20.05.2023 Views

Arthur Schopenhauer - El arte de tratar a las mujeres

You also want an ePaper? Increase the reach of your titles

YUMPU automatically turns print PDFs into web optimized ePapers that Google loves.

Arthur S chop enhauer

El arte de tratar

con la&flBiiáiems

ilo s o fía

ih-.jiza Ed itorial


w


«Si el m u n d o es p ro d u c to d e u n c a p rich o divino, enlonces

la m u je r es el ser m e d ia n te el cual el C re a d o r to ­

d o p o d e ro so q u iso m o stra rn o s del m o d o m á s feh acien ­

te el lad o im p rev isib le d e Su p ro p ia n a tu ra le z a in esc ru ­

table.» E sta o cu rren cia, q u e p ro b a b le m e n te n o está

m u y alejada d e u n a d e las convicciones m ás arraig ad as

del e sp íritu m ascu lin o , d eb ería b a sta r p o r sí sola p a ra

convencer a to d o s, h o m b re s y m u jeres p o r igual, acerca

de la u tilid a d d el p rese n te o p ú scu lo . Se tra ta d e u n te m a

c ie rtam en te espinoso, p e ro insoslayable.

¿Q ué n o s p u e d e n en señ ar los filósofos - p o r el h e ch o

de ser, p o r definición, guardianes de la sabiduría, y u n a

catástrofe en cuestiones a m o ro sa s- acerca de c ó m o relacio

n arn o s c o n las m ujeres? ¿Q ué n o s aconsejan p a ra

co n tro lar la te m id a volubilidad fem e n in a y apaciguar a

este in so n d ab le objeto d e n u estro s deseos? ¿Q ué estrategia

p ro p o n e n p a ra c u ra r al bello sexo d e sus m anías?


1 0 F R A N C O VO LPI

1. Filósofos y m ujeres: e sta m p a s d e u n a a lia n z a ro ta

D e sd e la a n tig ü e d a d , filósofos y m u je re s n o se h a n

a v e n id o b ie n . A l re p a sa r la h isto ria d e este co n flicto

e n la h is to ria d e la filosofía, p o d r ía te n e rse la im p r e ­

s ió n d e q u e la filosofía sie m p re h a sid o e m in e n te ­

m e n te co sa d e h o m b re s.

U n a m ir a d a m á s a te n ta , sin e m b a rg o , p e rm ite

p r o n to c o n s ta ta r q u e la é p o c a a n tig u a n o careció en

m a n e r a a lg u n a d e filósofas. Ya e n el siglo i a.C . el filó ­

so fo e sto ico A p o lo n io h a lló su ficien te m a te ria l c o m o

p a ra e scrib ir u n a h is to ria d el p e n s a m ie n to fe m e n in o ,

y F iló c o ro d e d ic a to d o u n lib ro a las filósofas p ita g ó ­

ricas, q u e fu e ro n , e n efecto, leg ió n . P ero especial g ra ­

titu d d e b e m o s a G illes M é n ag e , e scrito r, e ru d ito y

a s id u o asisten te d e la te rtu lia lite ra ria d e R a m b o u i­

llet, a m é n d e p e rso n a je a d m ira d o p o r M a d a m e La

F ayette y M a d a m e d e Sévigné; la p o s te rid a d , e m p e ro ,

lo c o n o c e so b re to d o p o r la c a ric a tu ra q u e d e él e s b o ­

z a ra M o liè re c o n la fig u ra d e V adius e n su c o m e d ia

L a s m u je res sa bias. M é n ag e , p a c ie n te e s c ru ta d o r de

lo s siglos, escrib ió e n 1690 u n a H is to r ia m u ü e r u m

p h ilo s o p h a r u m , q u e to d a v ía h o y se p u e d e leer c o n ;

p ro v ech o .

P o r su p u e sto , c a b e la p re g u n ta : ¿ C ó m o es q u e n o

h a so b re v iv id o u n so lo p e n s a m ie n to d e to d a s las e n ­

c a n ta d o ra s filósofas cita d as e n la m e n c io n a d a obra?

¿P or q u é la F u ria d e s tru c to ra n o h a p e rd o n a d o n i u n

so lo fra g m e n to ? ¿Es só lo u n a c a su a lid a d , o d e b e ría ­

m o s p e n sar, ju n to c o n H egel, q u e la H is to ria d el


IN T R O D U C C IÓ N 11

M u n d o h a fu n g id o u n a vez m á s c o m o trib u n a l d e

éste? E n o tra s p a la b ras: ¿N o se rá q u e tales ideas n o

m e re c ía n re a lm e n te ser co n serv ad as?

C o m o q u ie ra q u e h ay a q u e z a n ja r la c u e stió n , la

h isto ria d e la filosofía o c c id e n ta l, c o n in d e p e n d e n c ia

de las p o sic io n e s, sistem as y escu elas q u e h ay a p o d i­

d o a d o p ta r, h a c o n trib u id o n o p o c o a este o lv id o . E n

c u a n to a m a n te n e r a ray a a las m u je re s, sea p o r p r in ­

c ip io o d e h e c h o , e sc a tim á n d o le s u n p a p e l activo en

la filosofía, h a h e c h o gala d e u n a im p re s io n a n te u n i­

fo rm id a d . Si n o fu e ra p o r q u e la c o m p a ra c ió n es algo

c ó m ic a y n a d a o rig in a l, c a b ría a v e n tu ra r la tesis sig

u ien te: así c o m o H e id e g g er h a a firm a d o q u e la filo ­

sofía o c c id e n ta l ad o lece d e « u n o lv id o d e l Ser», así

ta m b ié n se p u e d e d e c ir q u e está a q u e ja d a p o r algo

m u c h o m á s in só lito , a saber, « u n o lv id o d e la m u je r» .

D e sd e Tales, b la n c o d e las b u rla s d e u n a jo v e n tra -

cia, p a s a n d o p o r W ittg e n ste in , in v o lu c ra d o e n los e n ­

re d o s d e M a rg u e rite , los filó so fo s h a n c o n trib u id o de

m a n e r a siste m á tic a , ta n to d e p a la b ra c o m o d e o b ra ,

al m e n c io n a d o o stra c ism o . U n a p r u e b a - n o p o r in ­

d ire c ta m e n o s p a lp a b le - d e la fra c tu ra d e esta rela ­

c ió n es, p o r e je m p lo , q u e n in g u n o d e los filósofos

m á s re m o to s, los d e n o m in a d o s p re so c rá tic o s, c o n ­

tra jo m a trim o n io . El p rim e ro e n d a r ese p a so h a b ría

sid o S ó crates, q u e d e sp o só a Ja n tip a ... y y a sab e m o s

cu áles fu e ro n lo s resu lta d o s.

In c lu so P la tó n , q u e to m ó a S ó crates c o m o m o d e lo

e n casi to d a s las c u e stio n e s filosóficas, se c u id ó m u ­

c h o d e se g u ir sus p a so s a este resp ecto . Es c ie rto q u e


1 2 F R A N C O V O I.P I

e n la R e p ú b lic a re c la m a p a ra las m u je re s ig u a ld a d de

d e re c h o s y les fra n q u e a el acceso a lo s e stu d io s d e filosofía;

p e ro e n esta o b ra b o s q u e ja sólo u n a u to p ía .

E n c a m b io , c u a n d o e x p o n e e n el T im e o su d o c trin a

d e la tra n s m ig ra c ió n , d a p o r s e n ta d o q u e las alm as

fu e ro n o rig in a ria m e n te m a sc u lin a s. Y aq u ellas q u e

lu eg o v iv ie ra n d e s h o n e s ta m e n te e sta b a n fo rz a d a s a

e n c a rn a rse e n u n c u e rp o fe m e n in o , e in clu so , si re in ­

c id ía n e n s u m a l c o m p o rta m ie n to , e n el c u e rp o de u n

a n im a l irra c io n a l.

O tro d isc íp u lo d e S ócrates, el cínico A n tísten es,

a firm ó q u e el a m o r es u n p e c a d o d e la n a tu ra le z a , y

q u e si A fro d ita se h u b ie ra p u e sto al alcance d e su arco,

n o h a b ría d u d a d o e n a trav esarla c o n u n a flecha (seg

ú n C le m e n te d e A lejan d ría, S tr o m a ta II, 20, 107, 2).

Y s u a lu m n o D ió g e n e s d e S in o p e re c o m e n d a b a salir

d e l p a s o p r a c tic a n d o la m a s tu r b a c ió n (D ió g e n e s

L aercio, V id a s d e los filó so fo s ilustres, V I, 2).

P a ra e n c o n tr a r a u n g ra n filó so fo cap az d e te n e r

u n m a tr im o n io n o r m a l h a y q u e e s p e ra r a A ris tó te ­

les, q u ie n e fe c tiv a m e n te s u p o a rm o n iz a r v id a c o n ­

te m p la tiv a y v id a c o n y u g a l. D e s p o s ó a P itia y tu v o

u n a h ija c o n ella. Y n o só lo eso: tra s e n v iu d a r, a c o ­

g ió e n s u c a sa a u n a s e g u n d a m u je r, H e rp ilis, q u e le

d io u n s e g u n d o h ijo , N ic ó m a c o . D a d a la te r n u r a

c o n q u e e v o c a a las d o s e n s u te s ta m e n to , cab e s u ­

p o n e r q u e se tr a tó d e re la c io n e s felices: el E sta g irita

d is p u s o q u e lo s re sto s m o rta le s d e s u esp o sa fu e ra n

e n te r ra d o s ju n to a lo s su y o s, y leg ó a H e rp ilis p a rte

d e s u h e re n c ia .


IN T R O D U C C IO N 1 3

Y, sin e m b a rg o , p a ra c o rro b o ra r c u á n a rra ig a d a esta

b a la id e a d e la in c o m p a tib ilid a d e n tre el ejercicio

de la filosofía y la re la c ió n c o n las m u je re s, b a s ta c o n

o b se rv a r la c a lu m n ia q u e los siglos v e n id e ro s le a c h a ­

c a ro n al in ta c h a b le « M a estro d e lo s q u e sab en »

(c o m o lo d e n o m in a ra D a n te ), e n la q u e el filósofo

sale b a s ta n te m a l p a ra d o e n sus rela cio n e s c o n el o tro

género. Se tra ta d el te m a d e A ristó teles y Filis, el sab io

y la h e rm o s a c o rte san a , llegado a n o s o tro s d e sd e

O rie n te (P a ñ c a ta n tra ) p o r m e d ia c ió n á ra b e , y q u e se

v io reflejad o e n a b u n d a n te s n a rra c io n e s y re p re s e n ­

ta c io n e s artístic a s m ed iev ales, e n tre las q u e se c u e n ta

u n a céleb re x ilo g ra fía d e H a n s B a ld u n g (a p o d a d o

G rie n ). Filis c o n o c e al jo v e n A le ja n d ro - c u y a e d u c a ­

c ió n h a b ía sid o c o n fia d a p o r su p a d re , F ilipo, re y d e

M a c e d o n ia , a A ris tó te le s - y c o n su s e n c a n to s lo d istra

e d e su s e stu d io s. A ristó tele s se q u e ja a n te el rey,

q u e e n c o n secu e n c ia le p ro h íb e al a p a sio n a d o jo v en

sus e n c u e n tro s c o n la d a m a . E sta ú ltim a se d e sq u ita

d el filó so fo p ro m e tié n d o le sus favores a c a m b io d e

q u e a c e p te c a m in a r a g atas p a s e á n d o la so b re su esp

ald a. S e d u c id o p o r la c u rv ilín e a b e ld a d , A ristó teles

d a s u c o n s e n tim ie n to , ig n o ra n te d e q u e é sta h a a d ­

v e rtid o al re y d el in só lito e sp ectácu lo . El g ra n p e n s a ­

d o r se ve lu e g o c o n v e rtid o e n el h a z m e rre ír d e la c o r­

te m a c e d ó n ic a . A v erg o n zad o , se re tira a u n a isla y esc

rib e u n tra ta d o so b re las a rtim a ñ a s fe m e n in a s 1.

1. Cf. al resp ecto R e in h ard B ran d t, P h ilo so ph ie in B ild ern, C o lo ­

nia: D u -M o n t, 2000, pp. 201-216.


H a n s B a ld u n g , lla m a d o G rie n : A r is tó te le s y F ilis.

G ra b a d o , 1513. AKG.


li : I'R O D U C C IO N 1 5

L os sig lo s q u e s ig u ie ro n n o m o s tr a r o n u n m e jo ­

r a m ie n to s e n sib le d e las re la c io n e s e n tr e filó so fo s y

m u je re s. N i s iq u ie ra la é p o c a m o d e r n a s u p u s o u n

c a m b io al re s p e c to . E l p r o p io K a n t, a d a lid d e l ilu -

m in is m o , q u ie n e le v ó a p r in c ip io la a u d a c ia d e

v a le rse d e l e n te n d im ie n to p r o p io p a r a e n f r e n ta r

c u a lq u ie r p r e ju ic io o a u to r id a d , p a re c ía q u e d a rs e a

o s c u ra s c u a n d o d e m u je r e s se tr a ta . Es c ie rto q u e

el g r a n filó s o fo e m a n c ip a a la m u je r d e s u p r i m i t i ­

va y b r u ta l s u m is ió n al h o m b r e y le re c o n o c e el d e ­

re c h o a la « g a la n te ría » , es d e c ir, a la « lib e rta d d e t e ­

n e r p ú b lic a m e n te o tr o s h o m b r e s c o m o a m a n te s » .

P ero, p o r o tr o la d o , le n ie g a la fa c u lta d d e v o ta r y

se h a c e eco d e to d a u n a se rie d e p re ju ic io s , o b s e r ­

v a c io n e s iró n ic a s e im p e r tin e n c ia s s o b re el g é n e ro

f e m e n in o , a lo s q u e p r e s e n ta a d e m á s c o m o r e s u lta ­

d o s c ie n tífic o s d e u n a « a n tr o p o lo g ía d e c u ñ o p r a g ­

m á tic o » . ¿ U n b o t ó n d e m u e s tra ? « M u je re s s o n fla ­

q u e z a s.» O : « U n h o m b r e es fácil d e e n te n d e r, p e ro

la m u je r n o re v e la su ín tim o s e c re to , a u n q u e ( p o r

s u lo c u a c id a d ) sea m a la g u a r d ia n a d e lo s a je n o s» .

Y p ro s ig u e : «La m u je r a d q u ie r e s u lib e r ta d c o n el

m a tr im o n io ; e n c a m b io , el h o m b r e la p ie rd e » .

«É ste a n h e la la p a z d e l hogar, y se s o m e te d e b u e n a

g a n a a l im p e r io d e la m u je r c o n ta l d e q u e n o lo

d is tr a ig a n d e su s o c u p a c io n e s . A q u é lla , e n c a m b io ,

n o se a r r e d r a a n te la g u e r r a d o m é s tic a , q u e lib r a

c o n s u le n g u a , y a q u e la n a tu r a le z a le o to rg ó la a fic

ió n a h a b la r y u n a e lo c u e n c ia a fe c tu o s a c a p a z d e

d e s a r m a r a l m a rid o .» Y s o b re la c u ltu r a fe m e n in a :


1 6 F R A N C O VO LPI

«Las m u je re s ilu s tra d a s se v a le n d e su s lib ro s c o m o

d e s u re lo j, el c u a l p o s e e n p a r a q u e se v e a q u e tie ­

n e n u n o ; p e ro é ste , p o r lo g e n e ra l, e stá p a r a d o o

n o h a s id o a lin e a d o c o n el so l» 2. T o d o ello h a c e s u ­

p o n e r q u e n o se ría e x tr a ñ o q u e K a n t - u n K a n t a

p r im e r a v is ta in ta c h a b le - h u b ie r a s e rv id o d e m o ­

d e lo , e n lo q u e se re fie re al ju ic io s o b re las m u je re s ,

p a r a las m o rd a c id a d e s d e u n S c h o p e n h a u e r o d e

u n N ie tz s c h e .

S ea c o m o fu e re , lo c ie rto es q u e , e n lín e a s g e n e ­

ra le s, lo s g ra n d e s filó so fo s p a re c e n te n e r p ro b le m a s

p a r a re la c io n a rs e c o n las m u je re s y el a m o r. Y

c u a n d o p o r fin lo in te n ta n , a p a re c e n las d e sg ra c ia s,

y el ú n ic o r e s u lta d o s o n las c a tá stro fe s y el cao s: así

su c e d ió e n la r e la c ió n d e A b e la rd o c o n E lo ísa, d e

N ie tz s c h e c o n L o u , d e W e b e r c o n M a ria n n e , la jo ­

v e n p ia n is ta M in a y E lse, d e S c h e le r c o n su s n u m e ­

ro sa s a m a n te s , d e H e id e g g e r c o n H a n n a h o d e

W ittg e n s te in c o n M a rg u e rite . E llo p a r a n o p r o s e ­

g u ir la e m b a ra z o s a e n u m e r a c ió n d e c a so s a d ic io n a ­

les, a la q u e só lo c a b ría o p o n e r c o n ta d a s e x c e p c io ­

n es: el a m o r d e S c h e llin g h a c ia C a ro lin e , el d e

C o m te h a c ia C lo tild e , h a s ta c ie rto p u n to la v id a

c o n y u g a l d e S im m e l y G e r tr u d ( a u to r a d e im p o r ­

ta n te s o b r a s e scrita s b a jo s e u d ó n im o ) o el a v a sa lla ­

d o r e n c u e n tr o e n tr e B a ta ille y L a u ra .

2. A n th ro p o lo g te in p ra g m a tisch er H in s ic h t (1798), en: K a n ts gesa

m m e lte Sch riften, ed. p o r la A cadem ia P ru sian a d e las Ciencias,

vol. V II, B erlín: R eim er, 1907, pp. 303-311.


IN T R O D U C C IÓ N 1 7

2. E l caso S c h o p e n h a u e r

Lo a n te rio r n o s in d u c e a fo rm u la r u n a r e c o m e n d a ­

c ió n h e rm e n é u tic a : q u ie n lea el p re se n te o p ú sc u lo

d e b e te n e r p re se n te s las c o n d ic io n e s y c irc u n sta n c ia s

e n las q u e s u rg ie ro n las o b ra s d e S c h o p e n h a u e r, sign

a d a s p o r el p e so d e u n a tra d ic ió n « m ach ista» y p r e ­

ju ic io s o b v ia m e n te atáv ico s. C o n to d o , h a y q u e re c o ­

n o c e rle a este a u to r el m é rito d e h a b e rse o c u p a d o seria

m e n te d e la te n sa re la c ió n e n tre la filosofía y las

m u je res, re la c ió n q u e , tra s él y N ietzsch e, y a n a d ie seg

u iría p a s a n d o p o r a lto 3.

A d e c ir v e rd a d , las cosas y a h a b ía n e m p e z a d o a

c a m b ia r e n tie m p o s d e S c h o p e n h a u e r. Las g ra n d e s

m u je re s d e la Ilu s tra c ió n y d el R o m a n tic is m o e x p re ­

sa ro n c o n m e rid ia n a c la rid a d q u e h a b ía lle g a d o la

h o r a d e d e ja r a u n la d o las a c titu d e s p re p o te n te s y

a lla n a ro n d e este m o d o el te rre n o p a ra la p o s te rio r

m a rc h a d e la m u je r h a c ia su e m a n c ip a c ió n . D esd e

q u e el jo v e n F rie d ric h S chlegel e n su tra ta d o Sobre

D ió tim a (1 7 9 5 ) e le v a ra la fig u ra fe m e n in a d el B a n ­

q u e te d e P la tó n a p r o to tip o d e la m u je r n u e v a q u e

b u sc a b a e n el E ro s su p r o p ia realizació n , y so b re to d o

tra s la p u b lic a c ió n d e la n o v e la L u c in d a (1 7 9 9 ), in s ­

p ira d a n o y a e n P la tó n , sin o e n D o ro th e a M e n d e ls-

3. S obre S ch o p en h a u er y las m u jeres se requiere a ú n u n a investig

ació n a fo n d o , co m p arab le a las q u e existen sobre N ietzsche: C a-

ro l D iethe, N ie tzsch e s W o m en : B e y o n d th e W h ip , B erlín/N ueva

York: d e G ruyter, 1996. M a rio Leis, F ra u en u m N ietzsche, R ein-

bek: R ow ohlt, 2000.


