O papel modulador do gene AIRE - capes

INTRODUÇÃOAs doenças auto imunes, incluindo lúpus eritematoso sistêmico(LES), diabetes melitus do tipo 1 (DM-1) e artrite reumatóide (AR),representam desafios científicos e médicos dos mais intrigantes.É difícil, até hoje, concluir se o problema gerado pelo desequilíbriode reconhecimento entre o próprio e o não próprio é iniciado pelostecidos-alvos da reação auto imune (constituintes do núcleo celular comoDNA, RNA, histonas etc no LES; células β do pâncreas no DM-1 e tecidosinovial das juntas e articulações na AR) ou se o problema está nas célulasT auto-reativas ou ainda se a origem dessas doenças está no descontroleda indução da tolerância central.Existem evidências para as duas primeiras possibilidades, porémum ponto em comum amplamente aceito, independente da origem daauto-imunidade, é a existência dos auto-antígenos, ou seja, proteínascelulares do próprio indivíduo que são reconhecidas pelo sistema imune.Vários trabalhos mostraram que células tímicas epiteliaismedulares (mTECs) expressam moléculas que normalmente caracterizamoutros tecidos (~ 10% do genoma do camundongo ou humano)representando a quase totalidade de tecidos e órgãos parenquimais.Suspeita-se que o descontrole desta expressão promíscua podeimplicar na indução deficiente de tolerância com conseqüências nosurgimento de doenças auto-imunes.Por isto, esse fenômeno foi chamado de expressão gênica promíscua(Figura 5). O conjunto de genes ‘promiscuamente’ expressos no timoparece ser altamente diverso, incluindo genes tecido- e sexo-específicos egenes particularmente envolvidos com o desenvolvimento (Kyewski &Klein, 2006).20