26.04.2023 Views

REVISTA GUZERÁTE - 2023 WEB

Create successful ePaper yourself

Turn your PDF publications into a flip-book with our unique Google optimized e-Paper software.

1|GUZERATE


2|GUZERATE


Colaboradores

Ana Luiza Costa Cruz Borges (Universidade Federal de Minas Gerais), Vânia Maldini Penna

(Universidade Federal de Minas Gerais), Ariane Menicucci Figueirêdo (CBMG), Tainara Luana da

Silva Soares (Universidade Federal de Viçosa), Fernanda Larissa Cesar Santos (Universidade Federal

de Viçosa), Maria Gabriela Campolina Diniz Peixoto (Embrapa Gado de Leite), Eula Regina Carrara

(Universidade Federal de Viçosa), Frank Angelo Tomita Bruneli (Embrapa Gado de Leite), Renata

Veroneze (Universidade Federal de Viçosa), Paulo Sávio Lopes (Universidade Federal de Viçosa),

Breno Mourão de Sousa (Universidade de Belo Horizonte), Arthur Alves Silva (Universidade Federal

de Minas Gerais e Faculade de Agrônomia e Zootecnia de Uberaba), Luiz Tude Saback (Universidade

Federal da Bahia), Maurício Peixer (BIO Biotecnologia em Reprodução Animal Ltda. e BioInnova

Testes e Soluções Biomoleculares Ltda), Marcelo Xavier (BIO Biotecnologia em Reprodução

Animal Ltda), Patrícia Malard (Universidade Católica de Brasília e BioInnova Testes e Soluções

Biomoleculares Ltda.) Hilana Brunel (BioInnova Testes e Soluções Biomoleculares Ltda.), Eduardo

Almeida, ACGB, Edclaudio Tobias, Antônio Pitangui de Salvo, Raul Francisco Mendes Prates, Joaquim

Dantas, Thiago Ferreira, Lucas Souza Moreira, Douglas Brandão, Euler Fernandes, Larissa Vieira,

Jamilton de Souza, Jadir Bison, Cláudia Monteiro, Gustavo Miguel, Yuri Silveira e Piazza.

Jornalista: Larissa Vieira

Nossa capa

Guzerá Morumbi - GO

e Guzerá Uniube - MG

Fotos/Zzn Peres e Jadir Bison

Agradecimentos

ABCZ, ACGB,UFMG,UFV, Embrapa,

Fazu e Champion

Fotógrafos

Marcelo Cordeiro, Jadir Bison, Gustavo Miguel,

Piazza, Zzn Peres e Francisco Mendes

Rua Jacutinga, 498 - S/ 301

Padre Eustáquio - Belo Horizonte/MG

(31) 3413-2938 - (31) 99397-9697

A Revista Guzerate, é uma publicação independente.

As matérias e os artigos assinados não representam

necessáriamete a opinião do editor, sendo de inteira

responsabilidade de seus autores.

3|GUZERATE


REVISTA GUZERÁ | AO LEITOR

PALAVRA DO

PRESIDENTE

CARLOS FERNANDO

FONTENELLE DUMANS

PRESIDENTE DA ASSOCIAÇÃO

DOS CRIADORES DE GUZERÁ E

GUZOLANDO DO BRASIL (ACGB)

Iniciamos a nova gestão à frente da Associação dos Criadores

de Guzerá e Guzolando do Brasil (ACGB) com ânimo

renovado e vários desafios. Agradecemos a confiança

depositada em nossa Diretoria para conduzir a entidade nos

próximos três anos.

A raça Guzerá vem se mantendo bastante ativa, com a

participação em diversas provas de desempenho, tais como:

PNAT e Programa Zebu Qualidade da Carne, promovidos

pela ABCZ; Teste de Desempenho de Touros Jovens e Prova

de Leite a Pasto da Embrapa Cerrado.

Com o reconhecimento do mercado, pudemos acompanhar

nos últimos três anos a valorização do Guzerá. Os

leilões, shopping e dias de campo da raça ofertaram exemplares

de altíssima qualidade, confirmando que os criadores

estão conduzindo com cuidado e rigor a seleção da raça.

Tivemos seis edições do Leilão Marca Sol, seis edições do

Leilão Guzerá IT, quatro do Leilão Pilares da Raça; duas

do Leilão Genética de Campeões e do Leilão Guzerá Núcleo

Kankrej; uma edição do Leilão Pilares da Genética, três

edições do Leilão Guzerá da Capital, três edições do Leilão

Curvelo Guzerá Marca S, Leilão Tributo ao Mica, duas edições

do Leilão Guzerá Ibituruna, , duas edições do Leilão

Evolução e Leilão Guzerá CS.

Tivemos ainda três edições do Leilão/Shopping Dia D,

do Leilão Pérolas do Nordeste, do Leilão UNIUBE, da

Agropecuária Jubran, da Agropecuária Teotônio e do Dia de

Campo Guzerá Boa Lembrança e duas edições do Shoppings

Marca V.A.R. No Guzolando, foram realizados oito leilões

Sula Guzolando e seis leilões da Taboquinha & Amigos.

Outro cenário de destaque para a raça foram as exposições.

Os criadores de Guzerá e Guzolando não pararam

durante a pandemia, mostrando a pujança e força da raça e

4|GUZERATE


seus cruzamentos. Entre 2020 e 2022, ocorreram duas exposições nacionais,

além de 12 exposições regionais (ExpoZebu, Curvelo, Governador Valadares,

Brasília, ExpoInter, Festa do Boi, Cordeiro, Recife, João Pessoa e Limoeiro).

O mercado de Guzonel e Guzolando vem ampliando à medida que tais

cruzamentos se tornam mais conhecidos como ferramenta de aumento de

produtividade e lucro do pecuarista.

A busca por embriões e sêmen de animas avaliados em programas de

avaliação genética, em pista e em provas de desempenho segue em ritmo

crescente no país e no exterior.

As exportações de animais vivos contam com perspectivas crescentes em

reconhecimento da capacidade de melhoramento proporcionado pelo Guzerá

em diversos rebanhos e países.

A grife Guzerá continua um sucesso com a ampliação e atualização de

diversos itens, reforçando a divulgação da marca/raça Guzerá.

Mas não estamos acomodados a esta realidade. Visando ampliar a participação

em exposições, foram feitos ajustes no Regulamento de Exposições

e Regulamento do Ranking da ACGB. Ampliou-se o número de categorias,

campeonatos e idade de animais em pista, medida que valorizará a beleza e a

pujança da raça Guzerá.

Devido à grande extensão territorial e às diferenças ambientais do Brasil,

serão realizados campeonatos regionais com o objetivo de reduzir os custos

com logística e de valorizar os produtos dos expositores e garantir maior

intercâmbio de genética. Assim, reconheceremos o trabalho dos criadores

participantes de tais eventos.

A participação em programas de avaliação genética e provas de desempenho,

em apoio ao trabalho de seleção, será incentivada como forma de

ressaltar as características e evolução da raça.

Essas medidas ganharão maior efetividade se contarem com o engajamento

dos criadores.

Convidamos a todos a participarem da Megaleite, de 7 a 10 de junho, em

Belo Horizonte/MG, e da XVI Exposição Nacional da Raça Guzerá, em outubro,

em Uberaba/MG. Também contamos com a participação de todos na

degustação de carne e de queijo de leite Guzerá, na sede da ACGB, durante

a ExpoZebu 2023, de terça a sexta-feira, sempre das 16h às 18h.

Venha participar da ACGB e ajude a impulsionar

o crescimento da nossa raça.

O futuro é brilhante. Só depende de nós.

Juntos somos mais fortes.

Abraços.

5|GUZERATE


GUZERÁ | A RAÇA FORTE

E N T R E V I S T A E S P E C I A L

EM BUSCA

DO GUZERÁ

DO FUTURO

FOTO/DIVULGAÇÃO

6|GUZERATE

POR LARISSA VIEIRA

Jornalista

Dentro de um sistema sustentável, a Fazenda

Canoas, no município de Curvelo/MG, seleciona

a raça Guzerá há quase um século. O

foco da seleção é uma genética para ser usada

em cruzamentos de corte, mas que também

pode trazer bons resultados para quem atua na

pecuária leiteira.

Nesta entrevista, o pecuarista Antônio Pitangui

de Salvo explica que a Marca S tem como

filosofia de trabalho “leite para produzir carne

e carne para produzir leite”. É um trabalho de

seleção feito em cima de performance, ganho

de peso, habilidade materna e controle leiteiro.

A propriedade ainda conta com o sistema

de Integração Lavoura, Pecuária e Floresta e

é uma unidade de referência tecnológica da

Embrapa dentro do projeto “Carne Carbono

Neutro”. A proposta é criar nos próximos

anos um selo Carbono Neutro para bezerros

e reprodutores. Atual presidente da Federação

da Agricultura e Pecuária do Estado de

Minas Gerais (FAEMG), Antônio Pitangui

de Salvo fala nesta entrevista sobre os desafios

atuais do setor, os avanços da raça

Guzerá, como é feita a seleção dos animais

da Marca S e outros temas.


Como começou a história da Fazenda

Canoas na seleção da raça Guzerá e qual o

foco do trabalho?

Antônio Pitangui de Salvo - A Fazenda Canoas,

Guzerá Marca S, é uma seleção quase secular

iniciada na década de 1930 por meu bisavô,

Major Antônio Salvo, e que depois teve

continuidade pelas gerações seguintes. Hoje,

estamos na 4ª geração da família atuando na

busca pelo melhoramento genético da raça e

sempre investindo em tecnologias. No final

dos anos 50, começamos a seleção mais funcional,

propriamente dita, com a introdução

do Controle Leiteiro em 1958, e do Controle

de Desenvolvimento Ponderal, em 1959. De lá

para cá, o rebanho cresceu consideravelmente,

passando de 150 vacas para as atuais 800 matrizes.

Temos um trabalho focado no melhoramento

genético da raça, tanto com linhagens

mais leiteiras quanto outras mais para carne,

ou seja, é basicamente um rebanho de dupla

aptidão. Como costumo dizer, é o leite para

produzir carne e a carne para produzir leite,

ou seja, precisamos de uma boa mãe leiteira

para produzir um bezerro pesado à desmama

e de uma vaca forte em termos de saúde para

produzir uma boa quantidade de leite a pasto.

Quais resultados alcançados até agora

com a adoção do sistema de Integração

Lavoura-Pecuária-Floresta (ILPF)?

Antônio Pitangui de Salvo – O ILPF foi uma

opção que fizemos há 12 anos e que vem

apresentando excelentes resultados. Como a

região central de Minas, onde está localizada

a fazenda Canoas, conta com muitas florestas

tradicionais de eucalipto, vimos no ILPF uma

possibilidade de criar um gado de valor agregado,

como é o Guzerá Marca S, mas também

ter uma outra fonte de receita, como são as árvores.

Nosso criatório tem essa pegada de sustentabilidade

desde sua base porque sabemos

que, mesmo não tendo a carne como produto

final de nosso negócio, estamos produzindo

matrizes, reprodutores, embriões e sêmen

para atender as exigências de sustentabilidade

do mercado.

Qual a importância de projetos como o

Carne Carbono Neutro para o produtor de

genética?

Antônio Pitangui de Salvo – O nosso trabalho

com ILPF permitiu-nos participar do Projeto

Carne Carbono Neutro, conduzido pela Embrapa,

cujo objetivo é produzir carne neutralizando

emissões de gases. Esta é uma iniciativa

importante para a pecuária nacional, pois também

tem uma preocupação ambiental, com as

boas práticas de produção e com o bem-estar

animal. Acreditamos nessa pegada sustentável

e, em breve, teremos um reprodutor carbono

neutro e uma matriz carbono neutro. Nos espaçamentos

que estamos usando no plantio

de eucalipto, que é de 150 a 333 árvores por

hectare, temos possibilidade de usar uma taxa

de lotação de 8 a 14 UAs. Como ainda não utilizamos

uma quantidade próxima a isso, temos

um carbono positivo dentro do nosso manejo.

É fundamental que tenhamos a sustentabilidade

como fator primordial para nossa pecuária

brasileira, que é altamente competitiva e,

portanto, sempre será muito visada e cobrada

mundialmente.

Acredita que o uso do Guzerá em cruzamentos

seria o grande nicho de mercado

Novilhas guzolandas no sistema de agrofloresta

da Fazenda Canoas - Curvelo - MG

FOTO/PEDRO SALVO

7|GUZERATE


GUZERÁ | A RAÇA FORTE

da raça?

Antônio Pitangui de Salvo – Sim. No Brasil,

os selecionadores de zebu estão criando as

chamadas “linhagens avós”. Isso é um orgulho

que o brasileiro tem, de ter os melhores rebanhos

zebuínos do mundo. É o contrário do

que aconteceu, por exemplo, no frango e no

suíno, cujas linhagens estão nas mãos de estrangeiros.

Então, todos os zebus vão ser usados

para cruzamentos, seja entre eles ou com

raças taurinas para que possamos melhorar

não só a qualidade, mas também a quantidade

de carne e de leite produzidos. E o Guzerá

é uma raça coringa, que permite várias opções

de cruzamento. No caso do leite, temos

o Guzolando, que é amplamente conhecido e

registrado pela ABCZ. Na Canoas estamos fazemos

o cruzamento com Jersey, que permite

a produção de um leite de altíssima qualidade,

com todos os animais A2A2, e é um nicho de

mercado que estamos trabalhando. No corte,

o Guzerá entra em diversos cruzamentos com

raças taurinas, mas também tem apresentado

excelentes resultados no tradicional Guzonel,

que une as qualidades do Guzerá e do Nelore,

trazendo um ganho ao bezerro mestiço

zebuíno, um animal mais precoce, de melhor

terminação e de mais peso final, que é o que

interessa para o produtor. Existe um nicho gigantesco

para o Guzerá na pecuária.

Rebanho Guzerá no Sistema de Agrofloresta da

Fazenda Canoas - Curvelo - MG

FOTO/PEDRO SALVO

Em quais pontos acredita que o Guzerá

mais evoluiu desde o início da seleção da

raça pela Fazendas Canoas? E quais tecnologias

mais contribuíram para isso?

Antônio Pitangui de Salvo - Principalmente

no temperamento, esse foi um ponto de muita

evolução. O animal Guzerá, que antes tinha

fama de bravio, hoje tem um temperamento

muito mais dócil. Outra evolução foi em relação

ao tamanho dos bezerros, que nascem

menores. Temos melhorado também o tamanho

de tetas, sendo a teta grande altamente

indesejável, e a fertilidade das vacas, além da

precocidade sexual e na terminação de carcaça.

As tecnologias que mais contribuíram para

o avanço da raça foram FIV, transferência embrião

e a inseminação artificial. Como a raça

Guzerá tem um número menor de matrizes

e reprodutores quando comparado ao Nelore,

por exemplo, essas tecnologias contribuíram

para um desenvolvimento maior, claro que

isso tudo só evolui se tiver um critério de seleção

para escolha das doadoras e dos touros. É

muito importante realçar que essas tecnologias

não melhoram o desempenho dos animais, só

multiplicam aqueles que vem sendo melhores.

Ao terem mais filhos, consequentemente, a

raça evolui. No nosso caso, isso aconteceu de

forma muito firme porque temos um trabalho

zootécnico criterioso feito dentro da fazenda

que nos permite mensurar quais são os

animais desviados no grupo contemporâneo,

dentro do plantel, e, aí sim, multiplica essa

ponta do rebanho de forma mais firme para ir

tendo uma pressão de seleção maior.

A Marca S defende a descorna. Por quê?

Antônio Pitangui de Salvo - O guzeratista é

um pecuarista muito tradicional e vários ainda

dão relevância aos chifres dos seus animais.

