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SUMÁRIO<br />
AGOSTO 2022<br />
46<br />
TRABALHO<br />
PESADO<br />
06 Editorial<br />
08 Cartas<br />
10 Bastidores<br />
12 Notas<br />
25 Coluna Cipem<br />
26 Dia na Floresta<br />
32 Frases<br />
34 Entrevista<br />
44 Coluna<br />
46 Principal<br />
52 Anuário<br />
56 Preservação<br />
60 Transporte<br />
66 Incêndio<br />
72 Congresso<br />
76 Pesquisa<br />
80 Agenda<br />
82 Espaço Aberto<br />
60<br />
66<br />
ANUNCIANTES DA EDIÇÃO<br />
35 Agroceres<br />
05 Bayer<br />
09 BKT<br />
13 Carrocerias Bachiega<br />
55 Codornada <strong>Florestal</strong><br />
79 D’Antonio Equipamentos<br />
84 Denis Cimaf<br />
02 Dinagro<br />
17 DRV Ferramentas<br />
39 Engeforest<br />
59 Expoforest<br />
37 Francio Soluções Florestais<br />
69 Guarany<br />
45 Himev<br />
65 J de Souza<br />
07 Komatsu Forest<br />
71 Lion Equipamentos<br />
83 Log Max<br />
19 Manos Implementos<br />
43 Mill Indústrias<br />
41 Planflora<br />
24 Prêmio REFERÊNCIA<br />
11 Rotary-Ax<br />
33 Rotor Equipamentos<br />
23 Tecmater<br />
15 Unibrás<br />
21 Vantec<br />
31 Watanabe<br />
04 www.referenciaflorestal.com.br
EDITORIAL<br />
Sempre floresta<br />
A riqueza das florestas brasileiras, sejam nativas ou plantadas,<br />
é incalculável. Do manejo sustentável ao reflorestamento,<br />
o Brasil tem crescido e mostrado ao mundo seu potencial dentro<br />
do setor. O país tem tecnologia e profissionais que podem<br />
suprir as necessidades em toda a indústria de base florestal<br />
com qualidade e eficiência. Nós cuidamos da natureza, produzimos<br />
em alto volume e estamos cada dia mais prontos para uma<br />
economia verde e sustentável. Nessa edição o leitor conhecerá<br />
a trituradora HPH da Himev e todo seu poder para limpeza de<br />
áreas, saberá como foi o Dia na Floresta do CIPEM, um plano<br />
geral sobre escolha de máquinas florestais, as informações<br />
sobre uma campanha de combate a incêndios florestais e uma<br />
entrevista com o CEO da Precious Woods, Markus Brütsch,<br />
falando sobre perspectivas e planejamentos da maior empresa<br />
de manejo sustentável do mundo. Ótima leitura!<br />
2<br />
1<br />
Na capa desta edição o<br />
cabeçote HPH da Himev, ideal<br />
para limpeza de pré-plantio<br />
THE FOREST FOREVER<br />
The richness of Brazilian forests, whether native or planted,<br />
is invaluable. From sustainable management to reforestation,<br />
Brazil has grown and shown the world its potential within the<br />
Sector. The Country has technology and professionals who can<br />
meet the needs of the forest-based industry with quality and<br />
efficiency. We take care of nature, produce in high volume, and<br />
are increasingly ready for a green and sustainable economy. In<br />
this issue, the reader will get to know Himev’s HPH mulcher and<br />
all its power to clear areas, how Cipem’s Forest Day went, an<br />
overall plan on choosing forest machines, information on forest<br />
fire fighting campaigns, and an interview with Markus Brütsch,<br />
Chief Executive Officer of Precious Woods, talking about the<br />
perspectives and plans of the largest sustainable forest management<br />
company in the world. Pleasant reading!<br />
Entrevista com<br />
Markus Brütsch<br />
Dia na Floresta do CIPEM<br />
3<br />
EXPEDIENTE<br />
ANO XXIV - EDIÇÃO <strong>243</strong> - AGOSTO 2022<br />
Diretor Comercial / Commercial Director<br />
Fábio Alexandre Machado<br />
fabiomachado@revistareferencia.com.br<br />
Diretor Executivo / Executive Director<br />
Pedro Bartoski Jr<br />
bartoski@revistareferencia.com.br<br />
Redação / Writing<br />
Vinicius Santos<br />
jornalismo@revistareferencia.com.br<br />
Colunista<br />
Cipem<br />
Gabriel Dalla Costa Berger<br />
Depto. de Criação / Graphic Design<br />
Fabiana Tokarski - Supervisão<br />
Crislaine Briatori Ferreira<br />
Gabriela Bogoni<br />
Larissa Purkotte<br />
criacao@revistareferencia.com.br<br />
Midias Sociais / Social Media<br />
Cainan Lucas<br />
Tradução / Translation<br />
John Wood Moore<br />
Depto. Comercial / Sales Departament<br />
Gerson Penkal - Carlos Felde<br />
comercial@revistareferencia.com.br<br />
fone: +55 (41) 3333-1023<br />
Representante Comercial<br />
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Cristiane Baduy<br />
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0800 600 2038<br />
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GARANTIDA GARANTEED<br />
Veículo filiado a:<br />
A Revista REFERÊNCIA - é uma publicação mensal e independente,<br />
dirigida aos produtores e consumidores de bens e serviços em madeira,<br />
instituições de pesquisa, estudantes universitários, orgãos governamentais,<br />
ONG’s, entidades de classe e demais públicos, direta e/ou indiretamente<br />
ligados ao segmento de base florestal. A Revista REFERÊNCIA do Setor<br />
Industrial Madeireiro não se responsabiliza por conceitos emitidos em<br />
matérias, artigos ou colunas assinadas, por entender serem estes materiais<br />
de responsabilidade de seus autores. A utilização, reprodução, apropriação,<br />
armazenamento de banco de dados, sob qualquer forma ou meio, dos<br />
textos, fotos e outras criações intelectuais da Revista REFERÊNCIA são<br />
terminantemente proibidos sem autorização escrita dos titulares dos<br />
direitos autorais, exceto para fins didáticos.<br />
Revista REFERÊNCIA is a monthly and independent publication<br />
directed at the producers and consumers of the good and services of the<br />
lumberz industry, research institutions, university students, governmental<br />
agencies, NGO’s, class and other entities directly and/or indirectly linked<br />
to the forest based segment. Revista REFERÊNCIA does not hold itself<br />
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property in each publication of Revista REFERÊNCIA is expressly prohibited<br />
without the written authorization of the holders of the authorial rights.<br />
06 www.referenciaflorestal.com.br
CARTAS<br />
Capa da Edição 242 da<br />
Revista REFERÊNCIA FLORESTAL,<br />
mês de julho de 2022<br />
CAPA<br />
Por Marcus Costa, Contagem (MG)<br />
O trabalho da Equilíbrio é super importante, porque por mais que se previna e<br />
tome todos os cuidados, estar pronto para uma eventualidade é sempre bom.<br />
ENTREVISTA<br />
Foto: divulgação<br />
Por André Bueno, Itapeva (SP)<br />
Muito importante o trabalho feito pela associação no Rio Grande do Sul,<br />
é um Estado que vem se mostrando forte no setor madeireiro.<br />
INTERNACIONAL<br />
Por Sandra Moreira, Lebon Régis (SC)<br />
O conhecimento brasileiro sobre florestas é grande. Muito bom ver que<br />
podemos levar o que sabemos e como fazemos esse trabalho para o restante<br />
do mundo.<br />
Foto: divulgacão<br />
ACOMPANHE AS PUBLICAÇÕES DA REVISTA TAMBÉM EM NOSSAS REDES SOCIAIS<br />
CURTA NOSSA PÁGINA<br />
08 www.referenciaflorestal.com.br<br />
Revista Referência <strong>Florestal</strong><br />
@referenciaflorestal<br />
E-mails, críticas e sugestões podem ser<br />
enviados também para redação<br />
jornalismo@revistareferencia.com.br<br />
Mande sua opinião sobre a Revista REFERÊNCIA FLORESTAL<br />
ou a respeito de reportagem produzida pelo veículo.