18 F R A N C O VOLPI

s o h n , q u ie n h a b ía a b a n d o n a d o a su m a rid o p a ra c a ­

sarse c o n F rie d ric h Schlegel, se h a b ía p ro d u c id o u n

v e rd a d e ro c a m b io d e ru m b o . A p a rte d e esta ú ltim a ,

fu e ro n m u c h a s las fig u ras fe m e n in a s q u e c o m e n z a ­

ro n a a d h e rirs e sin p re ju ic io s a la n u e v a fo rm a de

v id a, c o m o p o r e je m p lo G e rm a in e d e Stael, a m a n te

d e T a lley ran d , q u e v iv ió p rim e ro u n a tu rb u le n ta

a v e n tu ra a m o ro s a c o n B e n ja m ín C o n s ta n t y lu eg o

u n a re la c ió n m á s se re n a y e sp iritu a l c o n el m e n c io ­

n a d o Schlegel; C a ro lin e M ich aelis, a p o d a d a « M a d a-

m e L ucifer», q u e d e sp o só , tra s la m u e rte d e su p rim e r

m a rid o , a A u g u st W ilh e lm Schlegel, y m á s ta rd e a

S chelling; H e n rie tte H e rz , q u e e n señ ó h e b re o a u n

e n tu s ia s ta W ilh e lm v o n H u m b o ld t, e ita lia n o a

S ch leierm ach er; luego, C a ro lin e v o n G ü n d e rro d e , la

infeliz a m a n te de F ried rich C reuzer, q u e p o r su p a sió n

fue c o n d u c id a al suicidio; y B ettin a B rentano, P auline

W iese, R ahel V arn h agen v o n E nse y algunas m ás.

J o h a n n a S c h o p e n h a u e r - T ro s ie n e r d e c u n a - , m a ­

d re d e A rth u r, ta m b ié n fo rm a b a p a rte d e este g ru p o

d e m u je re s e m a n c ip a d a s, y te n ía g ra n d e s a m b ic io n e s

lite ra ria s. La e d ic ió n d e sus o b ra s co m p le ta s, q u e ella

m is m a d irig ió , c o m p re n d e n o m e n o s d e 24 v o lú m e ­

n es, q u e a b a rc a b a n d e sd e rela to s d e viaje, novelas y

d ia rio s h a s ta u n e stu d io so b re Jan v a n Eyck y la p in ­

tu r a fla m en c a . T ras el su ic id io d e s u esp o so , se h a b ía

m u d a d o e n 1806 a W eim ar, q u e e n a q u e l en to n c e s esta

b a c o n m o c io n a d a p o r la in c u rs ió n d e N a p o le ó n e n

el c o ra z ó n d e P ru sia . J o h a n n a re u n ió e n to r n o suyo

u n a te rtu lia lite ra ria , a la q u e p e rte n e c ie ro n , e n tre


IN TRO D U CCIÓ N 19

o tro s, G o eth e, W ie lan d , los d o s S chlegel y T ieck4. D e s­

p ro v ista d e in h ib icio n e s, in v itó a vivir e n su casa a su

jo v en a m a n te , F ried rich M ü lle r v o n G ersten b erg k .

C u a n d o A rth u r la v isitó e n W eim ar, se sin tió c o n ste r­

n a d o p o r la relació n escandalosa, q u e él y su h e rm a n a

Adele tu v ie ro n q u e presenciar. A la c o n ste rn a c ió n sig

u ie ro n los celos y el rese n tim ie n to . P ero Jo h a n n a , q u e

p o r fin d isfru ta b a de su lib e rta d fren te a p a d re s y e sp o ­

so, n o e stab a d isp u e sta e n m a n e ra a lg u n a a re n u n c ia r a

sus c o n q u ista s en aras d e s u hijo, cuyo c arácter «arisco»

y afició n excesiva al p a trim o n io fam iliar a p e n as so ­

p o rta b a . C a n sa d a d e re p re sen ta r el p a p e l d e m a d re ,

d efien d e e n sus c artas su in d e p e n d e n c ia c o m o m ujer:

«Som os dos indiv id u o s» , le h a b ía escrito A rth u r; y ella

le to m a la p a la b ra, y d e fien d e su esfera p e rso n a l d e las

in tro m isio n e s d e su hijo. El jo v en filósofo alb erg a to ­

davía d u ra n te alg ú n tie m p o la e sp era n z a de re c u p e ra r

a la m a d re p a ra el red il d el h o g a r (es decir, p a ra sí m ism

o ). P ero c o m o , en c u a n to hijo, n o tie n e n a d a q u e

ofrecer p a ra c o m p e n sa r los favores d el a m a n te , la situ

a c ió n se le h ace cad a d ía m á s in so p o rta b le ; te rm in a

o d ia n d o , e n p articu la r, a la m a d re y, e n gen eral, a las

m u jeres, y a b a n d o n a la casa m a te rn a 5.

4. Cf. A nke Gilleir, J o h a n n a S c h o p e n h a u e r u n d d ie W eim a re r

Klassik, H ildesheim : O lm s, 2000.

5. V éase D ie S ch op en ha uers. D e r F a m ilien -B riefw ec h sel v o n A dele,

A rthu r, H ein rich/F loris u n d J o h a n n a S ch openh au er, ed. p o r L udger

L ütkehaus, Z árích : H affm an s, 1991. V éase ta m b ié n A dele S chop

en h au er, fa g e b u c h eines E in sa m en , ed. p o r H e in ric h H u b c rt

1Io u b e n , M ú n ic h : M a tth es & Seitz, 1985.


2 0 F R A N C O VO LPI

L a tu r b u le n ta re la c ió n c o n la m a d re c o n stitu y ó

p ro b a b le m e n te el g e rm e n d e la acre m iso g in ia y el

c u a d ro casi c a ric a tu re sc o d e S c h o p e n h a u e r so b re las

m u je re s, al q u e éste, en s u o b ra , tra ta d e d o ta r d e u n a

b ase m etafísica. El tra s fo n d o b io g rá fic o p a rece e x p licar,

e n efecto, m u c h a s d e su s co n v ic c io n e s so b re este

m u n d o . « C o n o z c o a las m u je re s -c o n fie s a , ya a n c ia ­

n o , a su d isc íp u lo A d a m L u d w ig v o n D o ß - S ólo les

in te re sa el m a tr im o n io c o m o in stitu c ió n d e b e n e ficencia.

E n la é p o c a en q u e m i p ro p io p a d re la n g u id e ­

cía, c o n fin a d o m is e ra b le m e n te a u n a silla d e e n fe r­

m o , h a b ría q u e d a d o to ta lm e n te a b a n d o n a d o si n o

fu e ra p o r q u e u n a n tig u o sirv ie n te p u s o e n p rá c tic a el

d e n o m in a d o a m o r al p ró jim o . M i se ñ o ra m a d re o r ­

g a n iz a b a te rtu lia s m ie n tra s él se c o n s u m ía en s u so le ­

d a d , y ella se d iv e rtía m ie n tra s él s o p o rta b a a m a rg o s

to rm e n to s . ¡H ete a h í el a m o r d e las m u jeres!» 6

3. D e fra c a s o e n fra c a so

S in e m b a rg o , a S c h o p e n h a u e r se le p re se n tó , a p ro x i­

m a d a m e n te p o r la m is m a é p o c a e n q u e tu v o lu g a r la

r u p tu r a c o n su m a d re , u n a m a ra v illo sa o p o r tu n i­

d a d d e c o rre g ir su im a g e n p e s im is ta acerca d e l sexo

o p u e sto . Se h a b ía e n a m o ra d o d e C a ro lin e Ja g em a n n ,

a c triz p rin c ip a l d e l te a tro d e la c o rte d e W e im a r y

6. A. S ch o p en h a u er, G espräche, ed. p o r A rth u r H ü b sch er, S tu ttg

art/B ad C an n sta d t: F ro m m a n n -H o lz b o o g , 1971, p. 152.


IN T R O D U C C IÓ N 2 1

m á s ta rd e a m a n te d el d u q u e C a rlo s A u g u sto , y le h a ­

b ía c o n fe sa d o a su m a d re : «T raería a esta m u je r a m i

casa a u n q u e la h u b ie se c o n o c id o en la calle m ie n tra s

p ic a b a p ie d ra s» 7. P ero este a m o r n o p a só d e ser p la ­

tó n ic o , y c u a n d o a m b o s se re e n c o n tra ro n a ñ o s d e s­

p u é s e n F rá n c fo rt, y a e ra d e m a sia d o ta rd e . E n esa

o p o r tu n id a d , el y a m a d u r o filósofo, q u e a ú n se n tía

a tra c c ió n p o r ella, le c o n tó u n a h is to ria so b re p u e rc o -

esp in e s, q u e a c a b a b a d e e scrib ir y q u e h a b ría d e c o lo ­

c a r al fin a l d e P arerg a y P a ra lip o m e n a : u n o s c u a n to s

p u e rc o e s p in e s q u e ría n e stre ch a rse e n tre sí p a ra d a rse

c a lo r y p ro te g e rse d e l frío in v ern a l; p e ro c a d a vez q u e

lo in te n ta b a n , se h e ría n m u tu a m e n te c o n las p ú a s y

d e b ía n se p a ra rse d e n u e v o , c o n lo q u e d e n u e v o p a s a ­

b a n frío . A lg o s im ila r s u c e d e ría e n tr e lo s seres h u ­

m a n o s 8.

N a d a p la tó n ic a fue, e n c a m b io , la re la c ió n q u e

S c h o p e n h a u e r so stu v o c o n u n a jo v e n c a m a re ra d e

D re sd e , a d o n d e se h a b ía m u d a d o en m a y o d e 1814.

El h ijo su rg id o d e este desliz m u rió al p o c o tie m p o de

h a b e r n a c id o . L o c ie rto es q u e S c h o p e n h a u e r, a p e sar

d e s u d e c la ra d a m is o g in ia y sus p a n e g íric o s a la v id a

ascética, se se n tía m u y te n ta d o p o r la « p a sió n h o r i­

z o n ta l» , y e n m a n e r a a lg u n a re n u n c ia b a a los p laceres

d e la c a rn e . E n d o s p a la b ra s: a u n q u e p o n d e ra b a el

a g u a , p re fe ría el v in o .

7. A. S ch o p en h au er, G espräche, p. 17.

8. V éase la carta de S c h o p e n h a u er a Julius F ra u e n stä d t d e 2 de

en e ro d e 1852, en: G esa m m elte B riefe, ed. p o r A. H ü b sch er, B onn:

B ouvier, 1978, pp. 272-273.


22 F R A N C O V O LP I

D u ra n te su p r im e r v iaje a Italia, q u e e m p re n d ió en

el o to ñ o d e 1818, p o c o d e sp u é s d e h a b e r c o n c lu id o la

c o rre c c ió n d e las p ru e b a s d e im p re n ta d e E l m u n d o

c o m o v o lu n ta d y representa ció n , se v io e n v u e lto e n Ven

e c ia e n u n a a rd ie n te a v e n tu ra c o n u n a d a m a d e d u ­

d o sa re p u ta c ió n , u n a tal T eresa F u g a9. Ella fue la re s­

p o n sa b le d e q u e n o lleg ara a c o n c re ta rse su e n c u e n ­

tro c o n B y ro n , se g ú n n o s lo re p o rta el m ú sic o R o b e rt

v o n H o rn s te in , q u e en sus M e m o r ia s evoca su s c o n ­

v e rsa c io n e s c o n el S c h o p e n h a u e r a n c ia n o . É ste se

so lazab a c o n ta n d o a su s h u é sp e d e s q u e a q u e l a ñ o

(1 8 1 8 -1 8 1 9 ) c o in c id ie ro n e n Ita lia los tre s m ay o re s

p e sim ista s d e E u ro p a : B y ro n , L eo p ard i y su p e rso n a .

« U n a ta rd e - c u e n ta v o n H o r n s te in -, h a b lá b a m o s s o ­

b re B y ro n , c u a n d o se q u e jó de q u e p o r u n a to rp e z a

su y a n o h u b ie ra c o n o c id o al p erso n aje: “Yo llev ab a

u n a c a rta d e re c o m e n d a c ió n est rila p o r G o e th e p a ra

él. M e q u e d é en V enecia tres m eses d u ra n te la e sta d ía

d e B y ro n . S ie m p re m e h a d a el propósito de v isitarlo

y llev arle la c a rta d e G o e th e , hasta q u e un día m e d i

p o r v e n c id o . H a b ía salid o a p a sear p o r el l i d o c o n

m i a m a n te , c u a n d o ésta, m u y e m o c io n a d a , exclam ó :

‘¡A hí v a el p o e ta in g lés!’. B y ro n , a caballo, m e p a só velo

z m e n te p o r u n lad o , y la d o n n a q u e d ó im p re s io n a ­

d a p o r el re sto d el día. F u e e n to n c e s c u a n d o m e d e c i­

d í a n o e n tre g a r la c a rta d e G o e th e . T em ía q u e m e

9. V éase al resp ecto la reco n stru c ció n exhaustiva d e A. V errec-

chia, « S ch o p en h au er e la v isp a Teresa», en: Scho pe n h au er-Jah r-

buch, vol. 56 (1975), p p . 187-198.


IN T R O D U C C IÓ N 2 3

p u s ie ra n c u e rn o s. ¡C u á n to m e a rre p ie n to !” Y m ie n ­

tra s ta n to se g o lp e a b a la fre n te .» 10

E n F lo re n c ia, S c h o p e n h a u e r e n riq u e c ió el c atálo g o

d e sus c o n q u ista s c o n u n a p e rla m u y v aliosa, la de

u n a a ris tó c ra ta in g lesa q u e se h a b ía tra s la d a d o d esd e

su b r u m o s o p a ís n a ta l a la te m p la d a c iu d a d to sc a n a

c o n el p ro p ó s ito d e c u ra r s u tu b e rc u lo sis. El filósofo

a rd ió d e « p ro fu n d a p a sió n » , y esa « tra m p a » d el m a ­

trim o n io « q u e la n a tu ra le z a n o s tie n d e » h u b ie r a s u r ­

tid o s u efecto d e n o ser p o r q u e la e n fe rm e d a d in c u ­

ra b le d e su a m a d a h izo q u e n u e s tro a p re n siv o v iaje ro

re to m a ra su p rin c ip io d e q u e el m a tr im o n io n o se

p re s ta p a ra la v id a d e u n p e n sad o r. C o n to d o , a d e c ir

d e A dele, la h e rm a n a d e S c h o p e n h a u e r, la jo v e n in ­

glesa fu e el g ra n a m o r d e su v id a.

D e re g re so e n A le m a n ia , y d u r a n te s u d o c e n c ia en

la U n iv e rsid a d d e B erlín , S c h o p e n h a u e r b u sc ó c o n ­

su elo e n tre lo s b ra z o s d e C a ro lin e R ic h te r M e d o n ,

u n a c a n ta n te del T eatro N acio n al, c o n la q u e sostuvo

u n a relació n inestable p e ro ín tim a , h a sta el g rad o de

q u e el filósofo h a ría m e n c ió n explícita de C a ro lin e en

su testam en to . D ich a relación, q u e se m a n tu v o e n secreto

d u ra n te m u c h o tie m p o , estuvo m a rc a d a p o r discusiones

y episo d io s d e celos, p e ro so b re to d o p o r el h e ­

ch o de que, m ie n tra s S c h o p e n h a u e r se h a lla b a e n Italia

p o r se g u n d a vez, y a d iez m eses de su p a rtid a , C aro lin e

dio a lu z a u n h ijo h e rm o s o y saludable: C ari L u d w ig

G u sta v M e d o n . N a d a d e e x tra ñ o tie n e , p u e s, q u e

10. A. S ch o p en h au er, G esprache, p. 220.


2 4 F R A N C O VO LPI

S c h o p e n h a u e r a n o ta r a e n s u lib reta: «Los h o m b re s

s o n la m ita d d e sus v id as m u je rie g o s y la o tra m ita d

lle v a n c u e rn o s; y las m u je re s se d iv id e n , c o rre s p o n ­

d ie n te m e n te , e n e n g a ñ a d a s y e n e n g a ñ a d o ra s » 11. E n

c u a n to p u d o , tra tó d e resarcirse. Tras c o n o c er e n 1827

a la h ija d e d iecisiete a ñ o s d e u n c o m e rc ia n te d e a rte ,

u n a ta l F lo ra W eiß , le p ro p u s o m a tr im o n io sin p e n ­

sárselo d o s veces, o lv id a n d o to d a s sus m á x im a s p r u ­

d en ciales. «C asarse - h a b ía a fir m a d o -, es c o m o m e te r

c o n los o jo s v e n d a d o s la m a n o e n u n saco, y p r e te n ­

d e r sa c a r la ú n ic a a n g u ila e n tre u n m o n tó n d e se r­

p ie n te s.» 12 A ñ a d ía a d e m á s q u e el m a trim o n io , p o r

b ie n q u e resu lte , e q u iv ale a « d iv id ir p o r la m ita d los

d e re c h o s d e l m a r id o y m u ltip lic a r p o r d o s su s o b lig

a c io n e s » 13. Y, s in e m b a rg o , el filó so fo e s ta b a d is ­

p u e s to a la n z a r p o r la b o r d a to d a esa s a b id u r ía a

c a m b io d e u n a tie r n a b e ld a d . P a ra f o r tu n a su y a, su

p r o p u e s ta fu e d e n e g a d a : «¡Si es só lo u n a n iñ a !» 14,

h a b ría e x c la m a d o in d ig n a d o el p a d re , q u e s in e m ­

b a rg o c a lm ó s u á n im o e n c u a n to se e n te ró d e la situ

a c ió n fin a n c ie ra d e l p r e te n d ie n te . P ero la m u c h a ­

c h a n i p o r u n m o m e n to se p la n te ó la p o s ib ilid a d de

11. A. S ch o p en h a u er, D e r h an d sc h riftlic h e N a ch la ß , ed. p o r A.

H ü b sch er, 6 vols., F ran cfo rt d el M eno: K ram er, 1966-1975, vol. II,

p. 162.

12. A. S ch o p en h au er, G espräche, p. 152.

13. A. S chopenhauer, Parerga u n d P aralipom ena, vol. II, en: S ä m t­

liche W erke, vol. V I, ed. p o r A. H ü b sch er, W iesbaden: B rockhaus,

31972, p. 659.

14. A. S ch o p en h au er, G espräche, p. 59.


IN T R O D U C C IO N 2 5

sa c rific a r la flo r d e su e d a d a u n p e n s a d o r y a su rc a d o

p o r las a rru g a s.

A p e sar d e to d a s las d e sav en en cias, c u a n d o S chop

e n h a u e r p a rtió e n 1831 d e B erlín , in fe s ta d a d e có le ­

ra, h a c ia F rá n c fo rt, e stu v o d isp u e sto a lle v a r consig o

a C a ro lin e M e d o n . C o n u n a ú n ic a c o n d ic ió n , eso sí:

q u e el h ijo d e ésta, fru to d e su tra ic ió n , p e rm a n e c ie ra

en B erlín. C a ro lin e , sin e m b a rg o , c o m o b u e n a m a d re

q u e e ra, n o titu b e ó , y d e jó q u e el filó so fo se m a rc h a ­

ra sin ella.