Isso é coisa do passado que consideramos ser

8|GUZERATE


FOTOS/MARCELO CORDEIRO

GUZERÁ

SAEXI

9|GUZERATE


um apêndice desnecessário dentro de uma

pecuária do século 21. Sabemos que é uma

marca registrada da raça, mas hoje o chifre é

completamente desnecessário e muito danoso

ao Guzerá. Mas não é só isso. Para ganhar novos

mercados, precisamos trabalhar de forma

mais profissional, com animais que realmente

possam ajudar a pecuária de corte e de leite

da atualidade. Só se manterão no mercado os

criadores que produzirem animais que possam

trazer ganhos financeiros para quem os

comprar. Fora disso é apenas jogo de vaidade,

hobby. Nós, da Marca S, entendemos que há

necessidade dessa modernização.

Com o avanço da agricultura sobre as

terras de pecuária, como o pecuarista

pode ter sucesso em seu negócio?

Antônio Pitangui de Salvo – Hoje, o pecuarista

que quiser se manter no mercado terá

de competir com outras atividades, seja cana,

soja, milho, algodão ou outra. Se não houver

a adoção de um pacote tecnológico maior na

propriedade, ele acabará entregando suas áreas

para a agricultura. E esse investimento não

é só em melhoramento genético, mas também

na fertilidade do solo, na qualidade das forrageiras,

ou seja, mais do que nunca ele tem

de ser um agricultor, pois cada hectare precisa

produzir bem mais que média nacional,

que hoje gira em torno de 3 a 5 arrobas por

hectare/ano, que é muito baixa por sinal. Se

continuar nesse nível, acabará trocando de atividade

em breve.

À frente da FAEMG, quais têm sido as

principais ações para atender as demandas

dos produtores rurais mineiros?

Antônio Pitangui de Salvo – A FAEMG, junto

com o Senar, tem dentro do seu escopo de

trabalho representar o produtor rural mineiro

nas suas diferentes atividades. O que estamos

fazendo basicamente é melhorando a imagem

da FAEMG para que ela possa ser mais conhecida

pelos sindicatos e produtores que ela

representa. Assim, teremos uma força compatível

com a necessidade dos produtores. Não

podemos só parecer que somos competentes,

temos de ser de fato. Para isso, estamos tirando

a FAEMG da capital e levando para o interior,

ou seja, mostrando mais a nossa cara.

Na sua opinião, quais os principais desafios

do agro brasileiro em 2023?

Antônio Pitangui de Salvo - Os desafios são

muitos. Estamos vivendo mais uma vez um

momento delicado no Brasil e entendemos

que, com união e planejamento das nossas

ações, em todos os sentidos, institucionalmente

e politicamente, nós vamos continuar

avançando. O Brasil é um país essencialmente

da agricultura e da pecuária e nós precisamos

continuar mantendo nossos produtores unidos

e bem representados para que possamos

continuar evoluindo dentro dos nossos pleitos

tão dificultosos. Uma das dificuldades que temos

de avançar é em relação à imagem produtor

rural, muitas vezes ligada ao desmatamento.

Isso não é quem somos. Os ilegais não

fazem parte do nosso sistema. Representamos

pessoas de bem que trabalham para garantir a

segurança alimentar de Minas e do Brasil.

FOTO/DIVULGAÇÃO

Solenidade de posse da diretoria do sistema FAEMG, tendo Antônio

Pitangui de Salvo a frente

10|GUZERATE


Grandes Campeões

CIA MATE LARANJEIRA

Globo FIV da CM - CMLG633

Signo AM X Grandiosa FIV do DER (Besouro ROE)

EXPOZEBU 2015

Globo FIV da CM - CMLG633

Signo AM X Grandiosa FIV do DER (Besouro ROE)

EXPOZEBU 2016

IMPÉRIO FIV DA CM - CMLG75

Encanador Villefort x Fera II FIV Morumbi (Signo AM)

EXPOZEBU 2017

OCTÓGONO FIV DA CM - CMLG1356

Globo FIV da CM x Marimba da ICIL (Beijim S)

EXPOZEBU 2022

CIA MATE LARANGEIRA

Fazenda Santa Virgínia

Rod. MS 164, KM 31,5 – Caixa Postal 261

79.904-970 – Ponta Porã/MS

fazenda@santavirginia.com.br

(67) 3010-0040 | (67) 3010-0041

ciamatelarangeira

11|GUZERATE


GUZERÁ | A RAÇA FORTE

I N T E R N A C I O N A L

TOUROS

GUZERÁ RUMO

AO SENEGAL

Maior exportação de reprodutores da raça da

história enviará mais de 300 exemplares para o

país africano

POR LARISSA VIEIRA

Jornalista

FOTOS/DIVULGAÇÃO

Senegaleses descobriram o potencial da raça

Guzerá - Guzerá da Juzz - SP

O

Brasil terá a oportunidade de levar mais

tecnologia para a pecuária de corte e de

leite da África. Um acordo firmado entre

o governo do Senegal e a empresa de exportação

GBC Internacional prevê o envio

de animais melhoradores da raça pelo

período de 10 anos.

Uma comitiva formada por 15 senegaleses,

entre representantes do governo, da associação de

Guzerá e produtores, esteve no Brasil no mês de março

para selecionar pessoalmente os animais. Eles visitaram

cerca de 20 criatórios do Distrito Federal, Espírito Santo,

Mato Grosso, Mato Grosso do Sul, Minas Gerais,

Pará e São Paulo e ficaram impressionados com a qualidade

e diversidade do rebanho brasileiro.

O primeiro embarque está previsto para abril e será

somente de touros. “Como os rebanhos puros Guzerá

são bem poucos no Senegal, os produtores locais viram

na importação da genética brasileira uma oportunidade

de melhorar o gado e de formar seus próprios planteis”,

explica Cristiano Lima, CEO da GBC Internacional,

empresa que atua há 23 anos no mercado, principalmente

no Oeste da África, tanto no envio de gado vivo,

como de comodities, ração animal e alimentos.

De acordo com Lima, os senegaleses priorizaram a

parte morfológica dos animais durante as visitas, visan-

12|GUZERATE


do adquirir exemplares que atendam as condições climáticas

e da pecuária africana.

Para a primeira exportação, foram adquiridos 310

reprodutores de 14 propriedades, sendo que as demais

serão contempladas nas próximas exportações. As fazendas

onde foram adquiridos exemplares são: Cassilândia,

Ibituruna, Guzerá ANPL, Guzerá AWS, Guzerá

da Geada, Guzerá GL, Guzerá da JUZZ, Guzerá Império,

Guzerá MF, Guzerá Morumbi, Guzerá NF, Guzerá

Pedra Negra, Guzerá Sula e Taboquinha. “Optamos

por adquirir touros em um número maior de criatórios

como forma de incentivar os selecionadores brasileiros a

continuarem apostando no Guzerá. Em alguns compramos

dois exemplares e em outros 60, o que nos exigiu

um planejamento de logística muito maior, mas acredito

que esse esforço contribui para fortalecer a raça no Brasil”,

garante o CEO da GBC Internacional.

Os exemplares seguirão para fazendas da região de

Dakar e outras cidades do interior. O perfil das propriedades

é de médios a grandes produtores, dentre 800 a 3

mil cabeças, sendo a maior parte com algum grau de sangue

de Guzerá. Apenas algumas são de rebanhos puros.

Antes do embarque, os touros passarão de 14 a 20

dias no quarentenário homologado pelo Ministério da

Agricultura e Pecuária, em Ibitinga/SP. Já no Senegal

eles terão de ficar mais 10 dias em quarentena para depois

seguirem para as fazendas de destino.

A exportação de animais vivos só foi possível graças

ao trabalho realizado pela empresa junto ao governo

de Senegal. O protocolo sanitário entre os dois países

estava vencido e foi renovado em março de 2023. Ele

permite tanto a exportação de animais vivos quanto de

sêmen e embriões.

Um segundo embarque deve acontecer ainda em

2023. Três produtores rurais e o presidente da Associação

de Guzerá do Senegal, Harouna Ba, visitarão fazendas

no Brasil para selecionar os animais, que serão fêmeas

e machos de várias categorias. A estimativa é enviar

500 a 1000 cabeças de Guzerá anualmente.

Desde 2015, a GBC Internacional vem fazendo

embarques de animais da raça para o Senegal. Já foram

feitos dois envios de aproximadamente 400 exemplares,

porém eram compostos de várias categorias de machos

e fêmeas. “O Brasil é referência na seleção de Guzerá,

contando com linhagens de corte e de leite de extrema

qualidade. Com as exportações, queremos colaborar

com a evolução da pecuária da África, tendo o guzerá

como uma das raças principais”, finaliza Cristiano Lima.

Touros em quarentena em Ibitinga/SP, antes do

embarque para terras senegalesas

Cristiano Lima (GBC internacional) assina acordo

de 10 anos com Senegal, com Sr. Harouna Ba,

assistidos pelo cônsul, Sr. Babacar Ba e Sra.

embaixadora Ndeye Tické Ndiaye Diop.

Animais se alimentando no período de quarentena

13|GUZERATE


GUZERÁ | A RAÇA FORTE

FOTOS/DIVULGAÇÃO

zerá e Nelore pelos pecuaristas do Rio de Janeiro Pedro

Marques Nunes e Otacílio Lemgruber. Outras 200 cabeças

foram embarcadas em dezembro do mesmo ano.

Em função de adversidades ocorridas na época, boa parte

dos animais exportados acabou sendo destinada aos

Estados Unidos.

Segundo informações históricas compiladas pelo gerente

Executivo da Fundação Museu do Zebu Edilson

Lamartine Mendes, Thiago Riccioppo, entre os touros

Guzerá que contribuíram para o avanço do rebanho

norte-americano, está o animal Aristocrata, que pertencia

ao criatório de Orlando Rodrigues da Cunha.

Cristiano Lima da GBC internacional, Ndeye Tické Ndiaye Diop

embaixadora do Senegal, Babacar ba Pesidente da Associação dos

Criadores de Guzerá do Senegal.

Exportação de genética

A raça Guzerá vem apresentando crescimento não

só de animais vivos, mas também de material genético.

Nos últimos quatro anos, as exportações de sêmen tiveram

elevação em torno de 172%, sendo a maior parte

de linhagens leiteiras. Conforme dados da Associação

Brasileira de Inseminação Artificial (Asbia), de 2021

para 2022, esse aumento foi de 6,7%, índice acima do

registrado no mercado geral, que fechou com 2% de

crescimento.

O presidente da Associação dos Criadores de Guzerá

e Guzolando do Brasil (ACGB), Carlos Fontenelle, assegura

que a raça está preparada para atender esse aumento

da demanda internacional. “Estamos em novo ciclo

de expansão da raça, suportado em avaliações genéticas

e genômicas, bem como em provas oficiais de avaliação

de desempenho que ressaltam as qualidades da raça. A

demanda internacional por material genético com avaliação,

tanto para corte e leite, tem crescido bastante com

a exportação de embriões e sêmen. E a exportação de

animais vivos já é uma realidade com perspectivas crescentes”,

diz Fontenelle.

Centenário da primeira exportação

A primeira exportação de touros Guzerá ocorreu

graças ao empenho de criadores uberabenses e fluminenses,

uma ação que contou com o apoio do governo

brasileiro. Na época, a Sociedade do Herd Book Zebu,

hoje ABCZ, viu na abertura do mercado internacional

uma possibilidade de impulsionar o comércio e crescimento

das raças zebuínas.

Os primeiros bovinos foram embarcados em maio

de 1923. Em outubro, foram exportados lotes de Gu-

Cristiano Lima,CEO da GBC internacional

Harouna ba, Presidente da Associação dos Criadores de Guzerá do

Senegal. Leizer Valadão e Thereza Valadão. Guzerá Morumbi - GO

14|GUZERATE


FOTOS/MARCELO CORDEIRO

A Fazenda do Carmo desenvolve um criterioso trabalho de

seleção do Guzerá Leiteiro e do Guzolando, o que vem permitindo

consolidar sua genética nos mercados nacional e internacional.

Localizado no município de Ituverava/SP, o Guzerá da JUZZ

teve início em 2009 quando o selecionador Evhair Ragazzi

adquiriu aspirações da matriz Duqueza (GATO 26), do criador

José Eduardo Jorge Barbosa. Na oportunidade, a matriz Duqueza

(filha do grande raçador do Guzerá Abaeté S em matriz Gobbo

IT) foi acasalada com o reprodutor Humaitá TE Taboquinha, ícone

da raça em produção leiteira. Desse acasalamento originou-se a

doadora Alaba FIV da JUZZ (JUZZ 1), considerada uma das mais

importantes matrizes da raça e do Guzerá da JUZZ.

Alaba FIV da JUZZ (5.389 kg/leite) produziu inúmeras matrizes

e doadoras, tais como: Fábula (9.643 kg/leite em 305 dias),

Feiticeira (3.749 kg/leite), Folha (8.759 kg/leite), Fibra (8.948 kg/

leite), Resposta (5.407 kg/leite em 305 dias), Tatuagem (6.244 kg/

leite em 305 dias) entre outras.

Já em 2010, o Guzerá da JUZZ adquiriu sua segunda

importante doadora: a matriz Elegante (IHL 122), filha de Humaitá

TE Taboquinha na matriz Ducha MRM, linhagem JA. Barriga de

ouro do Guzerá da JUZZ, Elegante (2.975 kg/leite) foi acasalada

com os reprodutores Big Ben FIV, Lucro FIV Boa Lembrança,

Quasar TE Taboquinha e Russo TE JF.

Desses acasalamentos, surgiram matrizes como: Jade

(8.653 kg/leite), Nobresa (5.212 kg/leite), Relíquia (5.647

kg/leite em 305 dias), Cristal (6.962 kg/leite), Delícia (5.277

kg/leite), Delissa (6.009 kg/leite), Dengosa (9.261 kg/leite),

Elegância (9.397 kg/leite em 305 dias), Estilosa (6.072 kg/

leite), Estética (8.259 kg/leite), Fada (4.361 kg/leite), Fama

(5.140 kg/leite), Fantasia (4.370 kg/leite em 305 dias), Favorita

(8.200 kg/leite) e Frase (5.024 kg/leite).

Várias delas tiveram sucesso nas pistas. Delícia FIV da JUZZ

foi campeã na categoria Fêmea Jovem no torneio leiteiro da

Expocurvelo 2014; Fama FIV da JUZZ foi recordista de lactação

na categoria Fêmea Jovem Ranking ACGB; Fantasia FIV da JUZZ

foi Melhor Novilha da ExpoZebu 2014; Elegância FIV da JUZZ foi

campeã na categoria Fêmea Jovem no torneio leiteiro Megaleite

2014 e reservada recordista da raça e maior lactação na categoria

Fêmea Jovem Ranking ACGB.

Entre as ferramentas que utiliza para promover o melhoramento

genético do rebanho, o Guzerá da JUZZ faz controle leiteiro oficial

desde 2015 e tem seu rebanho avaliado pelo Programa de

Melhoramento Genético de Zebuínos (PMGZ Leite Max).

O criatório possui atualmente 12 reprodutores em teste de

progênie e que são líderes de venda nas centrais de inseminação

artificial ABS Pecplan, Alta, Cogent, CRV Lagoa, Genex, Select

Sires, Semex e ST Genetics.

A superioridade genética dos animais Guzerá da JUZZ é

decorrente da adaptabilidade, produtividade leiteira, fertilidade,

longevidade, raça e temperamento. Todos esses investimentos

garantem a oferta de exemplares superiores e capazes de

contribuir para o avanço da pecuária leiteira mundial.

ELEGÂNCIA FIV DA JUZZ (JUZZ 25)

fantasia fiv da juzz (JUZZ 34)

PTA 232,62 PTA 245,20

+55 (16) 9998.3966 +55 (34) 99920.0381

@guzeradajuzz

15|GUZERATE


16|GUZERATE


17|GUZERATE


18|GUZERATE


19|GUZERATE


20|GUZERATE


21|GUZERATE


22|GUZERATE


23|GUZERATE


GUZERÁ | A RAÇA FORTE

O MARKETING

A FAVOR DO

GUZERÁ

A Associação dos Criadores de Guzerá e Guzolando do

Brasil está desenvolvendo uma série de ações para

beneficiar os associados e levar mais informação sobre a

raça para visitantes de diversos eventos.

