Revista Analytica Ed. 123
Revista Analytica Ed. 123
Revista Analytica Ed. 123
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EDITORIAL<br />
<strong>Revista</strong><br />
Ano 21 - <strong>Ed</strong>ição <strong>123</strong> - Março 2023<br />
Neste mês especial, gostaríamos de homenagear TODAS as mulheres!<br />
A nossas leitoras, seguidoras, colunistas, parceiras e clientes fica o nosso imenso<br />
agradecimento.<br />
O feminino é emocional, intuitivo, colaborativo, empático, compassivo, flexível,<br />
multidisciplinar. O feminino permite um encontro real com o eu, com a consciência<br />
de si, do outro e do mundo, na ciência, na indústria e onde mais quiser, sendo assim, a<br />
<strong>Revista</strong> <strong>Analytica</strong> não seria a mesma sem a participação de cada uma de vocês nesta<br />
incrível jornada de crescimento.<br />
A edição <strong>123</strong> da <strong>Analytica</strong> traz para você artigos e matérias incríveis, escritos pelos<br />
melhores especialistas na área.<br />
Um dos artigos, enviado pela gigante alemã, Sartorius, discorre sobre os métodos de<br />
cromatografia utilizados em resinas, membranas e monólitos.<br />
Na seção cosmetologia, a Dra Daniela Lopez nos explica sobre a importância das<br />
características físico-químicas dos produtos de beleza.<br />
Sobre o novo medicamento para emagrecimento liberado pela Anvisa - a semaglutida,<br />
temos o médico cardiologista, Dr. Roberto Yano, trazendo maiores esclarecimentos<br />
sobre ele para nós.<br />
No Blog dos Cientistas, a química Ingrid Ferreira, CEO da Biochemie, desenvolveu um<br />
artigo brilhante sobre química analítica avançada e as análises instrumentais.<br />
Além disso, nossos anunciantes, como sempre, oferecem o que há de melhor no<br />
mercado de controle de processos e qualidade industrial.<br />
Fica, nesta edição, nossa homenagem a todas as mulheres que insistem em<br />
transformar o mundo em um lugar melhor para todos!<br />
Boa leitura!<br />
Esta publicação é dirigida a laboratórios analíticos e de controle de qualidade dos setores:<br />
FARMACÊUTICO | ALIMENTÍCIO | QUÍMICO | MINERAÇÃO | AMBIENTAL | COSMÉTICO | PETROQUÍMICO | TINTAS | MEIO AMBIENTE | BIOTECNOLOGIA | LIFE SCIENCE<br />
Os artigos assinados sâo de responsabilidade de seus autores e não representam, necessariamente a opinião da <strong>Ed</strong>itora.<br />
Para novidades na área de instrumentação analítica, controle<br />
de qualidade e pesquisa, acessem nossas redes sociais:<br />
/<strong>Revista</strong><strong>Analytica</strong><br />
/revista-analytica<br />
/revistaanalytica<br />
EXPEDIENTE<br />
Realização: Futurlab<br />
<strong>Ed</strong>itora Responsável : Luciene Almeida | editoria@futurlab.com.br<br />
Para assinaturas / renovação: Daniela Faria | 11 98357-9843 | assinatura@futurlab.com.br<br />
Coordenação de Arte: FC DESIGN - contato@fcdesign.com.br<br />
Impressão: Gráfica Hawaii | Periodicidade: Bimestral
<strong>Revista</strong><br />
Ano 21 - <strong>Ed</strong>ição <strong>123</strong> - Março 2023<br />
ÍNDICE<br />
ARTIGO 1 08<br />
RESINAS, MONÓLITOS OU MEMBRANAS - QUAL<br />
MÉTODO CROMATOGRÁFICO VOCÊ DEVE USAR?<br />
Sartorius do Brasil<br />
01<br />
05<br />
06<br />
<strong>Ed</strong>itorial<br />
Agenda<br />
Publique na <strong>Analytica</strong><br />
ARTIGO 2 14<br />
SHAMPOO LINHA PET À BASE DE ALOE VERA E<br />
PRÓPOLIS<br />
2<br />
<strong>Revista</strong> <strong>Analytica</strong> | Março 2023<br />
Isabela Fernanda Castro da Silva, Italo Leite de Avelar, Maria Clara de Souza Cruz,<br />
Daniela Santos Silva, Marcele Cantarelli Trevisan Nunez<br />
26<br />
Cosmetologia<br />
Farmacologia 28<br />
32 Química no Meio Ambiente<br />
Gestão de Qualidade 36<br />
40 Gerenciamento e Gestão<br />
Logística Laboratorial 43<br />
46 Blog dos Cientistas<br />
Em Foco 51
Análise Fotométrica Automatizada<br />
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<strong>Revista</strong><br />
Ano 21 - <strong>Ed</strong>ição <strong>123</strong> - Março 2023<br />
ÍNDICE REMISSIVO DE ANUNCIANTES<br />
ordem alfabética<br />
Anunciante pág. Anunciante pág.<br />
ALFA 25<br />
GRUPO PRIME<br />
3ª CAPA<br />
BCQ<br />
4ª CAPA<br />
KASVI<br />
2ª CAPA<br />
FCE PHARMA 35<br />
GREINER 07<br />
NOVA ANALITICA 03<br />
VEOLIA 31<br />
Esta publicação é dirigida a laboratórios analíticos e de controle de qualidade dos setores:<br />
FARMACÊUTICO | ALIMENTÍCIO | QUÍMICO | MINERAÇÃO | AMBIENTAL | COSMÉTICO | PETROQUÍMICO | TINTAS | MEIO AMBIANTE | LIFE SCIENCE<br />
Os artigos assinados sâo de responsabilidade de seus autores e não representam, necessariamente a opinião da <strong>Ed</strong>itora.<br />
4<br />
<strong>Revista</strong> <strong>Analytica</strong> | Março 2023<br />
Conselho <strong>Ed</strong>itorial<br />
Carla Utecher, Pesquisadora Científica e chefe da seção de controle Microbiológico do serviço de controle de Qualidade do I.Butantan - Chefia Gonçalvez Mothé, Prof ª Titular da Escola de Química da Escola de<br />
Química da Universidade Federal do Rio de Janeiro - Elisabeth de Oliveira, Profª. Titular IQ-USP - Fernando Mauro Lanças, Profª. Titular da Universidade de São Paulo e Fundador do Grupo de Cromatografia (CROMA)<br />
do Instituto de Química de São Carlos - Helena Godoy, FEA / Unicamp - Marcos E berlin, Profª de Química da Unicamp, Vice-Presidente das Sociedade Brasileira de Espectrometria de Massas e Sociedade Internacional<br />
de Especteometria de Massas - Margarete Okazaki, Pesquisadora Cientifica do Centro de Ciências e Qualidade de Alimentos do Ital - Margareth Marques, U.S Pharmacopeia - Maria Aparecida Carvalho de<br />
Medeiros, Profª. Depto. de Saneamento Ambiental-CESET/UNICAMP - Maria Tavares, Profª do Instituto de Química da Universidade de São Paulo - Shirley Abrantes Pesquisadora titular em Saúde Pública do INCQS<br />
da Fundação Oswaldo Cruz - Ubaldinho Dantas, Diretor Presidente de OSCIP Biotema, Ciência e Tecnologia, e Secretário Executivo da Associação Brasileira de Agribusiness.<br />
Colaboraram nesta <strong>Ed</strong>ição:<br />
<strong>Ed</strong>uardo Pimenta, Felipe José Ferreira Gomes,Rondinele Ribeiro Motta, Cleyton Aparecido Gabeloni, Henrique Pires Teodoro, Kamile Manuelli Santos Miguel, Maiara Pereira dos Santos, Pedro Leonardo<br />
Ferreira de Mello, Ricardo Kenji Hamada Bendrath, Marcos Roberto Ruiz, Paulo Roberto da Silva Ribeiro, Rafael Rebes Zilliani, Ingrid Ferreira Costa, André Luiz Meira de Oliveira, Ivo Ázara e Thiago Menegotto.
agenda<br />
FEIRA HOSPITALAR<br />
23 a 26 de maio de 2023<br />
Ter. a Sex., das 11h às 20h<br />
PRESENCIAL | Expo São Paulo<br />
Informações: https://www.hospitalar.com/pt/home.html<br />
FCE PHARMA<br />
13 A 15 DE JUNHO DE 2023<br />
Informações: https://home.fcepharma.com.br/#about<br />
FISPAL Tecnologia<br />
27 A 30 DE JUNHO DE 2023<br />
Terça a quinta-feira das 13h às 18h e sexta-feira das 13h às 18h<br />
Local: São Paulo EXPO<br />
https://www.fispaltecnologia.com.br/pt/home.html<br />
ANALITICA LATIN AMERICA<br />
26 A 28 SETEMBRO DE 2023<br />
Informações: https://www.analiticanet.com.br/<br />
32º Congresso Brasileiro de Microbiologia<br />
Organizado pela Sociedade Brasileira de Microbiologia (SBM)<br />
18 A 22 DE OUTUBRO DE 2023<br />
Local: Rafain Palace Hotel & Convention, Foz do Iguaçu – PR<br />
https://sbmicrobiologia.org.br/32cbm2023/inscreva-se/<br />
<strong>Revista</strong> <strong>Analytica</strong> | Março 2023<br />
5
<strong>Revista</strong><br />
Ano 21 - <strong>Ed</strong>ição <strong>123</strong> - Março 2023<br />
PUBLIQUE NA ANALYTICA<br />
Normas de publicação para artigos e informes assinados<br />
A <strong>Revista</strong> <strong>Analytica</strong>, em busca constante de novidades em divulgação científica, disponibiliza abaixo as normas para publicação de artigos, aos<br />
autores interessados. Caso precise de informações adicionais, entre em contato com a redação.<br />
Informações aos Autores<br />
Bimestralmente, a revista <strong>Analytica</strong> publica<br />
editoriais, artigos originais, revisões, casos<br />
educacionais, resumos de teses etc. Os editores<br />
levarão em consideração para publicação toda<br />
e qualquer contribuição que possua correlação<br />
com as análises industriais, instrumentação e o<br />
controle de qualidade.<br />
Todas as contribuições serão revisadas e<br />
analisadas pelos revisores.<br />
Os autores deverão informar todo e<br />
qualquer conflito de interesse existente, em<br />
particular aqueles de natureza financeira<br />
relativo a companhias interessadas ou<br />
envolvidas em produtos ou processos que<br />
estejam relacionados com a contribuição e o<br />
manuscrito apresentado.<br />
Acompanhando o artigo deve vir o termo de<br />
compromisso assinado por todos os autores,<br />
atestando a originalidade do artigo, bem<br />
como a participação de todos os envolvidos.<br />
Os manuscritos deverão ser escritos em<br />
português, mas com Abstract detalhado em<br />
inglês. O Resumo e o Abstract deverão conter as<br />
palavras-chave e keywords, respectivamente.<br />
As fotos e ilustrações devem<br />
preferencialmente ser enviadas na forma<br />
original, para uma perfeita reprodução. Se o<br />
autor preferir mandá-las por e-mail, pedimos<br />
que a resolução do escaneamento seja de 300<br />
dpi’s, com extensão em TIF ou JPG.<br />
Os manuscritos deverão estar digitados e<br />
enviados por e-mail, ordenados em título,<br />
nome e sobrenomes completos dos autores e<br />
nome da instituição onde o estudo foi realizado.<br />
Além disso, o nome do autor correspondente,<br />
com endereço completo fone/fax e e-mail<br />
também deverão constar. Seguidos por<br />
resumo, palavras-chave, abstract, keywords,<br />
texto (Ex: Introdução, Materiais e Métodos,<br />
Parte Experimental, Resultados e Discussão,<br />
Conclusão) agradecimentos, referências<br />
bibliográficas, tabelas e legendas.<br />
As referências deverão constar no texto com o<br />
sobrenome do devido autor, seguido pelo ano<br />
da publicação, segundo norma ABNT 10520.<br />
As identificações completas de cada<br />
referência citadas no texto devem vir listadas<br />
no fim, com o sobrenome do autor em<br />
primeiro lugar seguido pela sigla do prenome.<br />
Ex.: sobrenome, siglas dos prenomes. Título:<br />
subtítulo do artigo. Título do livro/periódico,<br />
volume, fascículo, página inicial e ano.<br />
Evite utilizar abstracts como referências.<br />
Referências de contribuições ainda não<br />
publicadas deverão ser mencionadas como<br />
“no prelo” ou “in press”.<br />
Observação: É importante frisar que a <strong>Analytica</strong> não informa a previsão sobre quando o artigo será publicado. Isso se deve ao fato que, tendo em<br />
vista a revista também possuir um perfil comercial – além do técnico cientifico -, a decisão sobre a publicação dos artigos pesa nesse sentido. Além<br />
disso, por questões estratégicas, a revista é bimestral, o que incorre a possibilidade de menos artigos serem publicados – levando em conta uma<br />
média de três artigos por edição. Por esse motivo, não exigimos artigos inéditos – dando a liberdade para os autores disponibilizarem seu material<br />
em outras publicações.<br />
6<br />
<strong>Revista</strong> <strong>Analytica</strong> | Março 2023<br />
ENVIE SEU TRABALHO<br />
Os trabalhos deverão ser enviados ao endereço:<br />
A/C: Luciene Almeida – Redação<br />
Rua Doutor Guilherme Bannitz, 126, 8º Andar - Conj. 81 CV: 10543 Itaim Bibi, São Paulo, SP, 04532-060<br />
Ou por e-mail: editoria@revistaanalytica.com.br<br />
Para outras informações acesse: www.revistaanalytica.com.br/publique/
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Artigo 1<br />
RESINAS, MONÓLITOS OU MEMBRANAS -<br />
QUAL MÉTODO CROMATOGRÁFICO VOCÊ DEVE USAR?<br />
Por: Sartorius do Brasil<br />
Hoje, os cientistas de bioprocessamento<br />
tem diversas<br />
opções quando<br />
se trata de métodos de<br />
cromatografia. Aqui, fornecemos<br />
algumas orientações<br />
para ajudá-lo a escolher<br />
a matriz certa para<br />
sua aplicação.<br />
8<br />
<strong>Revista</strong> <strong>Analytica</strong> | Março 2023<br />
Há uma série de escolhas<br />
importantes que você<br />
fará quando se trata de<br />
fluxos de trabalho de cromatografia.<br />
Mesmo entre<br />
tipo de matriz, como resinas,<br />
existem muitas maneiras<br />
diferentes de separar<br />
sua valiosa molecula<br />
alvo dos contaminantes e<br />
impurezas. Quando você<br />
adiciona a variedade de<br />
matrizes cromatográficas<br />
disponíveis, encontraremos<br />
ainda mais flexibilidade<br />
e escolhas, podendo<br />
ser difícil ver o melhor<br />
caminho a seguir.<br />
No entanto, embora a escolha<br />
possa ser desafiadora,<br />
há muitos dados e<br />
informações que podem<br />
ser usados para fazer sua<br />
escolha com base em<br />
princípios e evidências<br />
científicas. Em um artigo<br />
anterior, discutimos<br />
recentemente como é<br />
importante conhecer as<br />
propriedades tanto do<br />
seu alvo quanto das impurezas<br />
que precisam<br />
ser removidas. Abordamos<br />
como propriedades<br />
como carga, hidrofobicidade<br />
e afinidade de ligação<br />
do ligante podem<br />
afetar as separações. As<br />
diferenças entre essas<br />
propriedades podem ser<br />
usadas para escolher o<br />
metodo cromatografico<br />
mais apropriado para<br />
sua aplicação, dentre as<br />
diferentes matrizes cromatográficas?<br />
Existem três tipos básicos<br />
de matriz cromatografiaca<br />
para se escolher,<br />
e é provável que<br />
você já tenha conheci-
mento de um deles. A<br />
experiência com uma<br />
matriz específica e o uso<br />
anterior podem contar<br />
muito. Muitas vezes,<br />
essa experiência vem<br />
com um longo histórico<br />
de sucesso e processos<br />
robustos que resistiram<br />
ao teste do tempo. No<br />