El c u a d ro d e las rela cio n e s d e S c h o p e n h a u e r c o n

las m u je re s e n B e rlín n o e sta ría c o m p le to , s in e m b a r ­

go, si o lv id á se m o s la h is to ria d e s a g ra d a b le e n la q u e

aq u é l in v o lu c ró a u n a c o s tu re ra q u e v iv ía e n el a p a r­

ta m e n to d e al la d o , u n a ta l C a ro lin e M a r q u e t. T ras

u n a d isc u sió n fre n te a la p u e r ta d e su c a sa , d o n d e la

m u y in so le n te h a b ría e sta d o c o n v e rs a n d o e n v o z alta

c o n su s c o m a d re s, in te r ru m p ie n d o a s í s u s p e n s a ­

m ie n to s - a lg u n o s b ió g ra fo s m a lin te n c io n a d o s so sp e ­

c h a n q u e el a s u n to o c u rrió m ie n tra s te n ía u n o d e sus

d isc re to s e n c u e n tro s c o n C a ro lin e M e d o n - , tu v o lu ­

g a r u n a p e le a e n la q u e S c h o p e n h a u e r le c a u s ó lesio ­

n e s físicas. T ras u n a serie d e p ro c e so s ju d ic ia le s q u e

se e x te n d ie ro n p o r casi u n lu stro , fu e c o n d e n a d o p o r

« in ju ria c o n s u m a d a » a p a g a rle u n a r e n ta v italicia.

C u a n d o ella m u rió , el filó so fo sald ó el a s u n to c o n u n

ju e g o d e p a la b ra s: « O b it a n u s, a b it o n u s » , es decir:

« M u e rta la vieja, se a c a b ó la carga».

A sí p u e s, lle g a d o a F rá n c fo rt, y e n v is ta d e su s c o n ­

c a te n a d o s fracaso s, n u e s tro p e n s a d o r h iz o el firm e


2 6 F R A N C O Vi 'I I’I

p ro p ó s ito d e re n u n c ia r d e fin itiv a m e n te al m a tr im o ­

n io . P e ro n o e n g e n e ra l a las m u je re s, o, m e jo r d ich o ,

a u n a « p e tite lia iso n si nécessaire». Tuvo - n o sab e m o s

c o n q u ié n - o tro h ijo n a tu ra l, q u e sin e m b a rg o ta m ­

b ié n falleció al p o c o tie m p o d e n a cid o .

4. D u lcis in fu n d o

La vejez le d e p a ra b a a S c h o p e n h a u e r u n a so rp re sa

a d ic io n al. C u a n d o ya «el N ilo se a p ro x im a b a a El C a i­

ro » , sus c a rta s n o s h a b la n d e l alivio d e verse lib re d e

las c a d e n a s d el sexo, es d ecir, de las o sc u ra s fu erzas

m etafísicas d e la v o lu n ta d . P e ro es p re c isam e n te e n ­

to n c e s c u a n d o A m o r le la n z a u n ú ltim o , a u n q u e esta

vez in o c u o , d a rd o : u n a jo v e n escu lto ra , E lizab eth

N ey, lo v isita e n el o to ñ o d e 1859 c o n el p ro p ó s ito de

te r m in a r u n b u sto , y p e rm a n e c e c o n él d u r a n te casi

u n m es. El a n c ia n o se c o n g ra tu la : «T rabaja casi to d o

el d ía e n m i casa - l e c u e n ta a v o n H o rn s te in , f ro tá n ­

d o se las m a n o s - . C u a n d o re g re so d e a lm o rz a r, to m a ­

m o s el café ju n to s , s e n ta d o s e n el sola, y p o r u n m o ­

m e n to m e sie n to c o m o si e stu v ie ra c a sa d o » 15. La

co n v iv e n c ia id ílica c o n esta jo v e n a rtista q u e lo h a la ­

g a y c o rte ja h a c e q u e v a c ile el d ic ta m e n p e sim ista

so b re la m u je r, su rg id o d e la te n sa re la c ió n c o n la

m a d re y a p u n ta la d o d u r a n te a ñ o s p se u d o m e ta físic a -

m e n te . E n u n a re tra c ta c ió n ta rd ía le co n fiesa a u n a

15. A. S ch o p en h au er, G esprache, p . 225.


IN T R O D U C C IÓ N 2 7

a m ig a d e M a lw id a v o n M e y se n b u g q u e h a lo g ra d o

a lc a n z a r u n ju ic io m á s favorable: « A ú n n o h e p r o ­

n u n c ia d o m i ú ltim a p a la b ra so b re las m u je res. E stoy

c o n v e n c id o d e q u e c u a n d o u n a m u je r lo g ra se p a ra r­

se d e l m o n tó n o, m e jo r d ich o , elevarse p o r e n c im a

d e éste, crece d e m a n e ra in in te rru m p id a , in c lu so m ás

q u e el h o m b re , a q u ie n la e d a d im p o n e u n lím ite,

m ie n tra s q u e la m u je r sig u e d e sarro llá n d o se in d e fin i­

d a m e n te » 16. A u n q u e n o fu e ra c ierto , e sta ría m u y

b ie n d ich o .

5. L a m u je r sin a trib u to s

El p rese n te o p ú sc u lo co n stitu y e u n a a n to lo g ía d e se n ­

tencias en las q u e S c h o p e n h a u e r e x p o n e sus ideas ac erca

del p a p e l d e la m u jer. Las h e m o s re u n id o rev o lv ien ­

d o e n tre sus escritos: ta n to e n los q u e p u b lic ó e n v id a

c o m o e n los in éd ito s, en especial e n la fam o sa « M etafísica

del a m o r sexual», q u e in te g ra el c a p ítu lo 44 d e los

« S uplem entos» a la se g u n d a ed ició n , d e 1844, d e El

m u n d o c o m o v o lu n ta d y representación; así c o m o en el

ensayo Sobre las m ujeres, p ro v e n ie n te d e P arerga y P a-

ra lip o m e n a (1851), y e n la o b ra p o stu m a .

16. A. S chopenhauer, G espräche, p. 376 s. P ara la «conversión»

del S ch o p en h a u e r an cian o rem ito al le cto r al texto sem ih u m o rísl

ico q u e escribí, ju n to co n W olfgang W elsch, c o n m o tiv o del 200°

aniversario del n acim ie n to del filósofo: « S ch o p en h auers schwere

Stu nde», en: S ch o p e n h a u er im D e n k e n d er G egenw art, ed. p o r Volker

S pierling, M ú n ic h /Z ú rich : Piper, 1987, pp. 290-298.


2 8 F R A N C O VO LP I

La selecció n y o rd e n a m ie n to te m á tic o so n d e

n u e s tra a u to ría , p e ro tie n e n u n f u n d a m e n tu m in re,

p u e s p o n e n d e m a n ifie sto cu áles fu e ro n los p ro b le ­

m a s c e n tra le s d e S c h o p e n h a u e r. Y n o só lo eso: la a n ­

tro p o lo g ía s c h o p e n h a u e ria n a d el c o m p o rta m ie n to

fe m e n in o , q u e se p re te n d e cie n tífic a y o b jetiv a, rev e ­

la en re a lid a d la id io sin c ra sia d e u n h o m b re q u e e sta ­

b a h e rid o e n lo m á s ín tim o y q u e e scrib ía c u m ira e t

stu d io . D e a h í q u e estas sen te n c ia s te r m in e n sien d o ,

e n lu g a r d e d e sc rip c io n e s n e u tra le s, u n c a tá lo g o de

co n sejo s d e stin a d o s a p re p a ra r al g é n e ro m a sc u lin o

fre n te a las fatales in sid ias, riesg o s y c o n flicto s d esesp

e ra n te s q u e su rg e n in e v ita b le m e n te c u a n d o u n o se

re la c io n a c o n las m u je res. Se tra ta , p u e s, de u n v e rd a ­

d e ro a rte - e n el se n tid o d e d estreza, al estilo d e o tro s

p ro n tu a rio s y a e d ita d o s p o r m í 17- p a ra d e sen v o lv erse

d e m a n e ra a p ro p ia d a c o n el b e llo sexo y c o n sus

m u d a b le s fo rm a s d e c o m p o rta m ie n to .

P o r su p u e sto , lo s h o m b re s y m u je re s de h o y p rá c ­

tic a m e n te d a m o s p o r s o b re e n te n d id o q u e S c h o p e n ­

h a u e r ig n o ra b a , o d e lib e ra d a m e n te p a sa b a p o r alto,

la in a g o ta b le riq u e z a del u n iv e rso fe m e n in o . C o n c e p ­

17. Cf. D ie Kunst, R echt z u bekalten, Francfort del M eno: Insel, 1995

[El a rte d e te n er razón, M ad rid : A lianza E ditorial, 2007 (2002)];

D ie K unst, gíücldich z u sein, M únich: Beck, 1999 [El arte de ser feliz,

M adrid : H erder, 2007 (2000)]; D ie K u n st z u beleidigen, M únich:

Beck, 2002 [El arte d e insultar, M adrid: A lianza E ditorial, 2005], El

arte de hacerse respetar, M adrid: Alianza, 2004; D ie kunst, sich selbst

z u erkennen, M únich: Beck, 2006 [El arte de conocerse a sí m ism o,

M adrid: Alianza, 2007],


IN T R O D U C C IÓ N 2 9

cio n es fe m e n in a s d e la v id a , c o m o f e m m e fa ta le , f e m ­

m e fr a g ü e o f e m m e v a m p , s e g u ra m e n te n o fo rm a ro n

p a rte d e su re p e rto rio . L a m u je r de S c h o p e n h a u e r es

u n a m u je r sin a trib u to s . P ero p re c isa m e n te p o r ello

tal vez e ste m o s h o y e n m e jo re s c o n d ic io n e s d e a p re ­

ciar el la d o aleg re d e su s a g u d a s invectivas, la d o q u e,

acaso c o n tra lo q u e el p ro p io S c h o p e n h a u e r h a b ría

d esead o , es p a ra sus lecto re s y lec to ra s m á s m o tiv o d e

solaz q u e d e m o ra le ja .


El arte de tratar con las mujeres


I

La naturaleza de la mujer

Palabra e idea

La p alab ra m u je r [W eib] h a caído en descrédito,

a pesar de q ue es to talm en te inobjetable; designa

al género (m u lier). Señora [Frau], en cam bio, es

la m u jer casada (uxor); llam ar señ o ra a u n a jo ­

v e n es d a r u n a n o ta discordante.

¿El bello sexo?

C alificar de bello al sexo de b aja estatura, h o m ­

bros delgados, caderas anchas y piern as cortas es

algo q u e sólo p u ed e hacer el intelecto m asculino,

o b n u b ilad o com o está p o r el in stin to sexual;

pues la susodicha belleza se reduce p o r co m p leto

a este ú ltim o instinto.

3 3


3 4 EL A R TE D E TR ATAR C O N LAS M U ) ERES

E l segundo sexo

Las m ujeres so n el sexus seq uior [el segundo

sexo], in ferio r al m asculin o en todo respecto;

u n o debe p e rd o n a r sus defectos, p ero rendirles

v eneración es su m am en te ridícu lo y n o s d egrada

an te sus ojos.

U n ser sin m ayores aspiraciones

Las m ujeres n o tie n e n v erdadero talento n i sensib

ilidad p a ra la m úsica, la poesía o las artes plásticas;

c u an d o sim u lan poseerlo y se u fan an de

ello, se tra ta de u n m ero rem edo, surgido de su

afán de agradar. O lo que es lo m ism o: so n in capaces

de sen tir u n interés p u r a m e n te objetivo h a ­

cia cosa alguna, y ello d ebido a lo siguiente, seg

ú n creo: el h o m b re tra ta de lo g rar en to d o u n

contro l directo sobre las cosas, ya sea c o m p re n ­

diéndolas o d o m in án d o las. Pero la m u jer tiene y

h a ten id o siem p re q u e co n fo rm arse con ejercer

u n c o n tro l m e ra m e n te indirecto sobre las cosas,

a saber, a través del h o m b re , que es lo ú n ico que

ella p u ed e d o m in a r d irectam ente. D e ahí q u e su

n atu raleza la lleve a considerarlo to d o com o u n

sim ple m ed io p a ra co n q u istar al h o m b re , y que

su interés p o r cu alq u ier o tra cosa sea siem pre


I. LA NA TU RAL EZA D E LA M U JE R 3 5

fingido, u n sim ple ro d eo (o sea, en el fondo,

m era co q u etería y afán de rem ed ar). Ya lo decía

Rousseau: «Les fe m m e s, en général, n a im e n t a u -

cu n art, ne se co n naissen t á a u cu n, e t r ío n t a u cu n

génie» [«Las m ujeres, en general, n o a m a n n i d o ­

m in a n arte alguno, y n o p o seen genio alguno»],

Lettre á d ’A le m b ert, n o ta XX. Esto es algo, p o r lo

dem ás, que cu alq u iera q u e n o se deje en g añ ar

p o r las apariencias p u ed e constatar. Basta con

q u e observe a q u é p restan aten ció n las m ujeres

en conciertos, ó p eras y piezas teatrales, y de qué

m an era lo hacen; p o r ejem plo, la ligereza p u eril

co n que p ro sig u en su chách ara a u n d u ra n te los

pasajes m ás h erm o so s de las g randes obras de

arte.

Las m ujeres y las a rm a s de la n a tu ra leza

La natu raleza se p ro p u so lo g rar con las jóvenes

lo que en teatro se d e n o m in a u n «golpe de escena»,

al dotarlas d u ra n te u n o s años, y a costa del

resto de sus días, de u n a p léto ra de belleza, e n ­

canto y esplendor; y esto co n el p ro p ó sito de q ue

d u ra n te esos años cap tu rasen de tal m o d o la fan ­

tasía del h o m b re , q u e éste estuviera irreversible y

sinceram ente disp u esto a cuidarlas de p o r vida,

costase lo q u e costare; ya que la m e ra reflexión


3 6 EL AR TE D E TR ATA R C O N LAS M UJER ES

racio n al n o p arecía ser g aran tía suficiente p ara

obligarlo a d a r ta m a ñ o paso. D e este m o d o , la

n atu raleza proveyó a la m ujer, com o a cualquier

o tra criatu ra, d e las arm as y h erram ien tas que

necesitaba p a ra asegurar su existencia, y sólo p o r

el tie m p o que las necesitaba, hacien d o en ello

gala de su aco stu m b rad a eco n o m ía de m edios.

Así co m o la h o rm ig a h e m b ra pierde, después del

aco p lam ien to , las alas q ue en adelante ya n o n e ­

cesitará y q u e p u d ie ra n incluso p o n e r en peligro

el proceso d e in cu b ació n , así tam b ién la m ujer,

tras u n o o dos p arto s, casi siem pre p ierd e su b e ­

lleza; y p o sib lem en te p o r la m ism a razón.

La n iñ a q u e la m u je r lleva dentro

Lo que hace a las m ujeres tan ap ro p iad as com o

n o d rizas y ed u cad o ras de n u estra p rim e ra in fa n ­

cia es p recisam en te el hech o de ser ellas m ism as

pueriles, to n ta s y p o co perspicaces; en u n a palab

ra, p e rm a n e c e n to d a su vida com o n iñ as g ran ­

des, u n a suerte de estado in term ed io en tre el

n iñ o y el h o m b re adulto, p arad ig m a del verd ad e­

ro ser h u m a n o .


II

Diferencias con el hombre

H o m b res y m ujeres

C uando la naturaleza dividió en dos al género h u ­

m ano, n o trazó el corte precisam ente p o r la m itad.

A. pesar de to d a su polaridad, la diferencia entre el

polo positivo y el negativo n o es sólo cualitativa,

sino tam b ién cuantitativa. Así concibieron a las fé-

m inas nuestros ancestros y los pueblos orientales,

y com prendieron qué posición les corresponde

m ucho m ejor que nosotros, que en cam bio estam

os influenciados p o r la galantería francesa de

viejo cu ñ o y n u estra insulsa veneración hacia las

m ujeres, p u n to culm in an te de la estulticia cristia-

no-germ ánica cuyo ú nico resultado h a sido hacerlas

tan arrogantes y desconsideradas q ue a veces le

recuerdan a u n o los m o n o s sagrados de Benarés,

3 7


3 8 EL AR TE D E TR ATAR C O N LAS M UJER ES

los cuales, conscientes de su santidad e intangibili-

dad, se sienten con derecho a todo.

La injusticia de la na tu ra leza

La n atu raleza m u e stra u n a inequívoca predilecció

n p o r el sexo m asculino. Éste lleva la d elan tera

en fuerza y belleza; c u an d o se tra ta de o b ten er

satisfacción sexual, la p a rte m asculin a sólo o b tien

e placer, m ie n tra s que del lado fem en in o caen

sólo lastre y desventajas. [...] Si el h o m b re quisiera

aprovecharse de esta parcialid ad de la n a tu ra ­

leza, la m u jer sería la m ás desdichada de las criaturas;

p u es te n d ría q u e so p o rta r to d o el peso del

cu id ad o de los hijos; y, dadas sus escasas fuerzas,

estaría com p letam en te perdida.

M a d u re z m a scu lin a y m a d u re z fe m e n in a

C uanto m ás noble y perfecta es u n a cosa, tanto

m ás tarde y despacio llega a su m adurez. El h o m ­

bre difícilm ente alcanza la m adurez de su razón y

de sus capacidades m entales antes de los veintiocho

años de edad; la m ujer, en cam bio, ya la h a logrado

a los dieciocho. Pero to d o ello tiene su lógica,

y u n a m u y b ien calculada, p o r cierto. D e ahí


II. D IF ER EN C IA S C O N EL H O M B R E 3 9

que las m ujeres sigan siendo niñas to d a su vida:

perciben sólo lo m ás cercano, se ciñen al presente,

confunden las apariencias con la realidad y antep

o n en las frivolidades a los asuntos m ás serios.

L a v a n id a d en el h o m b re y en la m u je r

A unque la v a n id a d de las m ujeres n o superase,

co m o o cu rre, a la de los h o m b res, seguiría ten

ien d o el inco n v en ien te de q ue se vuelca c o m ­

p letam en te hacia cosas m ateriales, com o p o r

ejem plo su belleza perso n al, adem ás de las joyas,

la riqueza y el lujo. D e ah í q ue la sociedad sea su

elem en to . Este h ech o , u n id o a la c o rte d a d de

su razó n , la inclina hacia el derroche, p o r lo que

ya u n antiguo p ensador decía: 8oc7cotvY]pá cpúaec.

yuv7¡ [«La m u je r es d e rro c h a d o ra p o r n a tu ra le ­

za», M en an d ro , M o n o sticho i, 97]. E n cam bio, la

v an id ad de los h o m b re s se dirige a m e n u d o h a ­

cia ventajas n o m ateriales, com o la inteligencia y

la eru d ició n , la valentía, y cosas p o r el estilo.

E l h o n o r se x u a l en el h o m b re y en la m u je r

El h o n o r sexual se divide en h o n o r sexual de la m u ­

jer y h o n o r sexual del hom bre; el principal y m ás


4 0 EL ARTE D E TRATAR C O N LAS M UJER ES

significativo de los dos es el de la m ujer, ya que en la

vida de ésta la relación sexual es lo m ás im portante.

Consiste en la opinión general de los dem ás, respecto

de la m ujer soltera, de que n o se h a entregado a

ningún hom bre; y respecto de la casada, de que sólo

se h a entregado a aquel a quien desposó. En cuanto

al género m asculino, consiste en la creencia de que si

u n h om bre se entera de la infidelidad de su esposa,

se separará inm ediatam ente de ella y, en general, la

castigará lo m ás severam ente posible.

E l a m o r filia l en p a d res y m a dres

El au tén tico a m o r m atern al es, en la especie h u ­

m a n a com o en los d em ás anim ales, p u ra m e n te

instin tivo , y, p o r lo tan to , cesa u n a vez que los h i­

jos p u e d e n valerse físicam ente p o r sí solos. [...]

El a m o r del p a d re hacia sus hijos es de diferente

natu raleza y m ás sólido: se basa en reconocer en

ellos su m ás ín tim o ser, y tiene, p o r consiguiente,

u n origen m etafísico.