POR LARISSA VIEIRA

Jornalista

om um trabalho de seleção

reconhecido mundialmente,

o criador de

Guzerá tem pela frente

o desafio de ampliar sua

participação no concorrido

mercado pecuário, para

atender a forte demanda

por touros e material genético. Uma

comunicação efetiva, integrada e moderna

é a aposta da Associação dos

Criadores de Guzerá e Guzolando do

Brasil (ACGB) para alcançar esse objetivo.

De acordo com o diretor de Marketing

e Promoção da ACGB Raul Francisco

Mendes Prates, a entidade está

empenhada em evoluir o seu site para

que ele seja uma ferramenta de pesquisa,

divulgação e negócios para seus

24|GUZERATE


associados. “A principal ação é a consolidação

do nosso site, pois isso permitirá

a nossos associados e a outros

criadores uma fonte de consulta rápida

com credibilidade para os assuntos práticos,

técnicos, notícias. Também teremos

uma área de divulgação dos planteis”, explica

o diretor.

O associado também terá a oportunidade

de divulgar fotos, vídeo e informações

institucionais de seu criatório na seção “Criadores

Associados de Guzerá e Guzolando”

do site da ACGB. “É importante frisar que a

proposta é promover os criatórios. Como uma

entidade promocional, não podemos interferir

em valores e comércio. Nosso objetivo com isso

é criar um canal de divulgação”, reforça.

A seção “Classificados” é outro espaço que

está sendo criado no site e garantirá aos associados

a possibilidade de ofertarem animais e itens

agropecuários, como máquinas e equipamentos.

O diretor de Marketing e Promoção ainda tem

pela frente o desafio de voltar a promover um

leilão da associação, para ofertar animais de pista

e de campo das propriedades associadas. “Para

resgatar o leilão da ACGB precisaremos da ajuda

de todos os associados”, diz Raul Prates.

Já na parte das exposições a entidade pretende

implantar campeonatos regionais para que o

associado possa participar, sem que isso traga altos

custos para o expositor. Ao participar ativamente

dos eventos, o criador terá a possibilidade

de atender o mercado local. As exposições ainda

terão um estande da Grife Guzerá, com a oferta

de diversos produtos, como camisetas, bonés,

dentre outros. “Estamos criando alguns códigos

QRCode que, ao serem lidos pelo celular dos visitantes,

permitirão o acesso às informações sobre

a raça.

Para a ExpoZebu 2023, a ACGB promoverá

eventos de degustação de carne e de queijo da

raça Guzerá para que os visitantes da maior exposição

de zebuínos do mundo possam provar

os produtos.

O Guzerá vem comprovando por meio de

provas zootécnicas que é uma raça altamente eficiente

na produção de carne e de leite. É o caso

da Prova Zebu Carne de Qualidade que vem avaliando

produtos de cruzamentos entre zebuínos,

dentre eles o Guzonel. Resultados preliminares

comprovam que esses animais tiveram o maior

peso médio entre todos os cruzamentos participantes,

além de terem se destacado no ganho

médio diário.

Mídias Sociais – Com mais de 30 mil seguidores

nos seus perfis no Instagram e no Facebook,

a ACGB tem utilizado as redes sociais para

promover a raça, seus benefícios e eventos oficiais.

Em um mundo conectado, a presença nas

redes sociais é quase obrigatória, pois são importantes

vitrines digitais e ferramentas eficazes para

o relacionamento com o cliente. As postagens

diárias estão garantindo mais visibilidade para a

raça Guzerá.

25|GUZERATE


GUZERÁ | A RAÇA FORTE

BENEFÍCIOS

PARA OS

ASSOCIADOS

Com o objetivo de atrair novos criadores para o

seu quadro associativo, a ACGB está concedendo benefícios.

Um deles é a oferta de 10 doses de sêmen,

armazenadas no botijão da associação e doadas por

criadores, com o objetivo de contribuir para o melhoramento

genético dos planteis recém-associados.

O associado ainda tem acesso a todas as ações

realizadas pela entidade e aos dados financeiros. De

acordo com Raul Prates, a entidade está desenvolvendo

uma gestão austera, com boa administração dos

recursos e transparência na comunicação dos feitos

da diretoria. Queremos que o associado participe ativamente

da entidade”, assegura.

A ACGB criou três categorias de associados, para

que todos, do pequeno ao grande criador, consigam

entrar para o quadro associativo da entidade. As contribuições

anuais foram estabelecidas proporcionalmente

à quantidade de matrizes do rebanho, independente

da aptidão dos animais. Rebanhos de até

10 matrizes, o novo associado paga 25% do valor da

contribuição. No caso de rebanhos compostos de 11

a 50 matrizes, o associado paga apenas 50% do valor

da contribuição. Já para os criadores com os rebanhos

de 51 a 100 matrizes arcam com 75% do valor da contribuição.

A parti de 101 matrizes, o associado paga o

valor integral da contribuição. Além disso, os associados

recebem um subsídio para o custeio da inscrição

de seus animais nas provas zootécnicas.

26|GUZERATE


27|GUZERATE

FOTO/GUSTAVO MIGUEL


GUZERÁ | A RAÇA FORTE

MATERIAL CEDIDO GENTILMENTE PELA

ASSOCIAÇÃO DOS CRIADORES DE

GUZERÁ E GUZOLANDO DO BRASIL (ACGB)

POR QUE

USAR

GUZERÁ?

S U P L E M E N T O E S P E C I A L

ACGB

POR QUE

USAR

GUZERÁ?

PRODUÇÃO DE

CARNE E LEITE:

SUSTENTÁVEL POR

NATUREZA

O

brasileiro elegeu a carne bovina

como um dos seus alimentos

preferidos nas refeições

diárias. O consumo per

capita é um dos maiores do

mundo. O leite é outro alimento

que vem sendo cada vez mais

consumido, mas, como o mercado interno

está aquecido, a expectativa é de aumento da

demanda nos próximos anos.

Até 2020, o consumo mundial de leite e

de carne bovina deve crescer ainda mais. O

mercado consumidor exige, porém, que esse

aumento esteja vinculado à produção sustentável.

O Brasil está preparado para atender

essa exigência porque tem a maior parte de

seu rebanho formada por animais zebuínos,

Guzerá do Mineirão - MG

como a raça Guzerá, criados basicamente a

pasto e que têm alta capacidade de converter

o que come em peso ou em leite, ou seja, mais

carne na hora do abate e balde cheio na hora

da ordenha.

FOTOS/MARCELO CORDEIRO

28|GUZERATE


Guzerá, raça milenar - Guzerá NF - ES

Guzerá x Pardo Suíço, conhecido como

Lavínia é muito utilizado no nordeste

Gozonel, sinônimo de excelente rendimento de carcaça,

rusticidade e habilidade materna

FOTO/PEDRO SALVO

RAÇA VERSÁTIL

E LUCRATIVA

De origem indiana, a raça Guzerá

existe há mais de cinco mil anos e vem

mostrando ao longo do tempo uma incrível

adaptabilidade a diversos sistemas

de produção. Na Índia, surgiu na região

pré-desértica de Kutch, em Gujarat,

formada por terras baixas, de solos arenosos,

sem árvores e com temperaturas

variando entre 5° e 50°. O potencial de

produção da raça foi confirmado no

Brasil, sendo utilizada tanto para produção

de leite quanto de carne. Um dos

diferenciais da raça é sua capacidade de

conversão alimentar, superior a de outras

raças zebuínas, necessitando de uma

quantidade menor de comida para sobreviver,

ganhar peso e produzir leite.

A pureza racial garante a rusticidade

e o vigor nos cruzamentos, resultando

em maior retorno econômico. Por conta

disso, o Guzerá entrou na formação

de diversas raças (Guzolando, Tabapuã,

Brahman, Pitangueiras e Simbrasil) e até

hoje é bastante usado em cruzamentos,

seja de corte ou de leite (Guzonel, Tri

Cross, Guzerá/Jersey etc.). As fêmeas

em idade adulta atingem peso entre 450

a 650 kg, sendo que muitas ficam acima

de 800 kg. Os machos pesam entre 750

e 950 kg. O ganho médio diário é de

950,4 gramas/dia em provas de ganho

em peso em confinamento e 639,42 gramas/dia

nas provas a pasto. As maiores

produções individuais de leite chegam a

quase 50 kg/leite/dia e as lactações em

365 dias superam os 11 mil kg.

Gursey - Guzerá x Jersey - Faz. Canoas

29|GUZERATE


GUZERÁ | A RAÇA FORTE

DUPLA APTIDÃO:

UM MESMO ANIMAL

BOM DE CARNE E

BOM DE LEITE

Além de ser uma das raças bovinas mais antigas do mundo,

o Guzerá tem como vantagem o fato de ter duplo propósito,

podendo ser utilizado tanto para produção de carne

quanto de leite. Em vários países, mais de 80% da produção

de leite vêm derebanhos de dupla aptidão.

FOTOS/MARCELO CORDEIRO

Bezerro guzolando - Excelente

carcaça frigoŕifica.

Guzolandas são longevas,

rústicas e de bons úberes

Veja outras vantagens:

• Maior retorno econômico –venda da produção de leite

para laticínios e de bezerros para pecuária de corte;

• Versatilidade - Uso em grande número de cruzamentos,

tanto para formação de rebanhos de corte quanto de leite;

• Fácil adaptação ao regime de produção estabelecido

nas propriedades brasileiras;

• Ambientalmente correto,economicamente viável,

possibilitando o acesso depequenos e médios produtores

rurais ao mercado pecuário.

30|GUZERATE

VANTAGENS

DA RAÇA:

RUSTICIDADE;

CONVERSÃO

ALIMENTAR;

RENDIMENTO

DE CARCAÇA;

HABILIDADE

MATERNA;

FERTILIDADE;

PRECOCIDADE.

FOTOS/MARCELO CORDEIRO


Fazenda Fontenelle

Seleção desde 19 2 8

LANCHA NF

Plebeu NF x Benzina NF (Patrono NF)

SENZALA NF

Hortêncio FIV NF x Junta NF (Quito FIV JA)

Fotos: Jadir Bison

IRMÃ NF

Nova Seita D x Segurança NF (Califa JP)

NANDA NF

Hortêncio FIV NF x Dalila TE NF

( Guzerá da Barra 2)

TAQUARA NF

Gráfico NF x Inspetora FIV NF

(Remanso TE Tabo)

TAFONA NF

Hidrante FIV NF x Lucila NF ( Notável TE JF)

INTERFACE NF

Juazeiro JA x Ubá NF (ABC S)

MENINA NF

Hum Sonho Abadon x Guanduense NF

(Neófito Maia)

Vacas Guzerá NF em Controle Leiteiro Oficial ABCZ!

VENDA PERMANENTE DE REPRODUTORES E MATRIZES

Carlos Fernando Fontenelle Dumans e Outros - Condomínio

Tels: (27) 99977-4550 / (21) 99804-0352

Km 31|GUZERATE

83 da BR 259 - Entre Colatina e Baixo Guandu - ES

www.guzeranf.com.br / contato@guzeranf.com.br


GUZERÁ | A RAÇA FORTE

GARANTIA DE LEITE

SAUDÁVEL E RENTÁVEL

Mais que produzir alimento a baixo custo,

o Guzerá diferencia-se de outras raças porque

é capaz de produzir leite mais saudável e queijo

com maior rendimento e qualidade. Pesquisa

feita pela ESALQ/USP, pela Empresa de Pesquisa

Agropecuária do Rio Grande do Norte

e pela Universidade Federal do Rio Grande do

Norte comprovou a presença da homozigose

A2A2 (variante alélica da beta-caseína)no gene

na maioria dos animais Guzerá avaliados.

Isso significa a produção de um leite que não

causa alergia no ser humano, mas também com

maiores teores de gordura, de sólidos totais, extrato

seco desengordurado. Outra vantagem peculiar

da raça e constatada pelas pesquisas é a

baixa Contagem de Células Somáticas (CCS), um

indicativo da sua resistência à mamite, garantindo

uma produção mais sustentável e com custos

sanitários significativamente mais baixos. O leite

de Guzerá também apresenta bom rendimento

na produção de queijo por ter em seu rebanho

animais com alelo B da Kappa-Caseína, o que

resulta em menor tempo de coagulação para

preparo do queijo e formação de coágulo com

maior densidade.

FOTO/MARCELO CORDEIRO

O queijo produzido com leite de vacas com

alelo B é 10% maior. Em comparação com o

leite de vacas com alelo A, o leite com alelo B

possibilita rendimento 12% maior na produção

de queijos tipo muçarela e de 8% no tipo cheddar.

O Sumário de Touros do Programa Nacional

de Melhoramento do Guzerá para Leite já traz

reprodutores provados para esta característica

e com DEPs (Diferença Esperada na Progênie)

para gordura, proteína e sólidos totais, possibilitando

aos criadores selecionarem seus rebanhos

com base nessas informações importantes para o

mercado de leite.

A qualidade do leite do Guzerá é destaque,

com médias de 4,4% de gordura, 3,3% de proteína

e 12,2% de sólidos totais, índices superiores

aos de outras raças leiteiras.

QUALIDADE GENÉTICA

COMPROVADA

• SUMÁRIO DE TOUROS COM

CENTENAS DE ANIMAIS PROVADOS

PARA LEITE;

• A IDADE AO PRIMEIRO PARTO

ESTÁ EM TORNO DE 43 MESES;

• A MÉDIA DE PRODUÇÃO DE

LEITE DO GUZERÁ A PASTO

CONTROLADO OFICIALMENTE

NO BRASIL É DE 2.148 KG, EM

LACTAÇÕES MÉDIAS DE 305 DIAS,

COM AJUSTE PARA IDADE ADULTA.

32|GUZERATE


33|GUZERATE

FOTOS/ARQUIVO DA FAZENDA


GUZERÁ | A RAÇA FORTE

VERSATILIDADE

EM CRUZAMENTOS

Seja qual for o foco de produção do rebanho,

o cruzamento com a raça Guzerá resulta

em animais de alta produtividade. Desde quando

chegou ao Brasil, por volta de 1870, a raça

vem sendo utilizada com esta finalidade. O cruzamento

com as raças Holandesa ou Pardo-Suíço,

por exemplo, gera mestiças leiteiras de alta

qualidade e machos de corte, cujo ganho médio

diário de peso em confinamento é de 1.400

gramas/dia durante 90 dias. Quando recriados

a pasto, são abatidos antes dos 24 meses com

peso de carcaça superior a 15 arrobas. Na vacada

comum, oriundas de vários cruzamentos, o

Guzerá padroniza as crias, em tipo e qualidade,

sempre com grande longevidade, saúde, úberes

fortes, e bezerros muito pesados, agregando

valor à produção da fazenda. O Guzerá ainda é

utilizado para produzir animais tricross (Nelore

x Taurino x Guzerá) de rápido acabamentoe

de maior rendimento decarcaça, precoces, bem

padronizados e rústicos.

São os melhores machos de corte do mercado,

em carcaça e preço. Agregam grande peso,

acabamento rápido de uma carcaça de altíssima

qualidade e rendimento.

Guzerá x Simental - RC Agropecuária - MG

FOTOS/MARCELO CORDEIRO

Em regiões quentes, o touro Guzerá costuma

ser utilizado no cruzamento com fêmeas

Girolando (1/2 sangue), produzindo úberes

de grande qualidade, aumentando a longevidade

da vacada, gerando fêmeas muito leiteiras e

agregando grande valor aos bezerros da vacada

leiteira, que antes eram descartáveis.

Guzerá x Red Angus - RC Agropecuária

34|GUZERATE


FAZENDA

LAGOA SECA

NOSSO FOCO DE SELEÇÃO OBJETIVA A FERTILIDADE,

A RUSTICIDADE E A PRODUTIVIDADE, COM REGIME 100% A PASTO.