entanto, é sempre aconselhável<br />
revisitar os processos<br />
de cromatografia<br />
quando surgir a oportunidade<br />
e verificar se<br />
novos produtos podem<br />
oferecer uma vantagem<br />
suficiente para motivar<br />
uma revisão e até mesmo<br />
uma substituição.<br />
Neste artigo, explicaremos<br />
as diferentes<br />
características de três<br />
importantes matrizes cromatográficas:<br />
monólitos,<br />
resinas e membranas.<br />
Nosso objetivo é equipá-<br />
-lo com o que você precisa<br />
para tomar decisões<br />
bem informadas.<br />
Figura 1: Cromatografia de resina usa pequenas partículas empacotadas em uma coluna. Essas<br />
partículas têm propriedades químicas que fornecem locais de ligação (amarelo) para moléculas-alvo<br />
(azul-petróleo) ou impurezas (rosa).<br />
Resinas<br />
As resinas podem ser<br />
consideradas a matriz<br />
de cromatografia clássica,<br />
atuando como uma<br />
referência útil para tipos<br />
mais novos. Apesar<br />
de sua longa história, as<br />
resinas ainda são uma<br />
ferramenta essencial<br />
para muitos processos<br />
cromatograficos.<br />
Por existirem há tanto<br />
tempo, as resinas estão<br />
disponíveis em muitos<br />
fornecedores e apresentam<br />
uma diversidade incrível.<br />
Muitos materiais<br />
são usados para formar<br />
as estruturas principais<br />
e muitos modos de separação<br />
estão disponíveis<br />
- troca iônica (IEX),<br />
afinidade, cromatografia<br />
de interação hidrofóbica<br />
(HIC) e cromatografia de<br />
interação mista são rotineiramente<br />
realizados<br />
usando resinas. As resinas<br />
podem ser compradas<br />
a granel para você<br />
embalar cuidadosamente<br />
em uma coluna do tamanho<br />
e especificações<br />
corretos e, em seguida,<br />
<strong>Revista</strong> <strong>Analytica</strong> | Março 2023<br />
9
Artigo 1<br />
usadas para separar biomoléculas<br />
com base em<br />
suas propriedades. Você<br />
também pode comprar<br />
colunas pré-embaladas<br />
e prontas para uso para<br />
uma variedade de escalas<br />
diferentes - desde<br />
uma pequena configuração<br />
analítica até produção<br />
em média escala.<br />
Figura 2: A cromatografia monolítica usa uma estrutura de unidade única contendo uma grande<br />
rede de canais interconectados. Esses canais contêm sítios de ligação (amarelo) para moléculas-alvo<br />
(azul-petróleo) ou impurezas (rosa).<br />
10<br />
<strong>Revista</strong> <strong>Analytica</strong> | Março 2023<br />
Uma das principais características<br />
dos grânulos<br />
de resina é que eles contêm<br />
microporos onde os<br />
locais de ligação estão<br />
localizados. Isso significa<br />
que os solutos devem<br />
se difundir do líquido a<br />
granel para esses microporos<br />
para que ocorra a<br />
ligação. Isso pode retardar<br />
as separações porque<br />
elas sempre serão<br />
limitadas pela difusão e<br />
geralmente requerem taxas<br />
de fluxo baixas para<br />
serem eficazes.<br />
O pequeno tamanho dos<br />
poros também excluirá<br />
a ligação de moléculas e<br />
partículas muito grandes.<br />
Qualquer coisa maior<br />
que IgM, como mRNA,<br />
DNA plasmidial, vetores<br />
virais e vesículas, só<br />
conseguirá atingir uma<br />
fração dos locais de ligação<br />
nos poros da maioria<br />
das resinas. No entanto, a<br />
capacidade máxima para<br />
qualquer coisa menor do<br />
que anticorpos monoclonais<br />
geralmente será<br />
muito alta.<br />
Hoje, as resinas são a<br />
matriz mais amplamente<br />
utilizada para a purificação<br />
de biomoléculas,<br />
desde a escala de laboratório<br />
até a produção.<br />
Eles estão muito bem<br />
estabelecidos em muitos<br />
processos, como a<br />
purificação de anticorpos<br />
monoclonais.<br />
Monolitos<br />
A cromatografia monolítica<br />
é relativamente<br />
nova e tem características<br />
muito diferentes<br />
das resinas. São cilindros<br />
ocos formados a<br />
partir de um único bloco<br />
de polímero com<br />
uma rede de canais in-
terligados. Os grupos<br />
funcionais são distribuídos<br />
sobre a superfície<br />
das paredes nesses<br />
canais interligados. Ao<br />
contrário das resinas,<br />
não há poros na matriz<br />
monolítica, o que significa<br />
que o transporte<br />
de massa não é limitado<br />
pela difusão. Em<br />
vez disso, o eluente flui<br />
através dos canais que<br />
transportam as moléculas,<br />
partículas ou vesículas<br />
a serem separadas,<br />
e o transporte de<br />
massa é obtido apenas<br />
por convecção.<br />
Um dos primeiros sinais<br />
de que você deve considerar<br />
os monólitos é se<br />
a sua molécula alvo for<br />
muito grande, ou seja,<br />
ela se difundirá muito<br />
lentamente para ser usada<br />
com resinas e pode<br />
nem entrar nos poros<br />
dos grânulos de resina.<br />
O uso de um monólito<br />
para moléculas grandes<br />
proporcionará uma adsorção<br />
muito eficiente<br />
com curvas de ruptura<br />
acentuadas e altas capacidades<br />
de ligação.<br />
A separação usando monólitos<br />
é independente<br />
da taxa de fluxo através<br />
da matriz monolítica,<br />
o que significa que a<br />
separação geralmente<br />
pode ser alcançada<br />
muito mais rapidamente<br />
do que com resinas.<br />
Isso é útil para acelerar<br />
processos e melhorar a<br />
produtividade. No entanto,<br />
também pode fornecer<br />
uma ferramenta<br />
essencial para remover<br />
rapidamente impurezas<br />
agressivas que podem<br />
danificar sua molecua<br />
alvo se deixadas em contato<br />
por muito tempo.<br />
Outra característica útil<br />
dos monólitos é que o<br />
fluxo através do leito<br />
é predominantemente<br />
laminar. Isso torna as<br />
condições mais suaves<br />
para moléculas, como<br />
o mRNA, que são particularmente<br />
sensíveis às<br />
forças de cisalhamento.<br />
O fluxo laminar em monólitos<br />
contrasta com<br />
o fluxo turbulento em<br />
leitos compactados de<br />
grânulos de resina. Isso<br />
pode levar a fortes forças<br />
de cisalhamento, particularmente<br />
em altas taxas<br />
de fluxo, que podem<br />
danificar moléculas sensíveis<br />
ao cisalhamento.<br />
Um benefício adicional<br />
é que, devido às baixas<br />
contrapressões com dispositivos<br />
de cromatografia<br />
monolítica, eles<br />
são particularmente<br />
adequados se você tiver<br />
uma matéria-prima<br />
de alta viscosidade. É<br />
provável que esse fator<br />
se torne cada vez mais<br />
valioso com a tendência<br />
crescente de processamento<br />
intensificado.<br />
<strong>Revista</strong> <strong>Analytica</strong> | Março 2023<br />
11
Artigo 1<br />
12<br />
<strong>Revista</strong> <strong>Analytica</strong> | Março 2023<br />
Os monólitos podem ser<br />
usados para vários modos<br />
de cromatografia,<br />
incluindo IEX, AC (por<br />
exemplo, com um ligante<br />
oligo dT), HIC e MMC.<br />
Eles são fornecidos<br />
como dispositivos prontos<br />
para uso em uma<br />
variedade de tamanhos<br />
adequados tanto para o<br />
laboratório de desenvolvimento<br />
quanto para os<br />
cenários de produção.<br />
Membranas<br />
A cromatografia de<br />
membrana usa camadas<br />
de membranas<br />
porosas com locais de<br />
ligação distribuídos<br />
pelos poros. Os poros<br />
dispostos em pilhas de<br />
membranas carregam a<br />
fase móvel, o que significa<br />
que o transporte de<br />
massa é convectivo.<br />
Uma característica da<br />
cromatografia de membrana<br />
é a velocidade. É<br />
possível adaptar a altura<br />
da pilha de membranas<br />
Figura 3: A cromatografia de membrana depende de pilhas de membranas porosas. Contidos<br />
dentro desses poros estão os locais de ligação (amarelo) para moléculas-alvo (azul-petróleo) ou<br />
impurezas (rosa).<br />
para otimizar verdadeiramente<br />
as separações<br />
rápidas. Por exemplo,<br />
se você tiver um leito<br />
raso, será possível passar<br />
grandes volumes de<br />
alimentação com vazões<br />
muito altas.<br />
Apesar da velocidade,<br />
a separação também é<br />
muito eficiente devido à<br />
ampla distribuição e locais<br />
de ligação facilmente<br />
acessíveis em toda a<br />
estrutura da membrana.<br />
Como o transporte<br />
de massa é convectivo,<br />
também não há limites<br />
de tempo devido à difusão<br />
lenta.<br />
Separações rápidas são<br />
particularmente úteis<br />
para moléculas que são<br />
expostas à degradação<br />
enzimática ou outras<br />
condições prejudiciais.<br />
Estes precisam ser separados<br />
rapidamente<br />
e transferidos para um<br />
ambiente adequado e<br />
não prejudicial. O uso de<br />
membranas pode reduzir<br />
a probabilidade de que<br />
as moléculas-alvo sejam<br />
degradadas durante o<br />
processo de separação.
As membranas usadas<br />
para cromatografia<br />
podem ter sítios de<br />
ligação para IEX, IEX<br />
tolerante a sal ou HIC.<br />
Eles estão normalmente<br />
disponíveis como<br />
plug-and-play, de uso<br />
único, cápsulas e cassetes,<br />
tornando-os muito<br />
flexíveis e facilmente<br />
adaptáveis a uma ampla<br />
gama de processos<br />
diferentes.<br />
Os grandes tamanhos<br />
de poros tornam as<br />
membranas particularmente<br />
úteis para partículas<br />
maiores, como<br />
vesículas e vírus. No<br />
entanto, pode ser um<br />
desafio atingir capacidades<br />
de ligação muito<br />
altas no modo de eluição<br />
para ligação com<br />
pequenas biomoléculas,<br />
como proteínas. Em<br />
vez disso, as membranas<br />
são frequentemente<br />
usadas para remover<br />
impurezas no modo de<br />
flow-through mode. As<br />
últimas impurezas são<br />
ligadas e o produto alvo<br />
flui sem interagir com<br />
os locais de ligação.<br />
Em bioprocessos, a cromatografia<br />
de membrana<br />
é amplamente<br />
utilizada para remover<br />
vestígios de impurezas<br />
e contaminantes no<br />
modo de fluxo contínuo.<br />
Está bem estabelecido<br />
para a remoção de<br />
endotoxinas, proteínas<br />
da célula hospedeira,<br />
DNA e contaminantes<br />
virais. Quando usadas<br />
no modo de ligação-<br />
-eluição, as matrizes de<br />
membrana podem ser<br />
extremamente eficazes<br />
para a purificação de vírus<br />
e ácidos nucleicos.<br />
Sua escolha final da matriz<br />
de cromatografia<br />
Escolher matrizes cromatográficas<br />
e modos<br />
de separação não significa<br />
escolher um vencedor,<br />
mesmo que às<br />
vezes pareça que você<br />
seleciona um em detrimento<br />
de outros. Os<br />
processos de purificação<br />
da vida real geralmente<br />
são complexos<br />
e normalmente requerem<br />
várias rodadas de<br />
cromatografia. Nesse<br />
caso, é possível misturar<br />
e combinar matrizes<br />
e modalidades de cromatografia<br />
para fornecer<br />
os melhores resultados<br />
para cada estágio<br />
do processo.<br />
Explore nossas soluções<br />
em cromatografia<br />
Texto publicado originalmente em Inglês<br />
no blog Science Snippets com o título:<br />
“Resins, Monoliths, or Membranes. Which<br />
Chromatographic Method Should You Use?”.<br />
Disponível em: https://www.sartorius.com/en/<br />
knowledge/science-snippets/resins-monoliths-<br />
or-membranes-which-chromatographic-<br />
method-should-you-use-1077712<br />
Contato:<br />
Sartorius do Brasil<br />
Tel.: 11 4362 8900 | latam.marcom@sartorius.com<br />
<strong>Revista</strong> <strong>Analytica</strong> | Março 2023<br />
13
Artigo 2<br />
SHAMPOO LINHA PET À BASE DE<br />
ALOE VERA E PRÓPOLIS<br />
Por: Isabela Fernanda Castro da Silva,<br />
Italo Leite de Avelar, Maria Clara de Souza Cruz,<br />
Daniela Santos Silva,<br />
Marcele Cantarelli Trevisan Nunez<br />
Colégio Técnico “Antônio Teixeira Fernandes”,<br />
São José dos Campos, SP, Brasil.<br />
Resumo<br />
Visando a saúde geral da epiderme canina que<br />
tem cada dia aumentado mais no convívio<br />
familiar, pensou-se no desenvolvimento<br />
de um shampoo natural com propriedades<br />
fitoterápicas que pudesse tratar e prevenir<br />
doenças. Desta maneira, este trabalho de<br />
conclusão de curso tem por finalidade<br />
auxiliar na criação de um produto para a<br />
melhor qualidade de vida dos pets. Desse<br />
modo, através de minuciosas pesquisas em<br />
plataformas acadêmicas, a fim de garantir<br />
maior embasamento científico sobre diversos<br />
componentes naturais que pudessem,<br />
obteve-se a ideia inicial um shampoo base<br />
composto por Aloe vera e própolis, visando<br />
suas propriedades fitoterápicas. Observa-se<br />
que o produto possui grande potencial de<br />
cumprir o objetivo, uma vez que a seleção<br />
dos componentes escolhidos atende aos<br />
critérios para uma possível produção.<br />
Abstract<br />
Aiming at the general health of the canine<br />
epidermis, which has increased more<br />
and more in family life, it was thought<br />
of developing a natural shampoo with<br />
phytotherapic properties that could treat<br />
and prevent diseases. In this way, this<br />
course conclusion work aims to assist in<br />
the creation of a product for the best life<br />
quality for pets. In this way, through a<br />
thorough research in academic platforms,<br />
in order to ensure greater scientific basis<br />
on various natural components that could,<br />
the initial idea was obtained: a shampoo<br />
base composed of Aloe Vera and propolis,<br />
aiming at its phytotherapeutic properties.<br />
It is observed that the product has a great<br />
potential to fulfill the objective, since the<br />
selection of the chosen components meet<br />
the criterion for a possible production.<br />
14<br />
<strong>Revista</strong> <strong>Analytica</strong> | Março 2023<br />
Palavras chave: Shampoo. Aloe Vera.<br />
Própolis. Pele. Cães<br />
Keywords: Shampoo. Aloe Vera. Propolis.<br />
Skin. Dogs.