BASTIDORES<br />
Revista<br />
Foto: REFERÊNCIA<br />
SHOW FLORESTAL<br />
Ainda lembrando a Show <strong>Florestal</strong>, o diretor<br />
comercial da Revista REFERÊNCIA, Fábio Machado<br />
e o diretor da Alamo Group, Tomas Jones.<br />
VISITA<br />
O diretor comercial da REFERÊNCIA<br />
FLORESTAL, Fábio Machado, recebeu na JOTA<br />
EDITORA a visita da Tecmater, representado<br />
por Dewry Juliano e Gabriel Marchiori.<br />
Foto: REFERÊNCIA<br />
ALTA<br />
ALÍVIO PARA O TRANSPORTE<br />
O Ministério da Cidadania decidiu antecipar o pagamento<br />
do auxílio para a compra de combustível.<br />
Os caminhoneiros autônomos inscritos na Agência<br />
Nacional de Transportes Terrestres até o dia 31 de<br />
maio vão receber as parcelas de julho e agosto,<br />
totalizando R$ 2 mil. Os demais pagamentos até<br />
dezembro, no entanto, serão feitos depois do dia 20<br />
de cada mês. O MT (Ministério do Trabalho) deverá<br />
publicar uma portaria para informar como o dinheiro<br />
será transferido. Caberá às prefeituras enviarem<br />
para o governo federal o cadastro de taxistas, que<br />
também receberão um auxílio ainda sem valor<br />
definido. Esse auxílio será uma mão na roda para<br />
os caminhoneiros, que são responsáveis por boa<br />
parte do escoamento da produção de commodities<br />
e outros produtos no Brasil.<br />
AGOSTO 2022<br />
PESQUISAS MANIPULADAS<br />
Ao contrário do que se vê nas ruas, as pesquisas eleitorais<br />
apontam a vitória da oposição na próxima eleição. Mesmo<br />
que o candidato que já governou o país não tenha<br />
aparições públicas, as pesquisas têm colocado o petista<br />
como principal candidato à eleição ainda no primeiro turno.<br />
A realidade é que o atual governo é quem tem liberdade<br />
de estar no meio do povo e levar multidões para as<br />
ruas. Em 2018 as pesquisas seguiram as mesmas técnicas<br />
de manipulação de opinião pública, levando ao descrédito<br />
as metodologias, uma vez que o candidato derrotado<br />
no último pleito era dado como certo vencedor. Caso<br />
não haja nenhuma manipulação de urna, Bolsonaro (PL)<br />
vai sair vencedor. Basta acompanhar as manifestações<br />
populares e fazer a contagem dos participantes, que<br />
comprova o contrário das pesquisas.<br />
BAIXA<br />
10 www.referenciaflorestal.com.br
NOTAS<br />
Mapeamento da produção<br />
O IMEA (Instituto Mato-grossense de Economia Agropecuária) autor do “Mapeamento da Produção Silvicultural em<br />
Mato Grosso”, lançado em julho, identificou as principais espécies de florestas cultivadas no Estado, tendo como destaque<br />
o eucalipto e a teca. O estudo foi encomendado pela AREFLORESTA (Associação de Reflorestadores de Mato Grosso)<br />
e pelo SENAR-MT (Serviço Nacional de Aprendizagem Rural). O estudo mapeou a produção, traçou o perfil dos produtores<br />
rurais, identificou os principais gargalos e desafios enfrentados na silvicultura do Estado. O objetivo do trabalho é<br />
auxiliar o produtor rural na tomada de decisão, em políticas públicas e ações estratégicas para a atividade. Segundo a<br />
coordenadora de desenvolvimento regional do IMEA, Vanessa Gasch, esse material foi importante para identificarmos as<br />
dificuldades e oportunidades do setor da silvicultura em Mato Grosso, como por exemplo, a necessidade de adoção de<br />
práticas de manejo mais eficientes, tanto na teca quanto no eucalipto, além de trazer dados sobre a oferta de biomassa<br />
disponível no Estado. “Identificamos que dos 129,26 mil hectares plantados de eucalipto, 57% já foram comercializados<br />
em Mato Grosso”, informou Vanessa. O eucalipto tem grande potencial para atender a demanda crescente de biomassa<br />
para as atividades já consolidadas, bem como, das novas agroindústrias, principalmente as de etanol de milho que tem<br />
se instalado em Mato Grosso. A construção e ampliação dessas usinas de etanol de milho vem pautando esse novo ciclo<br />
de desenvolvimento. A maior concentração de plantios de eucaliptos está no sudeste e oeste do Estado. Mato Grosso é o<br />
segundo maior produtor de teca do país, com uma área de aproximadamente 68,1 mil hectares, segundo levantamento<br />
do IMEA feito em 2019. Os plantios de teca estão mais concentrados nas regiões oeste e norte de Mato Grosso.<br />
Fotos: divulgação<br />
12 www.referenciaflorestal.com.br
NOTAS<br />
Paraná na<br />
frente<br />
Dos 500 municípios brasileiros que melhor<br />
internalizaram os ODS (Objetivos de Desenvolvimento<br />
Sustentável) da ONU (Organização das<br />
Nações Unidas), 43 são do Paraná, quase 10% do<br />
total. Os dados foram divulgados pelo IDSC (Índice<br />
de Desenvolvimento Sustentável das Cidades),<br />
ferramenta do Instituto Cidades Sustentáveis. As<br />
cidades estão classificadas por uma pontuação que<br />
mede o progresso total para o cumprimento dos 17<br />
ODS, que varia de 0 a 100, e o limite máximo indica<br />
um desempenho excelente no cumprimento das<br />
metas. O Brasil foi o primeiro país do mundo a mapear<br />
o nível de engajamento das suas cidades nos<br />
ODS, que avaliam, entre outras coisas, educação,<br />
saúde, preservação do meio ambiente e combate<br />
à violência.<br />
A cidade com maior destaque na implementação<br />
dos ODS foi São Jorge do Ivaí, no Noroeste do<br />
Estado, ocupando a 29ª posição no ranking, com<br />
62,23 pontos. As ações mais efetivas foram realizadas<br />
nos quesitos Vida na Água, com pontuação<br />
máxima; Água Limpa e Saneamento (91,57); e Paz,<br />
Justiça e Instituições Eficazes (82,65).<br />
Maringá (60,21), no noroeste, e Londrina<br />
(59,90), no norte, obtiveram a maior pontuação no<br />
quesito Vida na Água com 92,6 e 87,33 respectivamente.<br />
Cascavel, (58,27), no oeste, se destacou<br />
na Ação Contra a Mudança Global do Clima, com<br />
89,42. Municípios menores como Serranópolis do<br />
Iguaçu e Vera Cruz do Oeste, ambos na região oeste,<br />
estão no ranking com alta pontuação em áreas<br />
como Consumo e Produção Responsáveis, com<br />
84,01 no primeiro e 95,81 no segundo, respectivamente.<br />
Os ODS compõem a Agenda 2030 – uma<br />
agenda de desenvolvimento proposta pela ONU<br />
em 2015 para guiar boas práticas dos países para<br />
os próximos 15 anos. Ela integra 17 objetivos,<br />
entre eles a erradicação da pobreza, igualdade de<br />
gênero, energia renovável, educação de qualidade<br />
e crescimento econômico. A proposta é que<br />
sociedade, empresas e governo atuem juntos para<br />
cumprir os objetivos.<br />
Foto: divulgação<br />
14 www.referenciaflorestal.com.br
NOTAS<br />
Investimento à vista<br />
Foto: divulgação<br />
O Governo Federal lançou o Plano Safra 2022/2023, com R$ 340,88 bilhões para apoiar a produção agropecuária<br />
nacional até junho do próximo ano. O valor reflete um aumento de 36% em relação ao Plano anterior. Do total de recursos<br />
disponibilizados, R$ 246,28 bilhões serão destinados ao custeio e comercialização, uma alta de 39% em relação<br />
ao ano anterior. Outros R$ 94,6 bilhões serão para investimentos (+29%). Os recursos com juros controlados somam<br />
R$ 195,7 bilhões (alta de 18%) e com juros livres R$ 145,18 bilhões (alta de 69%). O montante de recursos equalizados<br />
cresceu 31%, chegando a R$ 115,8 bilhões na próxima safra. A melhoria do acesso do produtor ao crédito rural foi assegurada<br />
não só pelo aumento nas disponibilidades de recursos, mas também pelo estabelecimento de taxas de juros<br />
compatíveis com a atividade rural e em níveis favorecidos, comparativamente às taxas livres de mercado. Com a taxa<br />
básica de juros da economia (Selic) em 13,25% atualmente, buscou-se preservar, prioritariamente, elevações menores<br />
para os beneficiários do PRONAF e do PRONAMP, garantindo financiamento adequado para esses públicos. O próximo<br />
Plano Safra também aposta na diversificação das fontes de financiamento, com a disponibilização de mais recursos<br />
das LCA (Letras de Crédito do Agronegócio) para a aquisição de direitos creditórios do agronegócio. Foi estabelecido<br />
um aumento, de 50% para 70% na faculdade de uso dos recursos da LCA para a aquisição desses direitos creditórios. A<br />
expectativa é que a medida gere uma maior participação do mercado de finanças privadas do agro, com a expansão de<br />
títulos como a CPR (Cédula de Produto Rural), CDCA (Certificado de Direitos Creditórios do Agronegócio), CRA (Certificado<br />
de Recebimento do Agronegócio), além da LCA.<br />
16 www.referenciaflorestal.com.br
NOTAS<br />
Troca de informações<br />
O IBAMA (Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis) firmou convênio com a<br />
