Summaries / Resúmenes - Studia Moralia

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StMor 44 (2006) 181-211RAMIRO DÉLIO BORGES DE MENESESÉTICA ANALITICA SEGUNDO R. CARNAP:A VERIFICABILIDADE EM BIOÉTICAIntroduçãoR. Carnap, tal como L. Wittgenstein, elaboraram algumasquestões da esfera ética, que lhes pareceram fundamentais.Mas, para Wittgenstein, as soluções são transcendentais, porqueapresentam “valor místico”, sendo este fundamentado noAbsoluto. 1Assim, os valores absolutos, que se encontram na lógica ena ética, não podem derivar do fieri do mundo. E no que serefere ao valor não-causal deverão encontrar-se fora domundo. 2 O filósofo de Cambridge compara a ética à estética eas proposições são inexprimíveis, porque transcendentais. Éclaro que a ética não se pode exprimir. Esta disciplina não sereduz a um conjunto de leis lógicas ou tautologias: p – pA ética é transcendental. Segundo Wittgenstein, a ética e aestética são uma e mesma realidade. 3Wittgeinstein apresenta-se como racionalista em relação àmoralidade das acções e leis éticas. O prémio e o castigo sãoimanentes à própria acção e não consequência de sanções futuras.4 Deverá haver uma espécie de prémio ético, tal como seencontra na própria acção.Posição diametralmente oposta encontramos em R.Carnap, dado que se manifestou avesso a toda a metafísica, aopropor um princípio de tolerância pela existência de sistemas1Cf. V. M. SOUSA ALVES – Ensaio de Filosofia das Ciências, Braga,Faculdade de Filosofia, 1997, 452-453.2Cf. L. WITTGENSTEIN – Tratactus Logico-philosophicus, Frankfurtam-Main,Surkamp-Verlag, 1984, 6.41.3Cf. Ibidem, 6.421.4Cf. Ibidem, 6.422.

182 RAMIRO DÉLIO BORGES DE MENESESde linguagem. Em particular, as linguagens, para as ciênciasempíricas, podem referir-se às percepções ou construções,quese designam por objectos. Assim, a ética tem uma linguagemprópria.Como co-fundador do Circulo de Viena, defendera que umaproposição, não analítica, só tem Sinn (sentido) se for verificávele o meaning (significado) será o processo de verificação.Mas, mais tarde, substituiu a verificabilidade pela conformabilidade.Ao longo deste artigo, analisaremos o sentido (Sinn) daética analítica pela verificabilidade e o seu estatuto epistemológico.Aqui, naturalmente, além dos aspectos empíricos, que proporcionamum quadro explicativo das situações analisadas,faremos um esclarecimento sobre a reflexão da moral analíticae o interesse da verificabilidade em Bioética.Ao usarem-se elementos epistemológicos e metodológicos,as diferentes ciências unem-se num esforço para compreendera realidade moral.A epistemologia ou teoria do conhecimento contém tantosproblemas lógicos, quantos psicológicos. Estas últimasquestões referem-se ao processo do conhecimento, à sua materialidadee aos acontecimentos mentais, mediante os quais chegaremosao conhecimento de algo, segundo R. Carnap.Se cedermos estes problemas ao plano psicológico, para ainvestigação empírica, só ficará a “análise lógica” do conhecimentoou, mais precisamente, a “análise lógica” do exame e daverificação dos enunciados, porque o conhecimento consisteem proposições positivamente verificadas.As questões epistemológicas, deste género, seguramentepoderão expressar-se formaliter, porque, nesta análise ,o problemada verificação de um enunciado terá que referir-se àquelasproposições da observação.Com efeito, a análise lógica da verificação é uma análisesintáctica das regras de transformação, que determinam adedução das proposições da observação.Logo, a epistemologia, depois da eliminação dos elementospsicológicos e metafísicos, será uma parte da “sintaxe”, segundoa perspectiva formal de R. Carnap. Pretendemos afirmar,neste texto, que a ética e a bioética não são uma reflexão sintáctica,mas antes procuram um fundamento semântico. Assim,

182 RAMIRO DÉLIO BORGES DE MENESESde linguagem. Em particular, as linguagens, para as ciênciasempíricas, podem referir-se às percepções ou construções,quese designam por objectos. Assim, a ética tem uma linguagemprópria.Como co-fundador do Circulo de Viena, defendera que umaproposição, não analítica, só tem Sinn (sentido) se for verificávele o meaning (significado) será o processo de verificação.Mas, mais tarde, substituiu a verificabilidade pela conformabilidade.Ao longo deste artigo, analisaremos o sentido (Sinn) daética analítica pela verificabilidade e o seu estatuto epistemológico.Aqui, naturalmente, além dos aspectos empíricos, que proporcionamum quadro explicativo das situações analisadas,faremos um esclarecimento sobre a reflexão da moral analíticae o interesse da verificabilidade em Bioética.Ao usarem-se elementos epistemológicos e metodológicos,as diferentes ciências unem-se num esforço para compreendera realidade moral.A epistemologia ou teoria do conhecimento contém tantosproblemas lógicos, quantos psicológicos. Estas últimasquestões referem-se ao processo do conhecimento, à sua materialidadee aos acontecimentos mentais, mediante os quais chegaremosao conhecimento de algo, segundo R. Carnap.Se cedermos estes problemas ao plano psicológico, para ainvestigação empírica, só ficará a “análise lógica” do conhecimentoou, mais precisamente, a “análise lógica” do exame e daverificação dos enunciados, porque o conhecimento consisteem proposições positivamente verificadas.As questões epistemológicas, deste género, seguramentepoderão expressar-se formaliter, porque, nesta análise ,o problemada verificação de um enunciado terá que referir-se àquelasproposições da observação.Com efeito, a análise lógica da verificação é uma análisesintáctica das regras de transformação, que determinam adedução das proposições da observação.Logo, a epistemologia, depois da eliminação dos elementospsicológicos e metafísicos, será uma parte da “sintaxe”, segundoa perspectiva formal de R. Carnap. Pretendemos afirmar,neste texto, que a ética e a bioética não são uma reflexão sintáctica,mas antes procuram um fundamento semântico. Assim,

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