INTRODUÇÃO:<br />
Além de limpeza, po-<br />
micos em cosméticos<br />
O shampoo veterinário<br />
dem ser adicionados<br />
caninos é a utilização<br />
é um cosmético utili-<br />
em sua composição<br />
de compostos orgâni-<br />
zado para promover a<br />
ativos com qualida-<br />
cos como a própolis e<br />
limpeza da pele e dos<br />
des terapêuticas, com<br />
Aloe vera, para diminuir<br />
pelos, removendo su-<br />
ações<br />
antibacteriana,<br />
a quantidade de subs-<br />
jeiras do material sebá-<br />
antifúngica, antissépti-<br />
tâncias que alteram o<br />
ceo, de escamas e de<br />
ca - assim como a pró-<br />
material do animal e o<br />
restos celulares, além<br />
polis e Aloe vera — mas<br />
aumento de doenças<br />
de deixar a pele mais<br />
primordialmente hidra-<br />
dermatológica e, ainda<br />
macia e brilhante, atu-<br />
tante, sendo uma alter-<br />
sim, propor um meio de<br />
ando como tensoati-<br />
nativa eficiente para<br />
auxílio para tratamentos<br />
vos, com propriedades<br />
lipofílicas e hidrofílicas<br />
(COSENDEY, 2021;<br />
MAKINO, 2014) . Por ser<br />
um produto de contato<br />
direto com a pele, não<br />
deve causar malefícios<br />
ou possuir odores fortes<br />
e necessita manter<br />
a oleosidade natural do<br />
animal, principalmente<br />
no que se refere à cães<br />
com doenças dermatológicas<br />
(MAKINO, 2014;<br />
SIDOR, 2021).<br />
proteger a barreira da<br />
pele. (SIDOR, 2021). Um<br />
fator importante para a<br />
elaboração de um xampu<br />
seguro é a verificação<br />
do pH, o qual deve<br />
ficar próximo ao pH<br />
da pele de cães, com o<br />
intuito de evitar irritações<br />
cutâneas e oculares<br />
(COSENDEY, 2021).<br />
Em vista disso, uma possibilidade<br />
de reduzir o<br />
nível de compostos quí-<br />
de pele (SIDOR, 2021).<br />
Apenas 1% do mercado<br />
de fitoterápicos, no<br />
País, é voltado ao segmento<br />
veterinário. Porém,<br />
é o setor que mais<br />
cresce - cerca de 25%<br />
ao ano. Hoje, os fitoterápicos<br />
já representam<br />
6,7% do mercado total<br />
de medicamentos,<br />
além do mais, por ser<br />
uma Medicina Alternativa,<br />
a fitoterapia pode<br />
<strong>Revista</strong> <strong>Analytica</strong> | Março 2023<br />
15
Artigo 2<br />
ser uma opção do veterinário,<br />
ao escolher entre<br />
o remédio alopático,<br />
o produto fitoterápico<br />
ou o uso concomitante<br />
dos dois (INFARMA,<br />
2006). Portanto, diante<br />
de diversas pesquisas<br />
realizadas em plataformas<br />
científicas, foi idealizado<br />
um shampoo de<br />
linha pet, dirigido aos<br />
caninos, à base de própolis<br />
e Aloe vera, com<br />
o intuito de promover<br />
melhoria na condição<br />
da saúde canina tratando<br />
e prevenindo.<br />
Fonte: Os autores (2022)<br />
Tabela 1- Componentes<br />
___________________________________________________________________________________<br />
Princípios Ativos<br />
Função<br />
___________________________________________________________________________________<br />
Ácido linoléico, ácido linolênico e<br />
ceramidas III<br />
Água<br />
Aloe vera<br />
Canela de cunhã<br />
Cera de candelila<br />
Cera lanette e Polawax<br />
Dimeticone copoliol<br />
Glicerina<br />
Lauril éter sulfato de sódio<br />
Óleo de abacate<br />
Óleo de eucalipto<br />
Própolis vermelha<br />
Corretores de pH; auxiliam no aumento significativo da<br />
hidratação e redução da aspereza da pele.<br />
Solvente universal, constitui cerca de 80% do shampoo.<br />
Desempenha atividades antibacterianas, anti-inflamatória,<br />
antifúngica e cicatrização de feridas, além de agir como<br />
espessante hidrofílico.<br />
Conservante antioxidante; aumentam a vida útil do produto,<br />
impedindo o desenvolvimento de bactérias.<br />
Espessante hidrofílico; controla a viscosidade,<br />
desempenhando funções de anti-sedimentação,<br />
anti-escorrimento e redução de salpicos.<br />
Bases auto emulsionáveis.<br />
Proporciona lubrificação, maciez e reduz a ‘’pegajosidade’’<br />
do produto, atua como polímero quaternizado.<br />
Confere proteção, hidratação, maciez e preserva a<br />
elasticidade da pele, além de atuar como umectante.<br />
Atua na capacidade de diminuir a tensão superficial, agindo<br />
como tensoativos.<br />
Contém vitamina E e vitaminas do complexo B, atua como<br />
material graxo e emoliente.<br />
Conservante antimicrobiano, possui ação analgésica,<br />
antisséptica, antibacteriana, antiespasmódica, antiviral e<br />
antitérmica.<br />
Atividades antibacteriana, anti-inflamatória, anestésica,<br />
antioxidante, antiviral, anticarcinogênica, anti cariogênica e<br />
fitotóxica.<br />
16<br />
<strong>Revista</strong> <strong>Analytica</strong> | Março 2023<br />
MATERIAIS E MÉTODOS<br />
A metodologia se caracteriza<br />
em duas etapas, a<br />
primeira foi realizada a<br />
partir de minuciosas pesquisas,<br />
a fim de garantir<br />
melhor embasamento<br />
científico. Dessa forma,<br />
foram utilizadas como<br />
meio de conhecimento<br />
plataformas e artigos<br />
científicos, visando identificar<br />
potenciais componentes<br />
para uma possível<br />
formulação do shampoo.<br />
Em um segundo momento<br />
foram sugeridos<br />
elementos para uma<br />
possibilidade de elaboração<br />
do produto, conforme<br />
mostra a Tabela 1.
Quando se propõe fazer<br />
rial em forma de resina<br />
ela vem se destacando<br />
uma avaliação de um<br />
produzido pelas abelhas<br />
não só pelo seu poten-<br />
produto cosmético, tem<br />
de se levar em consideração<br />
vários parâmetros<br />
relacionados com<br />
as características ou os<br />
atributos desse produto.<br />
Cada componente,<br />
ativo ou não, pode afetar<br />
a estabilidade de<br />
um produto. Variáveis<br />
relacionadas à formulação,<br />
ao processo de fabricação,<br />
ao material de<br />
acondicionamento e às<br />
condições ambientais<br />
e de transporte podem<br />
influenciar na estabilidade<br />
do produto (LOR-<br />
RANE, 2020).<br />
da espécie Apis mellifera<br />
e coletado de diferentes<br />
partes das plantas, como<br />
os brotos, galhos, gemas<br />
florais e vegetativas, exsudatos<br />
resinosos e botões<br />
florais, no qual, após<br />
a colheita as abelhas<br />
adicionam secreções<br />
salivares e ceras em sua<br />
compostura (SEVERINO,<br />
2005). Para as abelhas,<br />
a própolis é aproveitada<br />
para estruturar as suas<br />
colmeias, auxiliando no<br />
controle de temperatura,<br />
no impedimento da<br />
decomposição de invasores<br />
e na higienização<br />
cial de propriedades<br />
variadas, as quais são<br />
as atividades antibacterianas,<br />
anti-inflamatória,<br />
anestésica, antioxidante,<br />
antiviral, anticarcinogênica,<br />
anti cariogênica e<br />
fitotóxica, como também<br />
nas indústrias farmacêutica<br />
e alimentícia<br />
constituindo alimentos<br />
funcionais (SEVERINO,<br />
2005).Outrora, na Grécia<br />
os benefícios de sua ação<br />
cicatrizante e antisséptica<br />
já eram utilizados;<br />
No que diz a respeito<br />
ao Brasil, é aplicada na<br />
medicina popular, no<br />
A palavra própolis é<br />
oriunda do grego —<br />
“pro” = em defesa; “po-<br />
interna do ambiente,<br />
protegendo-as dos ataques<br />
de vírus e bacté-<br />
tratamento de doenças<br />
respiratórias e inflamatórias,<br />
febre, distúrbios gás-<br />
lis”= cidade — utilizada<br />
para se referir ao mate-<br />
rias (SFORCIN, 2012). Já<br />
para o mundo científico,<br />
tricos e úlcera duodenal<br />
(SFORCIN, 2012).<br />
<strong>Revista</strong> <strong>Analytica</strong> | Março 2023<br />
17
Artigo 2<br />
Sua composição é va-<br />
tando a estandardização<br />
ou micose de unha, por<br />
riada podendo chegar a<br />
de produtos comerciais<br />
exemplo. Desde muito<br />
mais de 300 compostos<br />
(MENEZES, 2005).<br />
tempo, a Aloe vem sen-<br />
em suas amostras, os<br />
do usada ao longo da<br />
componentes podem ser<br />
A Aloe vera, também<br />
história para tratar algu-<br />
extraídos através de sol-<br />
conhecida como babo-<br />
mas doenças, principal-<br />
ventes como o éter, ace-<br />
sa, pertence à família<br />
mente as relacionadas<br />
tona, etanol, tolueno e<br />
Aloaceae, é utilizada<br />
ao aparelho digestivo;<br />
tricloroetileno. Em tem-<br />
mundialmente para fins<br />
também tem sido usado<br />
peratura de 15 °C possui<br />
medicinais, cosméticos<br />
para queimaduras, pro-<br />
forma rígida e a partir do<br />
entre outras aplicações,<br />
blemas de pele e feridas.<br />
30 °C se torna maleável<br />
devido a sua atividade<br />
O termo Aloés refere-se<br />
(SFORCIN, 2012).<br />
espessante proporciona-<br />
ao suco seco, que flui das<br />
do pela Acemanana, um<br />
bases cortadas transver-<br />
Contemporaneamen-<br />
dos principais compo-<br />
salmente de suas folhas<br />
te, a própolis é aplicada<br />
nentes da planta, o qual<br />
(BENZIDIA et al.,, 2019).<br />
em diversas categorias<br />
pode ser obtido através<br />
de produtos, tais como<br />
da extração do parên-<br />
Muitos dos benefícios<br />
hidratantes, shampoos,<br />
quima das folhas da Aloe<br />
para a saúde associados<br />
soluções<br />
antissépticas<br />
Vera, sendo a substância<br />
ao Aloe vera foram atribu-<br />
e entre outros. Porém,<br />
responsável pelas carac-<br />
ídos aos polissacarídeos<br />
apesar de estar presente<br />
terísticas gelificante e<br />
contidos no gel das folhas.<br />
em diferentes funções<br />
emoliente (MOTA, 2014).<br />
Essas atividades biológi-<br />
durante anos, a falta de<br />
Além disso, por se tra-<br />
cas incluem a promoção<br />
padrões que garantem<br />
tar de uma seiva possui<br />
da cicatrização de feridas,<br />
18<br />
<strong>Revista</strong> <strong>Analytica</strong> | Março 2023<br />
suas atividades farmacológicas<br />
acaba dificul-<br />
antifúngicos poderosos<br />
que podem tratar caspa<br />
atividade antifúngica,<br />
efeitos hipoglicêmicos ou
antidiabéticos,<br />
proprie-<br />
os cosméticos que se de-<br />
Podem ser naturais e são<br />
dades anti-inflamatórias,<br />
positam diariamente nos<br />
classificados em aniôni-<br />
anticancerígenas, imuno-<br />
fios (FERNANDES, 2019).<br />
cos, catiônicos, anfóte-<br />
moduladoras e gastropro-<br />
ros e não iônicos, essa<br />
tetoras (HAMMAN, 2008).<br />
Tensoativos ou surfac-<br />
classificação se refere<br />
tante são termos para se<br />
de acordo com a carga<br />
A formulação básica de<br />
referir às matérias primas<br />
da sua porção polar no<br />
um shampoo é composta<br />
que possuem proprieda-<br />
meio aquoso (BAPTISTA,<br />
por água, tensoativos (de-<br />
de de diminuir a tensão<br />
2016). Ademais, os tipos<br />
tergentes), agentes con-<br />
superficial da água e de<br />
de tensoativos interfe-<br />
dicionantes, espessantes,<br />
outras substâncias, devi-<br />
rem diretamente na vis-<br />
modificadores de textura,<br />
do a constituição de suas<br />
cosidade de shampoos<br />
conservantes e fragrân-<br />
moléculas, a qual apre-<br />
(ALVES, 2019).<br />
cia. A água e os tensoati-<br />
senta um componente<br />
vos são as substâncias de<br />
hidrofílico — polar, com<br />
Conservantes são subs-<br />
maior concentração, con-<br />
afinidade à água — e ou-<br />
tâncias<br />
antimicrobianas<br />
tando com cerca de 80%<br />
tro hidrofóbico — apolar,<br />
em sua maioria derivados<br />
e 20% respectivamente.<br />
com afinidade à óleos e<br />
sintéticos, adicionados em<br />
No entanto, os tensoa-<br />
gorduras — (AMIRALIAN,<br />
formulações de concen-<br />
tivos são os protagonis-<br />
2018). Dessa forma, com<br />
tração baixíssimas, tendo<br />
tas, uma vez que sem os<br />
a ação dos tensoativos,<br />
como objetivo aumentar<br />
mesmos, o produto não<br />
os shampoos conse-<br />
o tempo de validade e de<br />
conseguiria exercer sua<br />
guem eliminar resíduos<br />
uso do produto, ou seja,<br />
principal função de elimi-<br />
graxos, suor, poeira e en-<br />
tem como função retardar<br />
nar resíduos graxos, suor,<br />
tre outras sujeiras no ani-<br />
e/ou inibir a proliferação<br />
poeira, células mortas,<br />
microrganismos e resídu-<br />
mal. (AMIRALIAN, 2018;<br />
BAPTISTA, 2016).<br />
de microrganismos nocivos<br />
à saúde (SOUZA et<br />
<strong>Revista</strong> <strong>Analytica</strong> | Março 2023<br />
19
Artigo 2<br />
al., 2017). Para evitar o uso<br />
toxicidade e não apenas<br />
substituir<br />
conservantes<br />
de agentes químicos, de-<br />
com o aspecto microbio-<br />
químicos<br />
tradicionais.<br />
vido a relatos de reações<br />
lógico (CORRÊA, 2018)<br />
(MATOS, 2019). Alguns<br />
alérgicas e por questões<br />
produtos naturais, como<br />
de segurança, o merca-<br />
A escolha das substân-<br />
os óleos vegetais e es-<br />
do começou a explorar o<br />
cias com atividade an-<br />
senciais possuem em sua<br />
potencial antimicrobiano<br />
timicrobiana que serão<br />
composição substâncias<br />
de substâncias naturais<br />
incorporadas aos cos-<br />
atuantes como agentes<br />
em formas farmacêuticas<br />
méticos para prevenir a<br />
na prevenção de oxida-<br />
(MARTELLI et al., 2021). Os<br />
contaminação deve ser<br />
ção, estabilização de ra-<br />
cosméticos em geral são<br />
feita de forma criteriosa,<br />
dicais livres e na inibição<br />
muito utilizados pela so-<br />
apresentando<br />
concen-<br />
de micro-organismos, o<br />
ciedade desde a antigui-<br />
trações adequadas que<br />
que evidencia um gran-<br />
dade, e seu consumo vem<br />
garantam eficácia e se-<br />
de potencial para uso<br />
aumentando cada vez<br />
gurança para o uso. Os<br />
como conservante (RA-<br />
mais a cada ano, principal-<br />
conservantes<br />
químicos<br />
MOS, 2015).<br />
mente os cosméticos para<br />
disponíveis no mercado<br />
cães, como os shampoos.<br />
apresentam, sem exce-<br />
Óleos essenciais e hidrola-<br />
Dentre as matérias primas<br />
ções, certo risco de hi-<br />
tos de plantas aromáticas,<br />
causadoras de reações<br />
persensibilidade e, con-<br />
surgem como alternativa<br />
alérgicas, estão os conser-<br />
sequentemente, esforços<br />
possível para aplicação<br />
vantes, corantes e compo-<br />
vêm sendo buscados<br />
como conservantes em<br />
sições aromáticas; Diante<br />
para o direcionamento<br />
cosméticos, pois apre-<br />
disto, a preocupação em<br />
ao desenvolvimento de<br />
sentam atividade antio-<br />
relação aos conservantes<br />
compostos naturais com<br />
xidante considerada não<br />
deve ser intensificada, pois<br />
atividade<br />
antimicrobia-<br />
somente pelo seu poten-<br />
20<br />
<strong>Revista</strong> <strong>Analytica</strong> | Março 2023<br />
existe a preocupação com<br />
o potencial de irritação e<br />
na com o propósito de<br />
reduzir ou até mesmo<br />
cial conservante na formulação,<br />
mas também
pelo interesse no uso en-<br />
cujo suas folhas e talos são<br />
20% da fase graxa de<br />
quanto ingrediente ativo<br />
caracterizadas de aromas<br />
emulsões do produto<br />
em benefícios de antien-<br />
que lembram a mistura de<br />
(SEMMLER, 2011).<br />
velhecimento<br />
(RAMOS,<br />
erva-doce e cravo-da-ín-<br />
2015). Os óleos essenciais<br />
dia (MORAIS et al., 2006).<br />
Os agentes de consis-<br />
são constituintes voláteis<br />
tência são sólidos, tem<br />
orgânicos<br />
responsáveis<br />
Os materiais graxos são<br />
como função o aumento<br />
pela fragrância de mui-<br />
substâncias que pos-<br />
da viscosidade das pre-<br />
tas plantas e podem ser<br />
suem potencial emo-<br />
parações cosméticas e<br />
obtidos de flores, folhas,<br />
liente em que quando<br />
também são divididos<br />
frutos, sementes, gramas,<br />
entram em contato<br />
em duas classes, ácidos<br />
raízes, rizomas e caules<br />
com a superfície cutâ-<br />
graxos e álcoois graxos.<br />
de plantas. Sua ativida-<br />
nea, promove a oclusão<br />
(PAULA, 2013; SEMMLER,<br />
de antioxidante tem sido<br />
do tecido aumentando<br />
2011) No que se refere<br />
estudada<br />
excessivamen-<br />
a ação hidratante do<br />
aos emolientes, a forma<br />
te, uma vez que os óleos<br />
estrato córneo<br />
para<br />
física se apresenta como<br />
essenciais de plantas do<br />
reduzir a evaporação<br />
líquida a temperatura<br />
Nordeste brasileiro cons-<br />
de água na epider-<br />
ambiente e possui como<br />