FOTOS/MARCELO CORDEIRO

ORNAMENTO PHB

MELÃO DA MS X VACA ALADIM S / URUTU NF

GUZERÁ DE DUPLA APTIDÃO

PHB

FAZENDA

MAJESTOSO PHB

FARIN POI OT X VACA ACARI RF

LAGOA SECA

CARLOS CHAGAS - MG

GUSTAVO HENRIQUE BAMBERG E PEDRO HENRIQUE BAMBERG

Tels. (33) 3522 4487 - 99999.6058 - 99140.4855 (33) 9 9988.2510

35|GUZERATE

VENDA PERMANENTE

DE TOURINHOS

MATRIZES E

GUZOLANDAS


GUZONEL

Com facilidade de recria, precocidade e boa

terminação, o Guzonel (Guzerá x Nelore) é

uma excelente opção para produção de carne.

A habilidade maternal dessas matrizes permitem

que os bezerros já desmamem com cerca

de 55% do peso necessário para o abate, o que

garante o encurtamento do ciclo de produção

e o aumento do lucro da propriedade. As fêmeas

Guzonel também são boas mães, extremamente

rústicas, sexualmente mais precoces,

longevas, de temperamento dócil e desmamam

bezerros mais pesados. Por terem alta habilidade

materna são muito usadas como receptoras

zebuínas nos procedimentos de Transferência

de Embrião e Fecundação in Vitro. Em geral, a

média de peso do Guzonel na fase da desmama

é de 240 a 250kg. Aos 23 meses, os animais

atingem 19 arrobas e estão prontos para o abate.

O choque de sangue, vindo da heterose pelo

uso do Guzerá, proporciona maior capacidade

de conversão de alimentos, padronização e melhoria

na qualidade das carcaças, precocidade

e redução no tempo para terminação e abate.

O Guzonel é o cruzamento com os melhores

preços de bezerro para recria, nas mais diversas

praças do país. O bom desempenho do cruzamento

para produção de carne vem sendo atestado

por abates técnicos. Novilhos abatidos

aos 20 meses, que foram criados e recriados a

pasto com sal proteinado e confinados durante

90 dias, apresentaram bom rendimento de carcaça

e maciez. Confira o resultado:

O Guzonel apresenta excelentes resultados a campo

Guzonel apresenta 56,16 % de rendimento se carcaça quente

FOTO/GUZERÁ IT

RESULTADO:

• PESO MORTO: 18@ E 13 KG.

• RENDIMENTO MÉDIO DE CARCAÇA QUENTE: 56,16%.

• ESPESSURA MÉDIA DE GORDURA UNIFORME DE COBERTURA: 7,5 mm.

• SABOR E SUCULÊNCIA: VARIANDO DE MUITO SABOROSA E MUITO SUCULENTA.

• MACIEZ: MUITO MACIA.

36|GUZERATE


37|GUZERATE


38|GUZERATE


39|GUZERATE


40|GUZERATE


41|GUZERATE


42|GUZERATE


43|GUZERATE


44|GUZERATE


45|GUZERATE


46|GUZERATE


ASSOCIAÇÃO DOS CRIADORES DE GUZERÁ E GUZOLANDO DO BRASIL

GUZERÁ | A RAÇA FORTE

FOTOS/MARCELO CORDEIRO

Manual do Registro Genealógico do

GUZOLANDO

Para os rebanhos leiteiros, um dos

cruzamentos mais indicados é o Guzolando,

que resulta em animais longevos,

férteis e precoces. Aliás, longevidade

é uma característica muito

importante para a pecuária leiteira,

pois significa que uma vaca ao longo

de sua vida vai produzir mais bezerros

e mais lactações, além de reduzir

a taxa de reposição do rebanho. Parte

dessa longevidade do Guzolando vem

do úbere herdado do Guzerá, bem

como pela sua capacidade inigualável

de viver muito bem nas condições

brasileiras. As vacas Guzolando criadas

exclusivamente a pasto produzem

mais de 10 quilos de leite ao dia e em

confinamento podem chegar a 40 quilos.

As fêmeas Guzolando produzem

por 14 anos ou mais. Já as vacas holandesas

atingem no máximo três lactações.

Outra fonte de renda com o Guzolando

é a venda dos bezerros, bastante

valorizados no mercado.

Úberes fortes e com bons ligamentos possui a raça guzolanda - Fazenda Ygarapés - MG

VANTAGENS:

• QUALIDADE DO LEITE (MAIOR PERCENTUAL DE SÓLIDOS

TOTAIS E KAPPA CASEÍNA);

• ADAPTABILIDADE À CONDIÇÃO TROPICAL;

• MENOR CUSTO EM FUNÇÃO DA RUSTICIDADE;

• BOA PRODUÇÃO DE LEITE - 9 LACTAÇÕES DE 3.028 KG (9 X

3028 = 27.252KG) (DADOS EPAMIG/FELIXLÂNDIA)

• LIGAMENTOS DE ÚBERE MAIS FORTES, GARANTINDO

LONGEVIDADE PRODUTIVA;

• PEQUENO INTERVALO DE PARTOS JÁ A PARTIR DO PRIMEIRO

ANO (DE 432 DIAS NO 1º ANO PARA 356 DIAS NO 9º ANO)

(DADOS EPAMIG/FELIXLÂNDIA)

• MAIOR RESISTÊNCIA A PARASITAS, DISPENSANDO O USO

EXCESSIVO DE

MEDICAMENTOS E REDUZINDO O CUSTO DE PRODUÇÃO.

47|GUZERATE

Guzolandas - RC Agropecuária- MG


GUZERÁ | A RAÇA FORTE

ORIGEM DO

GUZOLANDO

O Guzolando é originário do cruzamento

entre duas raças milenares: o zebuíno Guzerá e

o taurino Holandês. Por ser mais rústica e longeva,

logo que chegou ao Brasil, a raça Guzerá

foi utilizada para cruzamentos com diversas

raças leiteiras e de corte. Já o cruzamento com

Holandês ocorre com maior frequência desde

1920 e tem viabilizado a produção de leite a

pasto em diversas regiões do Brasil, independente

do tipo de clima ou pastagem.

FOTO/EDCLAUDIO TOBIAS

Garupas mais largas da raça, proporcionam maior espaçamento

para abrigar o úbere

FOTO/MARCELO CORDEIRO

VANTAGENS

DARAÇA

Os animais Guzolando são longevos,

férteis e precoces. Na pecuária

leiteira, longevidade é uma característica

importante e com grande impacto

econômico. Quanto mais longeva for

a vaca, mais bezerros e lactações ela

terá ao longo de sua vida produtiva,

reduzindo a taxa de reposição do rebanho.

As fêmeas Guzolando produzem

por 10 anos ou mais, com aumento

progressivo da produtividade desde

a primeira lactação. Parte dessa longevidade

do Guzolando vem do úbere

herdado do Guzerá.

Outra característica transmitida

pela raça zebuína é a rusticidade, garantindo

um manejo mais fácil do Guzolando

nas mais diversas regiões do

Brasil e custos menores de produção

relacionados à sanidade e à alimentação.

As vacas Guzolando podem ser

criadas exclusivamente a pasto, atingindo

produção média de mais de 10

quilos de leite ao dia. Em confinamento,

esse volume pode chegar a 40 quilos.

O leite do Guzolando é de ótima

qualidade, pois, quando comparado

com outros grupamentos raciais, contém

maior percentual de sólidos totais

e alelo B da Kappa-Caseína (resulta

em menor tempo de coagulação para

preparo do queijo e rendimento 12%

maior na produção de queijos tipo

muçarela e de 8% no tipo cheddar).

A comercialização de bezerros Guzolando

também garante um retorno

financeiro extra para o produtor. Em

função do maior porte, capacidade de

ganho em peso e qualidade de carcaça,

os bezerros são mais valorizados no

mercado.

Bezerros Guzolandos: muito apreciados no mercado de corte.

48|GUZERATE


FOTOS: GUSTAVO FARIA

Polônia FIV do Guga - GZF 221

Ngao TE S x Croácia FIV BPS

Japão FIV do Guga - GZF 101

Abaete S x Croácia FIV BPS

Fauna FIV do Guga - GZF 41

Russo TE JF x Manchete JF

Helice FIV do Guga - GZF 76

Atlas TE JF x Atlanta TE JF (Humaitá Taboquinha)

GUSTAVO FARIA

JOAÍMA- MG

(31) 98486-5370 @guzeradoguga

HÁ 12 ANOS SELECIONANDO O GÚZERA LEITEIRO COM

AFERIÇÕES OCIFIAIS DE 100% DAS FÊMEAS DO

49|GUZERATE REBANHO (PMGZ LEITE MAX E CBMG/EMBRAPA)


GUZERÁ SIS

RAÇA E PA IXÃO

Citronela SIS, filha de Soberano SIS, IPP de 29 meses de cio natural,

parida da sua segunda cria, bezerro filho de Alvo do Ponteio. Registro

feito no dia de sua apartação com 7 meses e 8 arrobas, somente a pasto

e sem nenhuma suplementação.

Citronela já está aguardando sua terceira cria, que será filho do Paquete.

Citronela e sua irmã paterna, Bombaim SIS, serão doadoras do nosso

Guzerá SIS, que avalia a pasto: raça, precocidade e produtividade!

CITRONELA SIS

SOBERANO SIS

963KG - SIS 560

PARCERIA GUZERÁ IT E GUZERÁ SIS

Bezerros Filhos de Soberano SIS em vacas do rebanho IT, nascidos final do mês 7 e mês 8

desmamados em abril de 2023. A idade média da desmama foi de 7,5 meses, os machos foram

desmamados com 281,7 Kg e as fêmeas com 244,4 Kg, suas mães pesaram de média 531,4 Kg,

tendo uma relação Bezerro/Vaca de 52,2% para os machos e 46,5% para as fêmeas.

50|GUZERATE


ALVO DO

PONTEIO

891KG - PBF 1852

Alto grau de ascendentes

importados (Ghallor, Kalavati,

Parvati, Parev, Bankok, Gulab,

Kachari, Mandavaram e Hindustani)

SÊMEN DISPONÍVEL

Brigadeiro SIS - SIS 859

Nascido em 22/08/2022 , filho de Alvo do

Ponteio com Irmana SIS , bezerro destaque em

apartação, relação bezerro/vaca com 55,40%,

irá participar em Setembro de 2023 da 44ª

prova do IT CAR, ao final da prova serão realizadas

medidas de desempenho, Ultrassonografia

de Carcaça e Eficiência Alimentar.

Novilha adquirida pelo Guzerá SIS

e parceiros no 62º Leilão Guzerá IT.

Novilha Super Precoce, muito equilibrada nas

Avaliações Intra-Rebanho feitas pela AVAL, é

a 9ª colocada de 50 novilhas avaliadas pelo

índice interno do Guzerá IT (ISPF) e já está

prenhe do Touro Soberano SIS, prenhez essa

concebida aos 16 meses de idade.

GUZERÁ SIS

Fazenda Lagoa da Esperança - Ribeirão do Largo - BA

Telefone 77-999478366

End: Caixa Postal 90 - Centro - Cep 45.000-000

Vitória da Conquista (BA)

E-mail: serginosis@gmail.com

@guzerasis

51|GUZERATE


1º CRUZAMENTO

GUZERÁ | A RAÇA FORTE

COMO PRODUZIR

GUZOLANDO?

OPÇÃO A

TOURO HOLANDÊS

X

VACA GUZERÁ

Os animais Guzolando podem ser de várias composições

raciais (1/2 Holandês + 1/2 Guzerá; 1/4

Holandês + 3/4 Guzerá; 3/4 Holandês + 1/4 Guzerá;

5/8 Holandês + 3/8 Guzerá), dependendo

do tipo de cruzamento realizado entre as raças

Guzerá e Holandês.

Veja abaixo os cruzamentos mais indicados:

VACA ½ HOL + ½ GUZ

2º CRUZAMENTO

TOURO HOLANDÊS

X

VACA ½ HOL + ½ GUZ

VACA ¾ HOL + ¼ GUZ

3º CRUZAMENTO

TOURO GUZERÁ

X

VACA ¾ HOL + ¼ GUZ

VACA 3/8 HOL + 5/8 GUZ

CERTIFICADO DE CONTROLE DE

GENEALOGIA (REGISTRO)

O Regulamento para Formação da Raça

Bovina Guzolando foi aprovado pelo Ministério

da Agricultura, Pecuária e Abastecimento

(MAPA) em 1989. A emissão do Certificado

de Controle de Genealogia dos animais é,

desde 2009, de responsabilidade da Associação

Brasileira dos Criadores de Zebu (ABCZ). Os

animais Guzolando são registrados no serviço

de Controle de Genealogia (CCG), que é destinado

aos produtos oriundos de cruzamentos

entre raças zebuínas, ou destas com quaisquer

outras raças, incluindo as taurinas. O CCG tem

por finalidade controlar a genealogia destes

indivíduos para formar novos grupamentos

genéticos, podendo resultar em uma raça sintética.

52|GUZERATE


COMO PRODUZIR

GUZOLANDO?

OPÇÃO B

1º CRUZAMENTO

TOURO GUZERÁ

X

VACA HOLANDESA

VACA ½ HOL + ½ GUZ

2º CRUZAMENTO

TOURO GUZERÁ

X

VACA ½ HOL + ½ GUZ

VACA ¼ HOL + ¾ GUZ

3º CRUZAMENTO

TOURO HOLANDÊS

X

VACA ¼ HOL + ¾ GUZ

VACA 5/8 HOL + 3/8 GUZ

Genealogia exigida

Para ter direito ao registro no CCG, os animais

a serem controlados precisam ser filhos

de pais pertencentes a determinadas categorias.

No caso dos touros é exigido ser:

• Puro de Origem (PO);*

• Puro por cruza (PC);*

• CCG.

No caso das matrizes:

• Pura de Origem (PO) - RGN e/ou RGD;

• LA Fundação ou com genealogia conhecida;

• Matrizes Cadastradas: vacas com fenótipo

de Guzerá (sem registro genealógico), e

identificadas com numeração sequencial crescente

e numeradas pelo técnico da ABCZ na

propriedade do criador. A numeração deve ser

marcada a fogo na perna esquerda

• Caso seja usada matriz Holandesa, deve

ser PO ou PC.*

Solicitação do registro

O pedido de inscrição dos animais no CCG

deve ser enviado por escrito a qualquer unidade

da ABCZ (Veja lista de contatos no site da

53|GUZERATE


GUZERÁ | A RAÇA FORTE

ABCZ). O modelo da carta também está disponível

no site www.abcz.org.br.

Sistema Único de Identificação (SUI) O

criador poderá requisitar um SUI (também

conhecido como série única) junto à ABCZ

para a raça Guzolando, independente do grau

de sangue. Caso o criador já tenha SUI, poderá

utilizá- lo desde que acrescente ou altere a

quarta letra, a exemplo do que é feito para todos

os criadores de mais de uma raça zebuína.

Exemplo: um criador que tenha a série única

ABC poderá acrescentar uma letra para formar

a série única do Guzolando, ficando: ABCD 1,

ABCD 2 e assim por diante.

TIPOS DE

REGISTRO

Para ser registrado o animal deve apresentar

as características desejáveis para sua composição

racial, conforme o padrão da raça estabelecido

pelo Regulamento para Formação da Raça

Bovina Guzolando (Consulte o padrão da raça

no site guzera.org). O técnico pode efetuar o

registro utilizando dois sistemas diferentes:

Vaca 5/8 Guzerá e 3/8 - Holandês

Vaca 1/2 sangue Holandês e 1/2 sangue Guzerá

REGISTRO PELO

FENÓTIPO

É feita a inspeção do animal pelo técnico

da ABCZ e, com base nas características fenotípicas,

definida a composição racial. Somente

fêmeas podem ser registradas pelo fenótipo.