RFB (Receita Federal do Brasil), neste mês de julho, para o compartilhamento de informações que são de interesse<br />
mútuo. Tal união inclui a troca de dados sobre importação e exportação de produtos submetidos ao controle<br />
ambiental e, também, para fins de cobrança da TCFA (Taxa de Controle e Fiscalização Ambiental). O convênio<br />
foi firmado na sede do IBAMA, em Brasília. A partir de agora o Instituto terá acesso a dados necessários para o<br />
controle ambiental de produtos e resíduos após a importação e que necessitem de uma posterior destinação<br />
ambientalmente adequada - como ocorre no comércio exterior de pneumáticos, pilhas e baterias, por exemplo.<br />
Em todos os casos, o controle se dá no âmbito de regulamentação emitida pelo CONAMA (Conselho Nacional do<br />
Meio Ambiente). Pela Resolução Conama nº 416, de 2009 - em que importadores e fabricantes de pneus têm a<br />
obrigação de dar um fim ambientalmente correto aos itens que se tornaram inservíveis - o IBAMA faz o controle<br />
por meio dos dados de pneus importados e dados declarados anualmente pelos fabricantes/importadores sobre<br />
as quantidades de pneus destinados. Tais informações são organizadas anualmente no Relatório de Pneumáticos,<br />
que o IBAMA apresenta ao CONAMA e, também, disponibilizadas no Portal do Instituto. Quando não há<br />
destinação adequada desses pneus inutilizados, essa informação é encaminhada para a área de fiscalização do<br />
Instituto - o que pode resultar em um auto de infração, dentre outras sanções.<br />
Outro exemplo do controle ambiental realizado pelo IBAMA é aquele referente à importação de pilhas e<br />
baterias que contenham chumbo, cádmio e mercúrio, bem como, estabelecido na Resolução CONAMA número<br />
401, de 2008. Esse documento propõe a redução da quantidade de metais pesados nesses produtos, pois, ao<br />
serem descartados, apresentarão menor risco à saúde humana e ao meio ambiente.<br />
Foto: Lubasi/wikimédia Commons<br />
18 www.referenciaflorestal.com.br
NOTAS<br />
Pau Brasil Protegido<br />
O IBAMA (Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis) publicou a Portaria de Pessoal<br />
nº 1992, instituindo o GT (Grupo de Trabalho) para o estabelecimento da Estratégia Nacional de Proteção da Espécie<br />
Paubrasilia echinata (pau-brasil). O GT se dedicará às atividades de revisão normativa, estabelecimento de critérios<br />
autorizativos e de fiscalização, avaliação de estoques de madeira, destinação de material apreendido, elaboração de<br />
material de campo, dentre outros.<br />
O pau-brasil corre risco de ser extinto, de acordo com a Portaria MMA nº 443/2014 e sua alteração dada pela Portaria<br />
MMA nº 148/2022, além de se encontrar também no anexo II da Convenção sobre o CITES (Comércio Internacional<br />
das Espécies da Flora e Fauna em Perigo de Extinção). E a iniciativa de formar o GT deu-se após a compilação dos<br />
resultados de 5 anos da Operação Dó-Ré-Mi, do trabalho de auditoria do SINAFLOR (Sistema Nacional de Controle da<br />
Origem dos Produtos Florestais) e do DOF (Documento de Origem <strong>Florestal</strong>) - que apontaram uma série de fraudes no<br />
setor de archetaria no país. Os trabalhos da operação autuaram dezenas de empresas e archetiers, além da apreensão<br />
de milhares de toretes, varetas e arcos dessa madeira nobre nas empresas, em unidades de conservação e nos aeroportos<br />
brasileiros.<br />
Atualmente, a exploração do pau-brasil só pode acontecer por meio de plantio devidamente registrado no SINA-<br />
FLOR perante o órgão ambiental competente, uma vez que o manejo sustentável de espécies madeireiras na Mata<br />
Atlântica está vedado por meio da Lei nº 11.428/2006. Sua exportação depende de anuência do IBAMA no Portal<br />
Único do Comércio Exterior. Entretanto, de acordo com proposta encaminhada pelo IBAMA à Cites - onde o Instituto<br />
solicita alteração da classificação da espécie para o anexo I da convenção – fato a ser defendido ainda esse ano na 19ª<br />
Reunião das Partes (Cop 19), o comércio de quaisquer artefatos produzidos a partir dessa espécie também dependerá<br />
de licença. Caso a proposta do Instituto seja aprovada, as novas regras que irão reger o comércio internacional de<br />
produtos e subprodutos da espécie passarão a valer 90 dias após a aprovação em plenário e ratificação pelo Brasil em<br />
ato normativo próprio.<br />
A implementação do GT para elaboração da Estratégia Nacional de Proteção da Espécie Paubrasilia echinata é uma<br />
medida imprescindível: o pau-brasil é endêmico da Mata Atlântica e sua exploração ilegal para a fabricação de arcos de<br />
instrumentos musicais reduziu consideravelmente suas populações, o que pode levar a espécie à extinção.<br />
20 www.referenciaflorestal.com.br<br />
Foto: Vinícius Mendonça/Ibama
NOTAS<br />
Foto: Emanuel Caldeira<br />
O Prêmio REFERÊNCIA 2022 será realizado no dia 29 de novembro, às 19h (horas). Nessa que será a vigésima<br />
edição da premiação, também será realizado novamente o Painel Panorama da Madeira: uma série de apresentações<br />
com importantes nomes do setor de base florestal nacional. Na edição anterior o Painel foi um grande sucesso, com<br />
perguntas para os convidados e uma forte interação entre as lideranças que representaram setores diferentes do<br />
mercado de base madeireira e florestal.<br />
Eduardo Leão, presidente da AIMEX (Associação das Indústrias Exportadoras de Madeiras do Estado do Pará), falou<br />
sobre: O cenário da exportação de produtos florestais amazônicos. Segundo Eduardo, o setor florestal sofre com uma<br />
imagem negativa, que muitas vezes é ligada a exploração irresponsável, como o garimpo. “Um dos nossos trabalhos<br />
mais importantes é trazer uma comunicação muito clara sobre os reais benefícios que a indústria de base florestal traz<br />
para a sociedade, baseada em transparência”, destacou Eduardo.<br />
Rafael Mason, presidente do CIPEM, (Centro das Indústrias Produtoras e Exportadoras de Madeira do Estado de<br />
Mato Grosso), tratou sobre: A sustentabilidade do manejo florestal no Estado do Mato Grosso. Em sua participação,<br />
Rafael destacou que o Mato Grosso vive hoje o que muitos Estados e países pensam apenas para o futuro, que é a<br />
economia verde. “Temos conseguido avançar muito junto a órgãos ambientais em relação ao manejo, com 98% da<br />
madeira extraída feita de forma sustentável. Nosso trabalho é manter a floresta em pé”, relatou Rafael.<br />
Álvaro Scheffer Jr., ex-presidente da APRE, (Associação Paranaense de Empresas de Base <strong>Florestal</strong>), fechou o Painel<br />
falando sobre: A participação do setor florestal na nova economia. Segundo Álvaro, apresentar para a sociedade todos<br />
os benefícios que o setor florestal traz para sociedade é uma forma de fortalecer a nova economia. “Temos trabalhado<br />
para mostrar como as florestas plantadas podem ser solução em várias áreas do cotidiano das pessoas, como combustíveis,<br />
embalagens, e produtos que se tornarão regra com a nova economia”, completou Álvaro.<br />
22 www.referenciaflorestal.com.br
DIA NA FLORESTA<br />
Sinop (MT) recebe diplomatas dos<br />
EUA (Estados Unidos da América),<br />
México, Panamá, Peru, Equador e<br />
Finlândia em evento promovido<br />
para apresentar sustentabilidade<br />
do manejo de florestas<br />
Este segmento<br />
econômico ganha ainda<br />
mais força apresentando<br />
seus processos e<br />
respeito com o meio<br />
ambiente, principalmente<br />
nesta edição, em<br />
que foi apresentada<br />
a execução em uma<br />
área de segundo ciclo,<br />
confirmando na prática<br />
a sustentabilidade da<br />
atividade<br />
https://cipem.org.br<br />
Aterceira edição do Dia na Floresta reuniu aproximadamente 90 pessoas<br />
em Sinop (MT) – 500 km (quilômetros) ao norte de Cuiabá, capital do<br />
Estado. O evento, que tem como finalidade apresentar a sustentabilidade<br />
e organização do setor de base florestal de Mato Grosso, é promovido<br />
pelo CIPEM (Centro das Indústrias Produtoras e Exportadoras de Madeiras<br />
do Estado de Mato Grosso), FNBF (Fórum Nacional das Atividades de Base <strong>Florestal</strong>) e<br />
SEMA (Secretaria Estadual de Meio Ambiente).<br />
Além dos embaixadores dos EUA, México, Panamá, Peru, Equador e Finlândia, o<br />
encontro também recebeu representantes da FIEMT (Federação das Indústrias de Mato<br />
Grosso), FPA (Frente Parlamentar Agropecuária), MPE (Ministério Público Estadual), PRF<br />
(Polícia Rodoviária Federal), OAB (Ordem dos Advogados do Brasil), MRE (Ministério<br />
das Relações Exteriores), MAPA (Ministério de Agricultura, Pecuária e Abastecimento),<br />