tituem fontes potenciais<br />
me — (PAIVA, 2016)<br />
função principal a ga-<br />
de antioxidantes naturais,<br />
(SEMMLER, 2011). São<br />
rantia da maciez como<br />
como a Croton zehntneri<br />
de extrema importân-<br />
também a suavidade na<br />
Pax et Hoffm, conhecida<br />
cia nas preparações das<br />
superfície da pele após<br />
popularmente como “ca-<br />
emulsões<br />
cosméticas<br />
aplicação, sendo divi-<br />
nela de cunhã”, “canelinha”<br />
e podem ser divididos<br />
didos em triglicerídeo<br />
e até mesmo por “canela-<br />
em duas categorias:<br />
representado por óleos<br />
-brava”, que é uma planta<br />
agente de consistên-<br />
vegetais e hidrocarbo-<br />
subarbustiva e caducifólia<br />
do Nordeste brasileiro,<br />
cia e emolientes, que<br />
juntos compõem até<br />
netos com os óleos minerais<br />
(SEMMLER, 2011).<br />
<strong>Revista</strong> <strong>Analytica</strong> | Março 2023<br />
21
Artigo 2<br />
O pH é um fator de pro-<br />
shampoos à base de áci-<br />
mundialmente para fins<br />
teção natural referente<br />
dos graxos essenciais e<br />
medicinais,<br />
cosméticos<br />
a pele dos caninos, uma<br />
ceramidas, bem como<br />
entre outras aplicações,<br />
vez que desempenham<br />
shampoos<br />
hidratantes<br />
devido a sua atividade es-<br />
um papel fundamental<br />
que não alterem o pH da<br />
pessante proporcionado<br />
na manutenção da mi-<br />
pele. (FONSECA, 2013).<br />
pela Acemanana, um dos<br />
crobiota da pele e na<br />
principais componentes<br />
prevenção de invasões<br />
Os espessantes são um<br />
da planta, o qual pode ser<br />
de microrganismos in-<br />
dos principais aditivos<br />
obtido através da extra-<br />
fecciosos, de modo que<br />
presentes na composi-<br />
ção do parênquima das<br />
qualquer agente externo<br />
ção de diversos produtos,<br />
folhas da Aloe Vera, sendo<br />
que o altere possa acar-<br />
como tintas, alimentos<br />
a substância responsável<br />
retar mudanças em sua<br />
líquidos, cosméticos, en-<br />
pelas características gelifi-<br />
barreira (MAKINO, 2014).<br />
tre vários outros, com a<br />
cante e emoliente (MOTA,<br />
finalidade de controlar a<br />
2014). Além da Aloe Vera,<br />
A manutenção da vida<br />
viscosidade e a reologia,<br />
podem ser utilizados em<br />
animal requer uma sé-<br />
desempenhando funções<br />
formulações orgânicas os<br />
rie de reações químicas,<br />
de<br />
anti-sedimentação,<br />
espessantes conhecidos<br />
onde podem produzir<br />
anti escorrimento e redu-<br />
como hidrofílicos, basea-<br />
substâncias acidificantes<br />
ção de salpicos. Podem<br />
dos em amidos naturais<br />
ou alcalinizantes. As re-<br />
ser classificados como or-<br />
(não modificados) de ba-<br />
ações enzimáticas man-<br />
gânicos ou inorgânicos,<br />
tata, mandioca e milho,<br />
têm o funcionamento do<br />
tendo dentro dos orgâ-<br />
alginatos, goma xantana<br />
organismo e as enzimas<br />
nicos divisões em asso-<br />
não modificada, goma<br />
são extremamente sen-<br />
ciativos (HEUR, HASE) e<br />
esclerosante, goma guar,<br />
síveis a variações de pH<br />
não-associativos (ASE). A<br />
goma adragante, goma<br />
(ALMOSNY, 2003). Para<br />
Aloe Vera, também po-<br />
arábica, pectina, carra-<br />
22<br />
<strong>Revista</strong> <strong>Analytica</strong> | Março 2023<br />
restabelecer barreiras<br />
de pele recomenda-se<br />
pularmente conhecida<br />
como “babosa”, é utilizada<br />
genas e argilas, sendo as<br />
duas últimas citadas, não
podendo ser irradiadas.<br />
ra, além disso, auxiliam<br />
Assim, para obter sucesso<br />
Já os espessantes lipofíli-<br />
na qualidade da consis-<br />
no desenvolvimento de<br />
cos podem ser aplicados<br />
manteigas, ceras naturais,<br />
ácido esteárico de origem<br />
vegetal e estão permitidos<br />
os alcoóis graxos cetílico,<br />
cetoestearílico, berrênico<br />
e monoestearato de<br />
glicerila (RIBEIRO, 2009).<br />
Os umectantes são<br />
substâncias higroscópicas<br />
que quando entram<br />
em contato com<br />
a pele, criam uma camada<br />
de proteção para<br />
absorver água do ar e<br />
dessa forma, hidratar e<br />
umedecer a superfície<br />
cutânea. (GALEMBECK,<br />
2009; ZAGO, 2017). Esses<br />
elementos são incorporados<br />
em emulsões<br />
cosméticas, para evitar<br />
o ressecamento superficial<br />
da epiderme pelo<br />
contato com a atmosfe-<br />
tência, impossibilitando<br />
a cristalização do produto<br />
(GUEDES, 2018).<br />
RESULTADOS E DIS-<br />
CUSSÃO<br />
Os fármacos são produtos<br />
elaborados com<br />
finalidade curativa, profilático,<br />
paliativo ou para<br />
diagnósticos (CARVA-<br />
LHO, 2013). Para obter<br />
sucesso no desenvolvimento<br />
de cosméticos<br />
para os cães, é importante<br />
realizar uma análise<br />
minuciosa dos aspectos<br />
fisiológicos da pele e<br />
dos pelos do mesmo, levando<br />
em consideração<br />
o valor do pH da pele,<br />
pois ela é o maior órgão<br />
do organismo e apresenta<br />
funções importantes<br />
como proteção química,<br />
fisiológica e microbiológica<br />
(VILLANOVA, 2014).<br />
cosméticos para os cães,<br />
é importante realizar uma<br />
análise minuciosa dos aspectos<br />
fisiológicos da pele<br />
e dos pelos dos mesmos,<br />
pois ela é o maior órgão<br />
do organismo e apresenta<br />
funções importantes<br />
como proteção química,<br />
fisiológica e microbiológica<br />
(VILLANOVA, 2014).<br />
Após pesquisas em diversos<br />
artigos científicos,<br />
elaborou-se uma<br />
formulação para shampoo<br />
linha pet. Essa<br />
formulação levou em<br />
consideração as especificidades<br />
necessárias<br />
para não agredir a pele<br />
dos cães. Utilizando<br />
princípios ativos naturais<br />
que oferecessem<br />
benefícios como: ações<br />
antifúngica, antibacteriana,<br />
antioxidante e cicatrizante<br />
de feridas.<br />
<strong>Revista</strong> <strong>Analytica</strong> | Março 2023<br />
23
Artigo 2<br />
Diante dessa elaboração,<br />
-benefício<br />
(SEMENOFF,<br />
vos naturais foi atingido,<br />
espera-se que a produ-<br />
2007). Apesar da ausên-<br />
uma vez que a irritação<br />
ção sugerida possa ser<br />
cia da parte laboral, ob-<br />
da pele do cão pode ser<br />
alcançada. Os princípios<br />
serva-se que o produto<br />
amenizada com a utiliza-<br />
ativos utilizados possuem<br />
possui grande potencial<br />
ção deste cosmético.<br />
24<br />
<strong>Revista</strong> <strong>Analytica</strong> | Março 2023<br />
propriedades que oferecem<br />
atributos que agem<br />
diretamente na proteção<br />
da pele do cão, de modo<br />
que a hidratação e o tratamento<br />
dermatológico<br />
fossem atingidos.<br />
Somado a isso, a procura<br />
de substâncias que atendessem<br />
as expectativas<br />
foi efetuada, uma vez<br />
que a própolis e a Aloe<br />
vera foram escolhidos<br />
como princípios ativos<br />
primordiais, pois possuem<br />
características específicas;<br />
além de tudo,<br />
são produtos facilmente<br />
encontrados na natureza<br />
e de baixo custo-<br />
de cumprir o objetivo<br />
inicial, no qual consiste<br />
em ser introduzido no<br />
cotidiano dos caninos.<br />
CONCLUSÃO<br />
A própolis e a Aloe vera<br />
foram escolhidos como<br />
princípios ativos primordiais,<br />
pois possuem<br />
características específicas;<br />
além de tudo, são<br />
produtos facilmente encontrados<br />
na natureza<br />
e de baixo custo-benefício<br />
(SEMENOFF, 2007).<br />
Desse modo, a partir dos<br />
resultados teóricos pesquisados,<br />
o objetivo de<br />
formular um shampoo<br />
a base de princípios ati-<br />
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49 f. Trabalho de conclusão de curso (Farmácia-<br />
Bioquímica) - Universidade Estadual Paulista,<br />
Faculdade de Ciências Farmacêuticas, 2017.
Cosmetologia<br />
COSMÉTICOS NÃO DEVEM SER TRATADOS<br />
COMO PLACEBO<br />
Um estudo recente indicou que as cores e características como textura influenciam a percepção de<br />
resultado dos cosméticos, no entanto, esse não pode ser o único fator de resultados do produto<br />
Por: Daniela Lopez<br />
Foto ilustrativa (FreePik)<br />
Como pesquisadora e<br />
cosmetóloga sempre es-<br />
consumidor, no entanto,<br />
também é importante<br />
dades físico-químicas e<br />
sensoriais de cosmético<br />
tudei e analisei o uso de<br />
ressaltar a importância<br />
hidratante”,<br />
publicado<br />
substâncias químicas e<br />
do aspecto do produto.<br />
pela <strong>Revista</strong> Científica<br />
biológicas para poten-<br />
Multidisciplinar Núcleo<br />
cializar os resultados de<br />
É sobre isso que se de-<br />
do Conhecimento, que<br />
cosméticos de forma se-<br />
bruça o artigo “Influên-<br />
analisou a produção de<br />
gura e eficiente para o<br />
cia da cor nas proprie-<br />
um creme hidratante e<br />
26<br />
<strong>Revista</strong> <strong>Analytica</strong> | Março 2023
Cosmetologia<br />
os efeitos das diferentes<br />
cores utilizadas no<br />
produto na percepção<br />
dos consumidores.<br />
O estudo indica que<br />
além de ajudar o produto<br />
em questões mercadológicas,<br />
a escolha assertiva<br />
de cores, texturas<br />
e consistências colabora<br />
em grande parte para a<br />
percepção de resultados<br />
dos cosméticos.<br />
Apesar de reconhecer e<br />
concordar que as características<br />
visuais de um<br />
cosmético são importantes<br />
para estimular<br />
respostas sensoriais positivas<br />
pelos consumidores,<br />
também reforço<br />
que é perigoso se apoiar<br />
apenas nesses aspectos<br />
para desenvolver um<br />
produto pois isso colabora<br />
para deixar de<br />
lado os efeitos reais do<br />
cosmético, como princípios-ativos,<br />
elementos,<br />
conservação, etc.<br />
É importante ter cuidado<br />
para que os cosméticos<br />
não sejam<br />
tratados como placebo,<br />
onde a percepção<br />
do usuário sobre seus<br />
benefícios e efeitos é<br />
a responsável por resultados<br />
artificiais, é<br />
fundamental que esses<br />
produtos sejam baseados<br />
em eficácia comprovada,<br />
testes científicos<br />
e processos muito<br />
bem delineados.<br />
Daniela Lopez<br />
Cosmetóloga, graduada em Estética e Cosmetologia pela Universidade Braz Cubas, técnica em Estética Facial e Corporal pelo SENAC.<br />
Especialista em estética e cosmetologia avançada UNIFESP.<br />
Membro do comitê científico internacional de estética e Cosmetologia, Instrutora do Treinamento de Anatomia em Cadáveres Fresh<br />
Frozen, Diretora da Fesesp - Federação de Serviços e Confederação Nacional de Serviços.<br />
<strong>Revista</strong> <strong>Analytica</strong> | Março 2023<br />
27
Farmacologia<br />
CONHEÇA AS CARACTERÍSTICAS DO MAIS<br />
NOVO MEDICAMENTO PARA EMAGRECIMENTO<br />
LIBERADO PELA ANVISA<br />
Por: Dr. Roberto Yano<br />
A obesidade é atualmen-<br />
pegar o resultado e di-<br />
Dentro desse assunto, o<br />
te um dos maiores pro-<br />
vide pela altura de novo<br />
cardiologista e especia-<br />
blemas crônicos da hu-<br />
(IMC = peso/altura2).<br />
lista em marca-passo Dr.<br />
manidade. O número de<br />
pessoas obesas vem crescendo<br />
substancialmente<br />
no mundo. No Brasil,<br />
cerca de 20 milhões de<br />
pessoas são obesas. Obesidade,<br />
para que fique<br />
Vale lembrar que a obesidade<br />
é uma doença<br />
que pode aumentar e<br />
muito o risco de outras<br />
patologias. Pode<br />
causar apneia do sono,<br />
aumento do risco car-<br />
Roberto Yano comentou<br />
a recente liberação<br />
da Anvisa, sobre novo<br />
medicamento "Wegovy”<br />
(semaglutida 2,4mg),<br />
que possui o mesmo<br />
princípio ativo do já co-<br />
claro, é quando o seu Ín-<br />
diovascular,<br />
diabetes,<br />
nhecido Ozempic, na<br />
28<br />
<strong>Revista</strong> <strong>Analytica</strong> | Março 2023<br />
dice de Massa Corporal<br />
(IMC) está maior ou igual<br />
a 30 kg/m2. Só lembrando,<br />
que a fórmula para<br />
obter o IMC é pegar o seu<br />
peso em kg e dividir pela<br />
sua altura em metros e<br />
hipertensão arterial,<br />
problemas osteoarticulares,<br />
por exemplo.<br />
Alimentação inadequada<br />
e comer em grande<br />
quantidade estão entre<br />
os principais causadores<br />
da obesidade.<br />
última segunda-feira.<br />
A diferença, conforme<br />
a decisão, é que agora<br />
esse novo medicamento<br />
é específico para o tratamento<br />
da obesidade.<br />
Mas ele oferece riscos se
Farmacologia<br />
não for bem prescrito, e<br />
a secreção do glucagon<br />
Segundo Yano, a Sema-<br />
por isso é bom sempre<br />
(...) Ocorre também a sen-<br />
glutida é uma substância<br />
reforçar: a semaglutida<br />
sação que ele está mais<br />
semelhante ao hormô-<br />
nunca deve ser usada<br />
cheio após as refeições,<br />
nio GLP-1, que temos no<br />
sem receita médica.<br />
"Esse medicamento é capaz<br />
de promover uma<br />
redução de até 17% do<br />
peso corporal nos pacientes.<br />
Ou seja, uma pessoa<br />
de 100 kg pode ficar com<br />
83 kg. Claro que isso é<br />
uma média de quem faz o<br />
reduzindo assim o peso<br />
corporal e a gordura no<br />
corpo", iniciou.<br />
"A pessoa que faz o uso<br />
da semaglutida acaba<br />
perdendo a preferência<br />
de comer alimentos mais<br />
calóricos, mais gordurosos.<br />
Pode ocorrer tam-<br />
intestino, então toda vez<br />
que uma pessoa se alimenta,<br />
ele sinaliza para o<br />
cérebro que está na hora<br />
de diminuir a fome. Ocorre<br />
também um retardo no<br />
esvaziamento do estômago<br />
e um aumento da produção<br />
da insulina promovendo<br />
o emagrecimento.<br />
tratamento correto. A Semaglutida<br />
atua de várias<br />
bém um efeito favorável<br />
nos vasos sanguíneos<br />
"Então, o principal efeito<br />
desse medicamento é<br />
maneiras: reduz a glicose<br />
atenuando o desenvolvi-<br />
diminuir o apetite e dar<br />
do sangue, estimula a se-<br />
mento de placas ateros-<br />
a sensação de sacieda-<br />
creção de insulina, reduz<br />
cleróticas", completou.<br />
de", concluiu Yano.<br />
<strong>Revista</strong> <strong>Analytica</strong> | Março 2023<br />
29
Farmacologia<br />
Porém, o médico também<br />
esclareceu que há<br />
sim efeitos colaterais. Ela<br />
pode causar efeitos tão<br />
ruins que a pessoa pode<br />
ter que suspender a medicação<br />
precocemente.<br />
"Os efeitos mais comuns<br />
são hipoglicemia, principalmente<br />
se a pessoa já<br />
usa algum medicamento<br />
para diabetes, pode dar<br />
náusea, diarreia (...) Além<br />
disso, pode dar tontura,<br />
fadiga, dor abdominal e<br />
extensão abdominal. Ainda<br />
assim tem a questão<br />
do preço. Para você ter<br />
uma ideia, nos Estados<br />
Unidos, onde a semaglutida<br />
já é vendida, o tratamento<br />
custa cerca de R$<br />
7 mil por mês. No Brasil<br />
ainda não temos estimativa<br />
de qual vai ser o valor.<br />
E só para esclarecer um<br />
pouco mais, esse remédio<br />
é injetável e aplicado uma<br />
vez por semana", disse.<br />
"A aplicação semanal,<br />
pode ser feita no abdome,<br />
coxa, no braço e para<br />
que a pessoa tenha menos<br />
efeitos colaterais essa<br />
dose geralmente começa<br />
com 0,25 mg e é aumentada<br />
gradualmente. Lembre-se<br />
de sempre procurar<br />
um médico antes de<br />
tomar qualquer medicamento.<br />
Ressalto que esta<br />
medicação é indicada somente<br />
para obesidade,<br />
ou seja, para quem tem<br />
o IMC maior ou igual a 30<br />
kg/m2. Poderá em casos<br />
específicos também ser<br />
prescrito para pacientes<br />
com IMC maior ou igual<br />
a 27 kg/m2, para portadores<br />
de pré-diabetes<br />
ou diabetes, hipertensão<br />
arterial, dislipidemia, apneia<br />
obstrutiva do sono<br />
ou paciente com doença<br />
cardiovascular.”<br />
Dr. Roberto Yano<br />
30<br />
<strong>Revista</strong> <strong>Analytica</strong> | Março 2023<br />
Créditos - Fotos: divulgação / MF Press Global<br />
Médico cardiologista e especialista em Estimulação Cardíaca Artificial pela Sociedade Brasileira de Cirurgia Cardiovascular e AMB.<br />
Atualmente suas redes sociais, que traz a #amigosdocoracao, contam com um número expressivo de seguidores. São mais de 2 milhões<br />
engajados e distribuídos nos canais do Facebook, Youtube e Instagram. O principal objetivo do profissional é divulgar informações valiosas<br />
aos seguidores, sempre visando os preceitos do código de ética médica.
