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Impactos da indústria canavieira no Brasil (Plataforma BNDES - Ibase

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O arroz e o feijão merecem uma consideração especial por<br />

se tratarem de cultivos que fazem parte <strong>da</strong> cesta básica do<br />

brasileiro. No caso do arroz, houve uma redução de 95,6 mil<br />

hectares na área planta<strong>da</strong> <strong>no</strong>s estados do Centro Sul, com<br />

que<strong>da</strong>s mais expressivas em MG, GO, MS. Considerando<br />

que estes estados não têm grande participação na produção<br />

nacional, não é de se esperar grandes impactos <strong>no</strong> conjunto<br />

<strong>da</strong> produção. No entanto, pode-se afi rmar que a redução de<br />

área pode levar a um agravamento <strong>da</strong> situação defi citária <strong>no</strong>s<br />

estados e municípios que sofreram esta redução, tornandoos<br />

mais dependentes do arroz produzido <strong>no</strong> sul do país ou<br />

de importações.<br />

O feijão é um caso particular, uma vez que é cultivado em<br />

três safras diferentes e, de acordo com o clima e sistema<br />

Tabela 1: Variação de área cultiva<strong>da</strong> de um grupo de produtos selecionados, <strong>no</strong><br />

<strong>Brasil</strong> e em estados <strong>da</strong> Região Centro-Sul, na safra 2008 em relação à safra 2007.<br />

15<br />

tec<strong>no</strong>lógico, os estados têm maior ou me<strong>no</strong>r participação<br />

em uma destas safras. Além disso, ca<strong>da</strong> região tem sua<br />

preferência de consumo em relação à cor e tamanho do grão,<br />

fato que explica em parte o porque de o feijão ser cultivado<br />

praticamente em todo o país. A safra de 2008 apresentou<br />

uma ligeira redução <strong>da</strong> área total, embora expressiva na<br />

maioria dos estados região Centro-Sul. Ao contrário do<br />

arroz, a região concentra parte signifi cativa <strong>da</strong> produção,<br />

cerca de 58% do total produzido <strong>no</strong> país em 2007 embora<br />

correspondendo apenas a 33% <strong>da</strong> área total cultiva<strong>da</strong>.<br />

Desta forma, uma que<strong>da</strong> na área planta<strong>da</strong> tem impactos<br />

substanciais na produção em razão <strong>da</strong> região apresentar<br />

os maiores índices de produtivi<strong>da</strong>de. Chama atenção em<br />

particular a redução de área <strong>no</strong> PR, uma vez que este estado<br />

responde por cerca de 23% <strong>da</strong> produção do país.<br />

Cultivo BRASIL PR SP MG GO MS MT<br />

CANA-DE-AÇÚCAR Variação (ha) 964.182 108.502 433.400 124.662 144.880 68.423 32.901<br />

Variação % 11,5 20,1 9,0 19,2 36,2 35,7 14,0<br />

ARROZ Variação (ha) -36.475 -7.480 -2.000 -18.629 -24.460 -7.109 -35.920<br />

Variação % -1,3 -13,8 -8,1 -21,7 -20,6 -16,7 -13,0<br />

FEIJÃO Variação (ha) -26.466 -62.955 -13.850 26.041 -28.620 -3.189 46.622<br />

(1a+2a+3a safras) Variação % -0,7 -11,1 -7,2 6,6 -23,0 -15,5 108,5<br />

MANDIOCA Variação (ha) 228.755 66.308 -15.710 4.172 80.820 -1.483 -5.706<br />

Variação % 2,4 5,1 -2,2 0,3 14,7 -1,5 -3,1<br />

MILHO Variação (ha) 689.971 188.891 8.390 13.382 71.280 123.994 197.677<br />

(1a +2a safras) Variação % 4,9 6,8 0,9 1,0 8,6 14,3 12,1<br />

SOJA Variação (ha) 696.553 -30.130 700 -15.730 11.240 14.000 587.508<br />

Variação % 3,4 -0,8 0,1 -1,8 0,5 0,8 11,6<br />

ALGODÃO Variação (ha) -54.499 -5.789 -19.380 -9.627 -10.770 -2.180 -21.252<br />

Variação % -4,8 -47,2 -53,7 -31,7 -13,0 -4,7 -3,8<br />

Fonte: IBGE<br />

Portanto, os <strong>da</strong>dos disponíveis demonstram que, ao longo<br />

<strong>da</strong> última déca<strong>da</strong>, houve uma expansão signifi cativa <strong>da</strong>s<br />

lavouras de cana, acompanhando a tendência de outros<br />

commodities como a soja. A cana incorporou <strong>no</strong>vas áreas,<br />

principalmente em São Paulo e <strong>no</strong>s demais estados do<br />

Centro-Sul, movendo-se para o Noroeste do PR, Sudoeste<br />

de MG e para o Centro-Oeste. Considerando a importância<br />

que estes estados têm, tanto na produção de alimentos<br />

voltados ao abastecimento inter<strong>no</strong> quanto na produção de<br />

commodities de exportação, a expansão <strong>da</strong> cana-de-açúcar<br />

deve ser vista com atenção. Ain<strong>da</strong> que em nível nacional os<br />

impactos na produção de alimentos não sejam perceptíveis,<br />

a manutenção <strong>da</strong>s taxas de crescimento de área de cana<br />

observa<strong>da</strong>s em 2008 podem resultar em impactos <strong>no</strong> futuro<br />

imediato, particularmente na cultura do feijão. Qualquer<br />

ocorrência climática que implique em redução <strong>da</strong>s áreas<br />

previstas para as lavouras de verão, poderá agravar ain<strong>da</strong><br />

mais a situação. O aumento <strong>no</strong> custo dos fertilizantes e<br />

sementes é um agravante adicional, o qual poderá alterar<br />

signifi cativamente as estimativas de produtivi<strong>da</strong>de.

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