Summaries / Resúmenes - Studia Moralia

208 RAMIRO DÉLIO BORGES DE MENESEScisão necessária, nas definições de conceitos e nos enunciados,ao formalizar os procedimentos intuitivos de inferência do pensamentoordinário, isto é, defini-los de forma rigorosa e controladospelo mecanismo dos signos.Naturalmente que a Bioética, como “reflexão implicativa”,participa de duas linguagens, quer exterior (biomedicina) querinterior (axiologia e principiologia).A Bioética necessitará da “análise lógica”, porque esta permite,por um lado, depurar a linguagem das ambiguidades ,nassuas formas correntes e, por outro, desfazer a ideia de que opensamento metafísico seria capaz de organizar um conhecimentopróprio, a partir das suas representações, como aconteciano ditame kantiano da razão prática, que reduzira todos osconhecimentos, cientificamente válidos, aos juízos sintéticos apriori.Naturalmente que a Bioética se apresenta como “reflexãoimplicativa”, porque participa da linguagem das coisas, pelosenunciados empíricos; e da linguagem das condutas (vivências),pelos enunciados metafísicos e axiológicos.ConclusãoNa lógica de R. Carnap, a grande tarefa da filosofia encontra-sena “análise lógica” das proposições. Porém, os enunciadosmetafísicos são considerados, perante o neopositivismo,como pseudo-enunciados. A preocupação epistemológica de R.Carnap encontra-se em definir o carácter dos enunciados dalógica, daqueles que constituem os resultados da análiselógica. 54Já D. Hume tinha exposto, tal como repetira R. Carnap, queos enunciados metafísicos não possuem “sentido”, porque nãose referem a qualquer “facto”. Só os enunciados da matemáticae das ciências empíricas possuem sentido e todos os outroscarecem dele.Tal como Wittgenstein, R. Carnap desenvolveu a “análiselógica” e descobriu a carência de sentido dos enunciados meta-54Cf. R. CARNAP – Filosofía y Sintaxis Lógica, 22.