Química no Meio Ambiente<br />
CONTAMINAÇÃO POR MERCÚRIO<br />
Por: Rogerio Aparecido Machado<br />
32<br />
<strong>Revista</strong> <strong>Analytica</strong> | Março 2023<br />
A situação atual no norte<br />
do país quanto a contaminação<br />
por mercúrio e<br />
consequente efeito nefasto<br />
sobre a população<br />
indígena pode parecer<br />
que está aflorando agora,<br />
mas na realidade, tanto<br />
no nosso país como em<br />
outras partes do mundo,<br />
a contaminação por este<br />
metal não é novidade,<br />
muito menos exclusividade<br />
do século XXI.<br />
Até mesmo antes do século<br />
XX, já se usava mercúrio<br />
para muitas aplicações<br />
e, até recentemente,<br />
o tínhamos em tratamento<br />
dentário, no caso de<br />
obturações dentárias.<br />
Uma das perguntas que<br />
não quer calar sobre o<br />
assunto: Por que o mercúrio<br />
é tão perigoso?<br />
A resposta poderia ser<br />
até simples. Este metal,<br />
diferente de muitos outros,<br />
não possui função<br />
alguma no organismo<br />
humano, e pior, é extremamente<br />
difícil retirá-lo<br />
do corpo humano, pois<br />
possui toxicidade alta<br />
para o nosso organismo.<br />
Quando ele entra no corpo,<br />
se aloja em órgãos<br />
vitais como rins e fígado,<br />
sem contar o sistema<br />
nervoso central, onde<br />
este metal atua de tal forma<br />
que chega a tirar toda<br />
capacidade do ser humano<br />
controlar seus movimentos<br />
e até raciocínio,<br />
chegando ao óbito.<br />
Na verdade, o mercúrio<br />
em si, o metal que conhecemos<br />
visualmente como<br />
um líquido metálico,<br />
quando em contato com<br />
a pele ou mesmo em sua<br />
ingestão ocasional, este<br />
quase não é absorvido,<br />
apenas 0,1% podem ser<br />
absorvidos, a maioria é excretado<br />
nas fezes ou urina.<br />
O problema pode começar<br />
quando o mercúrio<br />
passa para sua forma iônica,<br />
o qual pode ser absorvido<br />
em até 20% pelo<br />
nosso organismo. As<br />
plantas podem acumular<br />
mercúrio nesta forma.<br />
Mas, esta não é a forma<br />
mais letal. A forma mais<br />
preocupante é a que chamamos<br />
de metilada, ou<br />
seja, quando o mercúrio<br />
se combina com moléculas<br />
orgânicas e fica na<br />
forma de metilmercúrio,<br />
um organo metálico. Esta<br />
forma, organometálica,<br />
é absorvida em até 99%<br />
pelo nosso organismo.<br />
No entanto, o mercúrio<br />
usado no garimpo é o<br />
líquido metálico, conforme<br />
citado o menos absorvido<br />
pelo ser humano;<br />
como poderia então<br />
ser tão perigoso o mercúrio<br />
em questão?
Química no Meio Ambiente<br />
No garimpo, quando<br />
ocorre a descoberta de<br />
ouro, este pode estar<br />
agregado a outros minerais,<br />
como rocha, por<br />
exemplo, e para se separar<br />
o ouro da rocha, o garimpeiro<br />
joga mercúrio<br />
metálico na rocha, sendo<br />
que o mercúrio irá fazer<br />
uma amalgama, espécie<br />
de liga entre o ouro e o<br />
mercúrio, ficando o ouro<br />
ligado ao mercúrio na<br />
forma líquida.<br />
Por que isto acontece,<br />
ou seja, por que se forma<br />
uma amalgama? Devido<br />
a diferença na estrutura<br />
atômica do ouro em relação<br />
ao mercúrio ser apenas<br />
de um elétron, isto<br />
facilita em muito a formação<br />
imediata da liga<br />
líquida (amalgama) e<br />
por consequência ocorre<br />
a extração do ouro de<br />
onde ele está agregado.<br />
Para separação desta liga<br />
e recuperação do ouro, o<br />
garimpeiro coloca a liga<br />
líquida num tipo de prato<br />
metálico e com auxílio<br />
de um maçarico, ele<br />
queima a liga, sendo que<br />
o mercúrio com ponto de<br />
ebulição menor que 400<br />
graus Celsius evapora, ficando<br />
assim no prato o<br />
ouro fundido com poucas<br />
impurezas. Este é um<br />
processo rápido.<br />
O problema/desastre<br />
ambiental: quando o<br />
mercúrio evapora, o primeiro<br />
a ser contaminado<br />
é o operador do maçarico<br />
que está próximo ao<br />
mercúrio que está evaporando,<br />
sendo que ele<br />
inala diretamente o vapor,<br />
entrando na sua corrente<br />
sanguínea.<br />
O mercúrio evaporado é<br />
levado pelo ar e se deposita<br />
em plantas e, como<br />
geralmente é ambiente<br />
fluvial, a maior parte do<br />
mercúrio cai nos rios.<br />
Este mercúrio metálico<br />
pode ser absorvido pelas<br />
plantas dos rios, passando<br />
a mercúrio iônico<br />
e, posteriormente, ser o<br />
alimento dos peixes, os<br />
quais absorvem o mercúrio<br />
iônico e o transforma<br />
em metilmercúrio.<br />
Ainda existe a grande<br />
possibilidade de o mercúrio<br />
metálico ser absorvido<br />
pelo peixe no seu<br />
processo de respiração<br />
onde ele succiona a água<br />
contaminada e, por sua<br />
vez, metaboliza o mercúrio<br />
no seu organismo.<br />
O ser humano vai se contaminar,<br />
principalmente<br />
se alimentando dos<br />
peixes contaminados, os<br />
quais possuem o mercúrio<br />
na sua forma metilada,<br />
e acabará absorvendo o<br />
mercúrio contido no peixe<br />
de forma quase total.<br />
<strong>Revista</strong> <strong>Analytica</strong> | Março 2023<br />
33
Química no Meio Ambiente<br />
A contaminação da população<br />
indígena está<br />
acontecendo a muitos<br />
anos desta forma, e por<br />
estarem isolados, só agora<br />
com divulgação do<br />
grande desmatamento<br />
para aumentar a área de<br />
garimpo, bem como a nítida<br />
contaminação de rios<br />
amazônicos, a população<br />
em geral está começando<br />
a saber o drama vivido<br />
pelos índios brasileiros.<br />
Não tenhamos a ilusão<br />
de que será suficiente<br />
apenas parar o garimpo<br />
naquela que tudo voltará<br />
ao que era a décadas<br />
atrás. A contaminação do<br />
solo, bem como do fundo<br />
dos rios, é algo demorado<br />
e exige tecnologia<br />
para sua remediação.<br />
Este pode ser um erro que<br />
o Brasil tenha que conviver<br />
por muitas décadas, e infelizmente<br />
até por século,<br />
pois os locais contaminados<br />
não são de fácil acesso.<br />
Porém, a impressão é<br />
que ninguém pensa em<br />
tal problema, apenas no<br />
lucro almejado, custando<br />
o que vai custar por anos.<br />
Sobre a Universidade<br />
Presbiteriana Mackenzie<br />
A Universidade Presbiteriana<br />
Mackenzie (UPM)<br />
está na 71ª posição entre<br />
as melhores instituições<br />
de ensino da América<br />
Latina, segundo a<br />
pesquisa Times Higher<br />
<strong>Ed</strong>ucation 2021, uma organização<br />
internacional<br />
de pesquisa educacional,<br />
que avalia o desempenho<br />
de instituições de<br />
ensino médio, superior<br />
e pós-graduação. Comemorando<br />
70 anos, a UPM<br />
possui três campi no estado<br />
de São Paulo, em<br />
Higienópolis, Alphaville e<br />
Campinas. Os cursos oferecidos<br />
pelo Mackenzie<br />
contemplam Graduação,<br />
Pós-Graduação, Mestrado<br />
e Doutorado, Pós-Graduação<br />
Especialização,<br />
Extensão, EaD, Cursos In<br />
Company e Centro de<br />
Línguas Estrangeiras.<br />
Rogerio Aparecido Machado<br />
Bacharel em Química com atribuições tecnológicas - (1987), latu sensu em Qualidade na área de Engenharia (1991), mestrado em<br />
Saneamento Ambiental pela Universidade Presbiteriana Mackenzie (1999) e doutorado em Saúde Pública pela Universidade de São<br />
Paulo (2003). Atualmente é professor da Universidade Presbiteriana Mackenzie e da Faculdade São Bernardo do Campo além de Químico<br />
Responsável do Instituto Presbiteriano Mackenzie.<br />
34<br />
<strong>Revista</strong> <strong>Analytica</strong> | Março 2023
A gente sempre se<br />
encontra na FCE.<br />
O evento que reúne os maiores<br />
profissionais e toda a cadeia<br />
produtiva da indústria<br />
farmacêutica na América Latina.<br />
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Organização e Promoção
Gestão de Qualidade<br />
GESTÃO DA QUALIDADE: UMA EVOLUÇÃO<br />
CONSTANTE NA INDÚSTRIA<br />
Por: Emiliana Margotti e Renato Scavone<br />
“A qualidade dos produtos<br />
e serviços de uma<br />
organização é determinada<br />
pela capacidade<br />
de satisfazer os clientes<br />
e pelo impacto pretendido<br />
e não pretendido<br />
nas partes interessadas<br />
pertinentes. A qualidade<br />
dos produtos e serviços<br />
inclui não apenas<br />
sua função e desempenho<br />
pretendidos, mas<br />
também seu valor per-<br />
qualidade, um termo<br />
que tem sofrido evoluções<br />
significativas por<br />
meio de contribuições<br />
teóricas. Se a percepção<br />
de valor é subjetiva ao<br />
usuário (que pertence a<br />
um local, em um determinado<br />
tempo) a definição<br />
de qualidade também.<br />
Hoje o termo está<br />
muito permeado a ideia<br />
de tecnologia e está intrínseco<br />
nos serviços<br />
No princípio, lá na era feudal,<br />
a atividade produtiva<br />
era basicamente artesanal<br />
e em pequena escala.<br />
Os artesãos eram os responsáveis<br />
pelo produto<br />
e pela qualidade final.<br />
No início do século XIX,<br />
pautado pela 1ª revolução<br />
Industrial – com o<br />
aprimoramento das máquinas<br />
a vapor, tear mecânicos<br />
e todas aquelas<br />
tecnologias – a produção<br />
cebido e o benefício<br />
tecnológicos,<br />
tecnolo-<br />
começa a ser desenvolvi-<br />
para o cliente”. É assim<br />
gias industriais básicas<br />
da em ambientes que já<br />
que a norma ABNT NBR<br />
e, é claro, na transfor-<br />
se assemelhavam às atu-<br />
36<br />
<strong>Revista</strong> <strong>Analytica</strong> | Março 2023<br />
ISO 9000:2015 define<br />
mação digital.<br />
ais indústrias. Nessa fase
Gestão de Qualidade<br />
a qualidade passa a ser<br />
exigências dos mercados<br />
ção dos custos da quali-<br />
definida por meio da ins-<br />
e maior necessidade de<br />
dade; controle total da<br />
peção manual individual<br />
produtividade,<br />
identifi-<br />
qualidade (TQC); técni-<br />
de cada item.<br />
Com o começo da industrialização<br />
em massa, iniciada<br />
no século XX – período<br />
conhecido como<br />
2ª revolução industrial<br />
– surge a racionalização/<br />
padronização do trabalho,<br />
que legitima a função<br />
do inspetor de qualidade,<br />
delegando a ele<br />
a responsabilidade e autoridade<br />
pela qualidade<br />
dos produtos, por meio<br />
da fiscalização das ativi-<br />
cou-se na aplicação de<br />
fundamentos estatísticos<br />
a oportunidade de melhoria<br />
na qualidade produzida.<br />
Com a introdução<br />
da automação e robótica<br />
nas indústrias, iniciada<br />
na década de 70, a qualidade<br />
está focada em sua<br />
própria garantia, onde se<br />
criam os “sistemas de qualidade”,<br />
responsáveis pelo<br />
planejamento, controle,<br />
análise, sendo a qualidade<br />
direcionada para solução<br />
de problemas.<br />
cas de confiabilidade e;<br />
programa Zero Defeitos<br />
de Crosby. Neste período<br />
já há uma visualização da<br />
qualidade de forma mais<br />
ampla, onde entende-<br />
-se necessário o envolvimento<br />
de todas as áreas<br />
da empresa para garantir<br />
a qualidade do produto.<br />
É neste momento<br />
que surgem as primeiras<br />
normas de sistema de<br />
Garantia da Qualidade a<br />
nível mundial, que mais<br />
tarde, na década de 1980,<br />
dades dos funcionários.<br />
Os quatro principais mo-<br />
deram origem às normas<br />
Com o surgimento de<br />
vimentos que compõem<br />
internacionais ISO que<br />
novas indústrias, novas<br />
esta era são: a quantifica-<br />
usamos até hoje.<br />
<strong>Revista</strong> <strong>Analytica</strong> | Março 2023<br />
37
Gestão de Qualidade<br />
Toda essa evolução nos<br />
nos mais diversos pro-<br />
jornada das empresas<br />
traz a fase atual, a era<br />
cessos produtivos. Nes-<br />
a caminho da indústria<br />
da Gestão da Qualidade<br />
te cenário a informação<br />
4.0, acreditamos que é<br />
Total, tendo a qualida-<br />
e a sua partilha serão<br />
interessante inicialmente<br />
de, não apenas como<br />
exigência operacional<br />
e sim como estratégia.<br />
A exposição das<br />
novas tecnologias da<br />
informação está reformulando<br />
as formas de<br />
produção. Entendemos<br />
que a qualidade, nesse<br />
contexto em ascensão<br />
(4ª revolução industrial,<br />
indústria 4.0, manufatura<br />
avançada, dentre<br />
outros tantos modelos)<br />
fatores diferenciadores<br />
para as empresas. A<br />
“qualidade” tem evoluído<br />
porque a percepção<br />
do consumidor de “valor”<br />
tem se modificado.<br />
O desenvolvimento de<br />
novas tecnologias, desta<br />
forma, tem permitido<br />
que possamos entregar<br />
exatamente aquilo que<br />
