13.07.2015 Views

Arpilleras da resistência política chilena - CAIN

Arpilleras da resistência política chilena - CAIN

Arpilleras da resistência política chilena - CAIN

SHOW MORE
SHOW LESS

Create successful ePaper yourself

Turn your PDF publications into a flip-book with our unique Google optimized e-Paper software.

Presidenta <strong>da</strong> República/Presidenta de la RepublicaDILMA VANA ROUSSEFFMinistro <strong>da</strong> Justiça/Ministro de la JusticiaJOSÉ EDUARDO CARDOZOPresidente <strong>da</strong> Comissão de Anistia/Presidente de la Comisión de AmnistíaPAULO ABRÃOVice-presidentes <strong>da</strong> Comissão de Anistia/Vice-presidentes dela Comisión de AmnistíaEGMAR JOSÉ DE OLIVEIRASUELI APARECIDA BELLATOConselheiros <strong>da</strong> Comissão de Anistia/Consejeros de laComisión de AmnistíaALINE SUELI DE SALLES SANTOSANA MARIA GUEDESANA MARIA LIMA DE OLIVEIRACAROLINA DE CAMPOS MELOCRISTIANO OTÁVIO PAIXÃO ARAÚJO PINTOEDSON CLÁUDIO PISTORIENEÁ DE STUTZ E ALMEIDAHENRIQUE DE ALMEIDA CARDOSOJOSÉ CARLOS MOREIRA DA SILVA FILHOJUVELINO JOSÉ STROZAKELUCIANA SILVA GARCIAMÁRCIA ELAYNE BERBICH DE MORAESMÁRCIO GONTIJOMARINA DA SILVA STEINBRUCHMÁRIO MIRANDA DE ALBURQUERQUENARCISO FERNANDES BARBOSANILMÁRIO MIRANDAPRUDENTE JOSÉ DA SILVA MELLORITA MARIA DE MIRANDA SIPAHIROBERTA CAMINEIRO BAGGIORODRIGO GONÇALVES DOS SANTOSVANDA DAVI FERNANDES DE OLIVEIRAVIRGINIUS JOSÉ LIANZA DA FRANCASecretário-Executivo <strong>da</strong> Comissão de Anistia/SecretarioEjecutivo de la Comisión de AmnistíaMULLER LUIZ BORGESCoordenador Geral de Memória Histórica <strong>da</strong> Comissão deAnistia/ Coordinador General de Memoria Histórica de laComisión de AmnistíaMARCELO D. TORELLYCoordenadora de Projetos e Parcerias/Coordinadora deProyectos y ParceriasROSANE CAVALHEIRO CRUZEquipe <strong>da</strong> Coordenação de Projetos e Parcerias/ Equipo deCoordinación de Proyectos y ParceriasALINE AGNES VIEIRA MACABEUBHÁRBARA MARTINS DE CARVALHO (Estagiária)BIANCA DE MOURA RODRIGUESDANIEL FERNANDES ROCHADANDARA BAÇÃ (Estagiária)EDUARDO HENRIQUE FALCÃO PIRESJENY KIM BATISTAMAYANE BURTI MARCONDES BARBOSAROSANE CAVALHEIRO CRUZWALLISON DOS SANTOS MACHADO (Estagiário)Esta publicação é resultado de iniciativa fomenta<strong>da</strong> com verbas do projeto Marcas <strong>da</strong> Memória <strong>da</strong> Comissão de Anistia,seleciona<strong>da</strong> por meio de edital público.


<strong>Arpilleras</strong>de la resistencia <strong>política</strong> <strong>chilena</strong><strong>da</strong> <strong>resistência</strong> <strong>política</strong> <strong>chilena</strong>REALIZAÇÃO:ProjetoMARCAS DA MEMÓRIAComissão deANISTIAMinistério <strong>da</strong>JUSTIÇA


2COMISSÃO DE ANISTIADO MINISTÉRIO DA JUSTIÇAA Comissão de Anistia é um órgão do Estado brasileiroligado ao Ministério <strong>da</strong> Justiça e composto por 24conselheiros, em sua maioria agentes <strong>da</strong> socie<strong>da</strong>de civil ouprofessores universitários, sendo um deles indicadopelas vítimas e outro pelo Ministério <strong>da</strong> Defesa. Cria<strong>da</strong>em 2001, há dez anos, com o objetivo de reparar morale economicamente as vítimas de atos de exceção,arbítrio e violações aos direitos humanos cometi<strong>da</strong>sentre 1946 e 1988, a Comissão hoje conta com mais de70 mil pedidos de anistia protocolados. Até o ano de2011 havia declarado mais de 35 mil pessoas “anistia<strong>da</strong>s<strong>política</strong>s”, promovendo o pedido oficial de desculpas doEstado pelas violações pratica<strong>da</strong>s. Em aproxima<strong>da</strong>mente15 mil destes casos, a Comissão igualmente reconheceuo direito à reparação econômica. O acervo <strong>da</strong> Comissãode Anistia é o mais completo fundo documentalsobre a ditadura brasileira (1964-1985), conjugandodocumentos oficiais com inúmeros depoimentose acervos agregados pelas vítimas. Esse acervo serádisponibilizado ao público por meio do Memorial <strong>da</strong>Anistia Política do Brasil, sítio de memória e homenagemas vítimas em construção na ci<strong>da</strong>de de Belo Horizonte.Desde 2007 a Comissão passou a promover diversosprojetos de educação, ci<strong>da</strong><strong>da</strong>nia e memória, levandoas sessões de apreciação dos pedidos aos locais ondeocorreram às violações por meio <strong>da</strong>s Caravanas <strong>da</strong> Anistia,que já superaram 50 edições; promovendo chama<strong>da</strong>spúblicas para financiamento a iniciativas sociais dememória, como a que presentemente contempla esteprojeto; e fomentando a cooperação internacional para ointercâmbio de práticas e conhecimentos, com ênfase nospaíses do Hemisfério Sul.COMISIÓN DE AMNISTÍADEL MINISTERIO DE LA JUSTICIALa Comisión de Amnistía es un órgano del Estado Brasileñodependiente del Ministerio de Justicia formado por 24consejeros, en su gran mayoría, agentes de la socie<strong>da</strong>d civil oprofesores universitarios, siendo uno de ellos indicado por lasvíctimas y otro por el Ministerio de la Defensa. Crea<strong>da</strong> en 2001con el objetivo de reparar moral y económicamente las víctimasde actos de excepción, arbitrio y violaciones a los derechoshumanos que se cometieron en el país, la Comisión cuentacon más de 70 mil pedidos de amnistía ya registrados. Hastael año de 2011, se había declarado más de 35 mil personascomo “amnistia<strong>da</strong>s <strong>política</strong>s”, promoviendo el pedido oficialde disculpas del Estado por las violaciones practica<strong>da</strong>s. Enaproxima<strong>da</strong>mente 15 mil de estos casos, la Comisión igualmentereconoció el derecho a reparación económica. La Comisión deAmnistía posee el más completo conjunto de documentossobre la dictadura brasileña (1964-1985) mezclandodocumentos oficiales con inúmeras evidencias y documentosagregados por las víctimas. Este acervo estará disponible alpúblico por medio del Memorial de la Amnistía Política deBrasil, sitio de memoria y homenaje a las víctimas que estáactualmente en construcción en la ciu<strong>da</strong>d de Belo Horizonte.Desde 2007 la Comisión pasó a promover diversos proyectosde educación, ciu<strong>da</strong><strong>da</strong>nía y memoria, llevando las secciones deapreciación de los pedidos de Amnistía a los mismos localesdonde ocurrieron las violaciones. Estos actos se promovieronpor medio de Caravanas de la Amnistía, las cuales yasuperaron 50 ediciones en los cuatro puntos cardinales delpaís. La Comisión también promueve llama<strong>da</strong>s públicaspara financiar iniciativas sociales de memoria, como es laque contempla este proyecto. Adicionalmente, fomenta lacooperación internacional para el intercambio de prácticas yconocimientos, con énfasis en los países del Hemisferio Sur.capa: verso deTemos que vivertrancadostapa: reverso deTenemos quevivir bajo llavefoto: Martin Melaugh