A fá n científico y curiosid ad

El deseo de co n o cer se d e n o m in a afán científico

[W ißbegier] c u a n d o está d irigido hacia lo u n iv er­


II. D IFER E N C IA S C O N EL H O M B R E 4 1

sal; y cu rio sid ad [N eugier] c u a n d o está d irigido

hacia lo particular. Los n iñ o s m an ifiestan casi

siem pre u n afán científico; las n iñ as, en cam bio,

m era curiosidad, pero en grado superlativo y m u y

a m e n u d o co n u n a sim pleza exasperante.

Belleza m a scu lin a y belleza fe m e n in a

La belleza de los jóvenes es a la de las jóvenes lo

que u n a p in tu ra al óleo es a u n d ib u jo al pastel.

La m u je r y su m io p ía

La razó n es lo q u e p e rm ite al ser h u m a n o n o lim

itarse, com o los anim ales, a vivir en el p resen ­

te, sino ab arcar con la vista p asad o y fu tu ro , y

m ed itar sobre ellos; h e ahí el origen de su p rev i­

sión, cu id ad o y frecuente ansiedad. La m ujer,

p o r ten er u n a ra z ó n m ás débil, p artic ip a m en o s

ta n to de las ventajas com o de las desventajas

concom itantes; ella es, en realidad, u n ser m io p e

de espíritu, ya q u e su en ten d im ien to intuitivo

capta n ítid a m e n te lo q u e se halla a co rta d istan ­

cia, m ien tras q u e los objetos lejanos q u ed an fuera

de su estrecho cam p o visual; p o r ello to d o lo

ausente, lo p asad o y lo fu tu ro incide en las m u je ­


4 2 EL A RTF, DF. TRATAR C O N t.AS M UJER ES

res m u ch o m enos que en nosotros, lo que hace que

en ellas aparezca de m an era m ás frecuente el despilfarro,

que a veces raya en la locura A pesar

de sus n u m ero so s inconvenientes, esta situación

tiene al m en o s la v entaja de q u e la m u jer se abre

al p resente m ás que noso tro s, p o r lo que, con tal

de q u e éste sea llevadero, lo d isfru ta m ás; ése es el

origen de su típica alegría, que la hace ta n ap ta

p ara reco n fo rtar al h o m b re c u an d o está agobiado

p o r las p reocupaciones.


III

Obligaciones naturales de la mujer

C oito y em ba ra zo

El coito es sobre to d o asu n to del h o m b re ; el e m ­

barazo, en cam bio, sólo de la m ujer.

Paciencia y h u m ild a d

Basta con o bservar p o r u n m o m e n to la figura fem

en in a p a ra c o m p re n d e r q u e la m u je r n o está

d estinada a g ran d es tareas espirituales o físicas.

Hila paga la culpa de vivir n o co n sus acciones

sino con sus sufrim ien to s, ya hayan sido causados

p o r los dolores del p arto , el cu id ad o del n iñ o

o la su m isió n al m arid o , cuya co m p a ñ e ra p a ­

ciente y reco n fo rtan te se espera q u e sea. Los p e ­

4 3


4 2 Kl. AR TE D E TRATAR C O N LAS M UJER ES

res m u ch o m en o s que en nosotros, lo que hace que

en ellas aparezca de m an era m ás frecuente el despilfarro,

que a veces raya en la locura [...]. A pesar

de sus n u m ero so s inconvenientes, esta situación

tiene al m en o s la ventaja de q u e la m u jer se abre

al p resente m ás que n o so tro s, p o r lo que, con tal

de q ue éste sea llevadero, lo d isfru ta m ás; ése es el

origen de su típ ica alegría, q u e la hace ta n ap ta

p a ra reco n fo rtar al h o m b re c u an d o está agobiado

p o r las preocupacio n es.


III

Obligaciones naturales de la mujer

C oito y em ba ra zo

El coito es sobre to d o asu n to del h o m b re ; el e m ­

barazo, en cam bio, sólo de la m ujer.

Paciencia y h u m ild a d

Basta con o b serv ar p o r u n m o m e n to la figura fem

e n in a p a ra c o m p re n d e r que la m u je r n o está

d estin ad a a g randes tareas espirituales o físicas.

Ella paga la culp a de vivir n o co n sus acciones

sino con sus su frim ien to s, ya hayan sido causados

p o r los dolores del p arto , el cu id ad o del n iñ o

o la su m isió n al m arid o , cuya c o m p añ era p a ­

ciente y reco n fo rtan te se espera q u e sea. Los pe-

43


4 4 EL A R TE D E TR ATAR C O N LAS M UJER ES

sares, alegrías y esfuerzos m ás intensos n o le h a n

sido d eparados; se su p o n e q u e su v id a se desplegará

de m a n e ra m ás plácida, in trascen d en te y

agradable q u e la del m arid o , sin que p o r ello

p u e d a ser calificada de m ás feliz o m en o s feliz

que la de él.

L a m isió n de la m u je r

E n el fondo, las m ujeres existen ú n icam en te p ara

la p ro p ag ació n de la especie, y to d a su m isió n se

reduce a eso; d e ahí que vivan m ás en la especie

q u e en el in d iv id u o , y se to m e n m ás a pech o los

asu n to s de la especie que los individuales. Ello

confiere a to d o su ser y actuación u n a cierta leved

a d y, en general, u n a o rientació n radicalm ente

d istin ta de la m asculina; lo cual da lugar a las tan

frecuentes y casi n o rm ales desavenencias en el

m atrim o n io .

E sp íritu de sacrificio

O la m u je r sacrifica la flor de su ed ad a u n h o m ­

b re ya m arch ito , o co n statará m ás tard e q u e h a

dejado de ser u n o bjeto apto p a ra u n h o m b re to ­

davía vigoroso.


III. O B L IG A C IO N E S NA TU RAL ES DE LA M U JE R 4 5

O cu pación p rin c ip a l de la m u je r

Las jó v en es c o n sid e ra n en el fo n d o de su c o ra ­

z ó n sus ocu p acio n es dom ésticas o crem atísticas

com o algo secundario, y h asta com o m ero e n tre ­

ten im ien to : la ú n ica p rofesión seria p a ra ellas es

el am or, las conquistas y to d o lo q u e ello conlleva,

co m o arreglarse, asistir a bailes, etc.

Las m ujeres y el m a n d o

Q u e la n atu raleza h a p redestin ad o a la m u jer

p ara la o b ediencia es algo q u e q u ed a de m a n i­

fiesto p o r el h ech o de que cada vez q ue alguna es

colocada en u n estado, a n tin a tu ra l p a ra ella, de

total in d ep en d en cia, m u y p ro n to se u n e a u n

h o m b re, al q u e le p erm ite que la guíe y d o m in e,

pues necesita u n am o. Si es joven, éste será u n

am ante; si es vieja, u n confesor.


IV

Sus cualidades

R ealism o fe m e n in o

Las m ujeres so n m u c h o m ás objetivas que n o so ­

tros; de ah í q u e n o vean en las cosas sino lo que

está en ellas; m ie n tra s q u e n o so tro s, cu an d o nos

ap asio n am o s, ten d em o s a engran d ecer lo que

hay, o añ adirle cosas que im aginam os.

La m u je r com o consejera

E n asu n to s difíciles n o es en absoluto rep ro ch a­

ble acu d ir a las m ujeres en b usca de consejo,

c o m o ya aco stu m b ra b a n a hacerlo los antiguos

germ anos; p u es su m a n e ra de ver las cosas es

m u y d iferente de la n uestra: p o n e n el ojo en la

4 6


IV. SUS CU AL ID AD E S 4 7

vía m ás co rta p a ra llegar a u n a m eta, y en general

se fijan en lo m ás obvio, q u e n o so tro s, p recisam

ente p o r ten erlo frente a n u estras narices,

casi siem pre pasam o s p o r alto; es en tonces c u a n ­

do m ás necesitam os q u e nos reconduzcan a ello,

p a ra así recu p era r la visión cercana y sencilla de

las cosas.


V

Sus defectos

E l defecto fu n d a m e n ta l de la m ujer:

causas y consecuencias

Es fácil co n sta ta r que el defecto fu n d am en tal del

carácter fem en in o es la injusticia. Surge en p r in ­

cipio de la ya m en cio n ad a carencia de raciocinio

y reflexión, p ero se ve agravado p o r el hecho de

q u e la n atu raleza las obliga a d e p e n d e r m ás de la

astucia q u e de la fuerza, precisam en te p o r ser

m ás débiles; de ah í su sagacidad in stin tiv a y su

n inclin ació n incorregible a m e n tir [...]. D e dicho

e rro r básico y sus secuelas se derivan, em pero, la

falsedad, la deslealtad, la traició n , la in g ratitu d ,

etcétera.

4 8


V. SU S D E FE C T O S 4 9

M e n tira y d isim u lo

La m ujer, al igual que el calam ar en su tin ta, se

esconde tras el disim ulo y n a d a en la m eñ tira.

T odos los seres h u m a n o s m ien ten , y ya desde

tiem p o s de Salom ón; p ero e n aquel entonces el

en g añ o todavía era u n vicio congènito o u n a n ­

tojo pasajero, y no se h ab ía co nvertido a ú n en

u n a necesidad y u n a ley, co m o lo es h o y bajo el

ta n p o n d e ra d o desp o tism o de las m ujeres.

Así com o la naturaleza h a d o tado de garras y dientes

al león, de colm illos al elefante y al jabalí, de

cuernos al toro y de tin ta de cam uflaje al calam ar,

así h a equipado a la m u jer con el arte del disim ulo

p ara su am p aro y defensa, proveyéndola así de u n a

protección análoga a la que otorgara al h om bre

con la fuerza física y la capacidad racional. Por eso,

el disim ulo es connatural a las m ujeres, tan to si son

tontas com o si son inteligentes. Em plearlo contin

u am en te es p ara u n a m u jer tan n o rm al com o

p ara los anim ales m encionados lo es recurrir a sus

defensas cuando son agredidos; y siente que hasta

cierto p u n to tiene el derecho de hacerlo.

Es quizás im posible hallar a u n a m u je r co m p leta

m e n te sincera y libre de disim ulo. Ésta es p re ­


5 0 EL A R TE D E TRATAR C O N LAS M U JE R E S

c isa m e n te la ra z ó n de q u e sean capaces d e n o ­

ta r el fin g im ie n to ajen o c o n ta n ta facilidad, p o r

lo q u e n o es aco n sejab le valerse de él en su p re ­

sencia.

E l p a trim o n io

Todas las m ujeres, con escasas excepciones, son

proclives al despilfarro. P o r ello, to d o p a trim o ­

nio, ex cep tu an d o los rarísim o s casos en que ellas

m ism as lo h a n ad q u irid o , d ebería ser p u esto a

salvo de su irresponsabilidad.

E l dinero

Las m ujeres siem p re creen en el fo n d o de su co ­

razó n q u e la m isió n del h o m b re es g an ar dinero,

m ien tras q u e la suya es gastarlo; gastarlo en vida

del esposo, si ello fuera posible; p ero al m en o s

tras su m u erte , e n caso co n trario . El hech o de

que el h o m b re le en tregue su sueldo p a ra el m a n ­

te n im ien to del h o g ar la afianza en esta convicción.


V I

Cómo escoger a la mujer adecuada

L a im p o rta n cia d e lfín

La p ro fu n d a seriedad co n q u e los h o m b re s c o n ­

tem p lam o s y ex am in am o s cada p a rte del cu erp o

de u n a m ujer, y co n la q u e ella hace o tro tan to

co n el n u estro ; la escru p u lo sid ad crítica co n que

n o s fijam os en u n a m u je r q u e co m ien za a gustarn

o s; lo o b stin ad o de n u e stra elección; la p re o ­

cu p ació n co n la que el n o v io observa a la novia;

el cu id ad o q u e p o n e en n o ser en g añ ad o en n in ­

g ú n detalle, y el g ran valor q ue d a a cualq u ier exceso

o defecto de sus p artes esenciales: to d o ello

está p le n a m e n te justificado p o r la trascen d en cia

del fin. Pues el ser q ue va a ser en g en d rad o te n ­

d rá que llevar to d a su v id a u n a p a rte sim ilar. Si,

p o r ejem plo, la m u je r está u n p o co torcida, ello

5 1


5 2 EL ARTE D E TRATAR C O N LAS M UJER ES

p o d ría granjearle al hijo u n a joroba; y así en to d o

lo dem ás.

E d a d

El aspecto fu n d a m e n ta l q u e guía n u estra elecció

n y d e te rm in a la atracció n que sentim os hacia

el o tro sexo es la edad. E n general, toleram os to ­

das las edades en tre el com ienzo de la m e n stru a ­

ción y su final, p ero preferim os in d u d ab lem en te

el p erío d o co m p re n d id o en tre los dieciocho y los

v eintiocho años. E n cam bio, fuera de aquel p rim

er m arg en , n in g u n a m u je r es capaz de se d u ­

cirnos; u n a m u je r m a d u ra , es decir, que ya n o

m en strú e, n o s provoca repulsión. La ju v en tu d

sin belleza tiene cierto atractivo; pero la belleza sin

ju v en tu d , n in g u n o .

¿Q u é m edidas?

U n o s p ech o s fem eninos volu m in o so s ejercen

u n a atracción extraordinaria sobre el sexo m asculino;

pues, p o r estar en relación directa co n las

funciones rep ro d u c to ra s de la m ujer, p ro m e te n

a b u n d a n te alim en tació n p a ra el recién nacido.

E n cam bio, las m ujeres excesivam ente gordas


VI. C Ó M O E S C O G E R A LA M U JE R A D E C U A D A 5 3

suscitan n u estro rechazo; p u es d icha com plexión

es sín to m a de u n a atrofia del ú te ro y, p o r lo ta n ­

to, de esterilidad; y a u n q u e n o sepam os esto ú ltim

o, n u estro in stin to lo detecta.

Ojos, boca, n a riz y rasgos faciales

La belleza d el rostro es sólo el ú ltim o d e los c riterio

s p a ra la elección. T am b ién e n este caso lo

m ás relevante so n las p artes óseas; de ah í q u e se

b u sq u e so b re to d o u n a n a riz bella, y q u e u n a

n a riz c o rta o resp in g o n a lo eche to d o a perder.

E n efecto, u n a leve desv iació n de la n ariz, sea

h acia abajo o h acia a rrib a , signó la felicidad de

in co n tab les m u ch ach as; y co n ra z ó n , p u es se

tra ta de u n rasgo característico d e la especie.

U n a b o c a p e q u e ñ a , en m e d io de m axilares

ig u alm en te p e q u e ñ o s, es esencial co m o rasgo

específico del ro stro h u m a n o , en co n tra ste con

los h ocicos d e los anim ales. U n m e n tó n re tra í­

d o y casi in e x isten te resu lta p a rtic u la rm e n te re ­

pulsivo, p u es el m e n tu m p r o m in u lu m es u n a c a ­

racterística exclusiva de n u e s tra especie. P o r ú l­

tim o h ay q u e c o n sid e ra r la belleza de los ojos y

la frente: ésta tie n e q u e v er c o n las cualidades

psíquicas, en especial las in telectu ales, q u e se

h e re d a n de la m ad re.


5 4 EL ARTH D E TR APA R C O N LAS M UJER ES

La a lq u im ia indispensable

P ara q u e surja u n a atracció n realm en te ap asio ­

n a d a se requiere algo q u e sólo u n a m etáfo ra to ­

m a d a de la quím ica p u ed e expresar: am bas p e r­

sonas deb en neutralizarse m utu am en te, com o los

ácidos y las bases en u n a sal.

E l equilibrio n a tu ra l

Los fisiólogos saben que la v irilid ad y la fem in i­

d a d a d m ite n in n u m erab les grados, que hacen

que la p rim e ra se degrade h asta las repulsivas gi-

n a n d ra e hiposp ed ia, y la seg u n d a se eleve h asta

la sed u cto ra an drógina; desde am b o s lados se

p u e d e alcanzar u n h erm afro d itism o com pleto, el

cual atrae a aquellos in d iv id u o s que, p o r en co n ­

trarse en tre am b o s sexos, n o se p u e d e n clasificar

en n in g u n o y, p o r lo tan to , n o son aptos p a ra la

rep ro d u cció n . P ara la m e n c io n a d a n eu tralizació

n de dos indiv id u o s se requiere p o r consiguien

te q u e el g rado d eterm in a d o de la m asculi-

n id a d del v a ró n se co rresp o n d a exactam ente con

el g rad o de fem in id ad de la m ujer, de m an era

que am b as parcialidades se an u len m u tu am en te.

Según ello, el h o m b re m ás m asculin o buscará a

la m u je r m ás fem enina, y viceversa; y así, cada


VI. C Ó M O E S C O G E R A LA M U JE R A D EC U A D A 5 5

p erso n a b u scará a aquella o tra que tenga su m ism

o g rad o de sexualidad.

La belleza no lo es todo

El caso, p o co frecuente, de q ue u n h o m b re se

en am o re de u n a m u je r francam en te fea o cu rre

cu an d o se p ro d u c e la m en cio n ad a co n co rd an cia

exacta en el g rad o de la sexualidad, y las a n o m a ­

lías de la m u je r son d iam etra lm en te o p u estas a

las del h o m b re , es decir, constituyen su co rrectivo.

En casos com o éste, el en am o ra m ie n to alcan ­

za cotas b asta n te elevadas.

E x a m in a r el linaje fa m ilia r

Q u ien haya te n id o a u n a to n ta p o r m ad re, o a u n

d o rm iló n p o r p ad re, jam ás p o d rá escribir u n a

litada , a u n q u e estudie en seis universidades.

C onclusión: ¡n u n ca dejarse llevar p o r la pasió n !

Y n u n c a se les o c u rra escoger solos, llevados p o r

la siem pre cegadora p asión. H e p o d id o co n statar

que tales m a trim o n io s casi siem p re acab an m al.


5 6 EL AR TE D E TRATAR C O N LAS M UJER ES

D ejen q u e o tra s p erso n as b ien in ten cio n ad as d e ­

cid an p o r ustedes. La m ira d a desprejuiciada su e­

le d a r en el blanco, y la razó n es m u c h o m ejo r casam

e n te ra q u e la p asió n desaforada.


V II

El am o r

D efin ició n

El a m o r es el m al.

S u único origen es el in stin to sexu al

Todo en am o ram ien to , p o r m u y etéreo q u e se in ­

ten te presentar, rad ica exclusivam ente en el in s­

tin to sexual; incluso se p o d ría decir que n o es

m ás que la d eterm in a ció n ulterior, especificació

n e in d iv id u ació n m áx im a - e n el sen tid o literal

del té r m in o - del in stin to sexual.

Es u n a fu e r z a m etafísica

Lo que en definitiva atrae con fuerza ta n in ten sa

a dos indiv id u o s d e sexo o p u esto es la v o lu n ta d

5 7


5 8 El. AR T E D E T RATAR C O N LAS M U JE R E S

de vivir, q u e se m anifiesta a lo largo y anch o de la

especie h u m an a.

U na locura

La su p u esta p asió n elevada, d esdeñosa de to d o

lo q u e n o sea ella m ism a, q u e los fu tu ro s p ro g e­

n ito res se profesan m u tu a m e n te n o es en el fo n ­

d o m ás q u e u n a lo cu ra m u y singular, q u e hace

que u n h o m b re en a m o ra d o esté dispuesto a e n ­

tregar to d o s los bienes de este m u n d o a cam bio

de p o d e r acostarse con u n a m u je r dada, la cual,

en definitiva, n o le d ará n a d a q u e n o h u b iera p o ­

d id o darle cualquier otra.

Es ciego

La v o lu n ta d de la especie es h asta tal p u n to m ás

fuerte q u e la individual, q u e el e n a m o ra d o cierra

los ojos an te cualquier cu alid ad que le repugne,

pasa to d o p o r alto, lo d isto rsio n a to d o y se v in ­

cula p a ra siem p re con el o bjeto de su pasión: tan

co m p letam en te lo ciega este tip o de locura; la

cual, u n a vez co n su m a d a la v o lu n ta d de la especie,

se desvanece, dejándole a solas con u n a o d io ­

sa c o m p a ñ e ra de vida. Sólo así se explica q u e a


VI!. C L A M O R 5 9

m e n u d o veam os h o m b res razonables, e incluso

excelentes, con víboras y d em o n io s p o r esposas,

y n o en ten d am o s cóm o p u d ie ro n h acer sem e­

jan te elección. Ésta es la razó n de que los a n tiguos

rep resen ten el a m o r com o ciego.