IBAMA (Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis),<br />
FEMATO (Federação da Agricultura e Pecuária do Estado de Mato Grosso) e JUVAM (Juizado<br />
Volante Ambiental). A programação matutina contou com um ciclo de palestras e<br />
visita técnica a uma área de manejo florestal. A Fazenda Platina - que já está em seu segundo<br />
ciclo exploratório, há 50 km de Sinop (MT) - sediou esta primeira fase do evento.<br />
O presidente do CIPEM, Rafael Mason, destacou que esta é uma importante oportunidade<br />
para que o manejo sustentável das florestas seja conhecido. “Este segmento<br />
econômico ganha ainda mais força apresentando seus processos e respeito com o meio<br />
ambiente, principalmente nesta edição, em que foi apresentada a execução em uma<br />
área de segundo ciclo, confirmando na prática a sustentabilidade da atividade”, observou<br />
Rafael. Falando sobre: a sustentabilidade da produção florestal de Mato Grosso, a<br />
secretária estadual de Meio Ambiente, Mauren Lazzaretti, apresentou como o Governo<br />
do Estado está gerindo a questão florestal do maior produtor de madeira nativa do<br />
país. Ela destacou, ainda, que atualmente existem 860 empreendimentos cadastrados<br />
nos segmentos de beneficiamento, industrialização e desdobro de madeira.<br />
Quanto à gestão de resultados da SEMA, a secretária demonstrou que houve redução<br />
de 56% no tempo médio de liberação de processos florestais, contabilizando<br />
atualmente prazos 45% abaixo do período legal de 180 dias. “Em dezembro de 2018 a<br />
média era de 230 dias. Esse número chegou a 100 dias em dezembro do ano passado”,<br />
comemorou Mauren. Durante a apresentação, a secretária de Meio Ambiente também<br />
demonstrou o Programa Carbono Neutro. Segundo ela, “o Programa tem a meta voluntária<br />
de redução de 80% das emissões de gás carbônico até 2030, e 100% em 2035. É<br />
uma integração entre o programa, estratégias do Governo de Mato Grosso e do setor<br />
privado para produção sustentável e de baixas emissões.”<br />
Ainda durante a manhã, o diretor de Uso Sustentável da Biodiversidade e Floresta<br />
do IBAMA, João Pessoa Riograndense, mostrou dados nacionais sobre o manejo florestal<br />
sustentável. O diretor frisou que a produção anual de madeira nativa gira entre 9 e<br />
11 milhões de m3 (metros cúbicos) e que 88% da produção é proveniente de Planos de<br />
Manejo <strong>Florestal</strong> Sustentável. Mato Grosso é responsável por 85% da produção sustentável<br />
de madeira, seguido do Estado do Pará, com 28,2% e Rondônia, 19,8%.<br />
Quanto ao mercado internacional, Riograndense disse que 10% dos produtos madeireiros<br />
são exportados para países como EUA, França e China. Após as apresentações<br />
a comitiva seguiu para uma área de floresta manejada em exploração já no segundo ciclo,<br />
ou seja, foi possível conhecer in loco a área que passou por colheita há pelo menos<br />
25 anos após a colheita primária.<br />
Agosto 2022<br />
25<br />
Fotos: CIPEM
DIA NA FLORESTA<br />
PARTICIPAÇÃO<br />
ESPECIAL<br />
Representantes do poder<br />
público e autoridades<br />
internacionais estiveram<br />
presentes no Dia na<br />
Floresta do CIPEM<br />
Fotos: CIPEM/Ademir Junior<br />
26 www.referenciaflorestal.com.br
Agosto 2022 27
TECNOLOGIA<br />
DIA NA FLORESTA<br />
O<br />
evento em Sinop (MT) foi considerado um<br />
grande sucesso pelo CIPEM (Centro das Indústrias<br />
Produtoras e Exportadoras de Madeira<br />
do Estado de Mato Grosso), e parte<br />
desse sucesso se deu pelo público bastante<br />
qualificado, que participou e contribuiu com muito conhecimento<br />
para que a experiência sobre manejo florestal fosse<br />
completa.<br />
João Pessoa Riograndense, diretor de uso sustentável<br />
da biodiversidade e florestas do IBAMA, destacou em<br />
sua apresentação, as ações do IBAMA para a promoção<br />
do manejo sustentável, como o sistema integrado de<br />
controle facilita o trabalho do instituto e a valorização da<br />
ampliação do quadro de funcionários da entidade. “É importante<br />
destacar o concurso público realizado esse ano,<br />
que possibilitou a entrada de mais de 500 profissionais na<br />
instituição, bem como, os avanços implementados nos sistemas<br />
transacionais SINAFLOR e DOF nos últimos 3 anos”,<br />
ressaltou João. Para o diretor a integração de tecnologia<br />
tem feito total diferença no controle da madeira nacional<br />
e a integração de sistemas tem garantido a melhoria e o<br />
reconhecimento do produto nacional ao redor do mundo.<br />
“As melhorias são contínuas nos sistemas transacionais e<br />
o lançamento do DOF + Rastreabilidade, previsto para o<br />
final de 2022, possibilitará que toda a cadeia produtiva da<br />
madeira nativa no país seja reastreável, desde o seu corte<br />
na floresta, até o consumidor final, no país ou no exterior”,<br />
relata João.<br />
Seguindo a mesma linha, Mauren Lazzaretti, secretária<br />
de Meio Ambiente do Mato Grosso, apresentou dados<br />
muito importantes sobre o Estado, que tem mais de 60%<br />
de sua área dentro do bioma amazônico, e como o manejo<br />
integra as ações prioritárias do Estado por se tratar de uma<br />
estratégia consistente para a manutenção das florestas. “O<br />
manejo sustentável promove o desenvolvimento econômico<br />
da propriedade rural e a justiça social como resultado<br />
do trabalho”, comenta Mauren. Ela destaca, ainda, como<br />
o manejo é uma das chaves para o plano Carbono Neutro<br />
2035 do Mato Grosso, uma vez que ele representa 16% das<br />
reduções de carbono no Estado. “Temos uma meta de subir<br />
o manejo de 4,7 mi/ha (hectares) que temos hoje para 6mi/<br />
ha em 2030”, aponta Mauren. A secretária valorizou muito<br />
a realização do evento, pois entende que ainda existem<br />
muitos mitos sobre manejo e o Dia na Floresta colabora<br />
para derrubar esses paradigmas. “O manejo nada mais é do<br />
que a colheita dos indivíduos adultos da floresta, para abrir<br />
espaço para que as árvores mais jovens cresçam, garantindo<br />
que a floresta continue existindo”, completa Mauren.<br />
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Agosto 2022 29
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FRASES<br />
Foto: Palácio do Planalto<br />
Temos de tratar a floresta<br />
em pé como commodity,<br />
um ativo econômico<br />
Helder Barbalho, governador do Pará, em<br />
entrevista à revista Veja<br />
“Enquanto muitos produtores<br />
agem na ilegalidade de forma<br />
intencional, há vários que<br />
trabalham da forma correta<br />
há muito tempo. Infelizmente,<br />
às vezes os dois grupos<br />
são colocados no mesmo<br />
balaio. A certificação traz um<br />
reconhecimento da diferenciação<br />
de quem sempre fez certo e<br />
acaba por carregar a fama de<br />
quem faz errado”<br />
“Existe todo um cuidado<br />
fitossanitário, com tratamento<br />
térmico para estes produtos,<br />
que seguem as mais altas<br />
exigências dos países<br />
importadores. E esse processo<br />
é homologado pelo MAPA”<br />
Mauro Murara Jr, diretor-executivo da ACR<br />
(Associação Catarinense de Empresas Florestais)<br />
sobre a exportação de madeira do Estado<br />
Bruno Castro, coordenador de certificação do<br />
IMAFLORA (Instituto de Manejo e Certificação<br />
<strong>Florestal</strong> e Agrícola)<br />
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ENTREVISTA<br />
Foto: divulgação<br />
Madeira nobre para<br />
O MUNDO<br />
Noble wood for the world<br />
ENTREVISTA<br />
M<br />
anejo sustentável é a chave para aproveitar<br />
o melhor da floresta e mantê-la em pé. A<br />
exploração correta da floresta gera lucros no<br />
presente e garante o futuro não só da floresta,<br />
mas também de todos os povos que vivem nela e dela tiram<br />
seu sustento. A Precious Woods é hoje a maior empresa de<br />
manejo sustentável do mundo e Markus Brütsch, CEO e representante<br />
da mesa diretora, apresenta os planos da empresa<br />
para o futuro, momento atual do mercado e o que diferencia a<br />
Precious Woods no mercado.<br />
S<br />
ustainable Management is the key to enjoying<br />
the best of the forest and keeping it standing.<br />
The correct harvesting of the forest generates<br />
profits in the present and guarantees the future<br />
of the forest and all the people who live in it and make their<br />
livelihood. Precious Woods is now the world’s largest sustainable<br />
management company. Markus Brütsch, Chief Executive<br />
Officer and Director, talks about the Company’s plans for the<br />
future, the current market, and what sets Precious Woods apart<br />