Las mujeres salieron a la noche4Las mujeres salieron a la nochey buscaron el hilo del rocío,pero sólo hallaron las pisa<strong>da</strong>sde sus insomnes, amados muertos.El hilo de la papa hallaron ymás tardeel hilo de las hojas del maizal,el hilo de la piedra de molery el zumbido de unas grises mariposasque aletearon en la pobre luzde sus viejas, nubla<strong>da</strong>s pupilas.Las ovejas huyeron quizás dónde,los zorzales quizás en qué silencio,los niños habitaban los disparosen quién sabe qué escondrijode las blancas montañas distantes.¿Dónde hallar el hilo de la luna,el hilo de las aguas prometi<strong>da</strong>s?Sólo harapos de nombres y de voces,pe<strong>da</strong>zos de camisas enterra<strong>da</strong>s,botones de plástico y de níquel,retazos de chalecos y bufan<strong>da</strong>s.Las ropas encharca<strong>da</strong>s de la muerte,uniéndose a la tierra, a la neblina,soltando los tintes, las costuras,el tibio algodón de la sabana.El amor de las mujeres era oscuro,un susurr o chocando contra piedras,un arroyo regresando a su origeny a las fibras de árboles remotos.Esto es todo lo que hay en nuestra casa:una aguja, una lámpara, un telar,una mesa de madera brutay unos platos de aluminio rotos.Las mujeres se agotaron en el sueñocosiendo y descosiendo sus visiones,tejiendo punto a punto un frágil solpara el yerto corazón del universo.Jaime Huenún, Santiago de Chile, Setembro de 2010/ Septiembre de 2010Poeta Mapuche, ganhador do premio Pablo Neru<strong>da</strong>, 2003/ ganador del premio Pablo Neru<strong>da</strong>, 2003


História <strong>da</strong>s arpilleras<strong>Arpilleras</strong>, su historiaRoberta Bacic6A arpillera é uma técnica têxtil que possui raízes numa antiga tradiçãopopular inicia<strong>da</strong> por um grupo de bor<strong>da</strong>deiras de Isla Negra,localiza<strong>da</strong> no litoral central chileno. A conheci<strong>da</strong> folclorista VioletaParra ajudou a difundir este trabalho artesanal.A diferença fun<strong>da</strong>mental entre aquelas arpilleras e as que estãoaqui expostas é que estas foram confecciona<strong>da</strong>s com retalhos esobras de pano; – o bor<strong>da</strong>do é só um acessório ao trabalho têxtil.Assim como as arpilleras originais que as inspiraram, estas forammonta<strong>da</strong>s em suporte de aniagem, pano rústico proveniente desacos de farinha ou batatas, geralmente fabricados em cânhamoou linho grosso. To<strong>da</strong> a costura é feita à mão, utilizando agulhase fios. Às vezes são adicionados fios de lã à mão ou em crochê,para realçar os contornos <strong>da</strong>s figuras. Normalmente, o tamanhodessas obras era determinado pela dimensão do saco. Uma vezconsumido seu conteúdo, ele era lavado e cortado em seis partes,possibilitando assim que o mesmo número de mulheres bor<strong>da</strong>ssesua própria história, a de sua família e de sua comuni<strong>da</strong>de. A telade fundo se chama arpillera, <strong>da</strong>ndo o nome a essa expressão artísticapopular.La arpillera es una técnica textil que tiene sus raíces en unaantigua tradición folclórica inicia<strong>da</strong> por un grupo de bor<strong>da</strong>dorasde Isla Negra, locali<strong>da</strong>d ubica<strong>da</strong> en el litoral centralchileno. La conoci<strong>da</strong> folclorista Violeta Parra ayudó a difundireste trabajo artesanal. La diferencia fun<strong>da</strong>mental dedichas arpilleras con las que aquí exponemos, reside en queéstas últimas están hechas de retazos y sobras de telas, y elbor<strong>da</strong>do es sólo accesorio al trabajo textil. Al igual que lasarpilleras originales que las inspiraron, se montan sobre telarústica proveniente de sacos de harina o papas, generalmentefabricados de cáñamo y osnaburgo. Todo el cosido es a manousando agujas e hilos y, en algunas ocasiones, se utilizan lanaspara los contornos ya sea a punta<strong>da</strong>s o con crochet. Eltamaño común de estas obras estuvo determinado por la dimensióndel saco que, una vez consumido su contenido, eralavado y cortado en 6 partes, <strong>da</strong>ndo así las bases para queigual número de mujeres cosiera sobre ellas su propia historia,la de su familia y su comuni<strong>da</strong>d. Esta tela base se llama “arpillera”y de allí el nombre de esta expresión artística popular.


Violeta Parra expôs uma série de arpilleras no Pavilhão Marsan do Museude Artes Decorativas do Palácio do Louvre, em 1964. “O trabalhodos bor<strong>da</strong>dos começou, certamente, com a história anedótica <strong>da</strong> hepatiteque afastou Violeta Parra de suas ativi<strong>da</strong>des habituais (...) Mas essasarpilleras de composições incomuns e coloridos imprevisíveis acabaramnão sendo apenas um passatempo causado por uma imobili<strong>da</strong>demomentânea: ali também havia uma linguagem para poder transmitirhistórias, sonhos e conceitos”. A própria Violeta disse em entrevista: “asarpilleras são como canções que se pintam” (Isabel Parra, em El libromaior de Violeta Parra, 1985).Como forma de registrar a vi<strong>da</strong> cotidiana <strong>da</strong>s comuni<strong>da</strong>des e de afirmarsua identi<strong>da</strong>de, as oficinas de arpilleras não somente representaram aexpressão dessa reali<strong>da</strong>de como também se transformaram em fonte desobrevivência em tempos adversos. Muitas arpilleras fazem referênciaaos valores consoli<strong>da</strong>dos <strong>da</strong> comuni<strong>da</strong>de e aos problemas políticos e sociaisque esta enfrenta. Tornaram-se uma forma de comunicar ao mundoexterior, no país e fora dele, o que estava acontecendo, e ao mesmotempo, uma forma de ativi<strong>da</strong>de cooperativa e fonte de ren<strong>da</strong>.Graças às arpilleras, muitas mulheres <strong>chilena</strong>s puderam denunciar e enfrentara ditadura desde fins de 1973. As arpilleras mostravam o querealmente estava acontecendo nas suas vi<strong>da</strong>s, constituindo expressões<strong>da</strong> tenaci<strong>da</strong>de e <strong>da</strong> força com que elas levavam adiante a luta pela ver<strong>da</strong>dee pela justiça. Além disso, ca<strong>da</strong> uma destas obras pôde quebrar ocódigo de silêncio imposto pela situação então vivi<strong>da</strong> no país. Hoje, sãotestemunho vivo e presente, e uma contribuição à memória históricado Chile.O cardeal chileno na época, monsenhor Raúl Silva Henríquez, pediuautorização urgente ao papa Paulo VI para criar o Vicariato de Soli<strong>da</strong>rie<strong>da</strong>deem razão <strong>da</strong> necessi<strong>da</strong>de de aju<strong>da</strong>r as vítimas de violações dosDireitos Humanos. Essa organização eclesiástica começou a operar em1º de janeiro de 1976 e concluiu seus trabalhos em 31 de dezembro de1992. O Vicariato foi a enti<strong>da</strong>de que prosseguiu a tarefa inicia<strong>da</strong> peloComitê de Cooperação para a Paz no Chile, que foi obrigado a se dissolverpor causa <strong>da</strong>s fortes pressões do governo militar. Porém, a Fun<strong>da</strong>çãoSocial de Aju<strong>da</strong> <strong>da</strong>s Igrejas Cristãs (Fasic) continuou essa tarefa soba proteção <strong>da</strong> Igreja Metodista, mantendo até hoje trabalhos em proldos Direitos Humanos no Chile.Foi sob os auspícios dessas instituições que nasceram e se difundiram asoficinas de arpilleras. Nas dependências do Vicariato de Soli<strong>da</strong>rie<strong>da</strong>defuncionava o Grupo de Familiares de Presos Desaparecidos, e na Fasicse reuniam tanto os integrantes do Grupo de Familiares de ExecutadosPolíticos como os que pertenciam ao Grupo de Ex-Presos Políticos.Violeta Parra en 1964 expuso una serie de arpilleras en el Pavillonde Marsan del Museo de Artes Decorativas del Palaciodel Louvre. “El trabajo de los bor<strong>da</strong>dos comenzó, ciertamente,con la anécdota de la hepatitis que alejó a Violeta de sus activi<strong>da</strong>deshabituales (…) Pero estas arpilleras de composicionesinsólitas y colorido imprevisible no terminaron siendo el pasatiempopara una inmovili<strong>da</strong>d transitoria: también ahí habíaun lenguaje para transmitir historias, sueños y conceptos”.La misma Violeta lo dijo en alguna entrevista: “las arpillerasson como canciones que se pintan”. (Isabel Parra, en El LibroMayor de Violeta Parra, 1985).Como una forma de captar el valor de la vi<strong>da</strong> cotidiana yde afirmar la identi<strong>da</strong>d, los talleres de arpilleras se convirtieronen un medio de expresión individual y comunitaria yen una fuente de sobrevivencia en tiempos adversos. Muchasarpilleras hacen referencia a lo que afirma y consoli<strong>da</strong> la comuni<strong>da</strong>d,como también a los problemas políticos y socialesque ésta debe enfrentar. Las arpilleras se tornaron en una poderosaforma de comunicar al mundo exterior lo que estabaocurriendo en los sectores populares, constituyéndose a la vezen una activi<strong>da</strong>d cooperativa que generaba pequeños ingresoseconómicosPosteriormente, gracias a las arpilleras, muchas mujeres <strong>chilena</strong>spudieron denunciar y enfrentarse a la dictadura a contarde fines de 1973. Las arpilleras mostraban lo que realmenteestaba sucediendo en sus vi<strong>da</strong>s, constituyéndose además enexpresiones fidedignas de la tenaci<strong>da</strong>d y fuerza con que llevaronadelante la lucha por la ver<strong>da</strong>d y la justicia. Por otraparte, ca<strong>da</strong> una de estas humildes obras lograba romper elcódigo de silencio impuesto sobre la situación que vivía elpaís. Hoy son un testimonio vivo y presente y un aporte a lamemoria histórica de Chile.El Cardenal chileno de la época, Monseñor Raúl Silva Henríquez,pidió urgente autorización al Papa Pablo VI para crearla Vicaría de Soli<strong>da</strong>ri<strong>da</strong>d debido a la necesi<strong>da</strong>d de ayu<strong>da</strong>ra las víctimas de violaciones a los Derechos Humanos. Estaorganización eclesiástica comenzó su funcionamiento el 1de enero de 1976 y finalizó sus labores el 31 de diciembre de1992. La Vicaría fue la enti<strong>da</strong>d continuadora de la tarea inicia<strong>da</strong>por Comité de Cooperación para la Paz en Chile, la quehubo de disolverse <strong>da</strong><strong>da</strong>s las fuertes presiones del gobiernomilitar. Por otra parte, FASIC (Fun<strong>da</strong>ción Social de Ayu<strong>da</strong> de7