Es co m ed ia o tragedia

El e n a m o ra m ie n to de u n h o m b re tie n e a m e ­

n u d o rib etes có m ico s, y en ocasio n es in clu so

trágicos; am b as cosas su ced en p o rq u e el in d iv i­

d u o , al estar p o se íd o del e sp íritu de la especie,

es c o n tro la d o p o r éste y d eja de ser d u e ñ o d e sí

m ism o .

Es poesía

La sensación de actu ar en asu n to s de e n o rm e

trascen d en cia es lo q u e eleva al a m an te ta n p o r

en cim a de to d o lo terren al y hasta de sí m ism o,

d o ta n d o a sus deseos, q u e en el fo n d o so n m u y

físicos, de u n ro p aje ta n h iperbólico, q u e el a m o r

llega a ser u n aco n tecim ien to poético h asta en la

v id a de las p e rso n a s m ás prosaicas; c o n lo q u e

la cuestión ad q u iere a veces, p o r cierto, u n cariz

b astante cóm ico.


6 0 E l. AR TE D E TRATAR C O N LAS M UJER ES

N o es la religión de la belleza

El a m o r es p a ra ustedes com o u n a religión; creen

que al a m a r están rin d ie n d o culto a la belleza y

p a rtic ip a n d o en conciertos celestiales. N o se d e ­

jen en g añ ar p o r las palabras: no; en realidad sólo

están d esen cadenando, a u n sin saberlo, u n p ro ­

b lem a de arm o n ías fisiológicas.

Es el aliento v ita l de la especie

El an h e lo am o ro so , el h im ero s, q u e los p o etas

de to d o s los tie m p o s siem p re se afa n a ro n p o r

expresar de los m o d o s m ás diversos, sin p o r ello

ag o tar su te m á tic a o in clu so h acerle justicia; ese

anhelo , q u e asocia la p o sesió n de u n a m u je r a la

re p re sen ta c ió n de u n a d ich a in fin ita, y v in cu la

el n o llegar a alcanzarla co n la id ea de u n d o lo r

in d escrip tib le; ese an h elo y su frim ie n to a m o ro ­

sos, en su m a, m al p u e d e n p ro c e d e r de las necesidades

de u n efím ero in d iv id u o ; so n el c lam o r

q u e em ite el e sp íritu de la especie, el cual ve en

ellos u n m ed io in su stitu ib le de alcanzar sus o b ­

jetivos o fracasar; y q u e p o r eso su sp ira ta n p r o ­

fu n d a m e n te . Sólo la especie tien e v id a in fin ita,

y e n co n secu en cia sólo ella es capaz de ab rig ar

deseos, satisfacciones y su frim ien to s infinitos.


VTÍ. EL A M O R 6 1

P ero com o éstos se e n c u e n tra n en cerra d o s, en

este caso, d e n tro del an g o sto p ech o de u n m o r ­

tal, n o es de e x tra ñ a r q u e este ú ltim o dé a veces

la im p re sió n de q u e fu era a estallar y n o e n ­

c u e n tre p alab ras p a ra d escrib ir el p re se n tim

ie n to de in fin ito placer o de in fin ita p e n a que

lo em barga.

Es u n a conspiración

C u an d o echam os u n a m ira d a sobre el d iario tra ­

jín, co nstatam os cóm o to d a la gente está o c u p a ­

d a de las carencias y plagas de la vida, tra ta n d o

co n todas sus fuerzas de satisfacer las in n u m e ra ­

bles necesidades y defenderse del d o lo r en sus

m últiples facetas, sin o tra esperanza q u e la de

p o d e r conservar precisam en te esa a to rm e n ta d a

existencia in d iv id u al d u ra n te u n breve lapso de

tiem po. H e ahí, sin em bargo, q u e captam os, en

m ed io de la m u ltitu d , las m irad a s ansiosas que

in tercam b ian dos am antes; pero, ¿por qué tan to

sigilo, te m o r y disim ulo? P o rq u e esos am an tes

so n los traid o res que p ro c u ra n p e rp e tu a r to d as

aquellas carencias y plagas, las cuales de otro

m o d o m u y p ro n to llegarían a su fin; fin q u e ellos

q u ieren evitar, com o o tro s lo h iciero n antes que

ellos.


6 2 KL ARTE D E TRATAR C O N LAS M UJKRES

E l a m o r exclusivo

El h o m b re q u e im ag in a q u e en co n tra rá m ay o r

placer en tre los brazos de u n a m u jer cuyos rasgos

considera h erm o so s que en tre los de cu alquier

o tra está siendo v íctim a de u n a ilusión v o ­

lu p tu o sa; ilusión sem ejante a aquella que, enfo ­

cada en u n a sola persona, convence al h o m b re de

que su p o sesió n le p ro p o rc io n a rá u n a d ich a ilim

itada.

El a m o r espiritual

Fue u n a m ujer, D io tim a, q u ien le enseñó a Sócrates

la ciencia del a m o r espiritual; y fue S ócrates,

el d iv in o Sócrates, quien, p a ra eternizar sin

esfuerzo el d o lo r del m u n d o , tra n sm itió a la p o s­

terid a d esta fu n esta ciencia a través de sus discípulos.

E l a m o r verdadero

D ebido a q u e n o hay dos indiv id u o s ex actam en ­

te iguales, existirá p a ra cada h o m b re u n a m u jer

que sea, co n relación al n iñ o q u e h ab rá de nacer,

la m e jo r p areja posible. Es tan p o co p robable


VII. EL A M O R 6 3

q u e am b o s lleguen a conocerse com o q u e se dé el

verd ad ero a m o r apasionado.

El a m o r en tiem pos de ep id em ia

La sífilis tiene u n a influencia m ayor de lo que en u n

principio cabe suponer; pues sus efectos n o son sólo

de naturaleza física, sino tam bién m oral. Desde que

C upido incluye en su aljaba dardos envenenados, se

h a infiltrado u n elem ento extraño, hostil e incluso

diabólico en la relación entre los sexos, im pregnándola

de u n a desconfianza siniestra y terrible.

A m o r y fe

El a m o r es com o la fe: n o se p u e d e o b te n e r p o r la

fuerza.

Cupido, dios del a m o r

Los an tig u o s p erso n ificaro n el genio de la especie

en C u p id o , dios que, a pesar de su aparien cia in ­

fantil, era agresivo y cruel, y p o r lo ta n to tenía

m ala rep u tació n ; era, e n fin, u n d u e n d e cap richoso

y despótico, p ero a u n así am o de dioses y

m ortales:


6 4 EL AR TE L)K TRATAR C O N LAS M U JE R E S

ai) 8’ co 0£¿ov TÚpavvs x ’ avOpcó-rtcov, ’'Epw^!

(Tw, d e o ru m h o m in u m q u e tyranne, A m o r!)

[¡Oh Eros, tira n o de dioses y hom bres!

Eu r í p i d e s , A n d ró m ed a , F r. 1 3 2 ;

cf. E s to b e o , F lorilegium II, 3 8 5 , 17]

Los disparos fatales, la ceguera y las alas so n sus

atrib u to s. Las alas alu d en a su inconstancia, que

suele q u e d a r de relieve cuando, u n a vez satisfecho

el deseo, sobreviene el desencanto.

S p in o za

La definición que Spinoza da del am or, extraordinariam

ente ingenua, m erece ser citada p ara entretenim

iento nuestro: A m o r est titillatio, concom itante

idea causae externae [«El am o r es u n cosquilleo

acom pañado de la representación de u n a causa exterior»,

(Ética IV, p ro p o sició n 44, dem ostración)].

E l a m o r en el espejo

U n am an te n o co rresp o n d id o p o r la bella y cruel

m u jer a la q u e am a p o d ría co m p arar a ésta, ep i­


VII. P.l. A M O R 6 5

gram áticam en te, con u n espejo cóncavo, el cual,

com o ella, resplandece, enciende y co n su m e sin

p erd er su frialdad.

Los a m a n te s pasan , co m o los p en sa m ien to s

La presencia de u n p en sam ie n to es com o la p re ­

sencia de u n a am ante: así com o creem os que

n u n c a vam os a olvidar u n p en sam iento , tam b ién

creem os q ue la am an te jam ás n o s dejará de im ­

p o rtar. Y, sin em bargo: lo q u e n o se ve se olvida.

H asta los p en sam iento s m ás h erm o so s se p ie r­

den p a ra siem pre si n o se p o n e n p o r escrito; y alg

ú n día in ten tam o s h u ir de la am an te, si es que

acaso n o n o s h em o s casado p rev iam en te con

ella.

E l suicidio p o r a m o r

E n los estadios m ás avanzados del e n a m o ra ­

m ien to , dicha q u im e ra llega a a d q u irir tal brillo,

que, cu an d o n o p u ed e alcanzarse, la v id a m ism a

pierde to d o su encanto, y entonces se vuelve ta n

triste, insulsa y desagradable que el rechazo hacia

ella su p era incluso el te rro r de la m u erte; lo cual

provoca a veces su in te rru p c ió n volu n taria. Y es


6 6 EL ARTE DE TRATAR C O N LAS M UJER ES

que la v o lu n ta d de u n a p erso n a sem ejante h a

q u ed ad o a trap ad a en el rem o lin o de la v o lu n tad

de la especie, o b ien esta ú ltim a h a alcanzado u n a

p re p o n d e ra n c ia tal sobre la del in d iv id u o que

cu an d o la v o lu n tad n o p u ed e ten er éxito en el

ám b ito de aquélla, p asa a d esdeñar su ejercicio

en el á m b ito de éste. El sujeto se convierte así en

u n recipiente d em asiado frágil p a ra co n ten er el

in m en so anhelo q u e surge de la v o lu n tad de la

especie concen trad a en u n objeto determ in ado.

La salida es en tonces el suicidio, y a veces incluso

el doble suicidio de am b o s am antes; a m en o s

q u e la natu raleza, con el p ro p ó sito de salvar la

vida, haga aparecer la locura, que cubre con su

velo la consciencia de la situación desesperada.

N o pasa u n añ o sin q u e varios casos com o éstos

d em u estren la v erd ad de lo anterior.


V III

El sexo

M etafísica del a m o r sexu al

*

M i m etafísica del a m o r sexual es u n a perla.

L a atracción sexual en el h o m b re y en la m u je r

El h o m b re suele p o r n atu raleza ser in co n stan te

en el am or, así com o la m u jer tien d e a la constancia.

E n el h o m b re , el a m o r dism in u y e sensib

lem en te en cu a n to se ve satisfecho, y casi cualq

u ier o tra m u jer lo excitará m ás q u e la q u e ya

posee: a ñ o ra la variedad. E n cam bio, el a m o r de

la m u jer em pieza a crecer desde aquel m ism o

instante. Ello se debe a la fin alid ad de la n a tu ra ­

leza, que está o rie n ta d a hacia la conservación de

67


68 H I. A R T E D E T R A T A R C O N L A S M U J E R E S

la especie y, p o r lo tan to , a acrecentarla to d o lo

posible. El h o m b re p u ed e, en efecto, en g en d rar

h o lg ad am en te h asta cien hijos al año, si tiene a

su d isposición o tras tan tas m ujeres; la m ujer, en

cam bio, a u n q u e tu v iera el m ism o n ú m e ro de

h o m b res, n o p o d ría d a r a luz a m ás de u n hijo

(si se p rescinde de los casos de p arto s m últiples).

P or eso, él siem pre está b u scan d o a o tras m u je ­

res, m ie n tra s q u e ella se a fe rra a u n h o m b re

d eterm in ado; p u es la n atu raleza la im pulsa, de

m a n e ra in stin tiv a y sin q u e m edie reflexión alguna,

a conservar p a ra sí al sostén y p ro te cto r de su

fu tu ra prole.

L a satisfacción sexu a l en el ho m bre

7 en la m u je r

La n atu raleza h a d ispuesto m al las relaciones e n ­

tre los dos géneros: al h o m b re le resulta im p o ­

sible satisfacer su deseo sexual de m a n e ra legal

desde que nace h asta q u e m uere. A m enos, claro

está, q u e enviude siendo m u y joven. P ara la m u ­

jer, lim itarse a u n solo h o m b re d u ra n te el p e río ­

d o relativam ente breve de su lozanía e id o n eid ad

resulta a n tin atu ra l. D ebe conservar p a ra u n solo

h o m b re m ás de lo q u e éste es capaz de utilizar, y

q u e m u ch o s o tro s ansian; y ella m ism a tiene que


V IH . E L S E X O 6 9

padecer los efectos de d icha renuncia. ¡T óm ese

esto en cuenta!

A esto hay q ue añ ad ir el h ech o im p o rta n te de

que en to d o m o m e n to el n ú m e ro de h o m b res

capaces de aparearse es el doble q ue el de las m u ­

jeres de igual condición, p o r lo q u e cada m u jer

recibe proposiciones co n tin u am en te, e incluso

está esp eran d o q u e le h ag an u n a cada vez q u e u n

h o m b re se le acerca.

¿D urante cu ánto tie m p o ?

El d o m in io n a tu ra l de la m u jer sobre el género

m asculin o m ed ian te el atractivo sexual d u ra

a p ro x im adam en te dieciséis años. U n a m u je r de

cu aren ta años ya es incapaz de satisfacer sexualm

en te al h o m b re . El im p u lso sexual del h o m b re,

en cam bio, d u ra m ás del doble.

L a satisfacción sexu a l com o in stin to

Es cierto que se dice q ue el ser h u m a n o carece

p rácticam en te d e instintos, a n o ser p o r aquel

que im p u lsa al recién n acido a b u scar y aferrarse

al pech o m atern o . Pero sí d isp o n em o s de u n in s­

tin to m u y concreto, inequívoco, e incluso m u y


7 0 E l, A R T F . D E T R A T A R C O N I.A S M U J E R E S

co m p lejo , a saber: el de elegir so fisticada, c o n ­

c ie n z u d a y o b s tin a d a m e n te a u n in d iv id u o del

o tro g én ero p a ra o b te n e r satisfacción sexual.

E sta satisfacció n co m o tal, es decir, en ta n to

q u e p lacer sen so rial b a sa d o en la u rg e n te n e c e ­

sid ad d e u n in d iv id u o , n o tie n e n a d a q u e ver

co n la b elleza o la feald ad del o tro sujeto. La

o b sesió n q u e sin em b a rg o se p ro d u c e en este

ú ltim o asp ecto , así c o m o la rig u ro sa elección

c o n sig u ien te, so n cosas q u e e v id e n te m e n te n o

h a y q u e a ch acar a q u ie n realiza la elección,

a u n q u e éste crea ser su p ro ta g o n ista , sin o a la

a u té n tic a fin a lid ad , es decir, al ser q u e va a ser

e n g e n d ra d o , a q u ie n se h a de tra n s m itir lo m ás

p u r a y c o rre c ta m e n te p o sib le el p ro to tip o de la

especie.

Salta a la vista q u e el esm ero con q ue u n insecto

escoge u n a d eterm in a d a flor, fruto, estiércol,

p o rc ió n de carne, o incluso -c o m o lo hacen los

ic n e u m o n e s - la larva de u n insecto de o tra especie,

p a ra p o n e r sus huevos sólo en ese lugar determ

in a d o , y el hech o de que p ara lograrlo n o escatim

e esfuerzos o peligros, son m u y análogos a la

fo rm a e n q u e u n h o m b re q u e q uiere satisfacer su

in stin to sexual elige cu id ad o sam en te a u n a m u ­

je r de ciertas características que a él le atraen , y la

p ersigue co n ta n to ahínco que a m en u d o , p ara


V I I I . E L S E X O 71

alcanzar dicho fin, sacrifica de m o d o irracio n al

su p ro p ia felicidad, ya sea co n tray en d o u n m a trim

o n io descabellado, ya recu rrien d o a la p ro stitu

ció n , en d esm edro de su fo rtu n a, su h o n o r o

su vida, ya co m etien d o , incluso, delitos com o el

ad u lterio o la violación; y to d o ello, d e c o n fo rm i­

d a d con la o m n ip resen te v o lu n ta d de la n a tu ra ­

leza, con el único p ro p ó sito de servir a la especie

de la fo rm a m ás o p o rtu n a , a u n q u e sea a ex p en ­

sas del individuo.

Sello de origen de la especie

La fascinación vertiginosa que se a p o d e ra de u n

h o m b re c u an d o éste co n tem p la a u n a m u jer

cuya belleza ad m ira , hacién d o le creer que el b ien

su p rem o consiste en unirse a ella, n o es sino el

propósito de la especie, que q uiere p erp etu arse

p o r este m edio.

¡M ejores que leones!

Yo im ag in ab a q u e el a p a rea m ien to de leones,

com o su p rem a afirm ació n de la v o lu n ta d en u n a

de sus m anifestaciones m ás intensas, estaría acom ­

p a ñ a d o de sín to m as m u y vehem entes; y m e sor-

BIBUOTECA ( '

Héctor G onzálezf . t\<


7 2 E J, A R T E D E T R A T A R C O N L A S M U J E R E S

p ren d ió co n statar que, p o r el co n trario , esos sín ­

to m as estaban m u y p o r debajo de los que suelen

aco m p a ñ a r al coito h u m an o . U n a vez m ás se

confirm a, pues, q u e lo crucial p a ra el significado

de u n fen ó m en o n o es el g rado de in ten sid ad de

la v o lu n tad , sino el g rad o del conocim iento; a n á ­

logam ente, el so n id o n o v iene d e term in a d o ta n ­

to p o r el ta m a ñ o de la cuerda com o p o r el de la

caja de resonancia.

E l deseo sexual

El deseo sexual, so b re to d o cu a n d o , a través de

su fijació n en u n a m u je r d e te rm in a d a , se h a

c o n c e n tra d o e n e n a m o ra m ie n to , co n stitu y e la

q u in ta e se n c ia de to d a la estafa de este b e n d ito

m u n d o ; p u e s a u n q u e p ro m e te u n a c a n tid a d in ­

decible, in fin ita y d esm e d id a de cosas, es m ise ­

ra b le m e n te p o c o lo q u e cum ple.

E l in stin to sexual...

Los an to jo s a q u e d a lu g ar el in stin to sexu a l son

com o los fu eg o s fa tu o s: nos d eslu m b ran co m p letam

en te; p e ro si los seguim os, n o s co n d u cen al

p a n ta n o , p a ra luego desvanecerse.


V I I I . E L S E X O 7 3

. . . y su gratificación

La gratificación del instinto sexual es absolutam ente

reprobable, pues constituye la m ás categórica

afirm ación de la vida. Ello vale tan to p ara la m atrim

onial com o p ara la extram atrim onial. Esta últim

a, sin em bargo, es doblem ente censurable pues

im plica la supresión de la voluntad de otras personas,

al hacer directa o indirectam ente desgraciada a

la joven respectiva; en otras palabras, el h o m b re o b ­

tiene su placer a costa de la felicidad de los dem ás.

A m o r y odio

El a m o r sexual es com p atib le incluso co n el odio

m ás v iru len to h acia su objeto; de ah í q u e P lató n

lo com p arase con el a m o r q u e los lobos sienten

hacia las ovejas.

L a barba y el sexo

La barba d eb ería estar p ro h ib id a p o r la policía,

ya que es casi u n a m áscara. A dem ás, en ta n to

que sím b o lo sexual p lan tad o en m ed io de la

cara, resulta obscena; de ah í que les guste ta n to a

las m ujeres.