o consumidor deseja.<br />
buscar refletir, entender<br />
melhor e visualizar sobre<br />
a metodologia a ser adotada<br />
pelas empresas para<br />
implantação da indústria<br />
4.0 e, nesse sentido, um<br />
modelo de referência que<br />
pode auxiliar é, por exemplo,<br />
a metodologia para<br />
introdução da indústria<br />
4.0 que foi apresentada<br />
em um estudo da Academia<br />
Nacional de Ciências e<br />
será pautada em dados<br />
Em relação à evolução na<br />
Engenharia (organização<br />
obtidos por meio das<br />
área de gestão da qua-<br />
fundada pelo governo fe-<br />
38<br />
<strong>Revista</strong> <strong>Analytica</strong> | Março 2023<br />
tecnologias<br />
inseridas<br />
lidade no contexto da<br />
deral da Alemanha). Um
Gestão de Qualidade<br />
primeiro entendimento é<br />
de que o caminho para a<br />
indústria 4.0 será diferente<br />
para cada empresa e,<br />
também, que será necessário<br />
iniciar analisando a<br />
situação atual e os objetivos<br />
de cada empresa. As<br />
questões sobre a situação<br />
atual da empresa incluem<br />
quais são seus objetivos<br />
estratégicos para os próximos<br />
anos, quais tecnologias<br />
e sistemas já estão<br />
implementados e como<br />
eles operam dentro da<br />
empresa. As respostas a<br />
essas perguntas podem<br />
ser usadas para determinar<br />
quais recursos a<br />
empresa ainda precisa<br />
adquirir para introduzir a<br />
Indústria 4.0 com sucesso.<br />
Além disso, é importante<br />
também reconhecer<br />
que as transformações<br />
bem-sucedidas acontecem<br />
em etapas. Adicionalmente,<br />
toda empresa<br />
deveria tomar uma decisão<br />
estratégica sobre<br />
os benefícios específicos<br />
que deseja alcançar,<br />
suas prioridades e as sequências<br />
em que as medidas<br />
relevantes serão<br />
implementadas. Adicionalmente,<br />
em relação<br />
aos diferentes conceitos<br />
associados à qualidade<br />
4.0, atualmente outro<br />
que está sendo evidenciado<br />
é o da qualidade<br />
4.0 ser uma próxima<br />
etapa da evolução com<br />
uma maior integração<br />
entre fornecedores,<br />
clientes e a organização<br />
como um todo.<br />
Emiliana Margotti<br />
Coordenadora de Projetos de PD&I da Fundação CERTI<br />
Renato Scavone<br />
Coordenador da área de Garantia da Qualidade / Eng. de Pesquisa e Desenvolvimento Tecnológico da Fundação CERTI<br />
<strong>Revista</strong> <strong>Analytica</strong> | Março 2023<br />
39
Gerenciamento e Gestão<br />
GERENCIAMENTO E GESTÃO DA QUALIDADE<br />
NAS INDÚSTRIAS<br />
Gerenciar e avaliar os dados gerados diariamente no processo industrial é essencial para melhorar<br />
a eficiência do processo. Todo processo produtivo, seja da área de alimentos, fármaco, cosmético,<br />
químico, entre outros, gera diariamente uma infinidade de dados.<br />
Por: Mariane Carolina Proner e Camila M. M. Ferro<br />
Quais dados precisam<br />
ser gerenciados industrialmente?<br />
Quando falamos de<br />
dados nos referimos a<br />
resultados de análises<br />
físico-químicas, microbiológicas<br />
e análises internas<br />
para validação de<br />
processos ou de produtos.<br />
De todo e qualquer<br />
resultado que precise<br />
ser monitorado na cadeia<br />
de produção.<br />
rantir o padrão de qualidade<br />
exigido pela norma<br />
técnica.<br />
Diante do volume de dados<br />
que são gerados e da<br />
necessidade de interpretar<br />
esses resultados de<br />
forma prática e rápida, o<br />
uso de softwares de gestão<br />
é uma ferramenta<br />
tecnológica eficaz.<br />
Listamos a seguir cinco<br />
Gerenciamento e gestão<br />
da qualidade: softwares<br />
são o caminho para ter<br />
sucesso na operação<br />
Rastreabilidade do problema<br />
A rastreabilidade envolve<br />
documentar e<br />
vincular toda a cadeia<br />
de produção. Incluindo<br />
também o processamento<br />
e a distribuição<br />
de produtos e ingredientes<br />
alimentícios, químicos<br />
e farmacológicos.<br />
40<br />
<strong>Revista</strong> <strong>Analytica</strong> | Março 2023<br />
Por exemplo, uma empresa<br />
que possui certificação<br />
ISO 9001, necessita<br />
acompanhar e<br />
gerenciar diariamente<br />
os resultados obtidos.<br />
Esses resultados vão ga-<br />
bons motivos para você<br />
utilizar softwares de gestão<br />
para o gerenciamento<br />
de dados. E assim,<br />
garantir uma maior padronização<br />
do processo,<br />
bem como a qualidade<br />
do produto final.<br />
Em casos de riscos microbiológicos,<br />
por exemplo,<br />
a rastreabilidade<br />
possibilita identificar os<br />
pontos críticos de contaminação<br />
dos micro-organismos<br />
e detectar a<br />
causa raiz do problema.
Gerenciamento e Gestão<br />
A partir da rastreabilidade,<br />
uma quantidade<br />
considerável de resultados<br />
são gerados. O<br />
uso de softwares de<br />
gerenciamento de dados<br />
possibilita identificar<br />
em tempo hábil a<br />
contaminação e rapidamente<br />
implementar<br />
medidas de controle.<br />
Otimização de tempo<br />
Industrialmente, empresas<br />
de diferentes segmentos<br />
utilizam planilhas,<br />
como as de Excel,<br />
para tabular os dados<br />
coletados diariamente.<br />
Se pararmos para pensar,<br />
uma empresa de<br />
médio porte que tem<br />
diferentes produtos e linhas<br />
de produção pode<br />
gerar mais de mil dados<br />
por dia. Demandando<br />
assim, um tempo considerável<br />
para tratar e avaliar<br />
se o processo está<br />
atendendo às normas<br />
técnicas de qualidade a<br />
que a empresa segue.<br />
O gerenciamento dos<br />
resultados a partir de<br />
softwares possibilita<br />
otimizar o tempo de<br />
interpretação dos dados.<br />
Assim, os resultados<br />
podem ser acompanhados<br />
de forma<br />
simultânea e contínua,<br />
identificando não conformidades<br />
que poderiam<br />
demorar meses<br />
para serem detectadas.<br />
Visão estratégica<br />
Dados devidamente<br />
organizados e apresentados<br />
na forma de gráficos,<br />
por exemplo, possibilitam<br />
uma melhor<br />
visualização de possíveis<br />
problemas. Uma<br />
vez que, diferentes problemas<br />
podem ocorrer<br />
em cada etapa da cadeia<br />
de suprimentos.<br />
De forma preventiva, os<br />
resultados gráficos obtidos<br />
em softwares de gerenciamento<br />
de dados<br />
permitem que as empresas<br />
tenham uma visão<br />
estratégica do processo.<br />
Identificando assim,<br />
possíveis pontos críticos<br />
antes mesmo que os<br />
problemas ocorram.<br />
A visão do processo produtivo<br />
como um todo,<br />
permite identificar em<br />
qual etapa realizar modificações<br />
de melhoria.<br />
Além de auxiliar na tomada<br />
de decisões, bem<br />
como na otimização dos<br />
processos produtivos.<br />
<strong>Revista</strong> <strong>Analytica</strong> | Março 2023<br />
41
Gerenciamento e Gestão<br />
Redução de custos<br />
A rápida e eficaz interpretação<br />
dos resultados<br />
gerados no processo produtivo<br />
estão diretamente<br />
relacionadas à minimização<br />
dos índices de erro.<br />
O uso de um sanitizante<br />
inadequado para a limpeza<br />
das linhas, é um<br />
erro que pode ocasionar<br />
graves problemas. Como<br />
por exemplo, a presença<br />
dessa substância química<br />
no produto final. Se<br />
os resultados obtidos<br />
na validação do processo<br />
de limpeza forem rapidamente<br />
analisados,<br />
o problema pode ser<br />
percebido previamente,<br />
evitando erros que custam<br />
caro futuramente.<br />
Aumento da produtividade<br />
Diante de todos os benefícios<br />
citados anteriormente,<br />
fechamos<br />
este artigo com um dos<br />
principais objetivos das<br />
indústrias: aumentar a<br />
produtividade.<br />
E para aumentar a produtividade<br />
sem perder a<br />
qualidade, o uso de gerenciamento<br />
de dados<br />
permite que o controle<br />
de qualidade realize as<br />
análises e simultaneamente<br />
já interprete esses<br />
resultados.<br />
A indústria que usa softwares<br />
de gerenciamento<br />
de dados tem conhecimento<br />
estratégico.<br />
Os resultados tratados,<br />
facilitam o processo<br />
de tomada de decisão.<br />
Além de melhorar a<br />
qualidade e a confiabilidade<br />
dos dados, minimizando<br />
riscos que<br />
podem causar prejuízos<br />
financeiros à empresa.<br />
Essas empresas detêm<br />
maior controle do processo<br />
e conseguem alavancar<br />
suas vendas sem<br />
perder a qualidade do<br />
produto final.<br />
Mariane Carolina Proner<br />
Doutora em Engenharia de Alimentos pela Universidade Federal de Santa Catarina. Atualmente é especialista em produtos da Neoprospecta.<br />
Camila M. M. Ferro<br />
Doutora em Engenharia de Alimentos e especialista em vigilância sanitária. Atualmente é conteudista da Neoprospecta.<br />
Fonte: Blog da Neoprospecta<br />
42<br />
<strong>Revista</strong> <strong>Analytica</strong> | Março 2023
Logística Laboratorial<br />
A IMPORTÂNCIA DA QUALIDADE NA<br />
LOGÍSTICA<br />
Para abordar o tema Qualidade<br />
na Logística, precisamos<br />
falar da importância<br />
do sistema de gestão<br />
da qualidade SGQ.<br />
robustez do SGQ na organização<br />
a curto, médio<br />
e longo prazo sejam<br />
implementados e difundidos<br />
a todos.<br />
e prejuízos, o registro das<br />
informações que permite<br />
que a rastreabilidade<br />
e agilidade na execução<br />
das atividades.<br />
A NBR ISO 9001 requisitos,<br />
é uma das principais<br />
referências de gestão de<br />
qualidade para as empresas,<br />
pois norteia a organização<br />
para a melhoria<br />
nos seus processos,<br />
objetivando a satisfação<br />
de seus clientes, colaboradores,<br />
provedores externos<br />
e melhoria constante<br />
do SGQ.<br />
O comprometimento<br />
da alta direção no SGQ<br />
é imprescindível, onde<br />
junto aos seus gestores<br />
o planejamento dos processos<br />
para melhoria e<br />
Para aplicar SGQ nos processos<br />
logísticos é necessário<br />
que os gestores<br />
entendam a necessidade<br />
de aprimorar os procedimentos,<br />
qualificar a<br />
mão de obra, implantar<br />
os indicadores de desempenho<br />
que possibilitam<br />
validar a execução<br />
das tarefas e assegurar<br />
que estejam sendo cumpridas,<br />
possibilitando a<br />
tomada de decisões estratégicas<br />
e assertivas,<br />
a eficiência na gestão a<br />
fim de evitar processos<br />
que geram desperdícios<br />
Na logística voltada ao<br />
transporte e armazenagem<br />
de produtos de<br />
interesse a saúde, é comum<br />
a organização ter<br />
um SGQ de acordo com<br />
a norma ISO9001, porém<br />
as principais regras a serem<br />
estabelecidas pela<br />
organização são as boas<br />
práticas descritas nas Resoluções<br />
– RDC’s da AN-<br />
VISA e legislações sanitárias<br />
locais que norteiam<br />
esses processos para<br />
garantia da integridade<br />
desses produtos até o<br />
destino/usuário final.<br />
<strong>Revista</strong> <strong>Analytica</strong> |Março 2023<br />
43
Logística Laboratorial<br />
As principais Resoluções<br />
(RDC) e Portaria<br />
para o transporte, distribuição<br />
e armazenagem<br />
de produtos de interesse<br />
a saúde são:<br />
• RDC 430 de 08 de outubro<br />
de 2020, que dispõe<br />
sobre as Boas Práticas de<br />
Distribuição, Armazenagem<br />
e de Transporte de<br />
Medicamentos;<br />
• RDC 653 de 24 de março<br />
de 2022, que altera<br />
(complementa) a resolução<br />
colegiada – RDC<br />
430 de 08 de outubro<br />
de 2020;<br />
• RDC 665 de 30 de março<br />
de 2022, que dispõe<br />
sobre as Boas Práticas<br />
de Fabricação de Produtos<br />
Médicos e Produtos<br />
para Diagnóstico de<br />
Uso In Vitro;<br />
• Portaria/SVS 344 de 12<br />
de maio de 1998 que,<br />
aprova o Regulamento<br />
Técnico sobre substâncias<br />
e medicamentos sujeitos<br />
a controle especial;<br />
• RDC 504 de 27 de maio<br />
de 2021, que dispõe sobre<br />
as Boas Práticas para<br />
o transporte de material<br />
biológico humano.<br />
Neste sentido a figura<br />
do responsável técnico,<br />
profissional da saúde habilitado<br />
é fundamental<br />
para que a organização<br />
consiga atingir uma alta<br />
qualidade na prestação<br />
do serviço, garantindo<br />
que as boas práticas sejam<br />
difundidas a todos.<br />
Importante frisar que<br />
ao tratar de transporte,<br />
distribuição e armazenagem<br />
de medicamentos,<br />
insumos farmacêuticos,<br />
medicamentos<br />
de controle especial,<br />
insumos farmacêuticos<br />
de controle especial, a<br />
figura do responsável<br />
técnico deve ser exclusiva<br />