8Na revista Vi<strong>da</strong> Nueva, número 1140, publica<strong>da</strong> em Madri em julhode 1978, cujo tema central foi “Chile: os desaparecidos”, lemos: “Chile1978. Depois de cinco anos de governo militar, o Chile não conseguese reerguer. O ‘avanço econômico’ anunciado por alguns ministros sóbeneficia a uma pequena minoria pertencente aos setores ricos. A grandemassa <strong>da</strong> população sofre as consequências de uma situação econômicainsustentável: greves, demissões, falta de proteção aos direitosdo trabalhador, escolari<strong>da</strong>de deficiente, falta de moradia, imorali<strong>da</strong>de,fome. O governo mantém uma atitude dura e inflexível (...) Admite este‘custo social’ para ‘salvar a pátria’ (...) As ‘tapeçarias <strong>da</strong> difamação’, conheci<strong>da</strong>sinternacionalmente – pois é certo que estão em numerosospaíses <strong>da</strong> Europa e <strong>da</strong> América – sob o nome de arpilleras <strong>chilena</strong>s, nosfornecem uma excelente oportuni<strong>da</strong>de para discutir a fundo um temaatual. De atuali<strong>da</strong>de também internacional: o papel <strong>da</strong> Igreja na temporali<strong>da</strong>de<strong>da</strong> socie<strong>da</strong>de. Problema complexo e polêmico, que compreenderiainúmeras reflexões teológicas, <strong>política</strong>s e sociológicas”.Enquanto muitas mulheres se dedicavam a essas tarefas em oficinas dearpilleras localiza<strong>da</strong>s em diversas partes de Santiago e em alguns outrosmunicípios, a imprensa oficial se dedicava a negar essa reali<strong>da</strong>de etambém a denunciar ofensivamente o trabalho realizado pelas artesãstapeceiras.No jornal La Segun<strong>da</strong>, em edição dessa época, lemos: “Ministro ordenaampla investigação sobre tapeçarias difamantes”. E o texto informa:“O ministro do Interior solicitou que se instrua processo por infraçãoà Lei de Segurança contra Chin<strong>da</strong> Perez, envolvi<strong>da</strong> na remessa ao exteriorde tecidos artesanais com motivos de evidente conteúdo políticoantichileno”. Os tecidos e as arpilleras haviam sido enviados por Chin<strong>da</strong>Perez de Acunha para a ci<strong>da</strong>de de Basileia, na Suíça, pela companhiaaérea Swissair.No começo <strong>da</strong> déca<strong>da</strong> de 1980 começou um movimento mais generalizadocontra a ditadura e seus efeitos. As mulheres, junto a outrossetores <strong>da</strong> socie<strong>da</strong>de civil, foram às ruas para expressar-se. Essas ações, odesgaste interno <strong>da</strong> Junta Militar e as pressões internacionais levaram ogeneral Pinochet a convocar um plebiscito com a intenção de continuarseu governo. Pinochet perdeu o plebiscito realizado em 1988, e essefato iniciou o processo de transição para a democracia.No Chile, durante a ditadura, foi significativo o uso <strong>da</strong> não violênciacomo forma de participação <strong>política</strong>, de promoção dos direitos humanose <strong>da</strong>s deman<strong>da</strong>s por mu<strong>da</strong>nças <strong>política</strong>s. As arpilleras desta coleçãoexpressam isso claramente. As ações não violentas arrisca<strong>da</strong>s e exemplaresdo “Movimento Contra a Tortura Sebastián Acevedo”, conduzidopelo padre jesuíta José Aldunate, denunciaram para a comuni<strong>da</strong>delas Iglesias Cristianas) continuó con esta tarea bajo la protecciónde la Iglesia Metodista, manteniendo hasta el día de hoyun trabajo a favor de los DDHH en Chile.Es bajo el alero de estas instituciones que nacieron y se difundieronlos talleres de arpilleras. En dependencias de la Vicaríade la Soli<strong>da</strong>ri<strong>da</strong>d funcionó la Agrupación de Familiaresde Detenidos Desaparecidos y en el FASIC se reunían tantolos integrantes de la Agrupación de Familiares de EjecutadosPolíticos y como los que pertenecían a la Agrupación de ExPresos Políticos.En la revista Vi<strong>da</strong> Nueva Nº 1.140 de julio de 1978, publica<strong>da</strong>en Madrid, y cuyo tema central fue “Chile: Los Desaparecidos”,leemos: “Chile 1978. Tras cinco años de Gobierno militar,Chile no logra levantar cabeza. El ‘despegue económico’anunciado por algunos ministros sólo beneficia a una escasaminoría perteneciente a los sectores acau<strong>da</strong>lados. La granmasa de los pobladores sufre las consecuencias de una situacióneconómica insostenible: cesantía, paro, falta de protecciónde los derechos del trabajador, deficiente escolari<strong>da</strong>d, faltade vivien<strong>da</strong>s, relajación moral, hambre. El gobierno mantieneuna actitud dura e intransigente (…) Admite este ‘costo social’para ‘salvar la patria’ (…) Los ‘tapices de la difamación’,conocidos internacionalmente –porque es cierto que ya estánen numerosos países de Europa y América- con el nombrede ‘<strong>Arpilleras</strong> de Chile’, nos <strong>da</strong>n una estupen<strong>da</strong> ocasión parahablar a fondo de un tema de actuali<strong>da</strong>d. De actuali<strong>da</strong>dtambién internacional: el papel de la Iglesia en los quehacerestemporales de la socie<strong>da</strong>d. Problema complejo y polémico,que abarcaría innumerables reflexiones teológicas, <strong>política</strong>sy sociológicas”.Mientras muchas mujeres se dedicaban a estas tareas en talleresde arpilleras ubicados en distintas partes de Santiago yen algunas provincias, la prensa oficial se dedicaba a negaresta reali<strong>da</strong>d y también a denunciar ofensivamente el trabajorealizado por las arpilleristas.En el diario La Segun<strong>da</strong> de la época se lee: “Ministro ordenó unaamplia investigación por tapetes difamantes”. Luego agrega,textualmente: “El Ministro del Interior ha solicitado que se instruyeraproceso por infracción a la Ley de Seguri<strong>da</strong>d, en contrade Chin<strong>da</strong> Pérez que aparece involucra<strong>da</strong> en el envío al exteriorde tejidos artesanales con motivos de evidente contenido políticoantichileno”. Los tejidos y arpilleras iban remitidos por Chin-