7 4 K I. A R T E D E T R A T A R C O N L A S M U J E R E S

La otra cara de la m o n ed a

Los espejism os q u e p ro d u c e n en n o so tro s los

placeres eróticos se p u e d e n c o m p arar con ciertas

estatuas que, d eb id o al lugar que o cu p an , h an

sido diseñadas p a ra ser vistas sólo de frente, desde

d o n d e, en efecto, se ven herm osas; m ien tras

que, vistas desde atrás, ofrecen u n a im agen fea.

D e m a n e ra análoga, el en am o ram ien to es sólo

u n paraíso de b ien estar m ien tras sea m ero p ro s­

p ecto y algo p o r venir; p ero u n a vez que h a p asad

o y p o d e m o s co n tem p larlo retro sp ectiv am en ­

te, se nos revela com o algo fútil e insignificante

c u an d o n o repulsivo.

O stras y ch a m p a ñ a

El p eq u eñ o b u rg u és, h o m b re sin necesidades espirituales,

[...] tam p o co ex p erim en ta satisfacciones

espirituales. [...] N in g ú n ansia de conocer y

co m p ren d er, en v irtu d del conocer y c o m p re n ­

d er m ism o s, alienta su existencia; tam p o co lo

hace el ansia, ta n afín a aquélla, de goces específicam

ente estéticos. Y si la m o d a o la au to rid a d le

im p o n e n p o r v e n tu ra placeres de este tip o , los

d espacha ráp id am en te com o si fu eran u n a especie

de tra b ajo forzoso. Los ú nicos placeres que


V I I I . E L S E X O 7 5

reconoce com o autén tico s so n los corporales; y

se regodea en ellos. O stras y c h a m p a ñ a so n el

p u n to cu lm in an te de su existencia.

Sexo y procreación: todo a su tiem p o

P ara em pezar, m e valdré de u n pasaje de A ristó ­

teles, to m a d o de la Política V II, 16. E n él el filósofo

explica, en p rim e r lugar, que las p ersonas

d em asiado jóvenes e n g en d ran m alos hijos: d éb i­

les, deficientes y pequeñ o s; tam b ién dice que lo

m ism o o cu rre co n la descendencia de las p erso ­

nas d em asiado viejas. [...] R ecom ienda, p o r lo

tan to , que n ad ie m ay o r de cin cu en ta y cu atro

años en g en d re hijos, lo cual n o o b sta p a ra que el

sujeto siga ten ien d o relaciones sexuales p o r ra ­

zones de salud o de cualquier o tro tipo. N o dice

cóm o haya que p o n e r esto en práctica; a p aren tem

ente, p ien sa q u e los hijos en g en d rad o s a p a rtir

de esa ed ad te n d ría n que ser elim in ad o s p o r m e ­

dio del ab o rto ; p u es u n as líneas m ás a rrib a h abía

reco m en d ad o su uso. A h o ra b ien , la naturaleza,

p o r su p arte, n o p u ed e d esconocer el hech o que

subyace a esta prescrip ció n , p ero ta m p o c o co rregirlo.

Pues, según su p rin c ip io de q u e n a tu ra no n

fa c itsa ltu s [«la n atu raleza n o d a saltos», D e inces-

su a n im a liu m , 704b 15, 708a9], n o p o d ía su p ri­


7 6 E L A R T E D E T R A T A R C O N L A S M U J E R E S

m ir re p e n tin a m e n te la p ro d u cció n de sem en en

el h o m b re , sino q u e tam b ién aquí, com o en to d a

extinción, h ab ía de darse u n d eterio ro gradual.

La p ro creació n d u ra n te esta ú ltim a fase tiene,

pues, q u e tra e r al m u n d o h o m b res débiles, to r ­

pes, enferm izos, m iserables y de co rta vida. Y, de

hecho, es esto lo q u e sucede: los hijos e n g en d rados

ta rd ía m e n te suelen m o rir p ro n to , o al m en o s

n u n c a llegan a alcanzar u n a ed ad avanzada, son

m ás o m en o s vulnerables, enferm izos y débiles; y

los hijos que éstos a su vez en g en d ran tien en las

m ism as características. Lo que aq u í h em o s dicho

de en g en d rar en la ed ad d ecadente vale tam b ién

respecto de la p ro creació n en la ed ad in m ad u ra .

L a v irg in id a d

La v irg in id ad es h erm o sa n o p o rq u e sea u n a fo r­

m a de abstinencia, sino p o rq u e es u n a fo rm a de

p ru d en cia, ya q u e evade las tra m p a s d e la n a tu ­

raleza.

Las relaciones sexuales y las enferm eda des

Las en ferm ed ad es venéreas so n u n b u e n dique

de co n ten ció n p a ra evitar q u e las relaciones se­


vnr. e l s e x o 7 7

xuales ad q u ieran d em asiada influencia sobre los

seres h u m an o s.

Las ciencias n atu rales h an h ech o u n excelente

descu b rim ien to , q u e rep resen ta u n o de los m ás

grandes servicios prestad o s a la h u m a n id a d , a

saber: h a n e n c o n tra d o u n rem ed io que p erm ite

cu m p lir con las d em an d as de la n atu raleza sin

p o r ello co rrer el peligro, com o o c u rría hasta

a h o ra , d e in fe ctarse d e u n a e n fe rm e d a d v e n é ­

rea (p o r ejem p lo , en los b u rd eles). C o n siste en

ech ar en u n vaso de agua u n a p o rc ió n de cal d i­

suelta en cloro y luego, tras el coito, su m erg ir en

él el pene; cu alq u ier agente p ató g en o adquirid o

q u ed a así elim inado.


IX

El m atrim o n io

Q u é es el m a trim o n io

Le m ariage est u n piége, q u e la n a tu re nous

tend.

[«El m a trim o n io es u n a tra m p a que la n a tu ra ­

leza n o s tiende.»]

Por q u é se lleva a cabo

El g én ero fe m e n in o lo exige y esp era to d o del

m asculin o , a saber, to d o lo q u e an h ela y re q u ie ­

re; el m a sc u lin o le p id e al fem en in o , en p rin c i­

p io y de fo rm a in m ed iata, sólo u n a cosa. D e ahí

7 8


IX . E L M A T R I M O N I O 79

q u e haya sido n ecesario crear la in stitu c ió n seg

ú n la cual el género m a sc u lin o p u e d e o b te n e r

del fe m e n in o la so la cosa q u e p id e , a c a m b io

de a s u m ir el c u id a d o de to d o , ad e m á s del de

los h ijo s su rg id o s d e la relació n ; e n esta in s titu

c ió n resid e el b ie n e s ta r d el c o n ju n to del gén

e ro fem en in o .

¿Q u é hacer?

La p re g u n ta de si es preferible casarse a n o h acerlo

m u y a m e n u d o se reduce a la de si so n p referibles

las p reo cu p acio n es del a m o r a las del su sten ­

to.

M a trim o n io = ¡Riñas y privaciones!

Soltería = Paz y ab u n d an cia.

Casarse con la ciencia

¡No se casen! Sigan m i consejo: ¡no se casen! D e­

je n q u e la ciencia sea su esposa y co m p añ era; se

sen tirán m il veces m ejor. ¡El m a trim o n io que

co n o cem o s e n O ccid en te es de lo m ás a b su rd o

q u e se p u e d a im aginar! ¡C uán d e sp ro p o rcio ­

n ad a m e n te g ran d es so n las cargas y obligaciones


8 0 E L A R T E D E T R A T A R C O N L A S M U J E R E S

que coloca sobre los h o m b ro s del m arid o , a c am ­

bio de algunos placeres efím eros!

U no no se casa con la inteligencia

N o se acu d e al m a trim o n io en busca de u n a c o n ­

versación ingeniosa, sino p a ra en g en d rar hijos; el

m a trim o n io es la alianza de dos corazones, n o de

dos cerebros. El que las m ujeres a veces afirm en

haberse e n a m o ra d o de la inteligencia de u n

h o m b re n o deja de ser u n a p reten sió n vana y ridicula,

o acaso la exageración de u n ser anorm al.

A p esa r de cu alquier diferencia

N os sentim os so rprendidos cu an d o presenciam os

las nupcias apasionadas de u n h o m b re y u n a m u ­

jer cuyas m entes n o p o d ría n ser m ás disímiles; p o r

ejem plo, su pongam os que él es tosco, robusto y lim

itado, y ella delicada, aguda y con sentido estético,

etc.; o él genial y culto, y ella u n a boba. Sin em ­

bargo, se sienten fuertem ente atraídos y parecen

h ab er sido hechos el u n o p ara el otro. Esto se explica,

em pero, p o rq u e la v o lu n tad es lo que opera

en este caso, y su foco se en cu en tra en el polo co n ­

trario, es decir, en los genitales.


ÍX . ET. M A T R I M O N I O 81

E l m a tr im o n io y el cansancio

C asarse significa h acer to d o lo posible p a ra p ro ­

vocarse náuseas m u tu am en te.

El m a tr im o n io y la violación

Sólo los actuales p ro testantes, com o optim istas

que son, describen el m a trim o n io co m o algo su ­

blim e, sagrado y divino. T ertuliano dijo, p o r el

co n trario , q u e el m a trim o n io n o se diferencia

sustan cialm en te del stu p ru m [«la violación»].

E l m a tr im o n io y la igu ald ad de derechos

Las leyes euro p eas sobre el m a trim o n io eq u ip a ­

ra n a la m u je r al m arid o , es decir, p a rte n de u n a

falsa prem isa.

E l h o m b re casado: u n a perso n a a m ed ia s

E n n u e stro lad o m o n o g á m ic o del m u n d o casarse

significa p a ra el h o m b re d iv id ir p o r la m i­

ta d sus d erech o s y m u ltip lic a r p o r d o s sus o b ligaciones.


8 2 E l, A R T E D E T R A T A R C O N L A S M U J E R E S

¿Por a m o r o p o r interés?

El h o m b re que al casarse tiene m ás a la vista el d i­

nero que la satisfacción de sus inclinaciones vive

m ás en el individuo que en la especie; pero lo in ­

dividual se o p o n e diam etralm en te a la verdad, p o r

lo que p ro d u ce la im presión de ser an tin atu ral y

suscita cierto desprecio. U na joven que, co n trariando

el consejo de sus padres, rechaza la p ro ­

p uesta de m a trim o n io de u n h o m b re rico que n o

sea m u y m ayor, y hace a u n lado to d o convencionalism

o p a ra seguir ú n icam en te su preferencia

instintiva, está sacrificando su bienestar personal

al de la especie. Pero precisam ente p o r ello n o p o ­

dem os escatim arle cierto respeto; pues h a o p tado

p o r lo m ás im p o rta n te y actuado conform e a la

n aturaleza (m ás exactam ente: conform e a la especie);

m ien tras que sus padres la aconsejaron guiados

p o r el egoísm o individual.

M a tr im o n io p o r a m o r

C asarse sólo «por am or» sin te n e r que lam e n ta r­

lo m u y p ro n to , es m ás, el m ero h ech o de casarse,

es com o m e te r la m a n o en u n saco con los ojos

vendados, y p re te n d e r sacar la ú n ica anguila e n ­

tre u n m o n tó n de serpientes.


IX . E L M A T R I M O N I O 83

Los m a trim o n io s p o r a m o r se celebran en in te ­

rés de la especie, n o en interés de los individuos.

Es cierto q u e los contrayentes se fig u ran estar favoreciendo

su p ro p ia felicidad; p ero la v erdadera

finalidad de sus actos se les escapa, p u es n o es

sino el n acim ien to del in d iv id u o q u e sólo ellos

h arán posible. U n id o s p o r esa m e ta co m ú n , d e ­

ben de ahí en adelante tratar de sobrellevarse lo m e­

jor posible. Sin em bargo, ocurre en n o pocos casos

que la pareja vinculada p o r esta alucinación instintiva,

m eollo del a m o r apasionado, es com pletam

ente heterogénea. Esto últim o sale a relu cir

cu a n d o , c o m o n o p o d ía ser d e o tro m o d o , d e ­

saparece d icha alucinación. D e ah í que generalm

en te los m a trim o n io s co n traíd o s p o r a m o r

acaben m al; p ues en realid ad están al servicio de

la g eneración venidera, p ero a costa de la p resen ­

te. C o m o dice el refrán español: Q u ien se casa p o r

am ores ha d e v iv ir con dolores*.

M a tr im o n io y fe licid a d

C o m o es sabido, los m a trim o n io s felices son m ás

bien escasos; y la razó n es obvia, ya q u e la n a tu ­

raleza m ism a del m a trim o n io hace q u e su finali­

* E n castellano e n el original. (N . del T.)


8 4 E L A R T E D E T R A T A R C O N L A S M U J E R E S

d ad se en cu en tre n o en la generació n presente,

sino en la fu tu ra. P ara consuelo de te m p e ra m e n ­

tos tiern o s y am orosos, añ ad iré, sin em bargo,

q u e e n algunas ocasiones al a m o r sexual apasion

a d o se le u n e cierto sen tim ien to de raigam bre

m u y d istin ta, a saber, el de u n a am istad verd ad e­

ra, b asad a en la confluencia de caracteres; am ista

d que, n o obstante, casi siem pre se p resen ta

sólo después de q u e se ap ag ad o el a m o r sexual,

que co m o tal b usca sólo la gratificación.

Pecado de ju v e n tu d

La m ay o ría de los h o m b res se d ejan seducir p o r

u n lin d o ro stro; pues la n atu raleza, al hacer que

las m ujeres m u e stre n rep en tin am en te to d o su

esp lendor y p ro d u z c a n u n «golpe de escena», los

in d u ce a to m arlas p o r esposas; en cam bio, les

o cu lta los n u m ero so s m ales q u e tra e n consigo,

tales com o: u n sinfín de gastos, p reo cupaciones

p o r los hijos, m al carácter, te rq u e d a d , envejecim

ie n to y a m a rg u ra p re m a tu ro s, engañ o s, in fid

elidades, m an ías, ataq u es de h isteria, am an tes,

y el in fie rn o co n to d o s sus d em o n io s. D e ahí

q u e yo d e n o m in e al m a trim o n io u n a d e u d a

q u e se c o n tra e en la ju v e n tu d y se paga en la

m ad u rez.


IX . E L M A T R I M O N I O 8 5

D a la im presión de que cada vez que se celebra u n

m atrim o n io tuvieran que salir m al parados o bien

el individuo o b ien el interés de la especie. Y, de h e ­

cho, así ocurre la m ayoría de las veces; pues sería

u n a coincidencia m u y afortu n ad a el que lo conveniente

y el a m o r apasionado fueran de la m ano.

F e m in a sin e p ecu n ia im ag o m o rtis

Las m ujeres q u e fu ero n p obres antes de casarse

suelen ser m ás exigentes y d erro ch ad o ras q ue

aquellas q u e tra je ro n consigo al m a trim o n io u n a

b u e n a dote; p u es las jóvenes ricas p o r lo general

a p o rta n n o sólo u n a dote, sino ta m b ié n u n cu i­

d ad o (casi se p o d ría decir: u n in stin to hered ad o )

p a ra conservarla m ay o r que el de las pobres. [...]

E n to d o caso, yo le aconsejaría a q u ien se case

con u n a m u c h a c h a p o b re q u e n o le deje p o r h e ­

rencia to d o su capital, sino u n a m e ra renta; pero,

sobre to d o , q u e vele p a ra q u e el d in ero de los h i­

jos n o vaya a p a ra r jam ás a sus m an o s.

Si h a n d e casarse, cásense p o r lo m en o s co n u n a

m ujer rica, a n o ser que ustedes ya lo sean. Las m u ­

jeres ricas saben p o r lo m en o s a d m in istra r el h o ­

gar m e jo r q u e otras, q u e n o co n o cen el valor del

d in ero p o r n o h ab erlo poseíd o n u n ca.


86 I ! A R T E D E T R A T A R C O N L A S M U J E R E S

Esposa e hijos

E n tre lo q u e u n h o m b re posee jam ás he co n tad o a

la m u jer y a los hijos, ya que aquél es m ás b ien

poseíd o p o r éstos.

B altasar G racián llam a cam ello a u n h o m b re en

sus cuaren ta sólo p o r el hech o de que éste tenga

esposa e hijos.

E l m a trim o n io com o in stitu ció n de beneficencia:

p o r exp eriencia prop ia

Conozco a las m ujeres. Sólo les interesa el m a trim

o n io com o institución de beneficencia. En la

época en que m i propio padre languidecía, confinado

m iserablem ente a u n a silla de enferm o, h u ­

biera quedado totalm ente abandonado de n o ser

porque u n antiguo sirviente puso en práctica el den

o m in ad o am o r al prójim o. M i señora m adre o r­

ganizaba tertulias m ientras él se consum ía en su soledad,

y ella se divertía m ientras él soportaba am argos

torm entos. ¡Hete ahí el am o r de las mujeres!

¡N u n ca p a g a r u n billete sin usarlo!

C u an to m ás sensato y sabio se es, p eo r le va a

u n o en su v ín cu lo con la m ita d irrazonable de la


IX . E L M A T R I M O N I O 8 7

h u m an id ad ; y bien m erecid am en te, ya que la

m ayor lo cu ra estuvo en h ab erlo co n traíd o ; sobre

to d o cu an d o u n h o m b re h a cu m p lid o cu aren ta

años sin asu m ir la carga de u n a esposa y u n o s h i­

jos, y decide casarse. P ara m í, esto es com o si alguien

h u b ie ra reco rrid o a pie las tres cu artas p a r­

tes de u n trayecto, y luego estuviera dispuesto a

p agar el billete com pleto c o n el fin de cubrir en

carro la p a rte restante.

Ú nico m o tivo válido p a ra casarse

E n definitiva, lo único que h ab la a favor del m a ­

trim o n io so n los cuid ad o s recibidos en la vejez y

en la enferm ed ad , y u n a m esa b ie n servida. Pero

incluso estas ventajas m e parecen dudosas: ¿Acaso

m i m ad re cuid ó de m i p a d re c u an d o éste se

hallaba enferm o?

Las v iu d a s

El que las v iudas sean in cin erad as vivas ju n to

c o n el cadáver de su esposo es, ciertam en te, re ­

pulsivo; p ero el q ue d ilap id en ju n to co n sus p re ­

tendientes la fo rtu n a que su cónyuge, convencido

de q u e estaba tra b a ja n d o p a ra sus hijos, re u ­


88 E L A R T E D E T R A T A R C O N L A S M U J E R E S

n ió m e d ian te el esfuerzo sostenido de to d a u n a

v id a n o lo es m enos.

F idelid ad e in fid elid a d

La fid elid ad conyugal es artificial en el h o m b re

y n a tu ra l en la m u jer; p o r lo ta n to , el ad u lte rio

es m u c h o m e n o s excusable en ésta q u e e n

aquél; ta n to o b jetiv am en te, a causa de sus c o n ­

secuencias, c o m o su b jetiv am en te, p o r ser a n tin

atu ral.

El adu lterio

El a d u lte rio es m ás g rave q u e el p e o r d e los

robos.

El h o n o r del h o m b re exige q u e éste castigue

severam ente el ad u lterio de su m u je r y q u e se

vengue, ya sea sep arán d o se de ella, ya sea de

cualq u ier o tra form a. Si, p o r el co n trario , lo tolera

co n scien tem en te, será cu b ierto de o p ro b io

p o r la cofradía m asculina, o p ro b io que sin e m ­

b arg o n o es ta n grave com o el q u e se le im p o n e

al género fem en in o , ya que en el h o m b re la relación

sexual es secu n d aria y sólo u n a en tre varios

tipos de relación.


IX . E L M A T R I M O N I O

S9

H o n o r fe m e n in o y h o n o r m a scu lin o

El h o n o r fe m e n in o d e m a n d a q u e n o se lleve a

cabo relación extraconyugal alguna, ya que sólo

así el b a n d o enem igo (los h o m b re s) se verá constre

ñ id o a la cap itu lació n (el m a trim o n io ); p o r

ello, cualq u ier relación extraconyugal es castigada

p o r el corps fem en in o com o u n a tra ic ió n en

favor del enem igo, p o r lo q u e la culpable es colm

ad a de o p ro b io y expulsada del corps.

