You also want an ePaper? Increase the reach of your titles
YUMPU automatically turns print PDFs into web optimized ePapers that Google loves.
ATTUALITÀ u ATUALIDADE<br />
il tempo. Dalla terza generazione<br />
in avanti…ecco, qui si<br />
verifica una riscoperta delle origini,<br />
delle radici. Quindi, secondo<br />
Annita Garibaldi Jallet,<br />
“le persone diventano orgogliose<br />
delle loro origini, perché ciò<br />
non significa più povertà ma<br />
bensì affermare: io sono originario<br />
di Verona, vengo da Padova,<br />
da Palermo…Sì, ho queste<br />
origini. Diventa un fatto culturale,<br />
non più economico. Quindi<br />
è una cosa molto più bella<br />
di quello che si creda”. Solo<br />
questo? No.<br />
Per altri aspetti, oggi, gli<br />
studi dimostrano che il nostro<br />
mondo – che si voglia o no – è<br />
un mondo che si sta omogeneizzando,<br />
globalizzando…e<br />
l’identità personale è una cosa<br />
sempre più introvabile. Quindi…ecco<br />
che ognuno di noi ha<br />
un’identità legata alle origini:<br />
il nonno era di qui, il bis nonno<br />
di là. E nel caso del Brasile<br />
ci sono delle particolarità: “Analizzando<br />
la nostra immigrazione<br />
– prosegue la bis nipote di<br />
Garibaldi – credo sia molto importante<br />
trovare queste radici,<br />
che qui sono molto chiare, perché<br />
ci sono alcune città che sono<br />
interamente trentine, altre totalmente<br />
venete, altre che trasmettono<br />
una forma di parlare<br />
italiano molto differente dall’attuale.<br />
Mi ricordo che fin dalla<br />
prima volta che andai a Garibaldi-RS<br />
– di cui sono cittadina<br />
onoraria – mi dissero: non<br />
ci sono problemi, qui tutti parliamo<br />
italiano. Tutti parlavano<br />
veneto – anzi il Talian, che è<br />
molto particolare – e non capii<br />
nulla”.<br />
Cercare la propria identità<br />
in un mondo che ci fa diventare<br />
tutti uguali, tutti dispersi, tutti<br />
lontani dalle famiglie è, secondo<br />
quanto pensa Annita, una<br />
cosa molto importante per ognuno.<br />
Ma ammette che ciò è, anche,<br />
per l’Italia, una ricchezza,<br />
“dato che il Paese ha tutti questi<br />
italiani , questi cittadini che,<br />
in fondo in fondo, continuano<br />
ad essere legati all’Italia. Per<br />
molti anni si è parlato delle famose<br />
“rimesse” di soldi, il denaro<br />
che gli immigrati inviavano.<br />
Ora non è più questo. Ora<br />
Não se trata<br />
apenas um<br />
fenômeno<br />
econômico: “Estou<br />
segura que existe<br />
também um fato<br />
cultural.<br />
si tratta dell’esistenza di una<br />
cultura, di questi giovani che<br />
tornano per studiare in Italia e<br />
che al tempo stesso non vogliono<br />
rimanerci per abitare. Solo<br />
perché vogliono trovare le loro<br />
radici e poi tornare nel paese<br />
che un giorno li accolse. È un<br />
punto che ha a che vedere con<br />
la globalizzazione<br />
che<br />
io valuto utile<br />
e impor-<br />
“<br />
tante”.<br />
Secondo<br />
Annita Garibaldi<br />
Jallet,<br />
le file (di persone<br />
in attesa<br />
di vedersi<br />
riconosciuta<br />
la cittadinanza<br />
italiana per diritto di sangue)<br />
davanti ai consolati sono, a volte,<br />
una differente questione. Un<br />
passaporto può avere la connotazione<br />
di permettere fisicamente<br />
il ritorno: “Così che gli immigrati<br />
possono anche ricordarsi<br />
della possibile esistenza<br />
di un’antica casa del nonno, di<br />
una terra del<br />
bis nonno,<br />
un bene o altro<br />
in Italia.<br />
“<br />
Oppure la<br />
possibilità,<br />
non trovando<br />
lavoro qui,<br />
di poterlo andare<br />
a cercare<br />
in Europa.<br />
Insomma<br />
l’avere<br />
un passaporto rappresenta un’opportunità<br />
in più”. Ma non è la<br />
regola. Non è solo un fenomeno<br />
economico: “Sono certa che<br />
c’è anche un fattore culturale.<br />
Vedo ciò anche nei miei figli<br />
che hanno la doppia cittadinanza<br />
(francese e italiana): vanno<br />
in Francia e si sentono bene;<br />
ma quando sono in Italia si sentono<br />
altrettanto bene. Una cosa<br />
non esclude l’altra”. Così come<br />
vivere in Brasile ed essere brasiliano<br />
non esclude il lato italiano<br />
di chi, là nella Penisola,<br />
ha le sue origini geografiche,<br />
culturali e, perché no, sentimentali.<br />
E, contrariamente a quanto<br />
si diceva un giorno in Brasile<br />
(“amalo o lascialo”, si ricorda),<br />
tutti ci guadagnano da<br />
questa situazione.*<br />
pergunta: mas o<br />
que querem, porque<br />
pedem, com<br />
que finalidade buscam<br />
isso, qual a vantagem? As respostas<br />
não são simples, nem mesmo para aqueles<br />
casos de quem - com todo o direito - procura<br />
um caminho para sair do País em busca<br />
de novas oportunidades. Mas uma coisa é<br />
verdade: entre os ítalo-brasileiros, obter o<br />
reconhecimento formal da cidadania italiana<br />
tornou-se um diferencial, exibido com orgulho<br />