nacional e internacional o uso sistemático <strong>da</strong> tortura por parte do regimede Pinochet. Essa foi uma organização efetiva que exerceu pressãoconstante para que o Chile assinasse a Convenção Contra a Tortura, em1984, e para que se estabelecesse a Comissão Nacional sobre Prisão Políticae Tortura, em 2004. Um total de 35.868 pessoas se apresentaramperante essa Comissão, e 27.255 foram reconheci<strong>da</strong>s como vítimas detortura pelo Estado.Deixemos agora que falem as arpilleras do Chile. Que sejamos levadospelas histórias cria<strong>da</strong>s por mulheres sensíveis em meio ao horror e àdor, e que permaneceram como testemunho perene de sua luta peladigni<strong>da</strong>de humana. Elas nos transmitem fragmentos <strong>da</strong>s vi<strong>da</strong>s <strong>da</strong>s artesãse são relatos de comuni<strong>da</strong>des que, apesar <strong>da</strong> repressão e <strong>da</strong> violência,foram capazes de sobreviver com base em valores como soli<strong>da</strong>rie<strong>da</strong>de,ver<strong>da</strong>de e justiça.Vamos percorrer agora essas memórias, essas vi<strong>da</strong>s, esperando que,com suas luzes e sombras, se irmanem com as nossas.<strong>da</strong> Pérez de Acuña, vía Swissair, a la ciu<strong>da</strong>d de Basilea, Suiza.A comienzos de los ‘80 comenzó un movimiento más generalizadocontra la dictadura y sus efectos. Las mujeres, junto aotros sectores de la socie<strong>da</strong>d civil, salieron a las calles a expresarse.Estas acciones, suma<strong>da</strong>s al desgaste interno de la JuntaMilitar y a las presiones internacionales, llevaron a que el GeneralPinochet convocara a un plebiscito con la intención deser confirmado en su puesto. Pinochet perdió dicho plebiscito,realizado en 1988, comenzando así el proceso de transición ala democracia.En Chile, el uso de la no violencia como forma de participación<strong>política</strong>, de promoción de los derechos humanos y de luchapor el cambio político durante la dictadura, fue significativo.Las arpilleras de esta colección lo expresan claramente. Lasarriesga<strong>da</strong>s y ejemplares acciones no violentas del “MovimientoContra La Tortura Sebastián Acevedo” -liderado por elsacerdote jesuita José Aldunate- denunciaron ante la comuni<strong>da</strong>dnacional e internacional, el uso sistemático de la torturapor parte del régimen de Pinochet. Fue ésta una efectiva organizacióninstrumental, que con sus activi<strong>da</strong>des ejerció constantepresión para que Chile firmase la Convención Contra laTortura en 1984. En 2004 se constituyó la Comisión Nacionalsobre Prisión Política y Tortura. Un total de 35,868 personasse presentaron a esta instancia y 27.255 han sido reconoci<strong>da</strong>scomo víctimas de la tortura por el estado de Chile.Dejemos, ahora, que hablen las arpilleras de Chile; dejémonosllevar por las historias que sencillas mujeres crearon enmedio del horror y del dolor, y que han que<strong>da</strong>do como untestimonio perdurable de su lucha por la digni<strong>da</strong>d humana.Ellas nos comparten fragmentos de la vi<strong>da</strong> de las arpilleristasy el relato de comuni<strong>da</strong>des que, a pesar de la represióny la violencia, fueron capaces de sobrevivir fun<strong>da</strong>mentandosus actos en valores tales como la soli<strong>da</strong>ri<strong>da</strong>d, la ver<strong>da</strong>d y unsentido primordial de justicia.Recorramos, entonces, estas memorias, estas vi<strong>da</strong>s, esperandoque se hermanen, con sus luces y sus sombras, a las nuestras.9DetalheNão à impuni<strong>da</strong>deDetalleNo a la impuni<strong>da</strong>d


Resenha históricaReseña historicaClara Kardonsky10Esta exposição nos leva ao ano de 1973, quando ocorreu o golpe militarno Chile.Para ilustrar o que aconteceu naquele país, marcando definitivamenteo panorama político <strong>da</strong> déca<strong>da</strong> de 1970 em praticamente to<strong>da</strong> a AméricaLatina, é necessário retrocedermos na história.Logo após o final <strong>da</strong> Segun<strong>da</strong> Guerra Mundial, as contradições entre omundo capitalista (capitaneado pelos Estados Unidos) e o então chamado‘campo socialista’ (a União Soviética e a China) se aprofun<strong>da</strong>rama tal ponto que essa época, que se estendeu aproxima<strong>da</strong>mente de 1950a 1990, foi conheci<strong>da</strong> como ‘Guerra Fria’.Em 1959, o impacto causado pelo triunfo <strong>da</strong> Revolução Cubana deuum sinal de alerta aos Estados Unidos, que passaram a ver os movimentospopulares e democráticos existentes na região como uma ‘antessala’de futuros regimes comunistas. Temendo perder a hegemonia econômicano Continente e com receio de que o apoio <strong>da</strong> União Soviéticae o novo modelo de uma revolução socialista na ilha cubana fossem sepropagar, os Estados Unidos passaram a apoiar de forma concreta movimentosde contrainsurgência, reforçando as estruturas econômicase militares na região que, de forma sucessiva, protagonizaram golpesmilitares no Brasil, na Argentina, no Chile, no Uruguai, na Bolívia e emoutros países <strong>da</strong>s Américas do Sul e Central.No Chile, a vitória <strong>da</strong> Uni<strong>da</strong>de Popular no ano de 1970 levou à presidênciaSalvador Allende, médico de formação com fortes convicçõeshumanitárias e socialistas. Seu triunfo foi imediatamente visto comoparte <strong>da</strong> vitória de uma <strong>da</strong>s duas superpotências em conflito, a UniãoSoviética, e como ameaça à outra, os Estados Unidos <strong>da</strong> América. Dessamaneira, o Chile se converteu no primeiro país sul-americano que chegouao socialismo pela via democrática.O início do processo de estatização dos principais meios de produçãodo Chile, a começar pelo cobre, principal riqueza mineral do país,assim como a formação de uma ‘área social’ na economia, com influênciana agricultura, na pesca, na indústria e no comércio, fizeramEsta exposición nos transporta al año de 1973, cuando ocurre elgolpe militar en la Republica de Chile.Para que po<strong>da</strong>mos entender mejor lo que aconteció en aquelpaís, es necesario retroceder en la historia, Chile vive un procesoque marca definitivamente el panorama político de los años 70en prácticamente todos los países de Latinoamerica.Inmediatamente después de la 2<strong>da</strong> Guerra Mundial, se profundizanlas contradicciones entre los EEUU junto con otros paísescapitalistas y el grupo llamado de “países del bloque comunista”(China y los países que pertenecían a la Unión Rusa SocialistaSoviética) a esta época, entre los años 1950 y 1980, se la conocecomo los años de la “Guerra Fría”En 1959, el impacto causado por el triunfo de la RevoluciónCubana dio una señal de alerta a los EEUU, que pasabana ver los movimientos populares y democráticos existentes enla región como un “anuncio” de futuros regímenes comunistas.Temiendo perder la hegemonía económica en el Continente ycon miedo de que la Unión Soviética y el nuevo modelo de unarevolución socialista en la isla cubana se propague, los EEUUpasaron a apoyar de forma concreta movimientos de contra-insurgencia.Así, refuerzan las estructuras económicas y militaresen la región que, de forma sucesiva, protagonizan golpes militaresen Brasil, Argentina, Chile, Uruguay, Bolivia, y otros países deAmérica del Sur y Central.En Chile, la victoria de la Uni<strong>da</strong>d Popular en el año 1970 llevóSalvador Allende a la presidencia, médico de formación y confuertes convicciones humanitarias y socialistas. Su triunfo fuevisto inmediatamente como parte de la victoria de una de lasdos superpotencias en conflicto, la Unión Sovietica y por otrolado como una amenaza a la otra, los EEUU.De esta manera Chile se convierte en el primer país sur –americanoque llega al socialismo por la vía democrática.