El h o n o r m a scu lin o exige q u e n o tenga lugar

ad u lterio alguno, ya que sólo así el enem igo (las

m ujeres) se verá co nstreñido, c u a n d o m enos, a

resp etar la cap itu lació n concertad a (el m a trim o ­

nio); p o r ello, q u ien to lera a sabiendas el ad u lterio

de su esposa es san cio n ad o com o tra id o r al

corps m asculin o y cu b ierto de vergüenza.


8 8 E L A R T E D E T R A T A R C O N L A S M U J E R E S

n ió m e d ian te el esfuerzo sostenido de to d a u n a

vid a n o lo es m enos.

F idelid ad e in fid elid a d

La fid elid ad conyugal es artificial e n el h o m b re

y n a tu ra l en la m u jer; p o r lo ta n to , el ad u lte rio

es m u c h o m e n o s excusable en ésta q u e en

aquél; ta n to o b jetiv am en te, a causa de sus c o n ­

secuencias, c o m o su b jetiv am en te, p o r ser a n tin

atu ral.

E l adu lterio

El a d u lte rio es m á s g rav e q u e el p e o r d e los

robos.

El h o n o r del h o m b re exige q u e éste castigue

severam ente el ad u lterio de su m u jer y q u e se

vengue, ya sea sep arándose de ella, ya sea de

cu alq u ier o tra form a. Si, p o r el co n trario , lo tolera

conscien tem en te, será cu b ierto de o p ro b io

p o r la cofradía m asculina, o p ro b io q u e sin e m ­

bargo n o es ta n grave com o el que se le im p o n e

al género fem en in o , ya q ue en el h o m b re la reía-

ción sexual es secu n d aria y sólo u n a en tre varios

tipos de relación.


IX . E L M A T R I M O N I O 8 9

H o n o r fe m e n in o y h o n o r m a sculino

El ho n o r fe m e n in o d e m a n d a q u e n o se lleve a

cabo relación extraconyugal alguna, ya que sólo

así el b a n d o enem igo (los h o m b re s) se verá constre

ñ id o a la capitu lació n (el m a trim o n io ); p o r

ello, cu alq u ier relación extraconyugal es castigada

p o r el corps fem en in o com o u n a tra ic ió n en

favor del enem igo, p o r lo q u e la culpable es colm

ad a de o p ro b io y expulsada del corps.

El h o n o r m a scu lin o exige q u e n o tenga lugar

ad u lterio alguno, ya q u e sólo así el enem igo (las

m ujeres) se verá co n streñ id o , c u a n d o m en o s, a

resp etar la capitu lació n co n certad a (el m a trim o ­

nio); p o r ello, q u ien tolera a sabiendas el ad u lterio

de su esposa es san cio n ad o com o tra id o r al

corps m asculin o y cubierto de vergüenza.


X

¿Monogamia o poligamia?

L a m o n o g a m ia es a n tinatu ra l...

C o n re sp e c to a la re la c ió n e n tre los sexos,

n in g ú n lu g a r del m u n d o es ta n in m o ra l c o m o

E u ro p a , a c o n se c u e n c ia de la a n tin a tu ra l m o ­

n o g a m ia .

. . . y se opone a la razón

Es to talm en te in com p rensib le que u n h o m b re

cuya esposa sufra de u n a enferm ed ad crónica,

d em u estre ser estéril o se haya ido convirtien d o

en d em asiado vieja p a ra él, n o p u ed a to m a r u n a

seg u n d a esposa adicional.

9 0


X . ¿ M O N O G A M I A O P O L I G A M I A ? 9 1

C au sa u n desequilibrio

E n la m o n o g am ia, el h o m b re recibe dem asiado

de u n a sola vez, p ero p oco a la larga; con la m u ­

jer sucede exactam ente lo contrario .

R elación n a tu ra l engañosa

La n aturaleza, al h acer casi igual el n ú m e ro de

m ujeres que el de h o m b res, y sin em b arg o d o tar

a las m ujeres de la cap acid ad p a ra d ar a luz y satisfacer

al h o m b re sólo d u ra n te la m ita d de ese

período, h a trasto cad o desde sus inicios la relación

sexual en tre los seres h u m a n o s. A juzgar

p o r la ig ualdad n u m é ric a absoluta, la natu raleza

pareciera favorecer la m o n o g am ia; sin em bargo,

con u n a sola m u je r u n h o m b re p u ed e satisfacer

su deseo de p ro crear sólo la m ita d del tiem po;

deb ería serle p erm itid o , pues, to m a r u n a m u jer

ad icional c u an d o la p rim e ra se m architase; en

cam bio, sólo se h a previsto u n a p a ra cada cual.

Lo q u e la m u je r p ierd e en tie m p o de v id a sexual

lo gana en in ten sid ad de la m ism a: es capaz de

satisfacer a dos o tres v arones ro b u sto s al m ism o

tiem po sin q u e ello le afecte. E n la m o n o g am ia,

en cam bio, em plea sólo la m ita d de su capacidad

y satisface sólo la m ita d de sus deseos.


92 E L A R T E D E T R A T A R C O N L A S M U J E R E S

¡La polig a m ia , p o r supuesto!

Sobre la poligam ia n o hay nada que discutir; sim plem

ente hay que tom arla com o u n fenóm eno universal,

al que sólo cabe regular. D e hecho, ¿dónde están

los supuestos m onógam os? Todos nosotros vivim

os, al m enos durante u n tiem po, pero casi siem pre

de m o d o perm anente, en estado polígamo. Así

pues, si cada hom b re necesita varias m ujeres, debería

dársele la oportunidad, e incluso el derecho, de

m antener a varias. C o n ello se le estaría restituyendo

a la m ujer su condición natural y justa com o ser subordinado,

y la dam a, ese engendro de la civilización

europea y de la estulticia cristiano-germ ánica,

con sus ridiculas pretensiones de respeto y veneración,

habría sido borrada de la faz de la tierra, y sólo

quedarían mujeres; pero, eso sí: n o mujeres desgraciadas,

de las que Europa se encuentra ahora repleta.

Es u n a bendición p a ra las m ujeres...

P ara el g énero fem en in o en su co n ju n to la p o lig a­

m ia es u n a v erd ad era b en d ició n .

... y p a ra los m o rm o n es

Lo q u e p a re c e g ra n je a r ta n to s acó lito s a los

m o rm o n e s es el h e c h o d e q u e h ay an e lim in a ­


X . ¿ M O N O G A M I A O P O L I G A M I A ? 9 3

do la m o n o g am ia, q u e es tan co n traria a la n a tu ­

raleza.

S in poligam ia...

A llí d o n d e esta in stitu ció n n o existe, los h o m b re s

s o n la m ita d de su v id a m ujeriegos y la o tra m i­

ta d corn u d o s; y, correlativam ente, las m ujeres se

d iv id e n e n e n g añ ad as y en g añ ad o ras. Q u ie n

se casa joven tiene q u e so p o rta r m ás tard e a u n a

vieja; y q u ie n lo hace tard e ad quiere p rim e ro e n ­

ferm ed ad es venéreas, y luego cuernos.

La p o lig a m ia y las suegras

Si \a p o lig a m ia llegara a im p lan tarse, tendría, e n ­

tre m u ch as o tras ventajas, la de q u e el h o m b re

n o se relacionaría ta n estrecham ente co n sus

suegros, q ue, co n el m ied o que in sp iran , so n h o y

los responsables de fru stra r in n u m erables m a trim

o n io s. Pero... ¡diez suegras en lu g ar de una!


XI

Los derechos de la mujer

D erechos e inteligencia

C u an d o las leyes o to rg a ro n a las m ujeres los m ism

o s d erechos q u e a los h o m b res, h ab rían d ebido

concederles tam b ién u n a inteligencia m asculina.

Las m ujeres y los curas

N o h a y que h acer concesiones a las m ujeres y a

los curas.

E l derecho sucesorio

Q u e la p ro p ie d a d q u e los h o m b re s adquieren

con dificultad a costa de g randes esfuerzos y pe-

94


X I . L O S D E R E C H O S D E L A M U 'jL R 9 5

nalidades so p o rtad o s d u ra n te largos años vaya a

p a ra r a la p o stre a m an o s de las m ujeres, p a ra

que éstas, d ebido a su insensatez, se la gasten en

p oco tie m p o o la d ilap id en de la m a n e ra q u e sea,

es u n d isp a ra te ta n grave c o m o frecu en te, al

q u e se le d ebería p o n e r coto lim ita n d o el d erecho

q u e tien en las m ujeres a heredar.

C o nsidero q u e la so lu ció n m ás id ó n ea sería disp

o n e r q ue las m ujeres, ya fu eran v iudas o hijas,

sólo p u d iesen recibir com o h eren cia u n a renta,

respaldada de p o r vida m e d ia n te h ipoteca; p ero

no, en cam bio, bienes inm u eb les o capital, a m e ­

n o s que carecieran d e descendencia m asculina.

D erecho a la p ro p ied a d

Son los h o m b res, y n o las m ujeres, los que o b tien

e n la riqueza; p o r lo tan to , ellas n o tien en d erecho

a su p o sesió n in co n d icio n al, n i están capacitadas

p a ra ad m in istrarla.

Las m ujeres y su tutela

Las m ujeres req u ieren co n tin u a m e n te u n tu to r;

de ahí que jam ás debería otorgárseles la custodia de

los hijos.


9 6 E L A R T E D E T R A T A R C O N L A S M U J E R E S

Incluso en tre los hotentotes...*

E n casi to d o s los pueblos del m u n d o , ta n to a n tiguos

co m o m o d ern o s, e incluso en tre los h o ten -

totes, la p ro p ie d a d se lega sólo a los d escendientes

m asculinos; sólo E u ro p a h a q u erid o seguir

o tro cam in o ; excepto la nobleza.

... y en el In d o stá n

E n el In d o stá n las m ujeres n o so n jam ás in d e ­

p endientes; siem pre están bajo la tu tela de alguien,

ya sea el p adre, el m arid o , u n h e rm a n o o

u n hijo.

* E x p resió n pey o rativ a co n la q u e los b ó ers d e S udáfrica d esig n a­

b a n a las trib u s au tó cto n as. ( N . d e l T.)


XII

La profesión m ás antigua

Sus causas

Las causas d e la p ro stitu ció n so n ta n to la necesid

a d frecuente q u e tiene el h o m b re de casarse ta r­

de com o la insensatez de las m ujeres.

V íctim a s d e la m o n o g a m ia

M ien tras que en tre los p u eb lo s poligám icos to d a

m u je r e n c u e n tra q u ien la m an ten g a, en tre los

m o n o g ám ico s el n ú m e ro de casadas es reducido,

lo cual deja desam paradas a u n sin n ú m ero de m u ­

jeres, q u e en las clases altas vegetan com o soltero

n as ociosas, y en las bajas tien en q u e so p o rtar

u n tra b ajo d esp ro p o rcio n ad am en te d u ro , o in-

9 7


9 6 E l. A R T E D IZ T R A T A R C O N L A S M U J E R E S

Incluso en tre los hotentotes...*

E n casi to d o s los p u eb lo s del m u n d o , ta n to a n tiguos

com o m o d ern o s, e incluso en tre los h o ten -

totes, la p ro p ie d ad se lega sólo a los d escendientes

m asculinos; sólo E u ro p a h a q u erid o seguir

o tro cam in o ; excepto la nobleza.

... y en el In d o stá n

E n el In d o stá n las m ujeres n o son jam ás in d e ­

pen d ien tes; siem pre están b ajo la tutela de alguien,

ya sea el p adre, el m arid o , u n h e rm a n o o

u n hijo.

* E x p resió n p ey o rativ a co n la q u e los b ó ers d e S udáfrica d esignab

a n a las trib u s au tó cto n as. (N . d e l T .)


XII

La profesión m ás antigua

Sus causas

Las causas de la p ro stitu ció n son ta n to la necesid

a d frecuente q u e tiene el h o m b re de casarse ta r ­

de co m o la insensatez de las m ujeres.

V íctim a s de la m o n o g a m ia

M ien tras q u e en tre los p u eb lo s poligám icos to d a

m u je r e n c u e n tra q u ien la m an ten g a, en tre los

m o n o g ám ico s el n ú m e ro de casadas es reducido,

lo cual deja desam paradas a u n sin n ú m ero de m u ­

jeres, q u e en las clases altas vegetan co m o soltero

n as ociosas, y en las bajas tien en q u e so p o rta r

u n trabajo d e sp ro p o rcio n ad am en te d u ro , o in-

9 7


9 6 E L A R T E D E T R A T A R C O N L A S M U J E R E S

Incluso en tre los hotentotes...*

E n casi to d o s los p ueblos del m u n d o , ta n to a n tiguos

co m o m o d ern o s, e incluso en tre los h o ten -

totes, la p ro p ie d ad se lega sólo a los descendientes

m asculinos; sólo E u ro p a h a q u erid o seguir

o tro cam ino; excepto la nobleza.

... y en el In d o stá n

E n el In d o stá n las m ujeres n o so n jam ás in d e­

p en d ien tes; siem pre están b ajo la tu tela de alguien,

y a sea el p adre, el m arid o , u n h e rm a n o o

u n hijo.

* E x p resió n p eyorativ a c o n la q u e los b ó e rs d e S udáfrica d esig n a­

b a n a las trib u s au tó cto n as. ( N . d e l T .)


XII

La profesión m ás antigua

Sus causas

Las causas de la p ro stitu ció n son ta n to la necesid

a d frecuente q u e tiene el h o m b re de casarse ta r ­

de com o la insensatez de las m ujeres.

V íctim a s de la m o n o g a m ia

M ien tras que en tre los p u eb lo s p oligám icos to d a

m u je r e n c u e n tra q u ien la m an ten g a, en tre los

m o n o g ám ico s el n ú m e ro de casadas es reducido,

lo cual deja desam paradas a u n sinnúm ero de m u ­

jeres, q u e en las clases altas vegetan c o m o soltero

n as ociosas, y e n las bajas tien en que so p o rta r

u n tra b ajo d e sp ro p o rcio n ad am en te d u ro , o in ­

9 7


9 8 E l, A R T E D E T R A T A R C O N L A S M U J E R E S

cluso p ro stitu irse y llevar u n a vida triste y d eshonro

sa.

Sólo e n L ondres hay u n as o ch en ta m il p ro stitu ­

tas. ¿Q ué son éstas sino m ujeres que h a n salido

tre m e n d a m e n te perju d icad as p o r la in stitu ció n

de la m o n o g am ia, autén ticas víctim as h u m an as

sacrificadas en el altar de la m onogam ia?

L a m en ta b le pero inevita ble

Las m ujeres de la vida alegre so p o rta n u n a vida

ta n caren te de alegría co m o de h o n o r; y, sin e m ­

b argo, son necesarias bajo las actuales circu n s­

tancias [m onogám icas]; de ah í que representen

u n estam ento reco n o cid o oficialm ente, cuya fin

a lid ad específica es pro teger del peligro de ser

seducidas a aquellas m ujeres afo rtu n ad as que ya

h a n e n c o n tra d o m arid o , o tien en posibilidades

de en co n trarlo .


X III

Las mujeres, la cultura y las artes

Las m ujeres y las artes

C o n so b rad a razó n se p o d ría caracterizar al gén

ero fem en in o com o el género antiestético. En

efecto, las m ujeres n o en tien d en realm en te de

m úsica, poesía o artes plásticas, n i tien en sensibilid

ad p a ra estas actividades; c u an d o las im ita n y

se vanaglorian de tenerlas, se tra ta de m ero rem e­

do, atrib u ib le a su coquetería.

E n el teatro

M ucha razón tenían los griegos cuando prohibiero

n a las m ujeres, según se dice, el acceso a las representaciones

teatrales; al m enos en sus teatros sí

9 9


100 E L A R T E D E T R A T A R C O N L A S M U J E R E S

se podría escuchar algo. En nuestros tiem pos convendría

añadir al taceat m ulier in ecclesia [«que la

m ujer guarde silencio en la asamblea»] u n taceat

m ulier in theatro [«que la m ujer guarde silencio en el

teatro»]; o quedarse con este últim o lem a, y fijarlo

en letras m u y grandes, p o r ejem plo, sobre el telón.

M a trim o n io , poesía y filosofía

Lo q u e se suele b u scar co n la llam ad a «carrera»

de los jóvenes varones n o es o tra cosa q ue c o n ­

vertirlos en bestias de carga de u n a m ujer. P ara

los m ejores de ellos la m u jer viene siendo u n p e ­

cado de ju v en tu d . El ocio q u e los h o m b res b r in ­

d a n a sus esposas tra b ajan d o to d o el día lo requiere

el filósofo p a ra sí. El h o m b re casado lleva

sobre sus h o m b ro s to d o el peso de la vida, el soltero

sólo la m ita d del m ism o ; q u ien se consagra

a las M usas debe pertenecer a este últim o c o n tin ­

gente. A sí se explica q u e casi to d o s los filósofos

v erd ad ero s hay an p e rm a n e c id o solteros: p o r

e je m p lo , D e s c a rte s , L e ib n iz , M a le b ra n c h e ,

S p in o z a y K ant. A los a n tig u o s n o se les p u e d e

in clu ir, ya q u e e n tre ellos la m u je r o c u p a b a

u n p u e s to s u b o rd in a d o ; p o r o tra p a rte , ya se

sabe c u á n to su frió Sócrates, y A ristóteles fue

u n m a e stro de la corte. Los g randes poetas, en


X I I I . L A S M U J E R E S , L A C U L T U R A Y L A S A R T E S 101

cam bio, estuvieron to d o s casados, y, p o r cierto,

infelizm ente. Shakespeare incluso tuvo cu ern o s

p o r p a rtid a doble. Los m arid o s so n casi siem pre

u n o s Papagenos, p ero al revés: p u es así com o a

éste u n a an cian a se le convierte en u n a joven con

rapidez p asm osa, a aquéllos u n a joven se les c o n ­

vierte en u n a an cian a co n n o m e n o r celeridad.

Los filósofos y poetas ya casados se convierten

p o r este solo hecho en sospechosos de h acer las

cosas p o r interés personal, y n o p o r el de la cien ­

cia o de las artes.

El genio y la belleza

El genio d u ra en los h o m b re s lo m ism o q u e la

belleza en las m ujeres, es decir, q u ince años: se

extiende desde los veinte h asta los tre in ta y cinco

años de edad, com o m áxim o. Las m ujeres n o

p u ed en , en realidad, ser geniales; a lo su m o p o ­

d rá n te n e r talento.

Las m ujeres y sus logros en el arte

N i siquiera las m en tes m ás preclaras de to d o el

género fem en in o h a n alcanzado jam ás u n solo


1 0 4 E l . A R T E D E T R A T A R C O N L A S M U J E R E S

co razó n m ism o extiende su influencia negativa a

to d o s los ám bitos.

Las diferencias de rango en hom b res

y m ujeres

M ien tras que el h o m b re , incluso c u a n d o se d irige

a p erso n as q u e están m u y p o r debajo de él,

suele conservar p o r lo m en o s cierta dosis de c o n ­

sid eració n y h u m a n id a d , es in so p o rtab le p re se n ­

ciar cu án arro g an te y p rep o ten tem en te se co m ­

p o rta casi siem pre u n a m u je r d istin g u id a con

o tra de rango inferior, siem pre que n o sea su e m ­

pleada, c u an d o está h a b lan d o co n ella. Esto p o ­

d ría deberse a q u e en las m ujeres to d a diferencia

de ran g o es m u c h o m ás p recaria que entre n o so ­

tros, y p u ed e m odificarse y cancelarse c o n m u ­

cha m ay o r rapidez; p ues, m ien tras que n o so tro s

sopesam os u n cen ten ar de factores, p a ra ellas

sólo cu en ta u no, a saber, a cuál h o m b re le h a n

gustado.