in the market.<br />
Markus Brütsch<br />
ATIVIDADE/ ACTIVITY:<br />
Técnico em administração e possui especialização em<br />
controladoria e TI. Desde 2014 é CEO da Precious Woods<br />
e foi eleito para o cargo na mesa diretora em 2017, cujo<br />
mandato se estende até 2023<br />
Markus Brütsch has a degree in Business Administration<br />
and has studied Controllership and Information Technology.<br />
Since 2014, he has been Chief Executive Officer of Precious<br />
Woods and was elected to the Board of Directors in 2017,<br />
whose term extends until 2023<br />
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ENTREVISTA<br />
>> Como foi sua jornada até chegar a CEO da Precious<br />
Woods?<br />
Sou formado em administração de empresas e TI e trabalhei<br />
para diversas empresas em diferentes setores, como trading,<br />
produção e microeletrônica. Essas empresas atuavam<br />
na Europa, Ásia e nos EUA (Estados Unidos da América).<br />
Depois de um longo e bem sucedido período, decidi fazer<br />
um ano sabático em 2013 para pensar no futuro e decidir<br />
sobre os próximos passos com sabedoria. Durante essa fase<br />
fui contatado – ao lado das antigas indústrias para as quais<br />
trabalhei – pela Precious Woods, que não conhecia antes.<br />
Depois de me informar sobre este ramo, fui atraído pela<br />
missão da Precious Woods e percebi que eles realmente<br />
precisavam de ajuda em termos de economia. A decisão de<br />
ingressar na Precious Woods foi emocionante, pois achei<br />
muito interessante manter e desenvolver suas atividades<br />
devido ao seu impacto sustentável. Então aceitei o desafio,<br />
embora nunca tenha sido ativo neste setor ou em suas<br />
regiões, mas com minha enorme experiência com culturas<br />
estrangeiras, senti que seria uma boa oportunidade para<br />
ambos os lados. Até agora não me arrependi da decisão de<br />
trabalhar neste ramo e para a Precious Woods, o impacto<br />
positivo que temos e a responsabilidade socioambiental que<br />
assumimos juntos é importante. Além disso, temos equipes<br />
excelentes e muito comprometidas em nossas empresas.<br />
>> Qual é a sua avaliação do atual momento da empresa?<br />
A Precious Woods está presente na Amazônia e no Gabão,<br />
com o gerenciamento de cerca de 500 mil ha (hectares) e<br />
600 mil ha de floresta tropical, respectivamente. Com um<br />
total de cerca de 540 mil m3 (metros cúbicos) de toras colhidas<br />
por ano e operações de madeira serrada, lâminas e eletricidade,<br />
somos uma das três maiores empresas do mundo<br />
neste setor. A Precious Woods Holding AG é semi-pública,<br />
negociada na Bolsa Balção na Suíça e tem cerca de mil acionistas.<br />
O negócio começou em 1990 e atraiu muitos acionistas<br />
privados que fazem parte da nossa missão. Os resultados<br />
detalhados são públicos e podem ser vistos em nosso site<br />
(www.preciouswoods.com). Com vendas de € 54,3 milhões<br />
em 2021 e uma margem EBITDA de 27,7%, agora temos<br />
também sucesso financeiro e estamos prontos para expandir<br />
nossos negócios.<br />
>> Como avalia o mercado de madeira da Amazônia?<br />
Não é um mercado fácil, porque sofre imensamente com<br />
as atividades do comércio de madeira ilegal e também com<br />
a falta de conhecimento do consumidor sobre as espécies<br />
de madeira menos conhecidas. O mercado local no Brasil é<br />
praticamente inexistente devido as atividades ilegais, mas<br />
também as indústrias madeireiras não sustentáveis, e, portanto,<br />
a maior parte da nossa produção é para o mercado de<br />
exportação. Como há poucas concorrentes em nosso setor,<br />
que é o mercado de madeira tropical a partir de florestas<br />
gerenciadas de forma sustentável, somos um nicho-player<br />
com boas oportunidades em todo o mundo e também para<br />
mercados madeireiros menos conhecidos.<br />
How did you become President of Precious Woods?<br />
I I have a degree in Business Administration and<br />
Information Technology and have worked for several<br />
companies in different industries like trading, production,<br />
and microelectronics. These companies were<br />
active in Europe, Asia, and the US. After a lengthy and<br />
successful period, I decided to take a sabbatical year in<br />
2013 to think about my future and to choose the next<br />
steps wisely. During this period, I was contacted by<br />
Precious Woods, with which I had not been acquainted,<br />
and former companies where I had worked. After having<br />
informed myself about the Sector, I was attracted by the<br />
mission of Precious Woods and realized that they needed<br />
help in economics. The decision to join Precious Woods<br />
was emotional as I found it very interesting to maintain<br />
and develop their activities due to their sustainable impact.<br />
So, I accepted the challenge, although I had never<br />
been active in this Sector or Region, but with my vast<br />
experience with foreign cultures, I felt it would be a good<br />
opportunity for both sides. So far, I have never regretted<br />
this decision as to working in this Sector and for Precious<br />
Woods. Our positive impact and social and environmental<br />
responsibility are important, and we have excellent<br />
and very committed teams in our companies.<br />
What is your assessment of your Company’s current<br />
status?<br />
Precious Woods is present in the Amazon, managing<br />
around 500 thousand ha of tropical forest, and in<br />
Gabon, managing 600 thousand ha, with a total of<br />
O legado para o qual<br />
trabalhamos é a proteção<br />
eterna das florestas em que<br />
atuamos e das pessoas que<br />
vivem lá, preservando, além<br />
da própria floresta e todos<br />
os benefícios que ela nos<br />
traz, a cultura das pessoas<br />
que vivem nela<br />
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COLUNA<br />
Manutenção<br />
da motosserra<br />
Gabriel Dalla Costa Berger<br />
Eng. <strong>Florestal</strong> e Seg. do Trabalho<br />
Doutorando em Eng. Agrícola<br />
gabrielberger.com.br<br />
gabriel@gabrielberger.com.br<br />
Foto: divulgação<br />
Se realizarmos a manutenção regularmente durante a atividade,<br />
a motosserra jamais vai apresentar um problema mais grave que<br />
poderia resultar na parada da atividade<br />
Amotosserra é uma máquina fundamental para as<br />
operações florestais, estando presente durante<br />
todas as etapas produtivas do manejo florestal,<br />
seja no corte, na reforma do povoamento, no<br />
acondicionamento da carga no caminhão ou ainda<br />
dentro da fábrica. Mas para que ela seja útil nessas tarefas,<br />
a mesma tem que estar em boas condições, tem que ser confiável<br />
e estar sempre disponível para o uso.<br />
É muito mais interessante seguir um regime de manutenções<br />
periódicas indicadas pelo fabricante da máquina, pois<br />
assim estaremos nos antecipando a possíveis quebras e falhas<br />
que podem ocorrer a qualquer momento durante a atividade,<br />
impactando na produtividade, aumento de custos e quem sabe<br />
até máquina fora da operação.<br />
Existem inúmeros tipos de manutenção, que vai desde a<br />
básica, até a mais completa, envolvendo por exemplo a abertura<br />
da máquina e a troca do motor. Aqui vou me prender a<br />
manutenção básica, a qual chamo de manutenção durante o<br />
serviço. Entendo que se realizarmos a manutenção regularmente<br />
durante a atividade, a motosserra jamais vai apresentar um<br />
problema mais grave que poderia resultar na parada da atividade,<br />
por exemplo.<br />
Durante o uso da motosserra em campo temos que estar<br />
atentos aos seguintes itens ou etapas para manter a máquina<br />
sempre com um bom rendimento.<br />
A afiação da corrente da motosserra é uma das manutenções<br />
mais importantes, se não a mais importante. A produtividade<br />
e segurança dependem de uma corrente em perfeitas<br />
condições. Além de termos uma corrente segura, bem afiada,<br />
respeitando o ângulo de afiação que gira em torno de 30⁰<br />
(graus) e um bom ajuste sobre a canaleta do sabre, é de suma<br />
importância identificarmos o momento de realizar o procedimento<br />
de afiação em campo. Para isso a motosserra nos dá<br />
dois sinais, um visual e outro físico. O aspecto visual leva em<br />
consideração o tamanho da serragem que é produzida durante<br />
o corte. A regra é a seguinte: quanto maior a serragem quer<br />
dizer que a afiação está em boas condições. O aspecto físico<br />
leva em consideração o esforço que o operador faz para cortar<br />
a madeira. Se durante o corte ocorrer a necessidade de forçar a<br />