surgir uma reação bastante acentua<strong>da</strong> <strong>da</strong> burguesia. Esta começou ase organizar para resistir de forma ativa às mu<strong>da</strong>nças sociais propugna<strong>da</strong>spelo governo de Allende. Começou então o período do conflitoaberto entre as classes sociais. Organizando-se em grupos diversos,elas pregaram o acirramento <strong>da</strong>s contradições para a definição finalde como deveria ser o novo regime. Em muitos setores, começou aimperar a ideia de que só a força poderia resolver esse impasse paraimpor, segundo a opinião de ca<strong>da</strong> grupo, ou a definitiva revoluçãosocialista (defendi<strong>da</strong> pelas forças <strong>da</strong> esquer<strong>da</strong>) ou a manutenção doregime anterior de privilégios (defendi<strong>da</strong> pela burguesia e pelas ForçasArma<strong>da</strong>s).Não se pode deixar de mencionar que nos períodos mais agudos dessacrise o papel desempenhado pelos meios de comunicação, tantoos <strong>da</strong> esquer<strong>da</strong> como os <strong>da</strong> área conservadora, foi de ver<strong>da</strong>deiro parti<strong>da</strong>rismo,chamando, muitas vezes, ao enfrentamento físico entresetores <strong>da</strong> população.No dia 11 de setembro de 1973, deu-se o golpe militar liderado pelasForças Arma<strong>da</strong>s, que nomearam Augusto Pinochet como seu líder.Salvador Allende suicidou-se, de acordo com as pesquisas realiza<strong>da</strong>spela Comissão Nacional pela Ver<strong>da</strong>de e Reconciliação, e o palácio LaMone<strong>da</strong> foi bombardeado pela aviação <strong>chilena</strong>.Assumiu o governo uma Junta Militar que declarou tomar o “MandoSupremo <strong>da</strong> Nação com o compromisso patriótico de restaurar a chileni<strong>da</strong>de,a justiça e a institucionali<strong>da</strong>de que havia sido quebra<strong>da</strong> (...) porefeito <strong>da</strong> intromissão de uma ideologia dogmática e excludente, inspira<strong>da</strong>nos princípios estrangeiros do marxismo-leninismo (...)”. 1Com o golpe de Estado, iniciou-se no Chile um período de feroz perseguição<strong>política</strong> e social que tratou de acabar com os diversos movimentos,partidos políticos e agrupamentos que haviam manifestadosua adesão ao governo <strong>da</strong> Uni<strong>da</strong>de Popular e posterior oposição à ditaduraque se implementou. Como parte do Terrorismo de Estado quese levou a efeito, como decorrência de um Estado policialesco, milharesEl inicio del proceso de estatización de los principales medios deproducción del país, comenzando con el cobre, principal riquezamineral del país, así como la formación de una área social enla economía, con influencia en la agricultura, pesca, industria ycomercio, provocó una reacción bastante fuerte en la burguesíanacional <strong>chilena</strong>. Esta comenzó a organizarse para resistir enforma activa a las mu<strong>da</strong>nzas sociales adopta<strong>da</strong>s por el gobiernoAllende.De esta forma comienza el período de un conflicto abierto entrelas clases sociales, que se organizan en distintos grupos quebuscan profundizar las contradicciones para así definir la formaque debería actuar el nuevo gobierno.En muchos sectores comienza a imperar la idea de que sólo lafuerza podría resolver el impase de imponer –según la opiniónde ca<strong>da</strong> grupo- ya sea la definitiva revolución socialista, ideadefendi<strong>da</strong> por las fuerzas de izquier<strong>da</strong>, o mantener el régimenanterior de privilegios, idea defendi<strong>da</strong> por la burguesía marginaly las fuerzas arma<strong>da</strong>s.No se puede dejar de mencionar que en los períodos más agudosde esta crisis, el papel desempeñado por los medios de comunicación,tanto los de izquier<strong>da</strong> como los del área conservadora,fue de un ver<strong>da</strong>dero parti<strong>da</strong>rismo, llamando, muchas veces, alenfrentamiento físico entre la población.El día 11 de setiembre de 1973 se produce el Golpe Militar lideradopor las Fuerzas Arma<strong>da</strong>s que nombraron Augusto Pinochetcomo su líder. Salvador Allende se suici<strong>da</strong>, según la investigaciónrealiza<strong>da</strong> por la “Comisión Nacional por la Ver<strong>da</strong>d y Reconciliación”,el palacio La Mone<strong>da</strong>, sede del gobierno fue brutalmentebombardeado por la aviación <strong>chilena</strong>.Una Junta Militar asume el gobierno y declara tomar el “mandosupremo de la nación con el compromiso patriótico de restaurarla chileni<strong>da</strong>d, la justicia y la institucionali<strong>da</strong>d que había11


12de pessoas foram leva<strong>da</strong>s a centros de tortura. Houve sequestros e extermínios,fatos que se tornaram sistemáticos e impuseram o medo eo terror no país.Os centros de Villa Grimaldi, Londres 38, Paine, José Domingos Cañas,La Ven<strong>da</strong> Sexy e Tres y Cuatro Alamos, são tristemente conhecidos porserem lugares onde se viveram as mais cruéis, desumanas e brutais práticasde violações dos Direitos Humanos, leva<strong>da</strong>s a efeito pelo Estado.Segundo o relatório <strong>da</strong> Comissão Nacional pela Ver<strong>da</strong>de e Reconciliação,demonstrou-se que no Chile houveram mais de 3.000 vítimas deviolações dos Direitos Humanos e um número não determinado demortos e desaparecidos no período em que a ditadura militar governouo país entre os anos 1973 e 1990.Nesse contexto de fim <strong>da</strong>s liber<strong>da</strong>des individuais e dos direitos humanossurgiram vários movimentos culturais que buscavam resistir à on<strong>da</strong>de obscurantismo, censura e repressão. A manifestação cultural denomina<strong>da</strong>arpilleras, que vemos aqui, faz parte dessa on<strong>da</strong> de movimentosartísticos de <strong>resistência</strong>.Nas arpilleras que formam esta exposição está escrita a própria históriasocial de um grupo de mulheres que, de alguma forma, sofreram torturase discriminações típicas de um regime ditatorial e que puderam encontraro caminho para expressar suas emoções e também denunciar oque ocorria nos cárceres chilenos.1 Decreto Ley nº 1. Santiago de Chile, 11 Sept. 1973.sido quebra<strong>da</strong>.(…) por fuerza de la intromisión de una ideologíadogmática y excluyente, inspira<strong>da</strong> en principios extranjeros delmarxismo-leninismo” 1A partir del Golpe Militar, se inicia en Chile un período de ferocespersecuciones <strong>política</strong>s y sociales que trata de acabar conlos distintos movimientos, partidos políticos y agrupaciones quehabían manifestado su adhesión al gobierno de la Uni<strong>da</strong>d Populary que posteriormente se opusieron a la dictadura que sehabía implementado en Chile. Como parte del Terrorismo deEstado que se implantó como consecuencia de un GobiernoMilitar, millares de personas fueron llevados a diversos centrosde tortura, el secuestro y exterminios se tornaron sistemáticosimponiendo en el país el miedo y el terror.Villa Grimaldi, Londres 38, José Domingo Cañas, La Ven<strong>da</strong> Sexy,Tres y Cuatro Álamos, son tristemente conocidos por ser lugaresdonde se vivieron las más crueles, inhumanas y brutales prácticasde violaciones a los Derechos Humanos por parte del Estadocontra sus ciu<strong>da</strong><strong>da</strong>nos.Según la Comisión Nacional para Ver<strong>da</strong>d y Reconciliación enChile existieron más de 3000 casos de víctimas de violaciones delos derechos humanos y un número no determinado de muertosy desaparecidos durante el período en que la dictadura militargobernó el país entre 1973 y 1990.En este contexto donde se extinguen las libertades y los derechosde las personas surgen diferentes movimientos culturales comolas expresiones que vemos en las artistas <strong>chilena</strong>s que trabajanlas <strong>Arpilleras</strong>.En las arpilleras que conforman esta exposición está escrita lapropia historia social de un grupo social formado por mujeresque de una forma u otra sufrieron las torturas de un régimendictatorial y que pudieron encontrar el camino para expresarsus emociones y también denunciar lo que estaba aconteciendoen las cárceles de Chile.1 Decreto Ley Nº 1.– Santiago de Chile, a 11 de Septiembre de 1973


DetalheFornos de LonquénDetalleHornos de Lonquén13


14Arpillera confecciona<strong>da</strong> coletivamente pela Oficina Recoleta.“As alegrias e os sofrimentos cotidianos numa comuni<strong>da</strong>demarginal do Chile. É isto que as arpilleras que confeccionamossignificam para nós” (testemunho <strong>da</strong>do em 1983por um grupo de base do povoado Villa Francia).A Oficina Recoleta era uma <strong>da</strong>s oficinas de arpilleras quefuncionavam sob os auspícios <strong>da</strong> obra ecumênica Fun<strong>da</strong>çãoMissio, constituí<strong>da</strong> em maio de 1977, a qual institucionalizouativi<strong>da</strong>des que desde 1970 eram desenvolvi<strong>da</strong>spela Irmã Karoline Mayer – de nacionali<strong>da</strong>de alemã – naspopulações marginais <strong>da</strong> zona norte de Santiago. MonsenhorJorge Hourton era o bispo <strong>da</strong>quela área e também odiretor dessa fun<strong>da</strong>ção. A irmã Karoline ain<strong>da</strong> trabalha ativamenteno Chile, na organização Cristo Vive, constituí<strong>da</strong>em 1990, após o fechamento <strong>da</strong> Fun<strong>da</strong>ção Missio.Arpillera confecciona<strong>da</strong> colectivamente por Taller Recoleta.“Alegrías y penas cotidianas en una población marginal deChile. Eso significan para nosotros las arpilleras que confeccionamos”.(Testimonio aportado en 1983 por un grupo de basede la población Villa Francia).El Taller Recoleta era uno de los talleres de arpilleras quefuncionaba bajo el alero de la obra ecuménica “Fun<strong>da</strong>ciónMissio” que se constituyó en mayo de 1977 y que institucionalizólas activi<strong>da</strong>des que desde 1970 desarrollaba la HermanaKaroline Mayer – de nacionali<strong>da</strong>d alemana - en las poblacionesmarginales de la zona norte de Santiago. MonseñorJorge Hourton era el Obispo de esa Zona y fue también eldirector de dicha fun<strong>da</strong>ción. La hermana Karoline aún trabajaactivamente en Chile en la organización Cristo Vive, quese constituyó en 1990 luego del cierre de la Fun<strong>da</strong>ción Missio.