Las m ujeres y el p erju rio

Las m u je re s su elen c o m e te r p e rju rio d u ra n te

los juicios con m u c h a m ay o r frecuencia que los


X IV . T.-AS M U J E R E S Y L A S O C I E D A D 1 0 5

hom bres. H ab ría q ue plantearse seriam ente si se

les debe p e rm itir que p resten ju ram ento .

Las m ujeres y la ju stic ia

Las m ujeres, que, debido a la debilidad de su e n ­

ten d im ien to , son m u ch o m en o s aptas q u e los

h o m b re s p a ra c o m p ren d er princip io s generales,

atenerse a ellos y ad o p tarlo s com o p au ta, ta m ­

b ién les v an a la zaga, p o r lo general, en la v irtu d

de la justicia, y, p o r consiguiente, tam b ién en h o ­

n estid ad y escrupulosidad; de ah í que la in ju s­

ticia y la falsedad sean sus vicios m ás habituales,

y las m en tiras, su v erdadero elem ento. [...] La

m era idea de u n a m u jer en el cargo de juez p ro ­

voca risa.

E n c u a n to a ju sticia, h o n ra d e z y e sc ru p u lo sid

ad , las m u jere s so n in fe rio res a los h o m b re s.

P ues, d e b id o a su escaso racio cin io , to d o lo q u e

esté p resen te, sea obvio o te n g a realid ad in m e ­

d iata, ejerce so b re ellas u n a fuerza c o n tra la

cual p o c o p u e d e n las m áx im as vigentes, las d e ­

cisiones alcan zad as y, en g en eral, las c o n sid e ra ­

ciones relativas al p a sa d o y al fu tu ro , lo a u s e n ­

te y lo lejano.


1 0 6 E L A R T E D E T R A T A R C O N L A S M U J E R E S

Las m ujeres y la decadencia

Las m ujeres son lo que m ás h a contribuido a contagiar

al m u n d o m o d ern o de la lepra que lo corroe.

E n té rm in o s generales, los p equeñ o b u rg u eses

m ás com pletos e incorregibles son, y seguirán

siendo, las m ujeres: de ah í que, d ebido a esa a b ­

su rd a in stitu ció n q ue concede a las m ujeres la

categoría y el títu lo que p u e d a h ab er ad q u irid o el

m arid o , ellas sean el co n tin u o acicate de sus a m ­

b iciones deshonestas; y eso explica a su vez q u e su

p re p o n d e ra n c ia y e n o rm e influencia se hayan

co nvertido en el azote de la sociedad m o d ern a.

Las m ujeres y la política

¿Acaso n o h a sido la influencia cada vez m ayor

que, desde Luis X III, h a n venido a d q u irie n d o las

m ujeres en F rancia la responsable de la g rad u al

c o rru p c ió n de su co rte y su gobierno, c o rru p ­

ció n q u e dio lu g ar a la p rim e ra revolución y a to -

dos los tra sto rn o s posteriores?

L a sa b id u ría de A ristóteles

A ristóteles explica d etallad am en te en la Política

(libro II, cap ítu lo 9) los g ran d es perjuicios que


X IV . L A S M U ] E R E S Y 1.A S O C I E D A D 1 0 7

p a ra los esp artan o s tu v o el h ech o de q u e las m u ­

jeres gozaran en tre ellos de tan tas prerrogativas,

p ues éstas d isp o n ían del derecho a heredar, de

u n a d o te y de g ran in dependencia; y asim ism o

refiere cóm o to d o ello contrib u y ó consid erab lem

en te a la caída d e E sparta.


XV

Las damas y la caballerosidad

L a «d am a»

La m u je r en el m u n d o occidental, o sea, lo que

a h o ra se suele llam ar u n a «dam a», se en cu en tra

e n u n a fa u sse p o s itio n [«falsa posición»]; p u es la

m ujer, llam ad a co n razó n p o r los antiguos sexus

sequ ior [«segundo sexo»], n o m erece en absoluto

ser el objeto de n u estro respeto y v eneración, llev

a r la cab eza m ás e rg u id a q u e el h o m b re , o p o ­

seer los m ism o s derechos q u e éste. D e las secuelas

de esta fa u sse p o sitio n ten em o s m u estras a

cada paso. Sería p o r lo ta n to m u y deseable que

ta m b ié n en E u ro p a se le restituyese a este n ú m e ­

ro dos del género h u m a n o el sitio q u e n a tu ra l­

m e n te le co rresp o n d e, y se pusiera coto al uso

abusivo de la p alab ra «dam a», ta n ridiculizado

1 0 8


X V . I.A S D A M A S Y L A C A B A L L E R O S I D A D 1 0 9

h o y en to d a Asia com o lo h ab ría sido a n ta ñ o en

G recia y R om a. [...] La «dam a» eu ro p ea de m a ­

rras es u n a e n tid ad que n i siquiera d ebería existir;

b asta co n que haya am as de casa, y jovencitas

que, p o r aspirar a serlo, d eb ieran ser educadas

n o p a ra ser arrogantes, sino hogareñ as y sum isas.

L a v id a caballeresca

La caballería, com o fo rm a de v id a social, [está]

en tretejid a de retazos de costum bres b árb aras y

p re su n tu o sas, c o n to d a u n a re ta h ila de m u ecas

y p atrañ as m eticu lo sam en te d esarrolladas y a rticuladas

en u n sistem a, supersticiones d e g ra d a n ­

tes y u n a veneració n hacia las m ujeres d ig n a de

los sim ios; de ella co nservam os a ú n h o y u n a

secuela, a saber, la caballerosidad, que el sexo fem

e n in o retrib u y e con m erecid a arrogancia, y

que p ro p o rc io n a a los asiáticos u n a inagotable

fu en te de burla, b u rla a la q u e n o h a b ría n d u d a ­

d o en adherirse los griegos. Es cierto q u e el a su n ­

to llegó en la d o ra d a E d ad M edia a convertirse en

u n au tén tico y m etó d ico culto a las m ujeres, con

im p o sició n de p ru eb as heroicas, cours d ’am our,

cantos trovadorescos sentim entales, y cosas p o r

el estilo; a u n q u e h ay q u e observar q u e estas ú ltim

as farsas, que n o carecían de u n a faceta intelec­


110 E L A R T E D E T R A T A R C O N l A S M U J E R E S

tual, sólo alcanzaron su esp lendor en Francia;

m ien tras que en tre los to rp e s y m aterialistas alem

an es los caballeros descollaban sobre to d o p o r

la b e b id a y el pillaje; los festines y castillo s de

b an d id o s eran su elem ento; y co n todo, tam p o c o

en tre ellos faltaron, al calor de los fogones, algunas

estrofas poéticas.


XVI

Otras cosas que hay que saber

C uáles son los hom bres q u e ellas prefieren

Sólo los h o m b res jóvenes, fuertes y apuestos está

n llam ados p o r la n atu raleza a cu id ar de la p ro ­

pagación de la especie h u m a n a ; y to d o co n la fin

alid ad de q u e ésta n o degenere. H e ah í la firm e

v o lu n ta d de la n aturaleza, que se expresa a través

de las pasiones fem eninas. D icha ley tiene, en

an tig ü ed ad y vigencia, p rio rid a d sobre cualquier

otra. P or eso, ¡pobre de aquel q u e ose d isp o n er

sus derechos e intereses personales de fo rm a q u e

se le atraviese en el cam ino! A la p rim e ra o p o rtu ­

n id a d de tu rn o , será aplastado sin co n tem p lacio ­

nes, n o im p o rta lo q u e diga o haga. Pues la m á ­

x im a m o ra l d e las m u jere s -se c re ta , tácita, y

h a sta inconsciente, p ero in n a ta - es: «Tenem os

111


U 2

E l . A R T F D E T R A T A R C O N L A S I v lU lE R K S

d erecho a en g añ ar a aquellos q ue creen q u e p o r

escatim arn o s el cu id ad o que nos deb en a n o s o ­

tras, seres individuales, se en c u e n tra n p o r en cim

a de la especie. La índole y, p o r ende, el bien esta

r de la especie nos h a n sido enco m en d ad o s p o r

m ed io de la p ró x im a generación, que p ro v en d rá

de noso tras; y q uerem os a d m in istra r ese p a trim

o n io de la m a n e ra m ás cabal posible». Pero las

m ujeres n o so n conscientes in abstracto de este

p rin c ip io su p rem o , sino sólo in concreto, y n o

tien en o tra m an era de expresarlo que actu an d o

de acuerd o con él cada vez que se p resen ta la

ocasión; en lo cual su conciencia las respalda casi

siem p re m u c h o m ás de lo q u e sospecham os, ya

q u e en los rin cones m ás recó n d ito s de su co ra ­

zó n saben q u e v u ln eran d o sus obligaciones con

respecto al in d iv id u o satisfacen ta n to m e jo r las

de la especie, cuya leg itim id ad es in fin itam en te

superior.

Las m u jere s p refieren a los h o m b re s en tre los

tre in ta y los tre in ta y cinco años de ed ad, a saber,

in clu so m ás q u e a los adolescentes, q u e rep

re se n ta n , e n realid ad , la m á x im a expresió n de

la b elleza h u m a n a . La ra z ó n es q u e n o las guía

su gusto, sin o su in stin to , q u e reco n o ce en

aq u el lap so el p u n to c u lm in a n te de la cap acid

a d p ro c re a d o ra . Y en g eneral se fijan p o co en


xvr. o t r a s c o s a s Q u e : i i a y q u k SABER 1 1 3

la belleza, a saber, en la del ro stro ; es co m o si se

reserv aran p a ra sí m ism as la tarea de tra n s m i­

tírsela a los hijos.

La inteligencia no ayu d a , a l contrario

La falta de inteligencia n o p erju d ica con las m u ­

jeres; m ás bien, u n a cap acid ad m en tal sobresaliente,

o incluso genial, p u ed e ser desfavorable,

p o r salirse de lo corrien te. D e ahí q ue n o sea raro

ver cóm o, cu an d o de m ujeres se trata, u n h o m ­

b re feo, to n to y tosco le g an a a u n o culto, in teligente

y am able.

O tros países, otras costum bres

E n m u ch o s países, incluso en el sur de A lem ania,

existe la pésim a co stu m b re de q u e las m ujeres

llevan cargas, a veces b asta n te pesadas, sobre su

cabeza. Esto seg u ram en te tiene efectos negativos

sobre el cerebro, lo que hace q u e éste se d eterio ­

re g rad u alm en te en tre las m ujeres del p u eb lo llano,

y - d a d o q u e el h o m b re recibe este ó rg an o de

la m u je r- que el p u eb lo llano en su co n ju n to se

vuelva cada vez m ás to n to ; lo cual se p o d ría evita

r m u ch as veces.


1 1 4 l í A R T E D E T R A T A R C O N L A S M U J E R E S

¡V iva el O riente!

D eberíais añ o rar el O riente. Bastaba con que el

m arid o estuviera en capacidad de proporcio n ar a

sus m ujeres alojam iento y com ida p ara no tener

que preocuparse de nada; p o d ía dedicarse a p a rticipar

en com bates, ejercitarse en el uso de las arm

as o escuchar a los sabios; estaba inm unizado

contra la hum illación consistente en que u n h o m ­

b re valiente se som eta com pletam ente a u n a tonta:

al fin y al cabo, gozaba de libertad, to d a vez que varias

m ujeres lo protegían del am o r exclusivo.

D e n tro d e los lím ites de la razón

N o es posible m an ten er a las m ujeres d en tro de los

lím ites de la razón excepto a través del m iedo; en el

m atrim onio, sin em bargo, es necesario m antenerlas

a raya, pues u n o tiene que com partir con ellas lo

m ejor que tiene; de ahí que se pierda en placer de la

relación am orosa lo que se gana en autoridad.

¡Estad alerta!

La m e m o ria es u n ser cap rich o so y to rn a d iz o ,

q u e se puede com parar a u n a joven m uchacha: a


X V I. O T R A S C O S A S Q U F . H A Y Q U l i S A B E R 1 1 5

veces se niega a dar, de form a inesperada, lo que ya

h a dado cien veces; y, en cam bio, m ás tarde, cuando

u n o m enos se lo espera, lo da sin que u n o se lo pida.

N o seguir el ejem plo de Petrarca...

N o u n o sino m u ch o s fu ero n los P etrarca q u e d e ­

b iero n de arra stra r to d a su vida su insatisfecha

sed de am or, com o si se tra ta ra de u n a soga o

u n a b o la de h ierro atad a a u n tobillo, y p ro n u n ­

ciar sus lam en to s en bosq u es solitarios.

... n i tam poco el de K a n t

Si se m e p e rm itie ra a h o ra [...], p a ra aliviar la exposición,

u n a alegoría jocosa e incluso frívola,

co m p araría a K ant, en su ten d en cia m istificadora,

co n u n h o m b re que en u n baile de disfraces

corteja to d a la n o ch e a u n a bella d a m a en m ascarada,

convencido d e h a b e r h ech o u n a conquista,

h asta que, al final, ésta se q u ita el antifaz y se d a a

conocer... com o su esposa.

C o n tro l de la n a ta lid a d

Si se p u d iese castrar a to d o s los canallas y encerra

r en conventos a to d as las m u ch ach as tontas,


116 EL A R T E D E T R A T A R C O N L A S M U J E R E S

d o ta r de u n h a ré n a to d o s los h o m b re s de cará

c te r n o b le, y de v erd ad ero s h o m b res a to d as

las m u ch ach as intelig en tes y sensatas, p ro n to

n acería u n a g en eració n q u e eclipsaría la ép o ca

de Pericles.

In te n to s de ap ro xim ació n

U n a m u jer (ex cep tu an d o las p ro stitu tas m a n i­

fiestas) jam ás se n o s declarará; pues p o r m u y b e ­

lla que sea, se ex p o n e a u n refus [«un rechazo»],

ya q u e la en ferm ed ad , la am argura, las o cu p acio ­

nes y las m an ías suelen despojar a los h o m b res

de sus deseos; y u n refus sería fu lm in a n te p a ra

su v an id ad . E n cam b io , e n cu an to u n o d a u n

p rim e r p aso, y las tra n q u iliz a m o strá n d o le s q u e

n o existe tal p eligro, u n o se p o n e a su m ism o

nivel, y casi siem p re e n c o n tra rá q u e so n b a s ta n ­

te tratables.

V a n id a d de vanid ades

O b te n e r los favores de u n a m u jer m u y bella sólo

a través de la p ro p ia p erso n alid ad es quizás u n

deleite m ayor p a ra la v an id ad que p a ra los sen tidos,

ya que u n o o b tien e la co n firm ació n de q ue


X V I. O T R A S C O S A S Q U E H A Y Q U E S A B E R 1 1 7

la p ro p ia p erso n alid ad es u n correlato e q u ip a ra ­

ble a la o tra perso n a, a la q u e u n o h a endio sado

y a d m ira y v alora p o r sobre to d as las dem ás. D e

ah í que el a m o r n o co rresp o n d id o sea ta n d o lo ­

roso, sobre to d o c u a n d o va aco m p a ñ a d o de celos

justificados.


XVII

Elogio de las mujeres

El verd ad ero elogio de las m ujeres lo expresan,

m u c h o m ejo r q u e «El h o n o r de las m ujeres» -e se

p o e m a afectado, pretensioso e insulso de Schi-

11er-, las breves p alabras de Jouys: «Sans les f e m ­

mes, le c o m m e n c e m e n t de no tre vie sera it p riv é de

secours, le m ilie u de plaisirs, e t la fin de consolatio

n» [«Sin las m ujeres, el com ienzo de n u estra

vida estaría p rivado de seguridad; la m itad , de

placeres, y el final, de consuelo»].

C u an to m ás observo a los h o m b res, m en o s los

so p o rto . Si sólo p u d ie ra decir lo m ism o de las

m ujeres, to d o estaría bien.

1 1 8


Ediciones de Schopenhauer utilizadas

S ä m tlich e W erke, ed. p o r P aul D eussen, 13 vols., M ü n ich :

Piper, 1911-1942.

S ä m tlich e W erke, ed. p o r A rth u r H übsch er, 7 vols., 3.a ed.,

W iesbaden: B rock h au s, 1972; 4.a ed., revisad a p o r A n ­

gelika H ü b sch er, M a n n h e im : B rockhaus, 1988.

W erke in f ü n f B ä n d en , ed. p o r L udger L ütkehaus, Z ürich:

HafFm ans, 1988.

D e r h a n dsch riftliche N a ch la ß , ed. p o r A rth u r H ü b sch er,

6 vols., F ran c fo rt d el M eno: K ram er, 1966-1975; re im ­

p resió n, M ü n ich : D e u tsc h er T aschenbuch Verlag, 1985.

D ie K u n st, R ec h t z u beh alten , ed. p o r F ranco Volpi, F ran c­

fo rt del M en o : Insel, 1995 [El arte de ten er razón, tra d .

de Fabio M orales. M ad rid : A lianza E d ito rial, 2002].

D ie K u nst, glücklich z u sein, ed. p o r F ran co Volpi, M ú n ich :

Beck, 1999 [El a rte d e ser feliz, tra d . Á ngela A ck erm an n ,

H erder, 2000].

D ie K u n st z u beleidigen, ed. p o r F ran co Volpi, M ü n ich :

Beck, 2002 [El a rte de insultar, tra d . de F abio M orales.

M adrid : A lianza E d itorial, 2006].

1 1 9


1 2 0 E D I C I O N E S D E S C H O P E N H A U E R U T I L I Z A D A S

G esa m m elte B riefe, ed. p o r A rth u r H ü bsch er, B onn: B ouvier,

1978.

E in Lebensb ild in B riefen, ed. p o r A ngelika H ü bsch er,

F rän cfo rt del M eno: Insel, 1987.

Philosophie in Briefen, ed. p o r A ngelika H ü b sch er y M ichael

Fleiter, F rän c fo rt del M eno: Insel, 1989.

D ie Schopenha uers. D e r F a m ilien-B riefw echsel vo n A dele,

A rth u r, H e in rich Floris u n d Jo h a n n a Schopenhauer, ed.

p o r L udger L ü tkehaus, Z ü rich : H affm ans, 1991.

D a s B u ch als W ille u n d Vorstellung. A r th u r Sch op en h au ers

B riefw echsel m it F riedrich A rn o ld B rockhaus, ed. p o r

L udger L ü tk eh au s, M u n ich : Beck, 1996.

D ie Reisetagebücher, m it e in em N a ch w o rt v o n L udger L ü t­

kehaus, Z ü rich: H affm an s, 1988.

Gespräche, ed. p o r A rth u r H übsch er, S tu ttg art/B ad C a n ­

n statt: F ro m m a n n -H o lz b o o g , 1971.


!

índice

In tro d u c c ió n , p o r F ra n c o V o l p i ..................... 7

E l a r t e d e t r a t a r c o n l a s m u je r e s

I. La n a tu ra le z a d e la m u je r ............... 33

II. D iferen cias c o n el h o m b re ............ 37

III. O b lig a c io n e s n a tu ra le s d e la m u je r ........ 43

IV. Sus c u a lid a d e s ...... 46

V. Sus d e fe c to s ................. 48

V I. C ó m o esco g er a la m u je r a d e c u a d a .......... 51

V II. El a m o r .................... 57

V IH . El sexo ..................................

121


ÍN D ICE

IX. El m a t r i m o n i o ..................................

78

X. ¿ M o n o g a m ia o p o lig am ia? ..............

9 0

X I. L os d e re c h o s d e la m u j e r ................

9 4

X II. L a p ro fe sió n m á s a n tig u a .........

9 7

X III. Las m u je re s, la c u ltu ra y las artes

99

XIV. Las m u je re s y la so c ie d a d ..... .

103

XV. Las d a m a s y la c a b a lle r o s id a d ......

X V I. O tra s cosas q u e h a y q u e sab er ....

X V II. E logio d e las m u je r e s .

108

111

118

E d ic io n e s de S c h o p e n h a u e r u tiliz a d a s ....

119

Hooray! Your file is uploaded and ready to be published.

Saved successfully!

Ooh no, something went wrong!