAÇAS<br />

Comercialização da cama <strong>de</strong> <strong>frango</strong>;<br />

Ineficiência <strong>de</strong> manejo;<br />

Gestão eficiente e eficaz das variáveis que<br />

compõem o coeficiente <strong>de</strong> produtivida<strong>de</strong>;<br />

Assumir novos papéis na ca<strong>de</strong>ia <strong>do</strong> negócio;<br />

Utilização da tecnologia adquirida para a produção<br />

in<strong>de</strong>pen<strong>de</strong>nte <strong>de</strong> aves com maior valor agrega<strong>do</strong>.<br />

Tornar-se um integra<strong>do</strong>r;<br />

Tornar-se um produtor <strong>de</strong> <strong>frango</strong> semi-caipira ou<br />

com valores agrega<strong>do</strong>s diferencia<strong>do</strong>s;<br />

Pluriativida<strong>de</strong>;<br />

Incorporar alto nível <strong>de</strong> automação;<br />

Re-espacialização e migração para regiões em<br />

<strong>de</strong>senvolvimento.<br />

Fonte: Da<strong>do</strong>s da pesquisa<br />

Obsolescência tecnológica;<br />

Barreiras sanitárias;<br />

Câmbio <strong>de</strong>sfavorável;<br />

Migração para um novo mo<strong>de</strong>lo <strong>de</strong> integração<br />

basea<strong>do</strong> em médios e gran<strong>de</strong>s produtores <strong>de</strong><br />

alto volume e tecnologias <strong>de</strong> alto custo;<br />

Ser excluí<strong>do</strong> das re<strong>de</strong>s <strong>de</strong> integração;<br />

Redução <strong>do</strong> número <strong>de</strong> contratos – processo <strong>de</strong><br />

qualificação <strong>de</strong> integra<strong>do</strong>s;<br />

Fragilida<strong>de</strong>s legais <strong>do</strong>s contratos <strong>de</strong> integração<br />

(Cíveis e Trabalhistas);<br />

Redução ou restrição <strong>do</strong> crédito ao produtor;<br />

3


De igual forma, e segun<strong>do</strong> a técnica da Análise <strong>SWOT</strong>, os da<strong>do</strong>s coleta<strong>do</strong>s<br />

permitiram apontar os seguintes pontos Fortes e Fracos:<br />

Quadro 02 – Pontos Fortes e Fracos<br />

PONTOS FORTES PONTOS FRACOS<br />

Minimização <strong>de</strong> riscos por meio <strong>do</strong> contrato <strong>de</strong> Pouco po<strong>de</strong>r <strong>de</strong> negociação;<br />

integração;<br />

Rigi<strong>de</strong>z <strong>do</strong> contrato <strong>de</strong> integração;<br />

Transferência <strong>de</strong> tecnologia;<br />

Falta <strong>de</strong> clareza no cálculo <strong>de</strong> coeficiente <strong>de</strong><br />

Previsibilida<strong>de</strong> <strong>de</strong> receitas;<br />

produtivida<strong>de</strong>;<br />

Ciclo operacional contínuo;<br />

Pluriativida<strong>de</strong> rural;<br />

Baixo risco <strong>de</strong> inadimplência.<br />

Inserção familiar no negócio, elevan<strong>do</strong> a renda<br />

familiar;<br />

Menor dificulda<strong>de</strong> na obtenção <strong>de</strong> financiamentos;<br />

Garantia <strong>de</strong> assistência técnica;<br />

Fonte: Da<strong>do</strong>s da pesquisa<br />

5. CONCLUSÕES<br />

Imprevisibilida<strong>de</strong> <strong>do</strong> manejo;<br />

Dificulda<strong>de</strong>s <strong>de</strong> gestão operacional;<br />

Imprevisibilida<strong>de</strong> no planejamento <strong>do</strong> longo<br />

prazo;<br />

Investimentos em instalações por conta <strong>do</strong><br />

integra<strong>do</strong>;<br />

Exigências cada vez maiores <strong>do</strong> integra<strong>do</strong>r.<br />

Baixa a<strong>de</strong>rência e dificulda<strong>de</strong> <strong>de</strong> implementação<br />

da política <strong>de</strong> missão, visão e valores da<br />

integra<strong>do</strong>ra para o integra<strong>do</strong>.<br />

Ao longo <strong>de</strong>ste trabalho foram <strong>de</strong>staca<strong>do</strong>s aspectos relaciona<strong>do</strong>s à<br />

avicultura, sua evolução e articulação na busca <strong>de</strong> ganhos <strong>de</strong> vantagens<br />

comparativas e competitivas, bem como sua importância para o agronegócio<br />

brasileiro.<br />

A estratégia <strong>de</strong> integração vertical da ca<strong>de</strong>ia <strong>do</strong> <strong>frango</strong> <strong>de</strong> <strong>corte</strong>, <strong>de</strong> origem<br />