do profissional Farmacêutico,<br />
por atribuição<br />
única quanto a esta<br />
classe de produtos de<br />
interesse a saúde.<br />
Sua responsabilidade no<br />
SGQ é garantir que os<br />
processos relacionados<br />
44<br />
<strong>Revista</strong> <strong>Analytica</strong> | Março 2023
Logística Laboratorial<br />
a treinamentos aos colaboradores,<br />
qualificação<br />
de provedores externos<br />
(fornecedores), controle<br />
de higiene e limpeza do<br />
local e dos veículos, controle<br />
de pragas e vetores,<br />
controle de temperatura<br />
e umidade do armazém e<br />
veículos, compatibilidade<br />
de cargas, tratamento<br />
de ações corretivas e preventivas,<br />
produtos não<br />
conforme, estejam implementados<br />
garantindo<br />
além de um SGQ eficaz,<br />
que o produto de interesse<br />
a saúde enquanto nas<br />
dependências da organização<br />
tenha sua integridade<br />
garantida e sua<br />
entrega realizada com a<br />
qualidade assegurada ao<br />
destino final.<br />
A organização ainda<br />
deve dispor de uma boa<br />
infraestrutura para a<br />
guarda e armazenamento<br />
dos produtos, com<br />
área construída adequada<br />
que permita o monitoramento<br />
de temperatura<br />
e a conservação dos<br />
produtos, fatores relacionados<br />
diretamente é<br />
qualidade dos produtos<br />
de interesse a saúde.<br />
E é assim, com a implementação<br />
das boas<br />
práticas de armazenagem<br />
e distribuição de<br />
produtos de interesse<br />
a saúde, SGQ, atuação<br />
direta do Responsável<br />
Técnico, mão de obra<br />
qualificada, comprometimento<br />
da alta direção<br />
e gestores, que a<br />
Organização consegue<br />
garantir a prestação do<br />
serviço com eficácia,<br />
atendendo com maestria<br />
as expectativas de<br />
seus clientes, colaboradores,<br />
provedores externos<br />
(fornecedores),<br />
órgão governamentais<br />
e a cadeia Logistica voltada<br />
a este processo<br />
como um todo...<br />
Karina Ferreira/ Maria Izabel Vidal/<br />
Vera Lucia Germano<br />
Farmacêuticas/Responsáveis<br />
Técnicas Grupo Prime.<br />
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<strong>Revista</strong> <strong>Analytica</strong> |Março 2023<br />
45
Blog dos Cientistas<br />
QUÍMICA ANALÍTICA AVANÇADA E AS<br />
ANÁLISES INSTRUMENTAIS<br />
Por: Ingrid Ferreira Costa<br />
Resumo<br />
A química analítica se<br />
trata de um ramo da<br />
química que utiliza de<br />
processos e procedimentos<br />
para identificar<br />
e/ou quantificar um ou<br />
mais componentes químicos.<br />
Por isso, esses<br />
componentes é a quími-<br />
ca. Então, prossiga com<br />
componentes se encon-<br />
ca analítica, que se trata<br />
a leitura do artigo e co-<br />
tram presentes numa<br />
de um ramo da química.<br />
nheça todos os tipos de<br />
solução ou mistura.<br />
análise química!<br />
Além disso, ela é capaz<br />
Esse ramo da química<br />
de determinar a estru-<br />
emprega um conjunto<br />
O que é a química ana-<br />
tura desses compostos<br />
de processos e procedi-<br />
lítica?<br />
químicos,<br />
definindo<br />
mentos para identificar<br />
“Na economia moder-<br />
assim as principais in-<br />
e/ou quantificar os com-<br />
na, utiliza-se os tipos de<br />
formações deles. Saiba<br />
ponentes químicos. Por<br />
análise química como<br />
mais neste artigo!<br />
isso, a análise química<br />
apoio nas tomadas de<br />
também é utilizada para<br />
decisão.”<br />
Numa solução ou mistu-<br />
definir a estrutura dos<br />
ra, estão presentes um<br />
compostos químicos.<br />
A química analítica se<br />
ou mais componentes<br />
trata de um ramo da<br />
46<br />
<strong>Revista</strong> <strong>Analytica</strong> | Março 2023<br />
químicos, cada um com a<br />
sua própria estrutura. Por<br />
isso, quem analisa esses<br />
Em contrapartida, não<br />
existe apenas uma forma<br />
de química analíti-<br />
química que utiliza de<br />
processos e procedimentos<br />
para identificar
Blog dos Cientistas<br />
e/ou quantificar um ou<br />
Qual é a diferença entre<br />
Esses dois ramos da quí-<br />
mais componentes químicos.<br />
Por isso, esses<br />
componentes se encontram<br />
presentes numa<br />
solução ou mistura.<br />
química analítica qualitativa<br />
e quantitativa?<br />
A química analítica qualitativa<br />
é responsável<br />
por identificar os com-<br />
mica analítica se dividem<br />
em vários tipos de<br />
análise química que veremos<br />
a seguir!<br />
Além disso, ela é capaz<br />
ponentes presentes<br />
numa solução ou mistu-<br />
Quais são as análises<br />
de determinar a estru-<br />
ra. Sendo assim, utiliza-<br />
elementares?<br />
tura desses compostos<br />
-se para encontrar com-<br />
A análise elementar se<br />
químicos, definindo assim<br />
as principais informações<br />
deles. Com essa<br />
capacidade, ela pode ser<br />
aplicada na:<br />
- Indústria<br />
ponentes essenciais ou<br />
impurezas em amostras<br />
desconhecidas.<br />
Já a química analítica<br />
quantitativa é responsável<br />
por identificar a<br />
trata de uma técnica de<br />
análise química qualitativa<br />
e quantitativa dos<br />
elementos Carbono, Hidrogênio,<br />
Nitrogênio,<br />
Enxofre e Oxigênio. Em<br />
- Medicina<br />
quantidade dos com-<br />
geral, é realizada para<br />
- Meio ambiente<br />
ponentes<br />
presentes<br />
materiais orgânicos.<br />
- Agricultura<br />
na solução ou mistura.<br />
Dessa forma, esse campo<br />
da química se ramifica em<br />
dois tipos: química analítica<br />
qualitativa e química<br />
analítica quantitativa.<br />
Por isso, utiliza-se para<br />
definir a quantidade<br />
presente de um certo<br />
componente para avaliar<br />
a adequabilidade<br />
da amostra.<br />
Ela pode ser aplicada<br />
em amostras sólidas, líquidas,<br />
viscosas e voláteis<br />
e oferece alta precisão<br />
nos resultados.<br />
<strong>Revista</strong> <strong>Analytica</strong> | Março 2023<br />
47
Blog dos Cientistas<br />
Absorção atômica<br />
Conhecida como espectrometria<br />
de absorção<br />
atômica, ela é uma técnica<br />
analítica que determina<br />
quantitativamente<br />
os elementos metálicos,<br />
semimetálicos e não<br />
metais presentes numa<br />
amostra. Essa amostra<br />
pode ser:<br />
níveis ppb e ppq. Por<br />
método analítico utiliza-<br />
isso, é feito através da<br />
do para estudar as inte-<br />
- Biológica<br />
ionização e da espectro-<br />
rações entre a matéria e<br />
- Ambiental<br />
metria de massa.<br />
a radiação. Sendo assim,<br />
- Geológica<br />
para a espectroscopia, é<br />
- Tecnológica<br />
ICP-OES<br />
utilizado um espectrô-<br />
Conhecida como Espec-<br />
metro, que analisa as<br />
Portanto, ela pode ser<br />
trometria de Emissão<br />
partículas pelo compri-<br />
realizada com 4 méto-<br />
Atômica a Plasma In-<br />
mento de onda e a fre-<br />
dos: com chama, em<br />
dutivamente Óptica, a<br />
quência da luz.<br />
forno de grafite, por ge-<br />
ICP-OES realiza a análise<br />
ração de hidretos e por<br />
de múltiplos elementos<br />
Espectroscopia Raman<br />
vapor frio.<br />
numa amostra. Portan-<br />
A espectroscopia Raman<br />
to, ela excita os átomos<br />
é uma técnica da espec-<br />
ICP-MS<br />
de cada elemento, que<br />
troscopia que identifica<br />
Conhecida como Es-<br />
apresenta um compri-<br />
a estrutura química do<br />
pectrometria de Massa<br />
mento de onda único.<br />
material em análise. Por<br />
48<br />
<strong>Revista</strong> <strong>Analytica</strong> | Março 2023<br />
com Plasma Indutivamente<br />
Acoplado, a ICP-<br />
-MS é capaz de detectar<br />
vestígios de metais em<br />
Quais são as análises<br />
espectroscópicas?<br />
A espectroscopia é um<br />
isso, há o espalhamento<br />
do material orgânico ou<br />
inorgânico pela radiação<br />
magnética.
Blog dos Cientistas<br />
A princípio, cada mate-<br />
de forma quantitativa a<br />
química da amostra e<br />
rial apresenta um padrão<br />
concentração de subs-<br />
a sua temperatura. En-<br />
de deslocamento ener-<br />
tâncias na solução.<br />
quanto isso, a amostra<br />
gético entre fótons inci-<br />
é aquecida ou resfriada<br />
dentes e refletidos, algo<br />
O que é a espectrome-<br />
de forma controlada.<br />
conhecido como impres-<br />
tria de massas?<br />
são digital. Dessa manei-<br />
A espectrometria de<br />
Termogravimetria (TG)<br />
ra, é possível diferenciar<br />
massas é uma técnica<br />
Nessa técnica, a mas-<br />
todos os compostos após<br />
analítica para identifi-<br />
sa da amostra numa<br />
o espalhamento.<br />
cação, qualificação e/ou<br />
atmosfera<br />
controlada<br />
quantificação de com-<br />
é registrada de forma<br />
Espectroscopia no in-<br />
postos químicos pelas<br />
contínua em função da<br />
fravermelho<br />
relações:<br />
sua temperatura.<br />
Dentro da espectroscopia<br />
no infravermelho, a<br />
- Massa/carga (m/z)<br />
Análise Térmica Dife-<br />
energia absorvida pela<br />
- Abundâncias relativas<br />
rencial (DTA)<br />
amostra é vista no in-<br />
Nessa técnica, os pro-<br />
fravermelho do espec-<br />
Por isso, a única exigên-<br />
cessos físicos e quí-<br />
tro eletromagnético. É<br />
cia é que o analito de in-<br />
micos envolvendo a<br />
dessa forma que se dife-<br />
teresse esteja ionizado e<br />
amostra trazem varia-<br />
rencia a composição de<br />
no estado gasoso!<br />
ção de temperatura.<br />
uma amostra.<br />
Quais são as análises<br />
Calorimetria Explora-<br />
Espectroscopia no ul-<br />
térmicas?<br />
tória Diferencial (DSC)<br />
travioleta visível<br />
Em suma, as análises<br />
Nessa técnica, os proces-<br />
Essa espectroscopia de<br />
térmicas são um gru-<br />
sos físicos e químicos en-<br />
fótons utiliza luz na faixa<br />
do visível (ultravioleta)<br />
para determinar<br />
po de técnicas que estudam<br />
a relação entre<br />
a propriedade física/<br />
volvendo a amostra trazem<br />
variação de energia<br />
em sua medição.<br />
<strong>Revista</strong> <strong>Analytica</strong> | Março 2023<br />
49
Blog dos Cientistas<br />
Quais são as análises<br />
gerais?<br />
As principais análises<br />
gerais são:<br />
- Análise de pH: a análise<br />
de pH expressa o grau<br />
de atividade de um ácido<br />
ou base pela atividade<br />
iônica do hidrogênio<br />
- Análise de condutividade:<br />
serve para quantificar<br />
a quantidade de compostos<br />
positivos e negativos<br />
na amostra líquida<br />
- Método Karl Fischer: é<br />
usado para aferir o teor<br />
de água (umidade) em<br />
vários tipos de amostra<br />
- Medição de densidade:<br />
utiliza da diferença<br />
de massa e o volume<br />
conhecido da amostra<br />
líquida para determinar<br />
a densidade<br />
Quais são as análises<br />
cromatográficas?<br />
Também conhecida<br />
como cromatografia,<br />
se trata de um conjunto<br />
de técnicas para separação<br />
de misturas<br />
homogêneas que isola<br />
e identifica os componentes<br />
pela coloração.<br />
Cromatografia líquida<br />
Na cromatografia líquida,<br />
a mistura com a<br />
amostra é transportada<br />
com um solvente líquido<br />
por uma coluna com material<br />
adsorvente sólido.<br />
Sendo assim, cada composto<br />
da mistura reage<br />
de forma diferente com<br />
o material adsorvente.<br />
Cromatografia gasosa<br />
Na cromatografia gasosa,<br />
se lida com compostos<br />
orgânicos voláteis<br />
ou semivoláteis (VOCs).<br />
Dessa forma, a fase móvel<br />
é composta por um<br />
gás inerte, que apresenta<br />
os componentes a serem<br />
analisados.<br />
Cromatografia iônica<br />
Para finalizar, há a cromatografia<br />
iônica. Em<br />
resumo, a partir de uma<br />
coluna de meios de<br />
troca iônica, é possível<br />
separar os íons e moléculas<br />
polares. Dessa<br />
forma, é utilizada para<br />
a determinação de cátions<br />
e íons em misturas<br />
orgânicas e inorgânicas.<br />
50<br />
<strong>Revista</strong> <strong>Analytica</strong> | Março 2023<br />
Ingrid Ferreira Costa<br />
Founder & CEO da Biochemie. Bacharel em Química. Bacharel em Química com Atribuições Tecnológicas. Mestrado em Ciências Farmacêuticas. Especialista<br />
em Growth Hacking. MBA em Marketing Estratégico Digital. Auditora Interna na ABNT ISO/IEC 17025:2017. Auditora Externa na ABNT ISO/IEC 17025:2017.<br />
Auditora Interna na ABNT ISO/IEC ISO 9001:2015. Auditora Líder na ABNT ISO/IEC 17025:2017, ABNT ISO/IEC 15189:2015 e ABNT ISO/IEC 17043:2011. Se você<br />
tiver interesse em cursos, treinamentos in company ou dúvidas sobre esse tema, entre em contato pelo e-mail: contato@biochemie.com.br.