15A vi<strong>da</strong> em nossacomuni<strong>da</strong>deOficina Recoleta, Chile, 1984.Acervo de Jürgen e MartaSchaffer, AlemanhaVi<strong>da</strong> en nuestrapoblaciónTaller Recoleta, Chile, 1984.Colección Marta y JürgenSchaffer, Alemaniafoto: Colin Peck


16DetalheVi<strong>da</strong> em nossacomuni<strong>da</strong>deDetalleVi<strong>da</strong> en nuestrapoblación


17DetalheVi<strong>da</strong> em nossacomuni<strong>da</strong>deDetalleVi<strong>da</strong> en nuestrapoblación


Homenagemaos mortosAnônima. Chile, final <strong>da</strong>déca<strong>da</strong> de 1970. Acervo:Fátima Miralles, EspanhaHomenaje alos caídosAnónima. Chile,fines de 1970. Colección deFátima Miralles, Españafoto: Colin Peck18As mulheres começaram a compartilhar suas experiênciasde violações aos direitos humanos nas oficinas apoia<strong>da</strong>s peloVicariato de Soli<strong>da</strong>rie<strong>da</strong>de e por outras igrejas, e assim foramapoiando-se umas às outras, compartilhando os acontecimentosvividos e dialogando sobre o que se poderia fazer naquelascircunstâncias difíceis.“Estes trabalhos nos mostram que a guerra e os conflitos sãoreais e ver<strong>da</strong>deiros. Mas também evidenciam o resultado demuitas horas de trabalho. Assim como as pinturas mostram aspincela<strong>da</strong>s, estas histórias em tapeçaria e bor<strong>da</strong>do evidenciamca<strong>da</strong> ponto <strong>da</strong>do e, por extensão, ca<strong>da</strong> movimento <strong>da</strong> mãoque pôs a agulha no pano e a retirou dele. Mostram a memóriacomo uma ativi<strong>da</strong>de física, um processo material, através doqual os artistas assimilam no mesmo ato o vivido interiormentee o que é expresso para os outros” (James Young, 2005).En los talleres apoyados por la Vicaría de Soli<strong>da</strong>ri<strong>da</strong>d yotras iglesias, las mujeres comenzaron a compartir sus experienciasde violaciones a los derechos humanos y así sefueron apoyando las unas a las otras, compartiendo lo vividoy dialogando en torno a lo que se podía hacer en esasdifíciles circunstancias.“Estas obras nos muestran que la guerra/conflicto es real, ver<strong>da</strong>dero.Pero también pone en evidencia el resultado de muchashoras de trabajo. Así como las pinturas que muestranlas pincela<strong>da</strong>s, estas historias en tela dejan en evidencia ca<strong>da</strong>punta<strong>da</strong> y –por extensión – ca<strong>da</strong> movimiento de la mano quepuso y sacó la aguja de la tela. Muestran la memoria comouna activi<strong>da</strong>d física, un proceso material, a través del cual lasartistas aprehenden en un mismo acto lo vivido internamente ylo que se expresa a los demás”. (Young, James, 2005).


“Não ficaremos de mãos cruza<strong>da</strong>s diante de tanta repressãoe miséria. Levaram nossos maridos, filhos e líderes. Porém,enquanto há vi<strong>da</strong> há esperança, e expressamos istoem nossas ações” (Testemunho <strong>da</strong>do por um grupo debase em 1987).“No nos que<strong>da</strong>remos cruza<strong>da</strong>s de manos ante tanta represióny miseria. Se han llevado a nuestros esposos, hijos ydirigentes. Sin embargo, mientras hay vi<strong>da</strong> hay esperanza ylo expresamos en nuestras acciones”. (Testimonio entregadopor un grupo de base en 1987).19Não à carestiaNão à ditaduraChega de fomeAnônima. Oficina do Vicariatode Soli<strong>da</strong>rie<strong>da</strong>de. Chile,início <strong>da</strong> déca<strong>da</strong> de 1980.Acervo de Fátima Miralles,EspanhaNo a las AlzasNo a la DictaduraBasta de HambreAnónima. Taller Vicaríade Soli<strong>da</strong>ri<strong>da</strong>d. Chile,a comienzos de la déca<strong>da</strong>del 80. Colección de FátimaMiralles, Españafoto: Colin Peck


Onde estão osdesaparecidos?Anônima. Chile, maio de1988. Acervo de KinderhilfeChile, Bonn, Alemanha¿Dónde están losdesaparecidos?Anónima. Chile, mayo 1988.Colección Kinderhilfe Chile/Bonn, Alemaniafoto: Martin Melaugh20“Nosso Grupo de Familiares de Presos Desaparecidos nãodeixará nunca de lutar por respostas às nossas deman<strong>da</strong>se para que se faça justiça. Isto implica na punição dos culpadospelo desaparecimento dos nossos familiares” (Testemunho<strong>da</strong> presidente do Grupo de Familiares de PresosDesaparecidos de Osomo, 1989).Desde fins de 1973, primeiramente por meio do Comitê ProPaz que se constituiu tão logo se impôs a ditadura, e em segui<strong>da</strong>por meio do Vicariato de Soli<strong>da</strong>rie<strong>da</strong>de e outras ONGs,a AFDD (Agrupación de Familiares de Detenidos Desaparecidos)não cessou sua luta e não aceitou em nenhum momentoque se pusesse um ponto final às suas reivindicações.Desde o início, o lema do Grupo foi: “Eles os levaram vivos,e vivos os queremos de volta”. Para investigar esses fatos,em 25 de abril de 1990 o presidente eleito Patrício AylwinAzócar criou, pelo Decreto 355, a Comissão Nacional <strong>da</strong>Ver<strong>da</strong>de e Reconciliação. No final do man<strong>da</strong>to dessa Comissão,foi instituí<strong>da</strong> a Corporação Nacional de Reparaçãoe Reconciliação, que deveria esclarecer, entre outras coisas,o paradeiro <strong>da</strong>s pessoas desapareci<strong>da</strong>s (Lei 19.123, de 8 defevereiro de 1992).“Nuestra Agrupación de Familiares de Detenidos Desaparecidosno dejará nunca de luchar por una respuesta anuestras deman<strong>da</strong>s y porque se haga justicia. Esto implicasancionar a los culpables de la desaparición de nuestrosfamiliares”. (Testimonio de la Presidenta de la Agrupaciónde Familiares de Detenidos Desparecidos de Osorno, 1989).Desde fines de 1973, primero a través del Comité Pro Paz-que se constituyó tan pronto se impuso la dictadura- yluego a través de la Vicaría de Soli<strong>da</strong>ri<strong>da</strong>d y otras ONGS,la AFDD no ha cesado en su lucha y no ha aceptado enningún momento que se ponga punto final a esta deman<strong>da</strong>.Desde sus comienzos, el lema de la agrupaciónfue: “Vivos se los llevaron, vivos los queremos”. Para investigarestos hechos, el 25 de abril de 1990 el electo PresidentePatricio Aylwin Azócar creó, por Decreto SupremoNúmero 355, la Comisión Nacional de Ver<strong>da</strong>d y Reconciliación.Una vez que expiró el man<strong>da</strong>to de esta comisión,se constituyó la Corporación Nacional de Reparación yReconciliación que debió establecer, entre otras cosas, elparadero de los desaparecidos (Ley 19.123 del 8 de febrerode 1992).


Paz, justiça,liber<strong>da</strong>deAnônima. Chile, final <strong>da</strong>déca<strong>da</strong> de 1970. Acervo deAlba Sanfeliú, EspanhaPaz, justicia, libertadAnónima. Chile, finales delos 70. Colección de AlbaSanfeliú, Españafoto: Colin Peck21Esta arpillera segue as formas, técnicas e desenhos típicos<strong>da</strong> época. Com variados retalhos expressa uma ação deprotesto não violento num subúrbio de Santiago. A Cordilheirados Andes, o sol e o uso de personagens tridimensionaistambém são comuns nas arpilleras desse período. ACordilheira é um elemento de referência e identi<strong>da</strong>de, e osol nos lembra que brilha para todos, sem distinção. Umaviatura <strong>da</strong> polícia é incorpora<strong>da</strong> à cena, ocupando um espaçono dia a dia sem intimi<strong>da</strong>r os personagens.“Sua simplici<strong>da</strong>de concede aos personagens uma inocênciaque torna absolutamente intolerável o sentimento devitimização. Faz com que a guerra pareça um infanticídio,pois as figuras são tão pequenas, tão ternas e tão poucoameaçadoras” (Bárbara Kirschenblatt-Gimblett, 2005).Na elaboração desta arpillera foram utilizados retalhos deuma calça de cor cinza e de uma camisa quadricula<strong>da</strong> deum desaparecido, o que certamente lhe transmite umapoderosa carga emotiva.Esta arpillera sigue las formas, técnicas y diseño típicos de laépoca. Con retazos de telas varia<strong>da</strong>s expresa una acción no--violenta de protesta un suburbio de Santiago. La cordillera deLos Andes, el sol y el uso de personajes tridimensionales sontambién comunes en las arpilleras de este período. La cordilleraes un elemento de referencia e identi<strong>da</strong>d y el sol nosrecuer<strong>da</strong> que alumbra para tod@s, sin hacer diferencias deningún tipo. El vehículo de la policía está incorporado a laescena, ocupando un espacio cotidiano que no intimi<strong>da</strong> a lospersonajes. “Su sencillez le otorga a los personajes una inocenciaque torna absolutamente intolerable el sentimiento devictimización. Hace que la guerra parezca infanticidio, porquelas figuras son tan pequeñas, tan tiernas, tan poco amenazantes”.(Kirschenblatt-Gimblett, Bárbara, 2005).En la elaboración de esta arpillera se utilizaron retazos delos pantalones grises y de una camisa de tela cuadricula<strong>da</strong>de un desaparecido, lo que ciertamente transmite una poderosacarga emotiva.


