REVISTA CONNESSIONE - EDIÇÃO DE SETEMBRO N.10 2021
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ANNA CRISTINA CAMPAGNOLI UMA
ARTISTA MAIS QUE COMPLETA
Temos o prazer de conhecer Anna Cristina Campagnoli
mas não podíamos imaginar, estando aqui na Itália,
a grandiosidade desta belíssima artista.
Atriz, escritora, produtora, diretora de teatro, bailarina,
bacharel em música e proprietária da Circus Circuitos
Produções.
Revista Connessione: É mais que um prazer te receber
para este bate-papo e sabemos que temos muito o
que falar, mas para começar, fale como nasceu a Anna
Cristina atriz.
Anna Cristina: Eu não me defino uma atriz. Eu me defino
uma artista. Artista porque venho de uma família
de artistas desde meus tataravós, bisavós, avós...
O meu avô foi o precursor do circo teatro no Brasil.
Ele e seus irmãos (irmãos Campagnoli) tinham uma
companhia de circo enorme.
O meu avô era diretor, produtor, autor de teatro com
muitas peças escritas por ele e por meu tio.
Uma coisa importante de explicar para os teus leitores
é que o artista circense não escolhe a profissão, ele
não escolhe ser artista. Ele vive a arte. Ele não sai da
casa dele para exercer a sua profissão e volta. Ele vive
a arte 24 horas por que ele vive no circo. Meu avô não
tinha vans. Eles moravam em tendas como as tendas
ciganas e eles moravam literalmente dentro do circo.
Quando você é circense de família tradicional você
não escolhe ser artista. As crianças quando começam
a aprender dentro do circo e vão para o picadeiro elas
já ganham para isso, ou melhor, o pai ganha por este
trabalho já que é uma sociedade patriarcal.
Então não é por opção que você é artista. Minha mãe
é de circo, minha mãe nasceu no circo e ela era atriz,
cantora, produtora, diretora como meu avô.
No circo você tem que saber fazer de tudo porque os
serviços não são terceirizados. Tudo é feito pela família
(estou falando dos grandes circos de antigamente).
Vivendo dentro do circo, estando ali 24 horas por dia,
todos tem uma visão artística mais ampla.
“Ter serragem no sangue é viver a arte.”
Apesar de eu ter nascido fora do circo a minha criação
foi circense e foi assim que eu cresci e aprendi a arte.
Desde criança, depois que aprendi a ler, já comecei a
mexer com as peças do meu avô. Foi muito natural
para mim e minha mãe me direcionou. Por este motivo
a empresa que tenho para produzir as minhas coisas
se chama Circus Circuitus.
Então eu me considero uma artista. Comecei a estudar
e a dançar ballet, depois me aproximei da música
( não podemos separar as duas coisas). Se você dança
você interpreta. Se você toca você interpreta.
Revista Connessione: Você não é somente uma artista,
você é uma artista completa. Não é para todos
haver tantos ruolos e fazer tão bem todos eles. Você
quando canta, canta bem. Quando atua, atua bem.
Quando suona, suona bem etc. Isso não é para todos
Anna Cristina. Não são todos que fazem bem todos
os papéis.
Mas vamos falar um pouquinho da tv. Quando foi que
você começou a trabalhar na tv Anna Cristina?
Anna Cristina: A primeira novela que participei na
Rede Globo foi “Eterna Magia”. Foi a que fiquei mais
tempo e depois disso fiz várias participações especiais.
Não tive tempo suficiente de tela para que o público
associasse um nome à pessoa.
Essa mídia, infelizmente, tornou-se um caminho de
mão dupla, porque comecei a perder personagens no