Apesar do registro poder ser realizado em qualquer

idade, o recomendado é que se faça até a

desmama. As composições raciais que podem

ser registradas pelo fenótipo são:

• 1/2 HOLANDÊS + 1/2 GUZERÁ;

• 1/4 HOLANDÊS + 3/4 GUZERÁ;

• 3/4 HOLANDÊS + 1/4 GUZERÁ;

Esses animais serão registrados pelo Fenótipo.

RC Agropecuária - MG

54|GUZERATE


Paixão pelo

Guzerá

JUMA LBN

RESERVADA GRANDE CAMPEÃ

NACIONAL DA RACA GUZERÁ 2022

GRANDE CAMPEÃ GOIANIA 2021

GRANDE CAMPEÃ BRASILIA 2022

CAMPEÃ FÊMEA JOVEM CURVELO 2022

Condomínio:

e

FOTOS/ARQUIVO DA FAZENDA

Fazenda Mostarda - Pains/MG • Fazenda Vila Nova - Arcos MG

Luiz Vicente da Costa (37) 99983 0650 - Lincoln 55|GUZERATE

Arantes Costa (37) 99923 9213 @imperioagropecuaria


REGISTRO

PELA SÉRIE

ÚNICA

É preciso realizar as Comunicações

de Cobertura e de Nascimento

(CDC e CDN) junto à

ABCZ, seguindo os mesmos

procedimentos exigidos para as

raças zebuínas das categorias

PO e LA. Após esta etapa, o

técnico realiza em apenas uma

visita a inspeção e o registro

dos animais. Machos e fêmeas

podem ser registrados, sendo o

recomendado fazer até a desmama.

As composições raciais que

podem ser registradas são:

• 1/2 HOLANDÊS + 1/2 GUZERÁ;

• 1/4 HOLANDÊS + 3/4 GUZERÁ;

• 3/4 HOLANDÊS + 1/4 GUZERÁ;

• 7/8 HOLANDÊS + 1/8 GUZERÁ;

• 15/16 HOLANDÊS + 1/16 GUZERÁ;

• 5/8 HOLANDÊS + 3/8 GUZERÁ.

MARCAÇÕES

Registro pelo fenótipo

• Marcação a fogo, na perna

do lado direito, do número da caderneta

e, logo abaixo, o símbolo

do CCG. A composição racial

não é mais marcada na perna.

Somente um técnico da ABCZ

pode realizar esse procedimento.

Registro pela Série Única

• O número de nascimento

deve ser tatuado na orelha esquerda

do animal e opcionalmente

poderá ser colocado o brinco

de identificação. A aquisição do

brinco é de responsabilidade do

criador.

• Marcação a fogo, na perna

direita da Série Única, do número

e logo abaixo, o símbolo do

CCG. Neste caso, existe a opção

da Série Única e do número

do animal serem marcados pelo

criador e somente o símbolo do

CCG pelo técnico, como já feito

nos animais PO. • Tatuagem do

registro da mãe na orelha direita

do animal (Opcional).

Esses animais serão registrados

com Série Única.

Muito leite, tetos pequenos e ligamentos

fortes. Características dos úberes Guzolandos.

CONTROLE

LEITEIRO

A ABCZ realiza o controle leiteiro do Guzolando,

seguindo as mesmas regras adotadas para

as raças zebuínas puras. A solicitação do serviço

deve ser feita diretamente na ABCZ.

O Relatório Individual de Lactação (RIL) também

está disponível para o Guzolando.

56|GUZERATE


Na busca constante do resgaste

e do melhoramento genético.

Comitiva do Senegal juntamente com Cristiano Lima da GBC Internacional, visitam a

Fazenda Pedra Negra na ocasião da exportação de touros para aquele país.

EULER FERNANDES JÚNIOR

guzerapedranegra@gmail.com guzerapedranegra

Frei Inocêncio - MG

57|GUZERATE

(33)99987-5721


GUZERÁ | RAÇA FORTE

EFICIÊNCIA DE

RESPOSTA A

SUPLEMENTAÇÃO

EM VACAS GUZERÁ

Arthur Alves Silva

Zootecnista, Doutor em Nutrição de Ruminante e Professor

na Faculdades Associadas de Uberaba (FAZU).

Ana Luiza Costa Cruz Borges

Médica Veterinária, Doutora em Nutrição de Ruminantes e

Professora Titular na Escola de Veterinária da UFMG.

Breno Mourão de Sousa

Médico Veterinário, Doutor em Produção de Ruminantes e

Professor no UNIBH.

Apecuária leiteira no Brasil vem sofrendo

grandes mudanças e quebras

de paradigmas nas últimas décadas,

os tradicionais sistemas extensivos

de produção de leite estão sendo

gradativamente substituídos por sistemas

mais tecnificado e com processos

bem estabelecidos, visando aumentar

o retorno do capital investido. Desta forma,

aumentar a receita e diminuir os custos passou

a ser objetivos mínimos para este novo

tipo de produtor.

Aumentar a margem líquida significa aumentar

a eficiência produtiva dos animais,

neste contexto a produção intensiva de leite

58|GUZERATE


em pasto está sendo reconhecida não mais

como sistema alternativo para produção de

leite, mas como solução para propriedades

leiteiras em sistemas tropicais. As forrageiras

tropicais possuem alto teor de fibra e baixo

de proteína, e quando mal manejada, proporcionam

baixos valores nutricionais culminando

na diminuição do consumo e da produção

de leite. Dessa forma, a suplementação com

concentrado é uma alternativa para corrigir as

deficiências nutricionais das pastagens e para

aumentar a produção de leite.

Contudo, deve-se sempre estar atento e

monitorar o custo dessa suplementação, procurando

saber até que ponto deve utilizá-la.

O conceito de eficiência de resposta a suplementação

(ERS) é uma forma de avaliarmos

a eficiência alimentar do consumo de concentrado,

ela é calculada pela divisão do kg de

leite produzido pelo kg de suplemento concentrado

oferecido. É a eficiência que a vaca

terá ao tratamento com concentrado, ou seja,

quanto de leite irá produzir para cada quilo de

concentrado consumido. O conceito da eficiência

alimentar foi tão bem aceito por pesquisadores

e pela indústria mundial que está sendo

aplicado como marcadores genéticos para

minimizar os custos com alimentação, bem

como aumentar os lucros do setor leiteiro.

A eficiência de resposta a suplementação

foi mensurada por um gráfico de dispersão

entre produção leiteira diária (eixo Y) e concentrado

ofertado (eixo X). Foram utilizadas

109 vacas Guzerá em lactação à pasto, sendo

39 primíparas, 52 vacas de segunda cria,

14 vacas de terceira cria e 4 vacas de quarta

cria, com produção média diária de 10,4 kg

de leite/dia, dias em lactação (DEL) médio

de 117 dias, as vacas estavam com escore de

condição corporal entre 2,0 a 3,5, foram ordenhadas

duas vezes ao dia e a produção de

leite mensurada individualmente e o concentrado

foi ofertado individualmente durante as

A vacas respondem à boa suplementação

com aumento de produtividade

FOTO/CIBELE FIGUEIREDO

ordenhas.

Como exposto no gráfico 1, para cada 1 kg

de concentrado ofertado há um aumento de

produção de 2,3 kg de leite.

Gráfico 1: Análise de regressão da eficiência de resposta a

suplementação (kg/kg) em vacas Guzerá em lactação

Sistemas tradicionais extensivos de produção de leite,

estão sendo substituídos por sistemas mais tecnificados.

FOTO/MARCELO CORDEIRO

59|GUZERATE


FOTO/CIBELE FIGUEIREDO

GUZERÁ | RAÇA FORTE

Existem diversos fatores intrínsecos e extrínsecos

ao animal que podem afetar a ERS:

Produção leiteira: Vacas de alta produção

apresentam maior ERS quando comparadas

com animais de baixa produção, isto se deve

a capacidade destes animais serem energeticamente

mais eficientes, ou seja, apresentam proporcionalmente

uma maior conversão de energia

consumida em produção leiteira (Castillot

et al., 2000).

Ordem de parição: Vacas de primeira lactação

apresentam valores menores de ERS,

pelo fato de desviarem os nutrientes que iriam

para a glândula mamaria para o termino do seu

crescimento. Vacas adultas tem em média valores

de ERS de 0,1 a 0,5 unidades maiores que as

primíparas (Hutjens, 2006). Rangel et al. (2009)

ponderaram em suas analises que a ordem de

parto teve influência significativa sobre a produção

leiteira de vacas Guzerá. Vacas de quinta

ordem de parição apresentam as melhores médias

produtivas de leite e duração do período

de lactação.

Dias em lactação: Segundo Castillot et al.

(2000) analisando dados de rebanhos da raça

Holandês, a ERS diminui com o passar dos dias

em lactação, onde vacas no terço inicial da lactação

apresentam elevado ERS. Contudo, no

terço médio e final ela decai segundo os autores

no início da lactação a ERS elevada (superior a

1,8), pode indicar uma quantidade significativa

de escore corporal que está sendo mobilizado

para apoiar a produção de leite. O outro extremo

ERS muito baixo no início da lactação (inferior

a 1,2), pode sinalizar problemas de saúde,

o valor médio neste tipo de rebanho varia de

1,5 a 1,8 para vacas de 150 a 200 dias de lactação,

para vacas acima de 250 dias de lactação

Qualidade e digestibilidade da forragem é

fator importante na produção de leite

espera-se valores inferiores a 1,4.

Qualidade e digestibilidade da forragem:

Segundo estudos compilados por Santos et al.

(2010) a qualidade e a digestibilidade da foragem

é um dos fatores mais críticos para se obter

ERS superiores a 1,4 dentre os alimentos

que compõe a dieta. Para aumentar a produção

de leite ou a ERS, não basta aumentar o consumo

de matéria seca, e sim o de matéria seca digestível.

Logo, altas produções de leite podem

ser alcançadas com o aumento no consumo de

matéria seca digestível, que é acompanhada do

aumento da energia disponível para o animal.

Composição do leite: A composição do

leite faz parte das novas metas do pecuarista

brasileiro, a fim de garantir um produto de qualidade

para o consumo humano e maior remuneração

por litro de leite (Santos et al., 2008).

Trabalhos nacionais compilados por Santos et

al. (2010) não foram observados efeito significativo

do nível de suplementação sobre o teor

de gordura do leite, mostrando a baixa dependência

do teor de gordura do leite com a quantidade

de suplemento. Isso pode ser explicado

pela capacidade teórica das pastagens de clima

tropical serem excelentes fontes de precursores

para a gordura do leite (Santos et al., 2008).

60|GUZERATE


REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS:

Castillot, A. R., Kebreab, E., Beever, D. E., & France, J. 2000. A review of efficiency of nitrogen utilisation

in lactating dairy cows and its relationship with. Journal of Animal and Feed Sciences, 9(1),

1-32.

Cobuci, J. A., Costa, C. N., Braccini Neto, J., & Freitas, A. F. 2011. Genetic parameters for milk production

by using random regression models with different alternatives of fixed regression modeling.

Revista Brasileira de Zootecnia, 40(3), 557-567.

Hutjens, M. F. 2006. Dairy feeding efficiency. Paper presented at the Southeast dairy herd management

conference proceeding.

Rangel, A. H. N., Guedes, P. L. C., Albuquerque, R. P. F., Novais, L. P., & Lima Júnior, D. M. 2009.

Desempenho produtivo leiteiro de vacas Guzerá. Revista Verde de Agroecologia e Desenvolvimento

Sustentável, 4(1), 85-89.

Santos, F. A. P., Martinez, J., C., & Greco, L. F. 2008. Nutrição de vacas em lactação, no período chuvoso,

para a produção intensiva de leite em pasto. Caderno Técnico de Veterinária e Zootecnia, 57, 1-39.

Santos, G. T., Kazama, D. C. S., Kazama, R., & Petit, H. V. 2010. Scientific progress in ruminant production

in the 1 st decade of the XXI century. Revista Brasileira de Zootecnia, 39(SUPPL. 1), 478-490.

61|GUZERATE


GUZERÁ | RENTABILIDADE

LEITE A2A2

COM REBANHO

100 % DE VACAS

GUZOLANDAS

EM PLENO AGRESTE

PERNAMBUCANO

Laticínios Polilac, de Pernambuco, é a

primeira do norte e nordeste a conquistar a

certificação de leite 100% natural do tipo A2

POR EDCLAUDIO TOBIAS

Zootecnista

Amarca de laticínios Polilac, de Pernambuco, é

a primeira do Norte e Nordeste a conquistar a

certificação para produzir leite 100% natural

do tipo A2. O diferencial é que o produto não

possui conservantes e conta com a presença da

proteína beta-caseína do tipo A2.

Este nutriente é de mais fácil digestão do que o encontrado

no leite A1, que pode causar desconforto gastrointestinal

em algumas pessoas. O alimento é produzido na

Fazenda Polilac, no município de Garanhuns, localizado

no Agreste pernambucano, a 230 quilômetros de Recife.

Na propriedade, são gerados cerca de 90 mil litros de

leite ao mês. O laticínio também é o único no Brasil a

fazer queijo coalho A2 e também o único do Brasil a produzir

leite A2 com rebanho 100% Guzolando ½ Sangue.

O empreendimento conta com um rebanho de vacas

A2A2, geneticamente selecionadas e capazes de produzir

apenas a beta-caseína A2. A Polilac tem um rebanho

guzolando próprio, uma raça que nasceu do cruzamento

entre as milenares Guzerá (zebuíno) e Holandês (taurino).

A mistura reuniu as melhores características de am-

FOTO/ARQUIVO DA FAZENDA

62|GUZERATE


FOTO/ARQUIVO DA FAZENDA

bas as raças.

George Pires Martins, veterinário responsável

pelo laticínio e pelos rótulos da Polilac

, diz que ter o selo de produtor de leite de

vacas A2A2 é uma chancela que assegura que

o leite foi obtido por processos que garantem

a ausência de caseína A1 em sua composição”,

explicou

O leite é obtido sem contato manual. A ordenha

é mecânica e o mesmo segue por tubulações

diretamente para o compartimento onde

passa por pasteurização, homogeneização e

envase.

“O caminho que escolhemos para aumentar

o beneficiamento do nosso leite é oferecer

um produto de altíssima qualidade nutricional

para o nosso cliente. Alguns dos nossos produtos,

como o iogurte sem conservantes, feito

com geleias caseiras da própria fruta, terão sua

produção aumentada em até dez vezes”, diz o

empresário e nome à frente da Fazenda, Waldemir

Miranda.

Produção chega a quase 3 mil litros/dia

O laticínio produz, atualmente, cerca de 3

mil litros de leite por dia. Desse quantitativo,

50% são beneficiados e transformados em produtos

com o rótulo da fazenda, como iogurte,

doce de leite, manteiga, creme de leite, nata e

manteiga de garrafa. Os 50% restantes são repassados

para empresas do setor que comercializam

o leite UHT em embalagens cartonadas.

Segundo Waldemir, depois do lançamento

do leite tipo A2, a meta é inverter esse número.

Desta forma, os derivados lácteos da marca

Polilac passarão a ser responsáveis por 80% do

leite produzido na fazenda e os 20%, direcionados

às empresas que comercializam o UHT.

Além do leite, a Fazenda Polilac já é a única

a produzir queijo coalho tipo A2 no Brasil e

vai incluir no seu portfólio os iogurtes naturais

A2 (zero conservantes), um dos produtos

campeões de vendas do seu mix de produtos,

composto também por doce de leite, manteiga,creme

de leite, nata, manteiga de garrafa.

O laticínio Polilac, foi pioneiro na produção

do leite tipo A do Nordeste. Ou seja, com

a ordenha mecânica em que o leite segue por

O empreendimento conta com um rebanho de vacas A2A2, geneticamente

selecionadas

tubulações diretamente para o compartimento

onde sofre pasteurização, homogeneização e

envase, sem contato com a mão humana.

Sede do Laticínios Polilac, no estado de Pernambuco

FOTO/ARQUIVO DA FAZENDA

63|GUZERATE


GUZERÁ | RENTABILIDADE

FOTO/ARQUIVO DA FAZENDA

O leite A2 puro já está disponível em alguns

dos 23 pontos de venda de Recife e no empório

da Fazenda Polilac, em Garanhuns.