motosserra é o momento de afiar a corrente. Nunca esquecendo<br />
também de rebaixar o limitador de profundidade.<br />
Filtro do ar sempre limpo e em perfeitas condições de uso<br />
também é uma manutenção muito importante a ser realizada<br />
durante o serviço. Filtro sujo ou furado impacta diretamente<br />
na eficiência da motosserra, trazendo sérios prejuízos para a<br />
máquina que vai impactar na produtividade do trabalho. A motosserra<br />
para pleno funcionamento precisa em média ser abastecida<br />
de 95% de ar. Se esse volume for menor devido a um<br />
problema no filtro, a máquina vai começar a apresentar falhas<br />
que vai impactar no trabalho.<br />
Também não podemos deixar de falar sobre o abastecimento<br />
da motosserra, tanto com o óleo lubrificante do conjunto de<br />
corte, quanto com o combustível. O óleo lubrificante tem que<br />
ser específico para o conjunto de corte, evitar o uso de óleo<br />
usado (contaminado/queimado). Óleo usado causa um superaquecimento<br />
do sabre e corrente, ocasionando um desgaste prematuro<br />
dessas peças, além de entupir o filtro e bomba do óleo,<br />
podendo ocasionar o rompimento da corrente. O combustível<br />
tem que ser de boa condição, tanto a gasolina, quanto o óleo.<br />
Para fazer a diluição do óleo 2T (tempos) na gasolina sempre<br />
leve em consideração a regra do fabricante da motosserra, que<br />
é 20 ml ou 40 ml (milílitros) de óleo por 1l (litro) de gasolina.<br />
Óleo a menos com certeza vai levar à quebra do motor. Sempre<br />
fique atento a correta diluição.<br />
Motosserra em perfeitas condições de manutenção é<br />
sinônimo de motosserra segura. A manutenção diz muitas<br />
coisas sobre a segurança do trabalho. Entendo que se ficarmos<br />
atentos a esses detalhes expostos, sempre iremos executar o<br />
nosso trabalho de maneira efetiva, tranquila e sem maiores<br />
dificuldades.<br />
Foto: divulgação<br />
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PRINCIPAL<br />
Trabalho<br />
PESADO<br />
46 www.referenciaflorestal.com.br
Linha de trituradores<br />
garante alto<br />
desempenho na<br />
limpeza de áreas para<br />
preparação do plantio<br />
Heavy work<br />
Mulcher line ensures high<br />
performance in clearing<br />
areas in preparation for<br />
planting<br />
Fotos: divulgação<br />
Agosto 2022<br />
47
PRINCIPAL<br />
O<br />
ciclo florestal nunca para. O solo é preparado, mudas<br />
são plantadas, há todo cuidado para garantir o<br />
desenvolvimento de cada árvore, até o momento<br />
do corte, que é quando termina um ciclo e logo<br />
se inicia outro. Para garantir que o terreno esteja<br />
apto a receber as novas mudas, o cabeçote triturador HPH da<br />
Himev traz a combinação ideal entre tamanho, versatilidade e<br />
desempenho no trabalho.<br />
A Himev é uma empresa 100% brasileira que há 17 anos oferece<br />
soluções de controle de vegetação e limpeza de área para<br />
o setor florestal e agrícola. O HPH faz parte da linha Ecotritus da<br />
Himev, que apresenta equipamentos robustos de uso intensivo<br />
para limpeza de área com alta qualidade e eficiência em situações<br />
de alta abrasividade. O HPH é o cabeçote de martelo fixo mais potente<br />
da linha, que tem na versatilidade e baixo custo seus maiores<br />
trunfos para conquistar clientes. Os cabeçotes trituradores HPH<br />
tem largura corte de 1,55m (metros) a 2,35m que podem ser<br />
acoplados em tratores de 100 cv (cavalos) a 250 cv. A capacidade<br />
de ser acoplado em tratores menores é uma das qualidades que<br />
mais destacam o equipamento no mercado.<br />
C<br />
he forest cycles never end. The soil is prepared, seedlings<br />
are planted, and every care is taken to ensure<br />
the development of each tree until the time of harvesting<br />
when one cycle ends and another begins. Himev’s<br />
HPH mulcher head provides the ideal combination of<br />
size, versatility, and work performance to ensure that the terrain can<br />
be planted with new seedlings.<br />
Himev is a 100% Brazilian company that for 17 years has been<br />
offering vegetation control and area cleaning solutions for the Forestry<br />
and Agricultural Sectors. The HPH mulcher is part of Himev’s<br />
Ecotritus line, which features robust and intensive use equipment for<br />
area cleaning with high quality and efficiency in situations of abnormal<br />
abrasiveness. The HPH is the most potent fixed hammerhead<br />
mulcher in the Ecotritus line, and versatility and low cost are its<br />
greatest assets to winning customers. The HPH mulcher heads have<br />
a cutting width ranging from 1.55 m to 2.35 m and can be coupled to<br />
the power take-off of 100 to 250 hp tractors. The ability to be coupled<br />
to smaller tractors is one of the qualities that most calls attention to<br />
the equipment in the market.<br />
Celso Kossaka, Sales Manager for Himev, explains that the equip-<br />
48 www.referenciaflorestal.com.br
Agosto 2022 49
Agosto 2022 51
ANUÁRIO<br />
DADOS<br />
ATUALIZADOS<br />
Quarta edição de documento<br />
estatístico sobre base florestal<br />
em Santa Catarina é lançado pela<br />
ACR (Associação Catarinense de<br />
Empresas Florestais)<br />
Fotos: divulgação<br />
52 www.referenciaflorestal.com.br
S<br />
e no passado a madeira foi explorada indiscriminadamente,<br />
colocando sob ameaça de<br />
extinção árvores como imbuia e araucária,<br />
hoje a realidade é outra em Santa Catarina. O<br />
setor que produz madeira é um dos que mais<br />
preserva o meio ambiente. Isso porque as árvores utilizadas<br />
para madeira industrial, principalmente do gênero pinus,<br />
são plantadas exclusivamente para esta finalidade. Além<br />
disso, o setor que ocupa pouco mais de 1 milhão de hectares<br />
de área (713 mil hectares com pinus e 316 mil com<br />
eucalipto), tem outros 680 mil hectares sob seus cuidados,<br />
protegidos e preservados, o que representa mais de 30% de<br />
toda a cobertura nativa no Estado.<br />
A indústria de árvores plantadas em Santa Catarina está<br />
entre as mais produtivas do mundo. O gênero pinus, da<br />
espécie taeda, encontrou em terras catarinenses o melhor<br />
local do planeta para se desenvolver. As maiores taxas de<br />
crescimento desta espécie estão nas regiões serranas de<br />
Santa Catarina.<br />
O documento é uma<br />
ferramenta para auxiliar<br />
as tomadas de decisões<br />
dos investidores, dos<br />
poderes executivo e<br />
legislativo<br />
Agosto 2022<br />
53
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PRESERVAÇÃO<br />
Cuidado<br />
CONTÍNUO<br />
Programa de cuidado com a<br />
floresta comemora 20 anos de<br />
trabalho ostensivo de proteção<br />
das florestas brasileiras<br />
Fotos: divulgação<br />
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O<br />
ARPA (Programa Áreas Protegidas da<br />
Amazônia) está completando 20 anos<br />
de ações de preservação em UCs (unidades<br />
de conservação) de proteção<br />
integral, TIs (Terras Indígenas) e Terras<br />
Quilombolas. Para celebrar a data, representantes do<br />
MMA (Ministério do Meio Ambiente), do ICMBio (Instituto<br />
Chico Mendes de Conservação da Biodiversidade)<br />
e do FUNBIO (Fundo Brasileiro para a Biodiversidade)<br />
se reuniram com doadores internacionais do programa.<br />
A ação comemorativa contou com visita à região<br />
amazônica e navegação pelas águas dos rios Tapajós e<br />
Arapinus, no Pará.<br />
Criado em 2002, o Programa ARPA nasceu para<br />
apoiar a consolidação de um total de 60 milhões de ha<br />
(hectares) de unidades de conservação na Amazônia<br />
– área equivalente a quase duas vezes o tamanho da<br />
Alemanha – criando a maior iniciativa mundial de conservação<br />
de florestas tropicais.<br />
Desde então, o programa apresentou resultados importantes.<br />
Em 2003, existiam 79 UCs federais no bioma<br />
Amazônia, totalizando 34,2 milhões de ha. Em 2008,<br />
a cobertura dessas unidades federais subiu para 58<br />
milhões de ha, com o acréscimo de 40 novas unidades.<br />
A estas, se somaram mais 21,4 milhões de ha de novas<br />
UCs estaduais e municipais.<br />
Agosto 2022<br />
57
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TRANSPORTE<br />
Melhor<br />
OPÇÃO<br />
60 www.referenciaflorestal.com.br
Escolha correta entre máquinas florestais<br />
com esteira ou pneus deve ser baseada nos<br />
fatores adequados a cada operação<br />
Fotos: divulgação / Komatsu<br />
Agosto 2022<br />
61
TRANSPORTE<br />
Aevolução das máquinas florestais fez com<br />
que a escolha pelo modelo correto se<br />
tornasse mais simples, porém existem<br />
muitos fatores que devem ser levados<br />