Em Foco<br />
LANÇAMENTO: ANALISADORES FOTOMÉTRICOS<br />
THERMO SCIENTIFIC<br />
A Thermo Fisher Scientific acaba de<br />
lançar dois analisadores fotométricos<br />
que oferecem testes totalmente<br />
automatizados em conformidade às<br />
metodologias regulamentadas para<br />
laboratórios de análises ambientais,<br />
agrícolas e industriais.<br />
As análises de nutrientes e águas<br />
são importantes para a proteção<br />
precisão e exatidão, sempre<br />
manutenção, utilizam baixos<br />
ambiental e da saúde pública,<br />
seguindo os métodos aprovados<br />
volumes de amostras e reagentes<br />
avaliação agrícola e análises<br />
pela EPA e padrões internacionais.<br />
(o que gera diminuição dos<br />
de água industrial. No entanto,<br />
custos do teste em até 20 vezes<br />
realizar análises de múltiplos<br />
Os analisadores Gallery<br />
se comparados com os métodos<br />
parâmetros é trabalhoso e<br />
Aqua Master são fáceis de<br />
manuais), e por fim, permitem<br />
demanda um certo tempo. Os<br />
operar, não necessitando de<br />
fácil transferência de métodos<br />
novos analisadores vieram para<br />
aperfeiçoar essas análises.<br />
nenhum técnico com grande<br />
especificidade, sendo algumas<br />
espectrofotométricos existentes<br />
para os analisadores, sem a<br />
O Gallery Aqua Master e o Gallery<br />
Plus Aqua Master possuem<br />
software personalizado que<br />
permite uma ampla automação<br />
horas de treinamento suficientes<br />
para o aprendizado. Garantem<br />
conformidade regulamentar,<br />
automação de fluxo de trabalho,<br />
necessidade de desenvolvimento<br />
de novos métodos do zero. Para<br />
maior praticidade e confiabilidade,<br />
a Thermo Scientific disponibiliza<br />
do fluxo de trabalho para as<br />
confiança nos resultados, erros<br />
uma ampla variedade de kits de<br />
análises de múltiplos parâmetros,<br />
garantindo alta produtividade,<br />
manuais minimizados, resultados<br />
rastreáveis, necessitam de mínima<br />
reagentes prontos para uso (de<br />
análises ambientais e industriais).<br />
<strong>Revista</strong> <strong>Analytica</strong> | Março 2023<br />
51
Em Foco<br />
CULTURA DE CÉLULAS M3D: UTILIZANDO A MAGNETIZAÇÃO<br />
CELULAR E O CAMPO MAGNÉTICO A NOSSO FAVOR<br />
Conheça as nanopartículas magnéticas que magnetizam as células de forma fácil e rápida,<br />
sem interferir nas atividades celulares.<br />
A pesquisa na área biomédica<br />
gravitou em direção à cultura<br />
celular 3D a fim de melhorar a<br />
precisão e a validação em relação<br />
às culturas em monocamadas<br />
(2D) tradicionais. Existem várias<br />
plataformas de cultura celular<br />
3D no mercado, porém nenhuma<br />
delas é tão inovadora e tão fácil de<br />
manusear quanto a cultura celular<br />
3D magnética.<br />
Imagem: Etapas para formação de esferoides com a cultura celular 3D magnética.<br />
O princípio por trás desse método<br />
é a magnetização de células com<br />
um agregado de nanopartículas<br />
compostas de ouro, óxido de<br />
ferro e poli-L-lisina, as chamadas<br />
NanoShuttle-PL. As células<br />
magnetizadas podem então<br />
ser agregadas de dois modos:<br />
levitação magnética ou biopriting.<br />
Na levitação magnética as<br />
extracelular e contribui para<br />
a formação da cultura 3D,<br />
reproduzindo o ambiente in vivo.<br />
As vantagens da tecnologia m3D<br />
são a rapidez e reprodutibilidade<br />
da formação de esferóides, a<br />
facilidade de analisar as estruturas<br />
em uma placa de fundo plano e do<br />
manuseio da cultura com ímãs.<br />
inflamatório e oxidativo, bem como<br />
alterações genéticas das células<br />
quando utilizadas nas proporções<br />
recomendadas.<br />
Para formar esferoides celulares<br />
rapidamente, a Greiner Bio-One<br />
oferece a tecnologia inovadora<br />
Cultura Celular 3D Magnética<br />
(m3D). Para saber mais sobre esse e<br />
outros produtos de nosso portifólio,<br />
52<br />
<strong>Revista</strong> <strong>Analytica</strong> | Março 2023<br />
células são levitadas por um<br />
imã acima da placa e agregamse<br />
na superfície do líquido. No<br />
bioprinting magnético, as células<br />
são rapidamente atraídas por um<br />
imã abaixo da placa CELLSTAR®<br />
repelente celular, agregandose<br />
no centro. A interação celular<br />
estimula a produção de matriz<br />
Uma preocupação muito comum é o<br />
potencial de efeitos tóxicos ou outros<br />
efeitos adversos da NanoShuttle-PL<br />
nas atividades celulares. No entanto,<br />
vários estudos independentes<br />
desenvolvidos e publicados com as<br />
nanopartículas mostraram que não<br />
houve interferência na viabilidade<br />
proliferação, diferenciação, estresse<br />
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Em Foco<br />
QUAL A DIFERENÇA ENTRE COLIFORMES TOTAIS E<br />
TERMOTOLERANTES?<br />
Coliformes totais e termotolerantes<br />
muitas vezes são alvo de pesquisa no<br />
controle de qualidade da indústria<br />
alimentícia e na qualidade da água. A<br />
pesquisa é de grande importância para<br />
a indicação de contaminação durante o<br />
processo de fabricação ou mesmo pósprocessamento.<br />
A nomenclatura pode gerar confusão<br />
ou dar a impressão de que todos os<br />
coliformes são sinônimos. Confira as<br />
diferenças entre coliformes totais e<br />
termotolerantes e como geralmente é<br />
realizada a identificação deles.<br />
O que são coliformes?<br />
O grupo dos coliformes é um subgrupo<br />
da família Enterobacteriaceae, que são<br />
bactérias gram-negativas em forma de<br />
bastonete, esporogênicos, aeróbicos ou<br />
aeróbicos facultativos que abrange mais<br />
de 20 espécies, entre elas: Escherichia<br />
coli, Enterobacter spp., Citrobacter spp.<br />
e Klebsiella spp. Estas bactérias podem<br />
ser divididas entre coliformes totais e<br />
termotolerantes (também chamados<br />
de coliformes fecais).<br />
Coliformes totais<br />
No grupo dos coliformes totais estão<br />
apenas as enterobactérias capazes<br />
de fermentar a lactose com produção<br />
de gás a 35°C.Estas bactérias são<br />
geralmente encontradas no trato<br />
intestinal de seres humanos e outros<br />
animais de sangue quente.<br />
A capacidade de fermentar a lactose<br />
pode ser verificada pela formação de<br />
gás e/ou ácido, nos meios de cultivo<br />
contendo lactose.<br />
Coliformes termotolerantes ou<br />
coliformes fecais<br />
Os coliformes fecais são capazes de<br />
fermentar a lactose em 24 horas a<br />
temperaturas mais altas, entre 44,5 e<br />
45,5°C. Esse grupo inclui três gêneros,<br />
Escherichia, Enterobacter e Klebsiella,<br />
sendo as cepas de Enterobacter e<br />
Klebsiella de origem não fecal. Por<br />
incluírem bactérias de origem não<br />
fecal, o termo coliformes fecais tem<br />
sido, gradativamente, substituído por<br />
coliformes termotolerantes.<br />
A E. coli é a bactéria mais conhecida dentro<br />
do grupo dos coliformes termotolerantes.<br />
Como seu habitat é o trato gastrintestinal,<br />
embora também possa ser introduzida<br />
nos alimentos por fontes não fecais.<br />
Sendo indicador de contaminação fecal<br />
em alimentos “in natura”.<br />
Como identificar coliformes em<br />
alimentos?<br />
Existem diferentes metodologias<br />
para detectar e identificar esses<br />
microrganismos. O meio de cultura<br />
utilizado para essa verificação é o Ágar<br />
Vermelho Violeta Bile Lactose (VRBL).<br />
Esse meio é seletivo para enumeração<br />
de coliformes em água, leite e outros<br />
derivados. Os microrganismos que<br />
fermentam a lactose degradam essa<br />
última rapidamente, produzindo colônias<br />
púrpuras circundadas por halos púrpura.<br />
Os microrganismos não fermentadores<br />
de lactose ou que fermentam esse açúcar<br />
tardiamente produzem colônias pálidas<br />
com zonas esverdeadas.<br />
Os métodos mais modernos<br />
diferenciam E. coli através da verificação<br />
da atividade da enzima β-galactosidase,<br />
produzida por 96% das cepas, incluindo<br />
as anaeróbicas, como é o caso dos<br />
meios de cultura cromogênio.<br />
A Instrução Normativa nº 62 do<br />
Ministério da Agricultura preconiza<br />
parâmetros microbiológicos do leite e<br />
demais alimentos.<br />
Métodos rápidos<br />
Os meios de cultura cromogênicos<br />
desidratados são uma alternativa mais<br />
rápida do que o método tradicional de<br />
plaqueamento, sendo adequadas tanto<br />
para os controles durante o processo<br />
quanto para o produto final.<br />
A E. coli tem uma enzima extra chamada<br />
β-glucuronidase. O CompactDry<br />
EC, meio de cultura cromogênico<br />
desidratado, presente no portfólio da<br />
Kasvi, é capaz de detectar a enzima<br />
β-galactosidase de coliformes totais e<br />
a enzima β-glucuronidase de E. coli, já<br />
contendo agentes seletivos e dois tipos<br />
de substratos cromogênicos: Magenta-<br />
Gal e X-Gluc.<br />
As colônias de coliformes totais são de<br />
cor vermelha ou rosa já as colônias de E.<br />
coli apresentarão uma coloração azul ou<br />
púrpura. O número total de coliformes<br />
é o número total de colônias vermelhas<br />
e azuis combinadas.<br />
Contato<br />
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comercial@kasvi.com.br<br />
<strong>Revista</strong> <strong>Analytica</strong> | Março 2023<br />
53
Em Foco<br />
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DE ÁGUA DE LABORATÓRIO PARA SUAS<br />
NECESSIDADES DE PESQUISA<br />
54<br />
<strong>Revista</strong> <strong>Analytica</strong> | Março 2023<br />
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serviço e suporte de sistemas<br />
de purificação de água. Nosso<br />
design de produto incomparável<br />
alcançou reconhecimento e prêmios<br />
internacionais. Trabalhamos com<br />
cientistas desde 1937 para garantir<br />
água ultrapura e pura para seus<br />
experimentos e trabalhos de<br />
laboratório.<br />
Entendemos quão importante é<br />
para você realizar uma escolha de<br />
qualidades de água que variam<br />
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simples rotina, até água ultrapura<br />
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linha de produtos PURELAB possui<br />
uma ampla variedade de sistemas<br />
de purificação de água que<br />
atenderão a qualquer um de seus<br />
requisitos de qualidade da água.<br />
As várias tecnologias utilizadas nos<br />
equipamentos ELGA são capazes de<br />
remover impurezas da água até níveis<br />
extremamente baixos; algumas<br />
tecnologias se concentram em<br />
contaminantes específicos, enquanto<br />
outras têm um espectro mais amplo<br />
de alvos. Para alcançar a pureza<br />
correta da água para uma aplicação<br />
específica, de maneira econômica, as<br />
tecnologias devem ser combinadas e<br />
sua operação otimizada.<br />
Conheça brevemente a nossa<br />
gama de produtos:<br />
Purelab Quest: O único purificador<br />
do mercado que dispensa todos<br />
os 3 tipos de água pronta para<br />
ciência a partir de um sistema<br />
compacto, econômico e fácil de<br />
usar. O sistema Quest fornece água<br />
de laboratório diretamente de uma<br />
fonte de água potável.<br />
Purelab Flex 1: O melhor dispensador<br />
para o seu sistema de distribuição.<br />
O PURELAB Flex 1 foi projetado<br />
como um sistema de distribuição e<br />
monitoramento quando conectado<br />
a um reservatório ou circuito de<br />
distribuição. Também funciona como<br />
um sistema de deionização simples.<br />
Purelab Flex 2: Projetado para<br />
oferecer precisão, flexibilidade e<br />
facilidade de uso. O premiado sistema<br />
produz água ultrapura tipo I (18,2<br />
Ω.cm) a partir de uma alimentação<br />
pré-purificada, ideal para aplicações<br />
analíticas e de ciências da vida. Ele<br />
permite o foco no trabalho de teste<br />
de rotina sem preocupação com<br />
a qualidade da água que afeta os<br />
resultados do teste.<br />
Purelab Flex 3: Uma pequena<br />
unidade com grandes capacidades.<br />
O PURELAB Flex 3 é o sistema<br />
que fornece água ultrapura Tipo I<br />
proveniente da água potável em<br />
uma única unidade.
Em Foco<br />
Purelab Flex 4: Produz água<br />
ultrapura (Tipo I) a partir de água<br />
pré-purificada, com sua capacidade<br />
de enchimento manual, é capaz<br />
de operar independentemente de<br />
uma fonte de água fixa em locais<br />
temporários. Possui um reservatório<br />
integrado de 7 litros, garantindo<br />
que a água esteja sempre disponível<br />
e é particularmente adequado para<br />
pequenos volumes de água onde os<br />
níveis de TOC são críticos e devem<br />
permanecer estáveis.<br />
Purelab Flex 5 e 6: É uma solução<br />
automatizada exclusiva. Ele fornece<br />
o Tipo I (água ultrapura) a partir<br />
de água potável (Flex 5) ou OR e<br />
foi projetado para ser acoplado<br />
diretamente a sistemas de<br />
química analítica, proporcionando<br />
automação completa - tudo em<br />
uma única unidade.<br />
Purelab Chorus 1: Oferecendo<br />
o máximo em pureza de água<br />
para confiança absoluta em seus<br />
resultados. Quando você precisa<br />
do máximo de pureza da água,<br />
o PURELAB Chorus 1 oferece a<br />
solução perfeita. Fornecendo<br />
consistentemente pureza de<br />
água de 18,2 MΩ.cm (Tipo I+/I) e<br />
suportado pelo avançado sistema<br />
de deionização PureSure®.<br />
Purelab Chorus 1 Complete:<br />
Fornece uma solução completa<br />
da alimentação por água potável<br />
até água ultrapura, e é ideal para<br />
laboratórios que precisam de<br />
até 480 litros de água ultrapura<br />
de 18,2 MΩ.cm. Com seu design<br />
ergonômico e fácil de usar, a água<br />
pode ser medida e dispensada<br />
com confiança diretamente do<br />
sistema ou de uma escolha de<br />
dispensadores (halo) adicionais.<br />
Purelab Chorus 2: Quando a água<br />
Tipo II é tudo o que você precisa,<br />
então o PURELAB® Chorus 2 (OR/<br />
DI) é a solução certa e flexível para<br />
atender às suas necessidades.<br />
Dispensa até 480 litros de água<br />
pura por dia de um abastecimento<br />
de água potável para aplicações<br />
gerais de laboratório.<br />
Purelab Chorus 2+: Apresenta<br />
nossa tecnologia EDI de<br />
recirculação patenteada: o único<br />
sistema EDI no mercado capaz de<br />
recircular totalmente para atingir<br />
>10 MΩ.cm. O PURELAB Chorus<br />
2+ fornece qualidade inorgânica<br />
e bacteriológica adicional para<br />
aplicações analíticas e de life<br />
science sensíveis, acima da rotina<br />
básica de laboratório. Com seu<br />
design simples e facilidade de uso, a<br />
água pode ser medida e dispensada<br />
com confiança do sistema ou<br />
de uma opção de dispensador<br />
adicional ou dispensador remoto.<br />
Também disponível na versão de<br />
deionização convencional.<br />
Purelab Chorus 3: Entrega<br />
confiável de pureza de água Tipo<br />
III. Quando tudo que você precisa<br />
é um grau de água para uso geral<br />
no laboratório, então PURELAB<br />
Chorus 3 é a solução confiável<br />
com a flexibilidade para atender às<br />
suas necessidades. Também pode<br />
ser usado como fornecedor para<br />
outros sistemas de água ELGA.<br />
Além da gama completa de<br />
purificadores de água, a ELGA<br />
VEOLIA dispõe de uma linha<br />
exclusiva de soluções de<br />
armazenamento, projetada para<br />
manter a pureza ideal da água<br />
armazenada e fornecer proteção<br />
eficaz contra contaminantes<br />
transportados pelo ar. Eles são<br />
projetados para acomodar os<br />
sistemas de purificação de água<br />
PURELAB Chorus, maximizando<br />
o espaço em uma única unidade<br />
integral e compacta ou para se<br />
acomodar de forma independente<br />
para se adequar ao layout do seu<br />
laboratório.<br />
Os clientes ELGA podem contar<br />
com soluções de dosagem e<br />
monitoramento, o que permite<br />
a máxima flexibilidade ao usar<br />
Purelab Chorus & Quest.<br />
Incluindo na questão da dispensação,<br />
a gama de produtos conta também<br />
com o Purelab Dispenser. O único<br />
dispensador remoto no mercado<br />
com um monitor de qualidade de<br />
água embutido – proporcionando a<br />
máxima garantia de que o cliente não<br />
está perdendo a pureza ao mudar<br />
para uma solução independente.<br />
Juntamente com o PURELAB<br />
Chorus & Quest, é possível criar de<br />
forma rápida e fácil uma solução de<br />
purificação de água sob medida para<br />
o laboratório. O PURELAB Dispenser<br />
permite pesquisa contínua.<br />
Para saber qual equipamento melhor<br />
se adapta às suas necessidades, contate<br />
nossos especialistas e agende uma visita:<br />
watertech.marcom.latam@veolia.com<br />
Veolia Water Technologies Brasil - Media Relations<br />
Rafaela Rodrigues<br />
Cel. +55 11 97675-094<br />
rafaela.rodrigues@veolia.com<br />
<strong>Revista</strong> <strong>Analytica</strong> | Março 2023<br />
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