Summaries / Resúmenes - Studia Moralia

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11.07.2015 Views

ÉTICA ANALITICA SEGUNDO R. CARNAP 187segundo as perspectivas do Circulo de Viena, retrocede até aoreconhecimento de um evento físico. Expressamos, assim, queos objectos heteropsicológicos são epistemologicamente secundários,relativamente aos objectos físicos.Considerações semelhantes, às acima referidas, mostrariamque os objectos culturais são epistemologicamente secundários,relativamente aos heteropsicológicos e ao mundo físico.Seria até mesmo mais fácil demonstrar isto, já que dificilmenteexistem prejuízos emocionais,que obscurecem este facto.Teríamos somente que mostrar que o reconhecimento dos eventosculturais, como de uma religião ou conduta moral, se baseiano reconhecimento dos processos psicológicos dos portadoresdaquele processo cultural e no reconhecimento de suas documentaçõesfísicas. 13A ética, segundo R. Carnap, vive da não-factualidade, tendoos seus enunciados outro sentido e não serão usados como critériopara a significabilidade dos enunciados.O significado de um enunciado reside no facto de que eleexpressa um estado das coisas. Se um enunciado ostensivo nãoexpressa um estado das coisas, então não tem qualquer significado,dado que só aparentemente é um “enunciado”.Se o enunciado expressa um estado de coisas, então é significativopara todos os eventos; e será verdadeiro se esse estadode coisas existe, ou falso se ele não existe. Poderemos saber seum enunciado é significativo, mesmo antes de saber se ele éverdadeiro ou falso.R. Carnap é claro ao afirmar, e com aplicabilidade nas éticas,se um enunciado se fundamenta através das experiênciaspassadas, então temos a mesma confiança nele,como temosnum enunciado testável. Na ética e na antropologia, satisfazemnosos enunciados não verificáveis, uma vez que, em física equímica, o enunciado é testável. 14Todas as ciências empíricas (ciências naturais, psicologia,etc.) exercem, na prática, o requisito de que todo enunciadodeve ter um conteúdo factual.Somente, nos domínios da filosofia (ética, bioética, teolo-13Cf. R. CARNAP – La costruzione logica del mondo, a cura di E.Severino, Milano, Fratelli Fabri Editori, 1966, 113-117.14Cf. Ibidem, 114-115.

188 RAMIRO DÉLIO BORGES DE MENESESgia, etc.), ocorrem os enunciados ostensivos, que não possuemconteúdo factual.Estas reflexões conduzem-nos, segundo R. Carnap, aoenunciado do “princípio da verificabilidade”, que se poderáreferir como o conteúdo das experiências se se liga, pelo menosindirectamente, com a experiência, de tal modo que se podeindicar qual é a experiência possível ,que o confirmaria ou refutaria.As experiências fundamentá-lo-iam, ou ele é testável, ouainda têm, pelo menos, um conteúdo factual, mas não estãonem fundamentadas nem testáveis. 15De acordo com R. Carnap, o princípio da verificabilidadedetermina que só tem valor científico o enunciado que está deacordo com a experiência física.O Bem e o Mal não são “cognições”. Mas isto, pelo pensamentode R. Carnap, é uma questão prática, não teórica. Osvalores éticos entram em jogo, mas não há qualquer conexãocom a verdade e falsidade. São não-significativos. Finalmentedeveremos dizer que, para o neopositivismo, somente os enunciados,que possuem conteúdo factual, são teoricamente significativose poderão resumir-se no “princípio da verificabilidade”.Os enunciados ostensivos, que não podem, em princípio, estarfundamentados pela experiência, são carentes de significado.M. Schlick, co-fundador do Circulo de Viena, não idealizaque a possibilidade de verificação não repousa, em qualquerverdade da experiência, em alguma lei da natureza ou em qualqueroutra proposição verdadeira, de ordem geral, uma vez queé determinada exclusivamente pelas nossas definições e pelasnormas que foram fixadas, para a nossa língua, ou que podemosestabelecer, arbitrariamente, a qualquer momento. Todasessas normas apontam para definições indicativas e, atravésdelas, a verificabilidade está vinculada à experiência. 1615Cf. R. CARNAP – “Experience and Meaning”, in: PhilosophicalReview, 43 (New York, 1934) 137-138.16Ibidem, 138-140.

188 RAMIRO DÉLIO BORGES DE MENESESgia, etc.), ocorrem os enunciados ostensivos, que não possuemconteúdo factual.Estas reflexões conduzem-nos, segundo R. Carnap, aoenunciado do “princípio da verificabilidade”, que se poderáreferir como o conteúdo das experiências se se liga, pelo menosindirectamente, com a experiência, de tal modo que se podeindicar qual é a experiência possível ,que o confirmaria ou refutaria.As experiências fundamentá-lo-iam, ou ele é testável, ouainda têm, pelo menos, um conteúdo factual, mas não estãonem fundamentadas nem testáveis. 15De acordo com R. Carnap, o princípio da verificabilidadedetermina que só tem valor científico o enunciado que está deacordo com a experiência física.O Bem e o Mal não são “cognições”. Mas isto, pelo pensamentode R. Carnap, é uma questão prática, não teórica. Osvalores éticos entram em jogo, mas não há qualquer conexãocom a verdade e falsidade. São não-significativos. Finalmentedeveremos dizer que, para o neopositivismo, somente os enunciados,que possuem conteúdo factual, são teoricamente significativose poderão resumir-se no “princípio da verificabilidade”.Os enunciados ostensivos, que não podem, em princípio, estarfundamentados pela experiência, são carentes de significado.M. Schlick, co-fundador do Circulo de Viena, não idealizaque a possibilidade de verificação não repousa, em qualquerverdade da experiência, em alguma lei da natureza ou em qualqueroutra proposição verdadeira, de ordem geral, uma vez queé determinada exclusivamente pelas nossas definições e pelasnormas que foram fixadas, para a nossa língua, ou que podemosestabelecer, arbitrariamente, a qualquer momento. Todasessas normas apontam para definições indicativas e, atravésdelas, a verificabilidade está vinculada à experiência. 1615Cf. R. CARNAP – “Experience and Meaning”, in: PhilosophicalReview, 43 (New York, 1934) 137-138.16Ibidem, 138-140.

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