em conta antes da decisão final. A implantação<br />
de um plantio florestal já é colocada como<br />
o primeiro fator, pois as características de terreno e<br />
do clima da região condicionam a escolha da máquina<br />
ideal para a operação. Além deles, preço, valor de<br />
revenda, tamanho da área e custo de manutenção do<br />
equipamento entram na conta para a seleção. Pneu ou<br />
esteira estão condicionados a realidade da operação e<br />
escolha pelo melhor desempenho no campo.<br />
As máquinas sobre pneus, ou harvester, tem como<br />
vantagem ter seu desenvolvimento projetado para a<br />
o trabalho florestal. Essas são as máquinas tratadas<br />
no setor como purpose built (construída com um propósito,<br />
em inglês). Já as máquinas com esteiras são,<br />
na maioria dos casos, escavadeiras adaptadas para a<br />
operação de colheita e por isso, têm funcionalidades e<br />
características diferentes para o campo.<br />
Sandro Soares, gerente de produtos da Komatsu,<br />
destaca que o volume de produção de uma área é chave<br />
para a decisão sobre o tipo de máquina escolhida.<br />
Segundo o diretor, o tempo de deslocamento dentro<br />
da área de colheita é fator que pesa de maneira diferente<br />
para a escolha. “Em áreas mais curtas, com<br />
deslocamento de até 15 km (quilômetros), o harvester<br />
de pneus leva vantagem por sua versatilidade na operação,<br />
em contrapartida, em áreas mais planas, como<br />
o plantio no Estado do Mato Grosso do Sul, as escavadeiras<br />
são as máquinas ideais”, aponta Sandro sobre o<br />
cenário adequado.<br />
Jairo Reckziegel, gerente de colheita e manutenção<br />
da Remasa, comenta que a empresa utiliza os dois<br />
tipos de máquinas na operação e como usufrui da melhor<br />
forma de cada uma delas. A operação da empresa<br />
no Paraná fica em uma área com grande inclinação de<br />
terreno, que dá alguns pontos a mais para os harvester<br />
sobre as escavadeiras. “O pneu opera melhor em áreas<br />
mais acidentadas, e consegue operar em inclinações<br />
que superam os 30° (graus) e com auxílio de guincho<br />
podem chegar a até 40°, enquanto as escavadeiras<br />
têm como inclinação máxima os 20° de operação segura”,<br />
compara Jairo.<br />
De acordo com Sandro, o custo de manutenção<br />
das esteiras é menor do que dos pneus e seu valor<br />
de revenda é maior após o período médio de uso no<br />
setor, que é de 5 anos. “Além da manutenção, o mer-<br />
62 www.referenciaflorestal.com.br
Agosto 2022 63
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INCÊNDIO<br />
Proteção das<br />
FLORESTAS<br />
Fotos: divulgação<br />
66 www.referenciaflorestal.com.br
Com o foco em prevenção, campanha<br />
conscientiza a população sobre boas<br />
práticas para evitar incêndios florestais<br />
Agosto 2022<br />
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INCÊNDIO<br />
C<br />
om o slogan: Uma Floresta Segura Depende<br />
de Todos Nós; foi lançada a Campanha<br />
de Prevenção e Combate a Incêndios Florestais<br />
2022. A iniciativa tem a intenção<br />
de alertar a população sobre o perigo e as<br />
consequências que um incêndio florestal traz para a natureza<br />
e também para as comunidades, bem como, mostrar<br />
quais ações podem causar incêndios e o que fazer ao<br />
avistar um foco. O lançamento foi no IDR-Paraná (Instituto<br />
de Desenvolvimento Rural do Paraná IAPAR-EMATER)<br />
e reuniu representantes das 14 entidades que assinaram<br />
a campanha. De acordo com o Corpo de Bombeiros, de<br />
janeiro a agosto de 2021, os casos de incêndios florestais<br />
aumentaram 24% em comparação com o mesmo período<br />
de 2020. Além disso, nove em cada dez incêndios são<br />
provocados por irresponsabilidade humana. Essas ocorrências<br />
são mais comuns neste período de inverno, pois a<br />
vegetação mais seca, a baixa umidade do ar e a estiagem<br />
facilitam a propagação das chamas, principalmente nos<br />
dias após a ocorrência de geada.<br />
Para o presidente da APRE (Associação Paranaense<br />
de Empresas de Base <strong>Florestal</strong>), Zaid Ahmad Nasser, os<br />
incêndios florestais representam um grande desafio para<br />
o meio ambiente, para a população e para as empresas.<br />
Segundo ele, ao longo dos anos, a APRE e suas associadas<br />
já vinham fazendo diversas ações para se antecipar<br />
ao problema, diminuir os riscos e divulgar informações.<br />
Ele destaca o trabalho sólido dessas empresas florestais<br />
e cita que todas contam com programas de prevenção e<br />
combate a incêndios, que incluem torres, pessoas treinadas,<br />
brigadistas, veículos e caminhões, centenas de<br />
equipamentos e um importante canal de comunicação<br />
com a comunidade do entorno. Além disso, existe uma<br />
ampla rede de contatos entre elas para monitoramento,<br />
troca de informações, alertas, etc. Com base nesses<br />
dados, a APRE atualiza, anualmente, as informações dos<br />
contatos e gera um mapa, que é compartilhado com as<br />
empresas. Entretanto, apesar de atuarem preventivamente,<br />
a crise hídrica agravou a situação, e um trabalho<br />
sobre hidrologia conduzido pela associação apontou<br />
que as condições estavam cada vez mais perigosas para<br />
incêndios florestais. Foi aí que a entidade entendeu que<br />
precisava agir e fazer algo maior, para realmente alertar<br />
e conscientizar a população em geral, produtores rurais<br />
e empresas, e idealizou a campanha em parceria com<br />
outras instituições.<br />
Para Zaid, a certeza que a união de conhecimento –<br />
vindo do Governo do Estado, dos diversos órgãos, das<br />
entidades representativas e das empresas florestais – vai<br />
fortalecer as ações dessa grande campanha estadual de<br />
prevenção e combate a incêndios florestais. “Esperamos<br />
que as informações, que serão divulgadas a partir<br />
Temos uma ação forte na<br />
parte de conservação, com<br />
22 planos de contingência<br />
elaborados, além de<br />
parcerias com instituições e<br />
voluntários para o combate<br />
aos incêndios florestais<br />
José Volnei Bisognin,<br />
diretor-presidente do IAT<br />
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Ainda é cultura para alguns<br />
produtores rurais a utilização<br />
do fogo para renovação da<br />
pastagem e é necessário<br />
levar orientação sobre o<br />
risco que essa prática pode<br />
causar e apresentar opções<br />
mais sustentáveis que<br />
surtam o mesmo efeito<br />
Amauri Ferreira,<br />
gerente do IDR-Paraná<br />
dos materiais, possam conscientizar, prevenir e ajudar<br />
a proteger a natureza, a biodiversidade e a população”,<br />
apontou Zaid.<br />
Durante o evento de lançamento, o gerente de políticas<br />
públicas do IDR-Paraná, Amauri Ferreira, apresentou<br />
a campanha e falou sobre as ações planejadas. O gerente<br />
reforçou, ainda, que para 2022 há um esforço maior na<br />
orientação aos agricultores do Estado. Segundo Amauri,<br />
é preciso chamar a atenção, também, para os incêndios<br />
ambientais que começam em uma propriedade e podem<br />
tomar uma proporção muito maior. “Ainda é cultura para<br />
alguns produtores rurais a utilização do fogo para renovação<br />
da pastagem e é necessário levar orientação sobre<br />
o risco que essa prática pode causar e apresentar opções<br />
mais sustentáveis que surtam o mesmo efeito”, alertou<br />
Amauri.<br />
Para ampliar o alcance e fazer com que a informação<br />
chegue ao maior número de pessoas possível, a campanha<br />
conta com diversos materiais gráficos, digitais e<br />
audiovisuais.<br />
É crime – Atear fogo para limpar a vegetação, jogar<br />
lixo na beira de rodovias, acender fogueiras perto das<br />
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CONGRESSO<br />
CONHECIMENTO<br />
DIFUNDIDO<br />
Evento reuniu profissionais e estudantes do<br />
setor florestal para debater inovações, uso<br />
sustentável e desenvolvimento social<br />
Fotos: divulgação<br />
O<br />
rganizado pela SBEF (Sociedade Brasileiro de<br />
Engenheiros Florestais), o IX CFB Congresso<br />
<strong>Florestal</strong> Brasileiro foi realizado em Brasília<br />
(DF) entre os dias 12 e 15 de julho de maneira<br />
hibrida, com transmissão online pelo<br />
canal do youtube da SBEF. Essa edição do CFB teve como<br />
foco resgatar a história dos grandes eventos do setor e trazer<br />
à sociedade e aos profissionais, instituições e empresas<br />
que atuam no setor florestal, as inovações e atualizações<br />
científicas e tecnológicas, focadas nos desafios e nas oportunidades<br />
para a gestão, o uso sustentável, a conservação das<br />