Cada litro de leite é vendido para o mercado

por cerca de R$ 6,50

Rota do leite

A Fazenda Polilac também é um dos pontos

turísticos mais visitados de Garanhuns. Nos

fins de semana, chegam a circular no empório

cerca de mil visitantes. Localizada a 4 km do

Relógio das Flores, faz parte do circuito de passeios

turísticos da região.

Empregos

A Polilac conta, atualmente, com 25 funcionários.

A meta é dobrar o número de colaboradores

em um prazo máximo de seis meses.

Rebanho Guzerá Zoli

Atualmente com 40 doadoras Guzerá PO,

utilizando a Fertilização In Vitro para acelerar

o crescimento, são produzidas cerca de 80

guzolandas ½ sangue, 20 tourinhos Guzerá

PO e 20 Matrizes Guzerá PO por ano. O rebanho

atual conta com mais de 350 guzolandas

1/2 sangue entre vacas, novilhas e bezerras.

Edclaudio Tobias, Zootecnista do projeto,

diz que, com a dupla aptidão do guzerá,

consegue entrar no mercado de carne e

leite da região, além de conseguir com as

guzolandas produzir e comercializar leite.

Produzindo o guzolando ¼ holandês e ¾ Guzerá,

oriundo da inseminação das vacas meio

sangue, surgiu a oportunidade para vender os

machos para produtores de gado de corte e as

fêmeas para receptoras ou matrizes de corte.

“Em novembro de 2022 realizamos na Fazenda

Polilac, em Garanhuns, nosso primeiro

Shopping Guzerá Zoli, onde disponibilizamos

Atualmente com 40 doadoras Guzerá PO, utilizamos a Fertilização In

Vitro para acelerar o crescimento do rebanho

120 animais para venda. Criadores de vários

estados do Nordeste, adquiriram animais de

nosso rebanho (Alagoas, Rio Grande do Norte,

Ceará, Pernambuco e Sergipe). Contamos ainda

com a participação de várias empresas parceiras

do Agronegócio expondo seus produtos

em estandes, ciclos de palestras, rodas de conversas

entre produtores e empresas do setor,

além da carreta do Agro do Banco do Brasil.”

Acrescentou Edcláudio Tobias ao relatar o sucesso

do evento, que agora fará parte do roteiro

agropecuário do Nordeste.

FOTO/ARQUIVO DA FAZENDA

Fazenda Polilac

Garanhuns - Pernambuco

(87) 8133-2724

@fazendapolilac

www.polilac.com.br

Produzimos o Guzolando ¼ Holandês ¾ Guzerá, oriundo da inseminação

das vacas meio sangue

64|GUZERATE


de

Fotos: Alan Moreira

Kurumi FIV do UAU 288

Pai: Não me toques D - MDVG 6439

Mãe: Guara fiv - uniU 876

100% a pasto

Este é o resultado do Guzerá UAU, 12 anos de trabalho com

muito investimento em melhoramento genético e dedicação

com excelente resultado. Gado rústico, totalmente á pasto,

de alta fertilidade com duas crias por ano na linha leiteira

produzindo até 15 litros de leite e com excelente carcaça.

Estamos situados em Crisólita/MG, a 130 km de Teófilo Otoni,

entre as cidades de Águas Formosas e Carlos Chagas. Venda de

tourinho, matrizes e meio sangue guzolandas.

guzerauau.com.br

Guzerá é a raça , UAU é a marca

65|GUZERATE


GUZERÁ | RAÇA FORTE

A INTERAÇÃO GENÓTIPO-AMBIENTE

JÁ AFETA CARACTERÍSTICAS

LEITEIRAS E IDADE AO PRIMEIRO

PARTO EM ANIMAIS GUZERÁ

Tainara Luana da Silva Soares- Universidade Federal de Viçosa

Fernanda Larissa Cesar Santos - Universidade Federal de Viçosa

Maria Gabriela Campolina Diniz Peixoto - Embrapa Gado de Leite

Eula Regina Carrara - Universidade Federal de Viçosa

Frank Angelo Tomita Bruneli - Embrapa Gado de Leite

Renata Veroneze - Universidade Federal de Viçosa

Paulo Sávio Lopes - Universidade Federal de Viçosa

D

iversos fatores podem alterar

o desempenho produtivo dos

animais de produção, entre eles

encontra-se a interação genótipo-ambiente

(IGA). A IGA é observada

quando ocorrem mudanças

no desempenho fenotípico, ou

seja, na expressão, de uma ou mais características,

quando os genótipos são submetidos a diferentes

condições ambientais. Sendo assim, os animais

considerados superiores em um ambiente podem

apresentar desempenho zootécnico inferior em

outros ambientes. Tais mudanças também podem

ocorrer quando as progênies serão criadas

e irão produzir em ambientes diferentes daqueles

em que os pais foram selecionados, levando a desempenho

inferior ao esperado se o ambiente for

desfavorável à expressão de seu potencial.

Suponhamos, por exemplo, que dois touros

chamados Bandido e Coringa serão utilizados em

duas diferentes fazendas, onde suas filhas nascerão.

Na fazenda A, em que o clima é mais fresco,

os animais serão criados em pastejo e o relevo da

propriedade é mais montanhoso. E, na fazenda

B, o clima é mais quente, os animais receberão

suplementação de concentrado e o relevo é mais

plano. As filhas do Bandido e do Coringa serão

criadas em condições diferentes nas duas fazendas.

Portanto, tem-se dois genótipos diferentes, as

filhas do Bandido e do Coringa, e dois ambientes

diferentes, a fazenda A e a fazenda B. As filhas

dos dois touros começarão a produzir leite e uma

vez por mês será realizado o controle leiteiro, sendo

a produção devidamente anotada durante toda

a lactação. Depois de algum tempo, quando for

feita a análise dos dados, observar-se-á que as filhas

do Bandido produziram em média 2.000 kg

de leite na fazenda A e 2.400 kg na fazenda B. Já as

Guzerá Sula - Minas Gerais

66|GUZERATE


filhas do Coringa produziram em média 2.450 kg

na fazenda A e 1.950 kg na fazenda B. Podemos

concluir, portanto, que não há um genótipo melhor

para todos os ambientes, mas dependendo

do ambiente um ou outro genótipo será melhor.

Dessa forma, tem-se um caso de interação genótipo-ambiente.

É claro que avaliar a interação genótipo-ambiente

não é tão simples assim. Para que isso seja

feito é necessária ampla e consolidada base de dados

de desempenho, proveniente de vários ambientes.

O estudo pode ainda envolver o Índice de

Temperatura e Umidade (ITU) e dados climatológicos

qualificados, que cubram todas as regiões

onde os rebanhos alvo do estudo estão localizados.

No passo seguinte, é definida a metodologia

estatística a ser utilizada para as análises da IGA.

Realizamos dois estudos na Universidade Federal

de Viçosa para avaliar a ocorrência de interação

genótipo-ambiente em características leiteiras

e à idade ao primeiro parto (IPP) de animais da

raça Guzerá. Foram adotados como ambientes as

soluções dos grupos de contemporâneos, dadas

como desvios das médias produtivas dos animais

em um dado ambiente produtivo, e os animais

foram divididos em robustos, sensíveis e extremamente

sensíveis. As características leiteiras avaliadas

foram produção de leite, de gordura e de

proteína e a característica reprodutiva foi a idade

ao primeiro parto.

Para todas as características leiteiras avaliadas

foram observadas alterações nas variâncias genética

e residual, indicando a ocorrência de IGA. A

maioria dos touros foram classificados como robustos,

ou seja, são capazes de ter desempenho

produtivo satisfatório independente do ambiente

produtivo em que estejam, e não foi observada

interação genótipo-ambiente complexa, ou seja,

a classificação (ranking) dos touros no sumário,

em geral, era a mesma em todos os ambientes.

SELEÇÃO DE GUZERÁ E SINDI - REBANHO 100% PMGZ - CORTE E LEITE

JAGAT DA EMPARN

FCGP 867

CAIO FIV JF X BACANA DA EMPARN

INFANTE WM

WCM 420

BAÇÃO S X PAMPA DA EMPARN

PTA 85,69

AURORA WM

CANDEEIRO D. X PAMPA DA EMPARN

RECORDISTA MUNDIAL 45,5 /DIA/LEITE.

TORNEIO LEITEIRO - EXPOZEBU 2013

PTA 233,68

GUZERÁ WM PROVADO NA

CAATINGA E NAS PISTAS!

+55 (84) 99981-1752

RODRIGO COUTINHO MADRUGA

rodrigomadruga@supercabo.com.br

67|GUZERATE

WODEN COUTINHO MADRUGA

FAZ. QUEIMADAS DE BAIXO

LAGOA DE VELHOS - RN

+55 (84) 3201-5449

wodenjr@gmail.com


GUZERÁ | RAÇA FORTE

bre a idade ao primeiro parto em animais da raça

Guzerá.

Na figura 1 e 2 são apresentados os gráficos

de norma de reação para os 10 touros com maior

valor de intercepto e os 10 touros com mais filhas.

O intercepto é o valor genético do animal

independentemente do ambiente. Esses gráficos

reforçam o que foi dito anteriormente, para produção

de leite, a diferença entre os valores genéticos

dos touros é menor no ambiente de menor

desvio e maior no ambiente de maior desvio. Já

para idade ao primeiro parto, além do efeito escala,

houve mudanças na classificação dos animais

ao longo do gradiente ambiental.

Figura 1. Norma de reação ao longo do gradiente

ambiental para os 10 touros com maior

valor de intercepto (a) e mais filhas (b) para produção

de leite.

Guzerá Sula - Minas Gerais

Os valores genéticos, porém, não permaneceram

constantes em todos os ambientes. À medida que

o desvio em relação à média do grupo contemporâneo

aumentava, o valor genético também

aumentava. Assim, foi observado que, para as características

leiteiras avaliadas, houve interação genótipo-ambiente

com efeito escala, ou seja, quanto

maior o desvio das médias produtivas maior foi

a diferença entre o desempenho dos touros.

Para a idade ao primeiro parto, também foi

observada IGA com mudança principalmente de

escala para os animais nos diferentes sistemas de

produção e a maioria dos touros foram classificados

como robustos à variação ambiental para IPP.

Foram estimadas as correlações entre as classificações

(ranking) de touros considerando ou não a

IGA, a fim de avaliar o impacto das diferenças de

ambiente e a porcentagem de animais comuns no

top 10% melhores touros para essa característica.

Os resultados indicaram mudança na classificação

dos touros, reforçando a influência de IGA so-

68|GUZERATE


Figura 2. Norma de reação ao longo do gradiente ambiental para os 10 touros com maior valor de

intercepto (a) e mais filhas (b) para idade ao primeiro parto

GUZERÁ COMO DEVE SER: RÚSTICO, COM

CARCAÇA E HABILIDADE MATERNA.

MAGNATA

DA EL GIZA

DREL 605

CASTELLO UAI

UAIG 20

OTONIEL

DO DIGA

DIGA 852

MARCA SOL JISAM X BRENDA FIV DA EL GIZA

FARAÓ FIV DA EL GIZA X DARLENE MEU XODÓ

LICOR DO DIGA X IMA FIV DO DIGA

GUZERÁ UAI

Distrito de Sertãozinho no

município de Borda da Mata

69|GUZERATE

35 99764‐7667 @GUZERAUAI \GUZERAUAI


GUZERÁ | RAÇA FORTE

No caso da IGA com efeito escala, conforme

o desvio das médias produtivas aumenta,

a herdabilidade da característica varia

e maior é a diferença entre os valores genéticos

dos animais, sendo que os animais com

maiores valores genéticos e maior plasticidade,

ou seja, maior alteração na expressão fenotípica

devido a diferenças ambientais, tendem

a apresentar valores genéticos mais altos

nos ambientes de maior desvio. Outro fator

importante é que a IGA com efeito escala

não altera a classificação dos animais quando

a característica é avaliada individualmente.

Nos programas de melhoramento genético,

porém, a seleção é realizada para várias características

simultaneamente e, dessa forma,

quando se consideram características com

diferentes efeitos em um índice econômico,

pode ocorrer alterações da classificação dos

genótipos, limitando a reposta à seleção genética

dos animais.

Trocando em miúdos: Com relação à produção

de leite, de gordura e de proteína, a

classificação dos touros no sumário em geral

é a mesma nos diferentes ambientes. No

entanto, as diferenças entre as DEPs deles

tendem a ser maiores nos ambientes que permitem

maior variação na produção de suas filhas

(permitem expressar todo seu potencial)

e menor nos ambientes que limitam tal expressão

(“nivelam por baixo”). Já com relação

à idade ao primeiro parto, é possível haver alterações

de classificação dos touros que produzem

em ambientes mais ou menos rústicos.

70|GUZERATE


71|GUZERATE


GUZERÁ | RAÇA FORTE

NUTRACÊUTICOS PODEM

MELHORAR A QUALIDADE

SEMINAL EM TOUROS?

Maurício Peixer - BIO Biotecnologia em Reprodução Animal Ltda. e BioInnova Testes e Soluções Biomoleculares Ltda.

Marcelo Xavier - BIO Biotecnologia em Reprodução Animal Ltda.

Patrícia Malard - Universidade Católica de Brasília e BioInnova Testes e Soluções Biomoleculares Ltda.

Hilana Brunel - BioInnova Testes e Soluções Biomoleculares Ltda.

I

números estudos em animais e humanos

relatam uma significativa associação

entre a superprodução de espécies

reativas de oxigênio (ROS) e infertilidade

ou diminuição da fertilidade masculina

(Agarwal et al., 2014; Tvrda et al., 2012). Já

é amplamente aceito que o estresse oxidativo

contribui significativamente para o aparecimento

de anormalidades de desenvolvimento

estrutural ou funcional do espermatozóide,

incluindo deterioração de proteínas, dano no

DNA e peroxidação lipídica (Aitken, 2010).

Esses danos oxidativos ocasionados na célula

germinativa masculina estão, por sua vez, ligados

à perda de motilidade, alterações de eventos

de fusão de membrana e fusão espermatozoide-oócito,

que pode levar a baixas taxas de

fertilização ou deficiência de desenvolvimento

embrionário (Baker & Aitken, 2005; Lewis &

Aitken, 2005).

Os óleos essenciais são substâncias de origem

vegetal que apresentam propriedades específicas

como volatilidade, baixa polaridade e

lipofilicidade. Alguns óleos essenciais exibem

propriedades medicinais particulares que podem

curar uma ou outra disfunção orgânica ou

distúrbio sistêmico (Perry et al 2003)

Os principais componentes encontrados

nos óleos são os terpenoides como os monoterpenos,

sesquiterpenos e os derivados do fenilpropano

(Simões et al, 2017). Suas variadas

composições os proporcionam numerosas propriedades

terapêuticas.

Os óleos essenciais são misturas naturais

muito complexas que podem conter cerca de

20-60 componentes em concentrações bastante

diferentes. Eles são caracterizados por dois ou

três componentes principais em concentrações

razoavelmente altas (20-70%) em comparação

com outros componentes presentes em pequenas

quantidades. Por exemplo, carvacrol (30%)

e timol (27%) são os principais componentes

do óleo essencial de Origanum compactum

Benth (família Lamiaceae), linalol (68%) do

óleo essencial de Coriandrum sativum L. (família

Apiaceae), α- e β-tujona (57%) e cânfora

(24%) do óleo essencial de Artemisia alba Turra

(família Asteraceae), 1,8-cineol (50%) do óleo

essencial de Cinnamomum camphora.