norte-americana, inicio-se no sul <strong>do</strong> Brasil na década <strong>de</strong> 1980, disseminan<strong>do</strong>-se<br />

para o Su<strong>de</strong>s<strong>de</strong> e Centro-Oeste. Conforme <strong>de</strong>monstra<strong>do</strong> neste estu<strong>do</strong>, o mo<strong>de</strong>lo<br />

pioneiro <strong>de</strong> integração tem sofri<strong>do</strong> alg<strong>uma</strong>s alterações e adaptações na busca por<br />

economias <strong>de</strong> escala e escopo.<br />

Inicialmente, a integração se estabelece como a única maneira <strong>de</strong> garantir<br />

matéria-prima necessária às estruturas industriais <strong>do</strong>s abate<strong>do</strong>uros. Com o<br />

passar <strong>do</strong>s anos, na busca <strong>de</strong> redução <strong>de</strong> custos <strong>de</strong> transação, o mo<strong>de</strong>lo pioneiro<br />

vincula<strong>do</strong> à integração <strong>de</strong> pequenos produtores (muita das vezes agricultores<br />

familiares), passa a ser visto como oneroso, face à necessida<strong>de</strong> <strong>de</strong> assistência<br />

técnica, custo <strong>de</strong> transportes, e distância estratégica da base <strong>de</strong> abate.<br />

Estrategicamente, esta mesma coor<strong>de</strong>nação da ca<strong>de</strong>ia tem si<strong>do</strong><br />

repensada, na tentativa <strong>de</strong> substituir o pequeno produtor por produtores <strong>de</strong> médio<br />

e gran<strong>de</strong> porte, com alta capacida<strong>de</strong> <strong>de</strong> investimento tanto em capital quanto em<br />

mo<strong>de</strong>rnas estruturas <strong>de</strong> manejo. Por um la<strong>do</strong>, nota-se a possibilida<strong>de</strong> <strong>de</strong> ganhos<br />

<strong>de</strong> competitivida<strong>de</strong> pela redução ainda maior <strong>do</strong>s custos <strong>de</strong> transação e <strong>de</strong> outro,<br />

po<strong>de</strong>m emergir prejuízos sociais e ambientais com a exclusão <strong>do</strong> pequeno<br />

produtor.<br />

4


O resulta<strong>do</strong> da Análise <strong>SWOT</strong>, conforme mostra<strong>do</strong> nos Quadros 01 e 02,<br />

oferece subsídios para <strong>uma</strong> análise preliminar sobre as variáveis que afetam<br />

direta e indiretamente o processo <strong>de</strong> gestão <strong>do</strong>s stakehol<strong>de</strong>rs envolvi<strong>do</strong>s na<br />

ca<strong>de</strong>ia avícola <strong>do</strong> <strong>frango</strong> <strong>de</strong> <strong>corte</strong> da região pesquisada. O resulta<strong>do</strong> <strong>de</strong>stas<br />

análises propiciam a estes agentes a reflexão <strong>de</strong> potencialida<strong>de</strong>s, fragilida<strong>de</strong>s,<br />

possíveis <strong>de</strong>scontinuida<strong>de</strong>s e tendências. Por sua vez, estes elementos são<br />

fundamentais para o estabelecimento <strong>de</strong> metas, articulação <strong>de</strong> estratégias,<br />

formulação <strong>de</strong> objetivos organizacionais e principalmente no redirecionamento<br />

<strong>do</strong>s negócios.<br />

Este estu<strong>do</strong> ainda está em andamento, e trilha no senti<strong>do</strong> <strong>de</strong> integrar os<br />

elementos conceituais da integração vertical e da gestão estratégica, no senti<strong>do</strong><br />

<strong>de</strong> propor indica<strong>do</strong>res <strong>de</strong> competitivida<strong>de</strong> e mapas estratégicos para melhor<br />

compreensão e alinhamento estratégico <strong>do</strong>s stakehol<strong>de</strong>rs presentes na<br />

verticalização da ca<strong>de</strong>ia avícola.<br />

6. REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS<br />

ALBUQUERQUE, Gustavo Moreira <strong>de</strong>. Integração Vertical nas Opera<strong>do</strong>ras <strong>de</strong><br />

Assistência Médica Privada. In: 30º Encontro da ANPAD, 2006, Anais. Do 30º<br />

Encontro da APNAD. 23 a 27 <strong>de</strong> Setembro <strong>de</strong> 2006.<br />

ANSOFF, I. A nova estratégia empresarial. São Paulo: Atlas, 1990.<br />

ABEF. ASSOCIAÇÃO BRASILEIRA DE EXPORTADORES DE FRANGO,<br />

Relatório anual 2000:2006. Disponível em:

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