e satisfação. E, sejam lá quais forem as<br />
causas pessoais, com alguma explicação<br />
carregada de insinuações de amor particular<br />
a algum pedaço da Itália. Descendente direta<br />
Giuseppe Garibaldi, Annita Garibaldi Jallet<br />
- meio francesa, meio italiana, meio brasileira,<br />
um pouco portuguesa - cidadã do mundo<br />
como seu bisavô, talvez seja a pessoa mais<br />
indicada para interpretar esse fenômeno que,<br />
aliás, não é apenas italiano, mas pertence a<br />
toda a humanidade. Segundo ela, em estudos<br />
de história do processo de imigração e<br />
emigração, o fenômeno é muito conhecido:<br />
a primeira geração deseja se integrar no país<br />
de chegada, porque a emigração é sempre<br />
um sofrimento e a integração, uma necessidade.<br />
Algumas vezes ela é conduzida com<br />
amor em relação ao país de chegada, que<br />
acolhe bem e trata bem os imigrantes. Depois,<br />
a primeira e a segunda geração têm<br />
dificuldades em relação à manutenção das<br />
origens, freqüentemente não têm sequer tempo<br />
para isso. Da terceira geração em diante,<br />
a quarta, a quinta..., então ocorre uma redescoberta<br />
das origens, das raízes. Então,<br />
segundo Annita Garibaldi Jallet, “as pessoas<br />
tornam-se orgulhosas de suas origens, porque<br />
isso não significa<br />
mais pobreza,<br />
mas significa<br />
dizer: eu sou originário<br />
de Verona, venho de Pádova, de Palermo...<br />
É, eu tenho essas origens. Torna-se,<br />
então, um fato cultural, não mais econômico.<br />
Portanto, a coisa é muito mais bonita.” Só<br />
isso? Não. De outro lado, agora todos os estudos<br />
demonstram que o nosso mundo – queiramos<br />
ou não – é um mundo que está se<br />
uniformizando, globalizando... e a identidade<br />
pessoal é uma coisa sempre difícil de encontrar.<br />
Portanto... Eis que cada um de nós tem<br />
uma identidade ligada às origens: o nonno<br />
era de cá, o bisnonno era de lá. E no caso<br />
do Brasil, há particularidades especiais: “Analisando<br />
a nossa imigração - prossegue a bisneta<br />
de Garibaldi -, acredito que seja muito<br />
importante encontrar essas raízes, que aqui<br />
são muito claras, porque algumas cidades<br />
são todas de trentinos, outras todas de vênetos,<br />
outras cidades transmitem uma forma<br />
de falar italiano que é muito diferente do italiano<br />
moderno. Recordo que da primeira vez<br />
que fui a Garibaldi-RS – de cuja cidade sou<br />
cidadã honorária -, me disseram: aqui não<br />
tem problema, todos falam o italiano. Todos<br />
falavam o vêneto – aliás, o Talian, uma coisa<br />
muito particular – e eu não entendi nada”.<br />
Buscar a própria identidade num mundo que<br />
nos torna todos iguais, todos dispersos, todos<br />
distantes das famílias, é, segundo pensa<br />
Annita, uma coisa muito importante para<br />
cada pessoa. Mas admite que isso é, também<br />
para a Itália, uma riqueza, “pois ela tem<br />
todos esses italianos, esses cidadãos que,<br />
no fundo, permanecem ligados à Itália. Durante<br />
tantos anos falou-se das famosas “remessas”,<br />
isto é, do dinheiro que os imigrados<br />
mandavam. Agora não é mais isso. Agora,<br />
trata-se da presença de uma cultura, de uma<br />
presença desses jovens que voltam para estudar<br />
na Itália, mas que não querem lá permanecer.<br />
É porque querem encontrar suas<br />
raízes e depois voltar ao país que um dia os<br />
acolheu. Este é um ponto que tem a ver também<br />
com a globalização e eu o vejo como<br />
útil e importante”. Para Annita Garibaldi Jallet,<br />
as filas (de pessoas esperando o reconhecimento<br />
da cidadania italiana por direito<br />
de sangue) diante dos consulados é, às vezes,<br />
uma questão diversa. Um passaporte<br />
tem a conotação, talvez, de possibilitar a volta<br />
física: “Eventualmente os imigrados podem<br />
se lembrar da possível existência de uma<br />
antiga casa do nonno, de uma terra do bisnonno,<br />
um bem ou qualquer coisa na Itália.<br />
Por outro lado, há a idéia de que, talvez, não<br />
encontrando trabalho aqui, ir procurar trabalho<br />
na Europa possa ser uma oportunidade.<br />
Assim, ter um passaporte de outra nação<br />
pode ser uma coisa a mais”. Esta não é a<br />
regra, no entanto. Não se trata apenas um<br />
fenômeno econômico: “Estou segura que<br />
existe também um fato cultural. Vejo isto também<br />
em meus filhos que são duplos-cidadãos<br />
(franceses e italianos): Eles vão à França e<br />
se sentem bem; porém, quando estão na<br />
Itália, sentem-se perfeitamente bem. Uma<br />
coisa não exclui a outra”. Assim como viver<br />
no Brasil e ser brasileiro não exclui o lado<br />
italiano de quem tem, lá na Península, suas<br />
origens geográficas, culturais e também - porque<br />
não? - sentimentais. E, ao contrário do<br />
que um dia se pregava no Brasil (“ame-o ou<br />
deixe-o!”, recorda?), todos saem lucrando<br />
com isso.*<br />
Outubro - Ottobre 2008 - INSIEME - 8