Considerando que a perda de motilidade e

viabilidade espermática está diretamente relacionada

à peroxidação lipídica (Cerolini et al.,

2000), o uso de produtos com atividade antioxidante

é importante para melhorar a qualidade

72|GUZERATE


do sêmen. Estudos demonstraram que o óleo

essencial de orégano contém importantes bloqueadores

de radicais livres como saponinas,

alcalóides, flavonóides e compostos fenólicos

que podem ter um efeito direto na atividade das

espécies reativas de oxigênio, interceptando-os

ou um efeito indireto, aumentando a produção

de enzimas antioxidantes intracelulares (Singh

et al., 2015; Khaki et al., 2011). O óleo essencial

de orégano é um fitogênico conhecido por seus

efeitos antimicrobiano, antioxidante e propriedades

anti-inflamatórias (Leyva-López et al.,

2017). Esse óleo contém dois componentes ativos

principais, o carvacrol e o timol, que agem

interceptando os radicais livres, os quais são gerados

por fontes celulares ou fontes exógenas

(França, 2013), como a alimentação. A qualidade

espermática depende da presença de radicais

livres no processo de condensação espermática

e na fecundação do ovócito, porém quando há

excesso de radicais livres ocorre baixa motilidade

e viabilidade do sêmen (Guvenç, 2018).

Outro composto que vem sendo estudado

em decorrência das ações antioxidantes é a beta-criptoxantina,

usada para proteger os órgãos

e tecidos do dano oxidativo (Chatterjee et al.,

2012). Ela também funciona na comunicação

célula-a-célula e pode ter funções na manutenção

da saúde dos indivíduos que a consomem

(Yamaguchi, 2012), no entanto, a função mais

importante e bem estabelecida da beta-criptoxantina

é como precursora da vitamina A (Turner

et al., 2013). Há boas evidências de estudos

in vitro, e in vivo em animais e humanos de que

a beta-criptoxantina é bem absorvida a partir

de fontes alimentares. Também há evidências

Piquetes sombreados, priorizando o bem estar

Guzerá da Capital - DF

crescentes de que alimentos ricos em beta-criptoxantina

podem fornecer quantidades substanciais

de vitamina A (Burri, 2015), uma vitamina

necessária para as funções imunológicas,

reprodução, entre outros aspectos (Brun et al.,

2013). Ainda, existe a vitamina E, que também

pode ser usada como antioxidante para reverter

o impacto negativo da peroxidação lipídica nos

espermatozóides, e está relacionada à melhora

na motilidade espermática progressiva, atenuando

o dano oxidativo nos espermatozóidoes

quando consumida em níveis mais elevados

(Liu et al, 2015).

Lote de touros que foram trabalhados

no experimento - Guzerá da Capital - DF

73|GUZERATE


GUZERÁ | RAÇA FORTE

Na busca por suplementos que possam melhorar

a qualidade do sêmen de touros e consequentemente

aumentar a taxa de prenhez

foi desenvolvido um Suplemento vitamínico

e mineral com Blend de óleos essenciais (AN-

DRO BOOST® – Champion Saúde Animal).

O experimento foi realizado na fazenda

Guzerá da Capital em Brasília – DF. O

produto foi incluído na alimentação animal,

na dose 20g/dia/animal, durante 60 dias. O

teste foi realizado em 9 touros da raça Guzerá

com idade entre 18 a 26 meses. No dia 0

(D0), – antes de iniciar o consumo do produto

– o sêmen dos touros foi coletado, avaliado

quanto à motilidade, vigor e patologia

espermática e congelado. O mesmo foi feito

com 30 (D1) e 60 (D2) dias após o início do

consumo do produto. O sêmen congelado foi

descongelado à 37 oC e analisado em sistema

computadorizado pelo software CASA. Os dados

de integridade de membrana e análise de

defeitos foram compilados e avaliados. Esses

dados são apresentados nos gráficos abaixo.

A – Média da integridade de membrana espermática

após o descongelamento

ANDRO BOOST sendo misturado ao sal

mineral - Guzerá da Capital - DF

Este gráfico demonstra que houve melhor

integridade de membrana, após o descongelamento

do sêmen dos touros, após 30 e 60 dias

da ingestão do produto. A membrana espermática

possui função ativa no processo de fertilização

como capacitação, reação acrossômica,

hiperativação da motilidade espermática e interação

com a membrana plasmática do ovócito

(Gadella et al, 2001). Assim sendo, a maior

integridade de membrana, pós congelamento e

descongelamento é um dos fatores que podem

melhorar a fertilidade do sêmen para IATF.

B- Média percentual de defeitos totais dos

espermatozoides após o descongelamento.

74|GUZERATE


Este gráfico mostra a diminuição das patologias

(defeitos totais), após uso do produto.

O número de defeitos totais diminuiu em mais

de 50% quando comparado o D0 e o D2 (60

dias de consumo do produto). Isto faz sentido,

quando pensamos no ciclo de produção de espermatozoides

no touro que é ao redor de 60

dias (Staub, & Johnson 2018), ou seja, houve

um efeito positivo na qualidade morfológica

dos espermatozoides, ao longo do tempo.

C- Percentual de defeitos totais dos espermatozoides,

por touro, após o descongelamento.

Touros recebendo o suplemento - Guzerá da Capital - DF

O gráfico acima (C) demonstra que o produto

teve efeito na diminuição das patologias

totais, em todos os touros quando avaliado 60

dias após o início da ingestão do produto.

Sal mineral serve como limitador da ingestão

do ANDRO BOOST - Guzerá da Capital - DF

D- Percentual de defeitos maiores dos espermatozoides,

por touro, após o descongelamento.

75|GUZERATE

Momento da mistura do suplemento ao sal mineral,

com dosador - Guzerá da Capital - DF


GUZERÁ | RAÇA FORTE

A exemplo do gráfico anterior, os defeitos

maiores, foi diminuído com o uso

do produto.

Os resultados obtidos no experimento demonstram

a melhora na integridade de membrana,

a diminuição na quantidade de total de

defeitos (B e C) e a diminuição de defeitos

maiores nos espermatozoides (D) de todos os

9 touros avaliados, após 60 dias de ingestão do

produto ANDRO BOOST®.

Pode-se concluir que o produto gerou um

alto impacto na qualidade espermática e que

possui potencial para melhorar a qualidade

do sêmen fresco e congelado e, consequentemente,

possibilitar maiores taxas de prenhez

nas fazendas.

REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS:

Agarwal, A.; Tvrda, E.; Sharma, R. Relationship amongst teratozoospermia, seminal oxidative stress and male infertility. Reprod.

Biol. Endocrinol. 2014, 12, 45.

Aitken, R.J.; De Iuliis, G.N.; Finnie, J.M.; Hedges, A.; McLachlan, R.I. Analysis of the relationships between oxidative stress,

DNA damage and sperm vitality in a patient population: development of diagnostic criteria. Hum. Reprod. 2010, 25, 2415–

2426.

Baker, M.A.; Aitken, R.J. Reactive oxygen species in spermatozoa: methods for monitoring and significance for the origins of

genetic disease and infertility. Reprod. Biol. Endocrinol. 2005, 3, 67.

Brun PJ, Yang KJ, Lee SA, Yuen JJ and Blaner WS, Retinoids: potent regulators of metabolism. Biofactors 39:151–163 (2013).

Burri B.J. Beta-cryptoxanthin as a source of vitamin A. J Sci Food Agric 2015; 95: 1786–1794

Cerolini, S., Maldjian, A., Surai, P., & Noble, R. (2000). Viability, susceptibility to peroxidation and fatty acid composition of

boar semen during liquid storage. Animal Reproduction Science, 58, 99–111.

Chatterjee M, Roy K, Janarthan M, Das S and Chatterjee M, Biological activity of carotenoids: its implications in cancer risk

and prevention. Curr PharmBiotechnol 13:180–190 (2012).

GADELLA, B.M.; RATHI, R.; BROUWERS, J.F.H.M.; STOUT, T.A.; COLENBRANDER, B. Capacitation and the acrosome

reaction in equine sperm. Animal Reproduction Science, v.68, p.249-265, 2001.

Güvenç M., Cellat M., Gökçek I., Yavaş I., Özsoy S.Y. (2018): Effects of thymol and carvacrol on sperm quality and oxidant/

antioxidant balance in rats, Archives of Physiology and Biochemistry, DOI: 10.1080/13813455.2018.1476979

Hammer KA, Carson CF, Riley TV. Antimicrobial activity of essential oils and

other plant extracts. J Appl Microbiol. 1999;86:985–90 http://www.ncbi.nlm.

nih.gov/pubmed/10438227.

Khaki A., Ghanbari Z., Ghanbari M. et al., “Anti-oxidative effects of citro flavonoids on spermatogenesis in rat,” African

Journal of Pharmacy and Pharmacology, vol. 5, no. 6, pp. 721– 725, 2011.

Kulisic T, Radonic A, Katalinic V, Milos M. Use of different methods for testing antioxidative activity of oregano essential oil.

Food Chem. 2004;85: 633–40. https://doi.org/10.1016/J.FOODCHEM.2003.07.024.

Leyva-López N, Gutiérrez-Grijalva EP, Vazquez-Olivo G, Heredia JB. Essential Oils of Oregano: Biological Activity beyond

Their Antimicrobial Properties. Molecules. 2017 Jun 14;22(6):989. doi: 10.3390/molecules22060989. PMID: 28613267; PM-

CID: PMC6152729.

Lewis, S.E.; Aitken, R.J. DNA damage to spermatozoa has impacts on fertilization and pregnancy. Cell Tissue Res. 2005, 322,

33–41.

Maiani G, Castón MJ, Catasta G, Toti E, Cambrodón IG, Bysted A et al., Carotenoids: actual knowledge on food sources,

intakes, stability and bioavailability and their protective role in humans. Mol Nutr Food Res 53(Suppl 2):S194–S218 (2009).

Perry NS, Bollen C, Perry EK, Ballard C, Salvia for dementia therapy: review of pharmacological activity and pilot tolerability

clinical trial

76|GUZERATE


77|GUZERATE


GUZERÁ | RAÇA FORTE

JM, UMA TRAJETÓRIA

DE FIDELIDADE

ABSOLUTA AO GUZERÁ

Mundo Novo, Bahia, o Guzerá

JM se consolida como um

dos mais importantes

criatórios da raça no país

POR EDUARDO ALMEIDA

Em meados dos anos 60, quando

José Maria Couto Sampaio parte

para a formação de seu rebanho

guzerá próprio, ele já tinha ideias

muito claras sobre que tipo de gado

queria e, sobretudo, que direcionamento

de seleção daria ao trabalho. Zootecnista

e consultor reconhecido e prestigiado em todo o

Brasil, professor da UFBA, estudioso dos grandes

mestres da zootecnia, sobretudo aqueles que demonstraram

ao mundo o potencial inigualável da

pecuária no Trópico, José Maria foi atrás do “gado

certo”.

Conhecia como poucos os principais rebanhos

brasileiros de guzerá, especialmente o mais importante

tronco da raça no Brasil, aquele formado

em Cantagalo, estado do Rio de Janeiro, por João

de Abreu, o famoso Guzerá JA. JM já havia sido

encarregado de implantar, a partir de 1956, o rebanho

de seleção leiteira do IPEAL – Instituto de

Pesquisas Agropecuárias do Leste, em Cruz das

Almas, BA. Este rebanho foi transferido para a

Paraíba em 1978, com a criação da Embrapa, redundando

no respeitado Guzerá de Alagoinha, e

se consagrou como um plantel de excelência na

Guto Trindade com a vaca Cajazeira JM

Aboio JM - JMHB 150

78|GUZERATE


seleção leiteira da raça no Brasil. Seu lastro inicial,

assim como os primeiros touros, José Maria buscou

no plantel de Joãozinho Abreu.

Mas José Maria estava muito atento, já nessa

época, às origens e história de cinco milênios da

raça guzerá-kankrej. Não teve dúvidas em valorizar

a genética que veio da Índia para o Brasil no

início dos anos 60, convicto de que a força genética,

versatilidade, alta fertilidade, e o binômio

rusticidade + funcionalidade em dupla aptidão seriam

um encaixe perfeito para a pecuária dos vastos

e diversificados sertões do Brasil. Tais convicções, ele

bem sabia, se chocavam com os fortes modismos e

tendências hegemônicas da pecuária brasileira, que,

desde a década de 40, enveredava para a ilusão do

gado grande e a lamentável fantasia referencial das

pistas de exposições, estas reféns do modismo retrógrado.

Tinha plena consciência de que esse descaminho

ia na contramão da maximização produtiva e

econômica, ainda que respondesse positivamente,

mormente na pecuária de corte.

Em 1968, JM vai a Índia em missão oficial

chancelada pelo Estado da Bahia, junto a dois professores

de veterinária e articulado com criadores

que reivindicavam novas importações de bovinos

e bubalinos. O célebre relatório técnico dessa viagem,

publicado sob o título “Animais e Trópicos”,

evidencia o entusiasmo de José Maria pelo kankrej

indiano.

FORJANDO O FERRO “JM”

Inicialmente formado na fazenda São Miguel,

no Recôncavo Norte da Bahia, o guzerá JM teve

como lastro inicial um grupo de fêmeas adquiridas

no guzerá de Quissamã, RJ, quase todas filhas de

touros de genética indiana sobre vacas de origem

JA. Os touros utilizados foram em geral

IMP ou POI, alguns ½ ou ¾ de sangue importado,

porém rigorosamente selecionados dentro

do biotipo compacto, precoce a campo, de ótima

conformação de carcaça e potencial leiteiro expresso

nas linhagens familiares. A partir de fins

de 1974 o guzerá JM se transfere para a fazenda

N. Sra. das Graças, nas caatingas de Pé de Serra,

BA, onde um sistema de produção inovador, de

evidente componente ecológico aliado a manejo

inteligente, mostrou elevada sustentabilidade e o

formidável desempenho do guzerá JM no semiárido

nordestino.

Guto e o vaqueiro Leandro, ao lado de bezerros recém nascidos.

Sistema integrado de produção na fazenda Cajazeira. Guzerá e

árvores nativas compondo o cenário.

Casal José

Maria Couto

Sampaio e

Marilena

Sampaio

79|GUZERATE


GUZERÁ | RAÇA FORTE

Goma JM - JMHB 126

Entre os touros de maior influência inicial no

rebanho, destacam-se Mambu IMP, Parew Medhi

II POI, Mandavaram IMP e seu filho Bankok POI,

Ghallor VI (Ghallor IMP x Kuni IMP), Kachari

IMP, Peshawar POI (Kalawati IMP), Kajol IMP,

além de outros de modo mais pontual. Peshawar

POI atuou no rebanho por permuta com o célebre

criador pernambucano Moacir de Brito, cujo trabalho

de seleção se assemelhava muito ao de JM,

mas infelizmente não teve sucessão. Nos anos 80,

José Maria introduziu três touros NF, todos eles

fruto de cruzamento de genética importada com

JA/NF. José Maria era extremamente rigoroso na

seleção. Descartes drásticos muitas vezes foram

feitos, inclusive em produção de touros que eram

objeto das melhores esperanças.

Taipa JM - JMCS 1451

O norte da seleção guzerá JM é o desempenho

econômico e ambiental maximizados. O pressuposto

fundamental está em que, como defende T

R Preston, a faixa tropical é imbatível na produção

de biomassa forrageira, de modo que quaisquer

outros sistemas alternativos ao pasto serão fatalmente

desvantajosos do ponto de vista econômico.

No Brasil, o “milagre da fotossíntese”, torna nossa

pecuária imbatível, otimizando uma capacidade

competitiva notável. O foco, portanto, será sempre

a produção mais rentável por área e de giro mais

rápido, e não a maximização de desempenho individual

dos animais.

Como dizia mestre Manelito Dantas Villar, do

conhecido Guzerá D da Paraíba, a eficiência primordial

vem da compatibilização dos elementos

biológicos adaptados, ao trópico, no caso, tanto vegetais

quanto animais. E aí entra o guzerá-kankrej

como ferramenta trabalhada a milênios pela cultura

pecuária indiana.