florestas brasileiras e o desenvolvimento social.<br />
O CFB é um evento de cunho técnico e científico, que<br />
se propõe a fomentar o debate e apresentar pesquisas que<br />
possa abrir novos horizontes para os profissionais do setor<br />
florestal. O evento foi dividido em eixos temáticos, que foram<br />
utilizados para direcionar as apresentações, foram eles:<br />
desenvolvimento econômico e social sustentável; pesquisa,<br />
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PESQUISA<br />
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MODELAGEM DO CRESCIMENTO E<br />
PRODUÇÃO DE ÁRVORE INDIVIDUAL,<br />
Para pinus taedaL., na região<br />
meio oeste de Santa Catarina<br />
Fotos: divulgação<br />
SAULO JORGE TÉO<br />
UNOESC UNIVERSIDADE DO OESTE DE SANTA CATARINA<br />
ORESUMO<br />
presente artigo foi desenvolvido a convite<br />
da Revista FLORESTA e da coordenação do<br />
curso de Pós-Graduação em Engenharia<br />
<strong>Florestal</strong> da UFPR (Universidade Federal do<br />
Paraná) em comemoração ao cinquentenário<br />
do programa. Este artigo visa informar os principais<br />
resultados da tese intitulada: Modelagem do crescimento<br />
e produção de árvore individual independente da distância,<br />
para Pinus taedaL., na região meio oeste do Estado de<br />
Santa Catarina; que foi desenvolvida na área de concentração<br />
de manejo florestal, sob a orientação do professor<br />
doutor Sebastião do Amaral Machado e coorientação dos<br />
professores doutor Afonso Figueiredo Filho e doutora Maria<br />
Margarida Branco de Brito Tavares Tomé. Durante o período<br />
total de desenvolvimento da tese, de março de 2013<br />
até março de 2017, houve um período de seis meses, de<br />
julho a dezembro de 2015, para realização do doutorado<br />
sandwich no exterior, com bolsa auxílio do CNPq (Conselho<br />
Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico),<br />
sendo esta tese integrada ao grupo de pesquisa ForChange<br />
(Forest Ecosystem Management Under Global Change), do<br />
CEF (Centro de Estudos Florestais), do ISA (Instituto Superior<br />
de Agronomia), da Universidade de Lisboa, coordenado<br />
pela professora doutora Margarida Tomé.<br />
Palavras-chave: Funções de Crescimento; Sobrevivência<br />
de Árvores Individuais; Crescimento Diamétrico; Relação<br />
Hipsométrica Geral. Equações de Aplicabilidade Geral.<br />
Agosto 2022<br />
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AGENDA<br />
AGENDA2022<br />
Palestra Mercado de Mogno-Africano<br />
Data: 15<br />
Local: Goiânia GO)<br />
www.embrapa.br/florestas/busca-deeventos<br />
UAI Forest<br />
Data: 17 e 18<br />
Local: Belo Horizonte (MG)<br />
www.florestasuai.com.br/<br />
AGOSTO<br />
2022<br />
AGOSTO<br />
2022<br />
AGO<br />
2022<br />
PALESTRA MERCADO<br />
DE MOGNO-AFRICANO<br />
A pesquisadora da Embrapa Florestas, Cristiane Aparecida<br />
Fioravante Reis, ministrará a palestra de abertura: Mercado<br />
de Mogno-Africano; na III Semana Acadêmica da Engenharia<br />
<strong>Florestal</strong> - UFG, a qual ocorrerá às 14h (horas), no<br />
dia 15 de agosto de 2022, no Auditório Professor Roland<br />
Vencovsky, do Departamento de Melhoramento Genético<br />
de Plantas da Escola de Agronomia da UFG (Universidade<br />
Federal de Goiás). No evento serão tomadas todas as medidas<br />
de segurança de prevenção de transmissão do Covid-19<br />
como uso de álcool 70, máscaras e distanciamento social.<br />
Imagem: reprodução Imagem: reprodução<br />
Forestrise 2022<br />
Data: 14 a 16<br />
Local: Tóquio (Japão)<br />
www.forestrise.jp/2022/eng/<br />
SETEMBRO<br />
2022<br />
OUT<br />
2022<br />
V CBCTEM<br />
O V CBCTEM – Congresso Brasileiro de Ciência e Tecnologia<br />
da Madeira, será realizado, de forma presencial, no<br />
período de 19 a 21 de outubro de 2022, no Teatro Sesi<br />
- Setor Santa Genoveva, em Goiânia (GO). Este congresso<br />
é um evento consolidado, realizado bianualmente pela<br />
Sociedade Brasileira de Ciência e Tecnologia da Madeira.<br />
Em sua quinta edição, conta com a coordenação da UFG<br />
(Universidade Federal de Goiás) e com apoio da Embrapa<br />
Florestas. Na edição de 2022, são esperados 700 participantes<br />
de diversas regiões do Brasil, entre empresários,<br />
produtores, pesquisadores e renomados nomes do setor<br />
florestal e madeireiro.<br />
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AGENDA2022<br />
SETEMBRO<br />
2022<br />
Lesprom-Ural Professional<br />
Data: 15 a 18<br />
Local: Ekaterinburg (Rússia)<br />
http://en.expoural.com/events/lesprom<br />
SETEMBRO<br />
2022<br />
Lisderevmash<br />
Data: 27 a 29<br />
Local: Kiev (Ucrânia)<br />
https://lisderevmash.ua/en/<br />
OUTUBRO<br />
2022<br />
V Cbctem<br />
Data: 19 a 21<br />
Local: Goiania (GO)<br />
https://vcbctem.cbctem.com.br/<br />
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ESPAÇO ABERTO<br />
Foto: divulgação<br />
Chave para o<br />
CRESCIMENTO<br />
Por Clara Carrocini Tamaoki,<br />
Advogada do Escritório Medina Guimarães<br />
Advogados e Mestranda no Programa de<br />
Pós-Graduação em Ciências Jurídicas<br />
da UniCesumar. Bacharel em Direito pela<br />
Pontifícia Universidade Católica do Paraná.<br />
Desenvolvimento empresarial<br />
sustentável se fortalece pelo<br />
compliance<br />
Atualmente, tem se tornado uma exigência cada vez<br />
mais presente no mercado a adoção de boas práticas<br />
de gestão empresarial, alinhadas a uma postura<br />
responsável, ética e comprometida com as questões<br />
ambientais e sociais.<br />
Essa tendência não se limita aos negócios que geram impactos<br />
ambientais mais expressivos, e inclui as mais diversas atividades<br />
empresariais, o que faz com que a adoção de uma postura<br />
de organização e planejamento pautada nos fatores Ambiental,<br />
Social e de Governança (os fatores ESG).<br />
Tratando-se de uma tendência mundial, a realidade constatada<br />
no Brasil não é diferente. Em pesquisa realizada pela Union +<br />
Webster, divulgada pela FIEP (Federação das Indústrias do Estado<br />
do Paraná), constatou-se que 87% da população brasileira prefere<br />
comprar produtos e serviços de empresas sustentáveis e 70% dos<br />
entrevistados afirma não se importar em pagar um pouco mais<br />
por isso.<br />
Nesse sentido, tem-se igualmente que o desenvolvimento<br />
empresarial sustentável se apresenta como uma nova tendência<br />
no mercado financeiro, vez que empresas que se estruturam de<br />
forma a contemplar os fatores ESG tendem a se manter por mais<br />
tempo no mercado e a conquistar uma melhor reputação não só<br />
entre seus clientes, mas também entre seus acionistas, já que os<br />
investidores se importam cada vez mais com fundos comprometidos<br />
com a responsabilidade socioambiental.<br />
Além disso, a necessidade de conformidade empresarial com<br />
a legislação ambiental vigente na busca por ações preventivas que<br />
visam diminuir os impactos causados pela atividade empresarial,<br />
bem como evitar atividades lesivas ao meio ambiente e as sanções<br />
penais e administrativas delas derivadas reforçam a urgência<br />
da adoção de uma postura empresarial sustentável, visto que não<br />
é pequeno o volume de leis, instruções normativas e resoluções<br />
às quais as empresas brasileiras devem se adequar.<br />
O compliance, inicialmente encarado como uma ferramenta<br />
para o correto cumprimento das normais legais que incidiam sobre<br />
as atividades empresariais, o termo passou a abarcar também<br />
a preocupação com a prevenção de danos à administração pública,<br />
e hoje é visto não só como o responsável por um programa de<br />
conformidade legal da empresa, mas como um pilar fundante na<br />
construção de uma organização empresarial que assegure a integridade<br />
dentro de todos os seus eixos de atuação.<br />
A implementação de um programa de compliance bem estruturado<br />
é capaz não só de evitar sanções legais ou administrativas<br />
previstas na legislação ambiental, mas transformar a relação<br />
empresarial ao trazer como resultado final empresas com maior<br />
credibilidade no mercado, capazes de trazer confiança a novos<br />
investidores. A implementação de Programas de Compliance, alinhados<br />
aos fatores ESG, se apresenta como um mecanismo capaz<br />
de fundamentar e impulsionar um desenvolvimento empresarial<br />
sustentável. Ao auxiliar a formação de uma estrutura corporativa<br />
em conformidade com a legislação ambiental vigente e também<br />
como ponto de partida para um programa de sustentabilidade<br />
empresarial.<br />
82 www.referenciaflorestal.com.br