Jacquie Monty, proprietária desta comovente arpillera, éinglesa. Desde 1980, organizou durante vários anos feirasartesanais na igreja St. James, em Picadilly, Londres. Faziaisso sob os auspícios <strong>da</strong> OXFAM (uma organização cria<strong>da</strong>na Inglaterra na déca<strong>da</strong> de 1940 e que trabalha procurandosoluções para problemas de pobreza e justiça no terceiromundo), e seu interesse era apoiar e promover produtosartesanais nesses países. Embora ela não entendessea mensagem e o contexto específico a que se referiam asarpilleras, comprou três, por £ 12.50 ca<strong>da</strong>.Ela foi impacta<strong>da</strong> pelo uso dos tecidos niti<strong>da</strong>mente usados,pelo sentimento de fragili<strong>da</strong>de de todos os personagens eespecialmente pelas lágrimas <strong>da</strong> mulher se agachando, representa<strong>da</strong>sneste trabalho. Também a comoveu o fato deque a artesã escrevesse um bilhete num pe<strong>da</strong>ço de papelde caderno escolar.Há cerca de três anos, Jacquie manteve contato com a curadorae cedeu suas arpilleras para exibições em vários países.Jacquie Monty, propietaria de esta emotiva arpillera, esinglesa. Desde 1980 organizó por varios años ferias artesanalesen la iglesia Saint James, Picadilly, de Londres. Lohacía bajo el alero de Oxfam (organización que trabajabuscando soluciones para los problemas de pobreza y justiciaen el tercer mundo, crea<strong>da</strong> en Inglaterra en la déca<strong>da</strong>de 40) y su interés era apoyar y promover productosartesanales en esos países. A pesar de que no entendía elmensaje y el contexto específico a que aludían las arpilleras,se compró 3, ca<strong>da</strong> una por £ 12.50. Le había impactadoel uso de telas que se notaban usa<strong>da</strong>s, el sentimientode indefensión de todos los personajes y especialmente laslágrimas de la mujer en cuclillas representa<strong>da</strong> en la obra.También la emocionó el hecho de que la arpillerista escribieseuna nota en un trocito de papel de cuaderno escolar.Hace casi 3 años hizo contacto con la curadora, facilitándolesus arpilleras para exposiciones en distintas partesdel mundo.22verso <strong>da</strong> obra combolso e bilhetereverso conbolsillo y nota


23Onde estãonossos filhos?Anônima. Chile, 1979.Acervo de Jacquie Monty,Inglaterra¿Dónde estánnuestros hijos?Anónima. Chile, 1979.Colección de Jacquie Monty,Inglaterrafoto: Martin Melaugh


Esta arpillera dá vi<strong>da</strong>, personaliza e nos aproxima <strong>da</strong> terrívelluta dos familiares pela ver<strong>da</strong>de e pela justiça no casodos Fornos de Lonquén. As cores e a determinação <strong>da</strong>smulheres diante <strong>da</strong> repressão policial às suas reivindicaçõestornam ain<strong>da</strong> mais dura a percepção desta reali<strong>da</strong>de.Abraham Santibáñez, subdiretor <strong>da</strong> revista Hoy, assimdescreve os restos humanos achados nos Fornos de Lonquén,em 30 de novembro de 1978: “Pe<strong>da</strong>ços de crâniosamarelados, com impressões de couro cabeludo; cabelossoltos, pretos; roupas soltas nas quais se reconhece umacalça jeans, um colete masculino”. Era o que sobrara de15 homens detidos em circunstâncias diferentes, em 7 deoutubro de 1973, na comuni<strong>da</strong>de rural de Ilha de Maipo,cujos rastros se perderam até fins de 1978. Essa descoberta,que abalou a opinião pública nacional, marcou osfamiliares de centenas de presos desaparecidos, confirmandoa terrível suspeita de que seus parentes estavamrealmente mortos.Esta arpillera <strong>da</strong> vi<strong>da</strong>, personaliza y nos acerca a la desgarradoralucha de los familiares por la ver<strong>da</strong>d y la justicia enel caso “Hornos de Lonquén”. Los colores y la determinaciónde las mujeres enfrenta<strong>da</strong>s a la represión policial antesus deman<strong>da</strong>s, hacen aun más dura nuestra apreciaciónde esta reali<strong>da</strong>d.Abraham Santibáñez, subdirector de la revista Hoy, describeasí los restos humanos encontrados en los Hornos de Lonquénel 30 de noviembre de 1978: “Trozos de cráneos amarillentos,con huellas de cuero cabelludo; pelos sueltos, negros; ropas desgarra<strong>da</strong>sen las que se reconoce un blue jeans, un chaleco dehombre”. Era lo que que<strong>da</strong>ba de 15 hombres detenidos en distintascircunstancias el 7 de octubre de 1973 en la comuni<strong>da</strong>drural de Isla de Maipo, cuyos rastros se perdieron hasta fines de1978. Este hallazgo, que estremeció a la opinión pública nacional,marcó un doloroso hito para los familiares de los centenaresde detenidos-desaparecidos y confirmó la terrible sospechade que sus parientes estaban definitivamente muertos.24Fornos de LonquénAnônima. Chile,aproxima<strong>da</strong>mente 1979.Doação de Joanne Sheehan,Estados UnidosHornos de LonquénAnónima. Chile, alrededor de1979. Donación de JoanneSheehan, Estados Unidosfoto: Tony Boyle


Lucía, Lucía, apanela está vaziaAnônima. Oficinas doVicariato de Soli<strong>da</strong>rie<strong>da</strong>de.Chile, início <strong>da</strong> déca<strong>da</strong> de1980. Acervo de MarjorieAgosín, Estados Unidos /ChileLucía, Lucía, la ollaestá vacía.Anónima. Taller de laVicaría de Soli<strong>da</strong>ri<strong>da</strong>d,Chile, a comienzos de los80. Colección priva<strong>da</strong> deMarjorie Agosín, EstadosUnidos/Chilefoto: Colin Peck25“Combatemos a fome de nossas crianças utilizando umapanela comum na comuni<strong>da</strong>de...” (testemunho <strong>da</strong>do poruma organização de um subúrbio de Santiago, em 1983).Em muitas ocasiões, mulheres, homens e crianças faziamsoar panelas vazias batendo nelas ritmicamente com colheresde pau e cantando: “Lucía, Lucía, a panela está vazia”.Esse estribilho, nascido <strong>da</strong> situação econômica precáriados setores sociais populares, era cantado em to<strong>da</strong>sas jorna<strong>da</strong>s de protesto organiza<strong>da</strong>s contra a ditadura dogeneral Augusto Pinochet, entre 1978 e 1990. Lucía era onome <strong>da</strong> esposa do já falecido ditador.“Combatimos el hambre de nuestros niños con una ollacomún en la comuni<strong>da</strong>d…” (Testimonio entregado por unaorganización poblacional de Santiago en 1983).En muchas ocasiones mujeres, hombres y niñ@s hacían sonarollas vacías golpeándolas con cucharas de palo al sonde un ritmo y cantando: “Lucía, Lucía, la olla está vacía”.Esta consigna, naci<strong>da</strong> de la precaria situación económica delos sectores sociales populares, se cantó en las jorna<strong>da</strong>s deprotesta organiza<strong>da</strong>s en contra de la dictadura del generalAugusto Pinochet entre 1978 y 1990. Lucía es el nombre dela esposa del ya fallecido dictador chileno.