Fertilidade, requisito primordial, bezerros espertos

ao nascer, precocidade em sistema de pasto,

capacidade de cria e potencial leiteiro, além de

alto padrão de caracterização racial, são elementos

cruciais na seleção. Este é o legado de José Maria

Couto Sampaio. Falecido em 1991, seu trabalho

foi mantido por sua esposa Marilena Barreto Sampaio

e sua filha Maria José Sampaio e, posteriormente,

posto sob a batuta do veterinário Fernando

Augusto “Guto” Trindade, que atualmente conduz

a seleção em sua fazenda Cajazeira, Mundo Novo,

BA. Discípulo fiel dos conceitos de JMCS, Guto

imprime no rebanho o mesmo rigor seletivo do

mestre, agregando, ao longo do tempo, maior ênfase

ao aspecto leite, o que já vinha se observando

desde os anos 90 quando Maria José realizou, por

um largo período, controle leiteiro doméstico no

sistema de uma ordenha. Guto reativou o controle

leiteiro e inseriu o rebanho em um sistema de

produção comercial de leite ao lado de guzolandas

especialmente concebidas para maximização de

desempenho no sistema baseado em pasto – utilizando

genética holandês vermelho-e-branco de

porte reduzido e priorizando-se o grau F1.

Aberturas de sangue, até por falta de opções

de rebanhos que aliassem base forte em genética

indiana a conceitos zootécnicos avançados para

alta performance a pasto, foram testadas nas últi-

80|GUZERATE


mas décadas, diretamente ou através de parcerias

e trabalhos de biotecnologias reprodutivas, compreendendo

também o resgate de genética JM preservada

em sêmen de touros que tiveram produção

provada no JM e em outros planteis, como é o

caso de Torneio, Batuta, Camarote, Tenor, Editor

e Discurso. Resultados muito positivos foram selecionados

em acasalamentos com genética JA, D,

NF e dos novos importados (IMPOs), por exemplo.

Mantido o mesmo critério seletivo rigoroso, o

guzerá JM vem evoluindo e firmando uma posição

de crescente influência na pecuária de produção

da Bahia e estados vizinhos.

Em anos recentes, o guzerá JM participou ativamente

da articulação de criadores nordestinos

que criou o Núcleo Kankrej – Sociedade Nordestina

de Criadores do Guzerá Arcaico, em ato de

2018 na fazenda Carnaúba, sede do Guzerá D, Taperoá,

PB. O “Movimento Arcaico”, que se contrapõe

a tendências de dita [falsa] “modernidade”

na seleção da raça guzerá, vem afirmando o valor

da funcionalidade em dupla aptidão em sistemas

econômicos nos trópicos, fortalecendo uma nova

tendência crescente na pecuária regional, nacional

e internacional.

O intercambio de experiências no processo de

seleção calcada nas virtudes milenarmente afirmadas

da raça guzerá tem sido o ponto forte do

Movimento Arcaico e, em paralelo, a valorização

da chamada “linhagem baiana” na raça guzerá, que

compreende também a linha pioneira do Guzerá

OM e sua sucessão, com agregação de genética

indiana, através do Guzerá Soraya e, atualmente,

Guzerá MT. Uma rede de rebanhos parceiros vem

se afirmando dia a dia, entre os quais figuram o

guzerá Frut – uma parceria que vem desde fins

dos anos 80 – e os guzerás SPS, Licurizal, Marca

Vi, N8, SAT, Flores, e Lapa na Bahia, guzerá JBN

em Pernambuco e o próprio guzerá D na Paraíba,

além de outros mais recentes.

Produtos destacados do projeto de seleção têm

chamado grande atenção pela qualidade da produção

ou pela consistência de linhagem que permitem

prognósticos bastante promissoras. Entre

touros JM recentes de produção “provada” podem

ser citados Vinagre, Alecrim, Tonel, Aboio, Netuno

(resgatado), Bordado (resgatado), entre outros.

Nos touros novos “promissores” de alta seleção,

Vinagre JM em plena estação seca

Sustentabilidade é regra na Cajazeira

todos em serviço em diferentes plantéis, podemos

citar, Sertano JM (Shankar IMPO x JM), Triton JM

(Editor JM), Galante JBN (Batuta JM), Babaçu Vi

(Vinagre JM), Javi “N8” Frut (Editor), Pomarim

JM (Editor), Pau D’arco JM (Editor), Marco JM e

Bacurau JM (Aboio JM).

Na linha da valorização do sistema de dupla

aptidão a pasto, o Guzerá JM participa, com duas

novilhas, da 7ª Prova de Leite a Pasto da Embrapa

CTZL, ora (2023) em realização no Distrito Federal,

sendo que uma delas, fruto de acasalamento D

x JM, vem mostrando destacado desempenho no

evento. Assim o Guzerá forjado pela maestria de

JMCS vem se consolidando por suas peculiaridades

e importância referencial no guzerá brasileiro.

81|GUZERATE


GUZERÁ | RAÇA FORTE

NA VANGUARDA

PARAIBANA

DO GUZERÁ

Primeiro criatório a introduzir a raça Guzerá na Paraíba, a

Fazenda Carnaúba é pioneira no desenvolvimento de tecnologia

voltada para produção de palma, que chega ao mercado em 2023,

para impulsionar a pecuária no semiárido

POR LARISSA VIEIRA

NJornalista

o semiárido da Paraíba, as

chuvas não ultrapassaram os

250 mm nos primeiros quatro

meses do ano de 2023. Mesmo

assim, na Fazenda Carnaúba, em

Taperoá, município localizado a 216 km da capital,

o gado Guzerá segue saudável, com bom

escore corporal e produtivo. Foi essa rusticidade

da raça que levou o pecuarista Manoel Dantas

Vilar, em 1934, a seguir viagem até o estado do

Rio de Janeiro para comprar alguns touros Guzerá

que tinha visto em um anúncio de revista.

Ele montou no lombo de um cavalo rumo à

Campina Grande para seguir viagem de trem

até Recife e, de lá, pegar um navio até as terras

fluminenses. “Ele já tinha testado várias raças

82|GUZERATE


FOTOS/FRANCISCO MENDES

O Guzerá da Carnaúba resiste e produz sob as

durezas do clima no semiárido.

europeias, mas percebeu que esses animais não

davam certo no Nordeste. Ficou sabendo da

rusticidade do ‘boi zebu’, como chamavam na

época, por aqui, os animais zebuínos, e ao ver

o anúncio de venda de exemplares do rebanho

de João de Abreu decidiu investir no Guzerá. Na

viagem chegou a ver outra raça zebuína, mas

percebeu que não seria ideal para nossa região”,

conta Joaquim Pereira Dantas Vila, neto do pioneiro

do Guzerá na Paraíba, e que hoje, junto

com os irmãos comanda a Fazenda Carnaúba.

A primeira prova do Guzerá foi suportar

bem a viagem até Taperoá. A segunda foi a seca

da região, sendo a única raça criada até então

pela Carnaúba que tinha resistido bem ao clima

seco. Isso levou Dantas a realizar várias outras

viagens ao rebanho JA com o intuito de comprar

mais touros e fêmeas Guzerá. Essa tarefa

foi passada, já na década de 1960, ao filho, Manoel

Dantas Vilar Filho, o Manelito Dantas.

Ao longo das décadas de seleção, o plantel

Guzerá D manteve-se fechado na linhagem JÁ,

com a introdução pontual de linhagens importadas.

A proposta é manter a pureza racial. O

rebanho é avaliado pelo programa de melhoramento

PMGZ Leite e faz controle leiteiro desde

1972, de forma ininterrupta. A ordenha diária

acontece desde a década de 1960.

A fertilidade é uma característica muito valorizada

na Carnaúba. “Não adianta ter vacas que

desmamam bezerros pesados, mas que apresentam

intervalo entre partos grande. Além disso,

avaliar somente as características ligadas à fase

terminação é uma forma amadora de medir o

desempenho do rebanho, pois a fertilidade tem

grande impacto econômico no negócio”, defende

Joaquim. A média de intervalo da fazenda

gira entre 12 e 14 meses.

As novilhas são direcionadas para os acasalamentos

a partir dos 18 meses de idade. Para

que a fertilidade das fêmeas seja identificada

sem artificialismos, a propriedade não utiliza

protocolos para reprodução. Elas são inseminadas

a partir da observação de cio, sendo utilizada

também a monta natural. “Como nosso

objetivo é ofertar a nossos clientes animais de

desempenho superior em sistema a pasto, optamos

por fazer as inseminações sem uso de

hormônios. Essa estratégia é utilizada tanto na

reprodução quanto na produção de leite. Assim,

O saudoso Manoelito Dantas, fundador da Carnaúba, estava sempre

rodeado de pessoas pra escutar seus causos.

83|GUZERATE


GUZERÁ | RAÇA FORTE

temos como comprovar a nossos clientes que

nossa genética apresenta bons resultados dentro

das condições reais de produção da pecuária

brasileira”, esclarece o criador.

As fêmeas que emprenham logo na primeira

inseminação são selecionadas para serem mães

dos futuros touros do Guzerá D. Já para acelerar

o ganho genético, a propriedade investe em FIV,

produzindo por ano cerca de 250 bezerros. Segundo

Joaquim, apesar da linhagem JA ser consagrada

para leite, o trabalho de seleção da Carnaúba

tem apresentado bons resultados tanto

em rebanhos de corte quanto de leite, atestando

a dupla aptidão da raça. Com um rebanho

bovino em torno de 800 cabeças, entre Guzerá,

Sindi, Curraleiro Pé Duro, a fazenda ainda cria

caprinos e ovinos (3 mil cabeças/ano).

Inovação com palma forrageira

Como o longo período de seca não permite

a oferta de capim buffel por vários meses, a

alternativa encontrada pela Carnaúba para alimentar

o gado foi o plantio de palma forrageira.

A área de buffel corresponde a 20% da propriedade

e é direcionada para as vacas amojadas e

Tecnologia de ponta no plantio e colheita da palma na Carnaúba

em produção. O capim, que é indicado para o

semiárido, foi introduzido na propriedade por

seu Manelito e, desde então, vem apresentando

boa produtividade. A fazenda maneja o gado

em sistema de piquete rotacionado.

Já no restante da propriedade predominam

os capins nativos, onde ficam as demais categorias

animais. Como tem um valor nutricional

menor, a palma entra como reforço. “Antes, usávamos

a palma apenas em último caso, ofertan-

FOTOS/FRANCISCO MENDES

84|GUZERATE


Hoje, o sangue do Guzerá da Carnaúba está espalhado por todo o Brasil

do ao gado solteiro em períodos de seca mais

intensa, e na hora da ordenha. Agora, ela integra

cada vez mais da dieta do rebanho de cria e

recria. É ofertada a partir do segundo semestre

do ano até janeiro do próximo ano, dependendo

da quantidade de chuvas na região”, informa

Joaquim.

A partir de 2023, a Carnaúba quer ampliar

a área plantada de palma apostando em uma

tecnologia que ajudou a desenvolver e está entrando

no mercado agora. A fazenda foi um

campo experimental para a Indústria Laboremus,

sediada na Paraíba, desenvolver e testar a

primeira colheitadeira de palma do mundo. Os

experimentos foram iniciados em 2022 e finalizados

em janeiro de 2023. A máquina está sendo

lançada durante a Agrishow 2023, principal

feira do setor que ocorre na primeira semana de

maio, em Ribeirão Preto/SP.

Todo o processo de produção da palma atualmente

é manual, o que torna mais oneroso e

menos produtivo o sistema. Com o equipamento,

a expectativa é colher de 80 a 100 toneladas

de palma/dia. Já no modelo manual a colheita

por pessoa fica entre uma e duas toneladas. “A

Carnaúba esteve na vanguarda do Guzerá na região,

foi pioneira no plantio adensado de palma

e agora está novamente à frente do desenvolvimento

de uma tecnologia voltada para a produção

de palma”, destaca Joaquim.

A expectativa é de que a máquina possa iniciar

os trabalhos na fazenda ainda no segundo

semestre de 2023. Com isso, a propriedade espera

atingir uma produção de 300 toneladas por

hectare de matéria verde. Isso permitirá aumentar

a lotação, passando da média de 100 kg/ha

para 400 kg/ha. “Será uma revolução para toda

a região Nordeste, que poderá ter maior expressividade

na pecuária nacional. Isso permitirá a

instalação no local de grandes fazendas produtoras

de leite, em sistema de confinamento, tendo

a palma como grande fonte de alimento. Não

existe nada comparado a palma em termos de

energia, produção em massa, utilização de recurso

de água. Para produzir 1 kg matéria seca

de palma, é preciso 58 litros de água. Se fosse

milho seria preciso 800 litros de água”, explica

o criador.

A Carnaúba também vem testando o pastejo

direto de palma, um projeto ainda embrionário

que demanda mais estudos para avaliar a visibilidade.

No primeiro ano, uma +área experimental

de 1 ha foi destinada ao pastejo. Agora

são 6 ha, mas a proposta é chegar a 400 ha

futuramente. “Não tem nada melhor que pasto,

mas como a condição climática da região não

permite bons pastos o ano todo, a palma pode

viabilizar a pecuária. Os primeiros resultados

foram bons”, assegura.

A palma é colhida semanalmente e permanece

no campo até ser triturada em vagão triturador,

que a própria Carnaúba desenvolveu.

Depois de triturada, ela é fornecida no cocho

aos animais, junto com um núcleo mineral. Segundo

Joaquim, a palma pode permanecer até

15 dias no campo após o corte sem perder suas

propriedades nutricionais.

85|GUZERATE


GUZERÁ | RAÇA FORTE

FOTOS/FRANCISCO MENDES

Queijos requintados e premiados internacionalmente, são produzidos

na Carnaúba com leite de guzerá.

Queijo artesanal

Reconhecido pela qualidade de seu leite para

a produção de queijo, o Guzerá vem comprovando

isso na prática. Na Carnaúba, toda a produção

de leite vai para o Laticínio Grupiara, de propriedade

da família. São entre 300 e 600 litros/dia,

dependendo da época do ano. Com isso, é possível

produzir de 30 a 50 kg de queijo diariamente.

São vários tipos, desde o frescal de coalho

aos premiados queijos artesanais, com diversos

períodos de maturação. Os queijos mereceram

Medalha de Bronze no famoso concurso francês

Mondial du Fromage et des Produits Laitiers.

Também receberam premiações em todas as

edições do Prêmio Queijo Brasil. “O leite de

Guzerá proporciona um queijo com

mais aroma e sabor por conta

de suas características físi-

co-químicas, tendo maior teor de gordura e proteína.

Isso também garante maior rendimento,

chegando a até 25% a mais de rendimento”, diz

o criador.

De acordo com ele, a rusticidade e saúde da

raça atendem a outra demanda atual do consumidor,

que vem buscando por alimentos minimamente

processados. “É uma raça muito

saudável, que não precisa ficar usando muitos

produtos contra parasitas, antibióticos e outros

medicamentos. Assim, é possível produzir um

leite de alta qualidade”, assegura. Visando esse

mercado e a produção de queijo, todo o rebanho

é selecionado para produção de leite A2A2.

Dia D- Outra tradição da Carnaúba é a realização

do evento “Dia D”, onde durante quatro

dias ocorre exposição de animais, tecnologias,

palestras, oferta de produtos gastronômicos,

além de vários leilões de tourinhos, prenhezes,

vacas e sêmen. Em 2023, será entre os dias 20

e 23 de julho. “Realizamos no período de férias

escolares que é para permitir a participação das

famílias. É uma forma de incentivarmos a sucessão

no campo. Na última edição, participaram

12.600 pessoas”, conclui Joaquim, que comanda a

parte de pecuária da Carnaúba juntamente com

o irmão Daniel. Já a parte administrativa fica por

conta as irmãs Inês e Carolina e a parte jurídica

com o irmão Manoel.

FAZ. CAR NAÚBA

Centenas veículos passam pelas porteiras da

Carnaúba no fim de semana do Dia D.

86|GUZERATE


87|GUZERATE


88|GUZERATE

Hooray! Your file is uploaded and ready to be published.

Saved successfully!

Ooh no, something went wrong!