30.01.2024 Views

Revista SECOVI RIO 134

You also want an ePaper? Increase the reach of your titles

YUMPU automatically turns print PDFs into web optimized ePapers that Google loves.

Um olho no peixe, outro no gato<br />

De acordo com especialistas, um bom orçamento<br />

deve se basear nos custos passados para<br />

que possam ser feitas projeções futuras. Professor<br />

de Previsão Orçamentária da UniSecovi Rio<br />

desde 2017, Marllon Furtado ratifica que o principal<br />

benefício de olhar para trás é aumentar a<br />

probabilidade de que as projeções se concretizem<br />

dentro das margens esperadas de acertos<br />

(com pouca variação).<br />

Isso porque, ao projetar valores futuros que<br />

serão fixados para os próximos 12 meses, qualquer<br />

estimativa que não encontre respaldo na<br />

realidade poderá inviabilizar a contratação de<br />

serviços essenciais, tornando-se um problema<br />

para o executor do orçamento, que tecnicamente<br />

está sujeito ao seu cumprimento.<br />

E como lidar com imprevistos e variações nos<br />

custos ao longo do ano durante a execução do<br />

orçamento? Marllon esclarece que as variações<br />

de custos, pelo menos dos ordinários, devem<br />

estar contempladas na previsão orçamentária,<br />

que é elaborada e aprovada uma vez por ano.<br />

“Uma variação muito grande nos custos ordinários<br />

pode sugerir que o elaborador da previsão<br />

não a fez com critérios razoáveis e técnicos.<br />

Mas, para os custos extraordinários, pode ser<br />

mais comum tal ocorrência”, alerta. O especialista<br />

lembra que, seja lá qual for sua classificação,<br />

a variação de custos ou imprevistos precisa<br />

ser enfrentada com transparência (dar ciência a<br />

todos), temporalidade (não esperar muito para<br />

agir), objetividade (propor a solução) e gerenciamento<br />

(apropriar contabilmente para tratar os<br />

números).<br />

“É preciso enxergar a ocorrência como um<br />

aprendizado, pois o que hoje é um imprevisto ou<br />

um erro de estimativa precisa ser lembrado para<br />

as próximas previsões orçamentárias e ser contemplado<br />

como um evento possível de ocorrer<br />

e, portanto, estimável para fins de projeção”.<br />

Mais que uma tarefa, uma obrigação<br />

Apresentar a proposta orçamentária na assembleia<br />

geral é uma obrigação do síndico, conforme<br />

Artigo 1.348 do Código Civil. Para garantir<br />

sua compreensão e consequente aprovação dos<br />

condôminos, sugere-se que ela seja divulgada<br />

com antecedência (junto com o edital de convocação),<br />

em linguagem de fácil compreensão,<br />

com auxílio de gráficos, números atualizados,<br />

médias de períodos anteriores, índices de reajustes,<br />

histórico de inadimplência e explicações<br />

para itens mais complexos.<br />

Desta forma, qualquer morador que receber o<br />

documento consegue, em poucos minutos, ter<br />

clareza dos efetivos custos de seu condomínio,<br />

cuja cota condominial nada mais é do que o resultado<br />

do rateio de tais valores. Além disso, é<br />

importante que o síndico tenha uma boa didática,<br />

capacidade analítica e jogo de cintura para<br />

as possíveis argumentações contrárias, muitas<br />

vezes mais baseadas em sentimento particular<br />

do que em critérios técnicos.<br />

/ 2024 / nº <strong>134</strong> /<br />

53

Hooray! Your file is uploaded and ready to be published.

Saved successfully!

Ooh no, something went wrong!