26Não temos acessoaos bens públicosAnônima. Chile,aproxima<strong>da</strong>mente 1984.Acervo de Peter e HeidiGessler, SuíçaNo tenemos accesoa los bienes públicosAnónima. Chile, alrededor de1984. Colección de Peter yHeidi Gessler, Suizafoto: Colin Peck“Fecharam-nos to<strong>da</strong>s as portas, ficamos sem educação,saúde, justiça e trabalho. Consequentemente, tivemos desair com pás nas ruas para ganhar nosso sustento” (Testemunhode populares, em 1983).Esta arpillera faz alusão à administração <strong>da</strong> advoga<strong>da</strong> MónicaMa<strong>da</strong>riaga, que dirigiu o Ministério <strong>da</strong> Justiça (1977-1983) e o <strong>da</strong> Educação (1983), e quem promulgou a Constituiçãode 1980, estabeleci<strong>da</strong> pela ditadura militar, ain<strong>da</strong>em vigor em 2011. Graficamente, esta arpillera apresenta afalta de acesso ao trabalho, à saúde, à educação e à justiça,de que sofria a maior parte <strong>da</strong> população.“Nos cerraron to<strong>da</strong>s las puertas y nos que<strong>da</strong>mos sin educación,salud, justicia y trabajo. Por ello tuvimos que salir conpalas a la calle a ganarnos nuestro sustento”. (Testimonioentregado por pobladores en 1983).Esta arpillera hace alusión a la gestión de la aboga<strong>da</strong> MónicaMa<strong>da</strong>riaga, quien dirigió el Ministerio de Justicia (1977-1983) y el de Educación (1983). Ella fue quien promulgó laConstitución de 1980, estableci<strong>da</strong> por la dictadura militar yque aún está vigente en el 2011. En forma gráfica hace presentela falta de acceso a trabajo, salud, educación y justiciaque sufría la mayor parte de la población.


Corte de águaAnônima. Chile, 1980.Acervo <strong>da</strong> curadora27Corte de agua.Anónima. Chile, 1980Colección de la curadorafoto: Colin PeckEsta arpillera representa a resposta dos pobres nesse período,aos quais se cortava o fornecimento de água potávelpara marginalizá-los e também para impedir suas saí<strong>da</strong>spara protestar. Em desafio aberto, as mulheres desses setoressaíam com seus baldes para os bairros de classe médiapara pedir água. Ao concluir a tarefa, elas levavam a águaa seus vizinhos em barris, para distribuí-la de forma organiza<strong>da</strong>.A cena vibrante e colori<strong>da</strong> ressalta o senso de comuni<strong>da</strong>dee a força <strong>política</strong> e social que ações como essas<strong>da</strong>vam às mulheres dos povoados.Esta arpillera representa la respuesta de los pobres en dichoperíodo, a quienes se cortaba el suministro de agua potablecomo un modo de marginarlos y también para impedirlessalir a protestar. En abierto desafío, las mujeres de estos sectoressalían con sus baldes a los barrios de clase media a pediragua. Al finalizar la tarea, llevaban el agua a sus vecinosen barriles para distribuirla de manera organiza<strong>da</strong>.La colori<strong>da</strong> escena pone de manifiesto el sentido comunitarioy de empoderamiento político y social que accionescomo esta otorgaba a las mujeres luchadoras.


Temos que vivertrancadosAnônima. Chile e adquiri<strong>da</strong>na Suíça em 1980. Acervode Heidi e Peter Gessler,Basileia, SuíçaTenemos que vivirbajo llavesAnónima. Chile y adquiri<strong>da</strong>en Suiza en 1980. Colecciónde Heidi y Peter Gessler,Basilea, Suizafoto: Martin Melaugh28verso deTemos que vivertrancadosreverso deTenemos que vivirbajo llavesfoto: Martin Melaugh


Esta arpillera é especial, pois utiliza uma técnica pouco comum, o usode ‘portas’ que forçam o espectador a se aproximar e descobrir o queacontece em ca<strong>da</strong> cena. Além do mais, o uso de pano de saco de farinhae um bolso com a história pessoal <strong>da</strong> autora é habitual na maioria <strong>da</strong>sarpilleras confecciona<strong>da</strong>s a partir de 1974 e que ain<strong>da</strong> hoje são feitasem diferentes oficinas no Chile. A mensagem nos comunica as difíceiscircunstâncias <strong>da</strong> artesã em seu contexto social e comunitário.Esta arpillera es especial en tanto usa una técnica poco común, como loes el uso de puertas que obligan al espectador a acercarse y averiguarlo que acontece en el interior de ca<strong>da</strong> escena. Sin embargo, el uso detela de saco de harina y un bolsillo con la historia personal de la autoraes habitual en la mayoría de las arpilleras que se han confeccionado apartir del 1974 y que aún se hacen en distintos talleres de Chile. La notalogra comunicarnos e involucrarnos en la angustiosa circunstancia de laarpillerista y en su contexto social y comunitario.29


30Mulheres de um bairro <strong>da</strong> periferia de Santiago reúnem--se nas ruas para expressar sua opinião e confrontar suasofri<strong>da</strong> situação.Podemos notar a precarie<strong>da</strong>de econômica pela fiação elétricapendura<strong>da</strong>, já que não podem pagar suas contas deluz. Apesar de tudo, mostram seus lares coloridos, ondenão falta o sol que ilumina a todos, e a Cordilheira tão queri<strong>da</strong>na vi<strong>da</strong> de todos os chilenos. Ca<strong>da</strong> grupo leva um cartazdiferente: “Fora o Tirano!” e “Adeus Pinochet!”.Mujeres pobladoras de un barrio marginal de Santiago se hanreunido en las calles a <strong>da</strong>r su opinión y para confrontar la situaciónque las aqueja. Podemos percatarnos de su precarie<strong>da</strong>deconómica <strong>da</strong>do que se han colgado de los cables eléctricos yaque no pueden pagar el suministro de luz. A pesar de ello muestransus hogares coloridos, sin faltar ni el sol que alumbra atodos y la cordillera tan central en la vi<strong>da</strong> de los chilen@s.Ca<strong>da</strong> grupo lleva una pancarta diferente: ¡Afuera el tirano!y ¡Adiós Pinochet!Adeus, PinochetAnônima. Chile, fins <strong>da</strong>déca<strong>da</strong> de 1970. Acervode Heidi e Peter Gessler,Basileia, SuíçaAdiós, PinochetAnónima. Chile, fines de ladéca<strong>da</strong> del 1970. Colección deHeidi y Peter Gessler, Suizafoto: Colin Peck


Esta arpillera mostra a repressão exerci<strong>da</strong> pelos sol<strong>da</strong>doscarabineiros do Chile aos vendedores ambulantes. A criativi<strong>da</strong>dese baseia aqui na procura de um modo de expressãocom elementos mínimos (retalhos de tecidos e lãs geralmentereaproveitados).Ca<strong>da</strong> ponto <strong>da</strong>do e ca<strong>da</strong> retalho de pano comunicam a durezade uma reali<strong>da</strong>de opressiva, mas também testemunha avocação para superar e compartilhar essa mesma reali<strong>da</strong>de.Esta é a razão pela qual a obra transcende o momento emque foi realiza<strong>da</strong>, pois quem a observa hoje pode identificá--la com fatos semelhantes que ocorrem em muitos lugares.Neste trabalho, o drama é acentuado pelas circunstâncias<strong>política</strong>s <strong>da</strong> época.Esta arpillera, que muestra la represión ejerci<strong>da</strong> por los Carabinerosde Chile a los vendedores ambulantes, <strong>da</strong> cuentade lo vivido por la artista. La creativi<strong>da</strong>d se basa aquí en labúsque<strong>da</strong> de un modo de expresión con elementos mínimos(restos de telas y lanas generalmente deshecha<strong>da</strong>s). Ca<strong>da</strong>punta<strong>da</strong> y ca<strong>da</strong> trozo de tela comunica la dureza de unareali<strong>da</strong>d opresiva, pero también testimonia la vocación porsuperarla y compartirla. Esta es la razón por la cual la obratrasciende el momento en que fue realiza<strong>da</strong>, pues quienes lacontemplan hoy pueden empatizar con hechos parecidosque ocurren en distintas partes del mundo. En esta obra eldramatismo se ve acentuado por las circunstancias <strong>política</strong>sde la época.Repressão aosvendedoresambulantesAnônima. Chile,aproxima<strong>da</strong>mente 1983.Acervo Kinderhilfe Chile /Bonn, AlemanhaRepresión avendedoresambulantes.Anónima. Chile,aproxima<strong>da</strong>mente 1983.Colección Kinderhilfe Chile/Bonn, Alemaniafoto: Martin Melaugh32


Esta arpillera nos aproxima do cotidiano de uma oficinae nos transmite de forma palpável o trabalho comunitário<strong>da</strong>s artesãs. Dentro e fora do lar, a vi<strong>da</strong> fervilha comonum favo de abelhas. Ao mesmo tempo, mostra a coletae ven<strong>da</strong> de papelão pelos catadores, outra ativi<strong>da</strong>de desobrevivência marginal de desempregados em Santiagodo Chile.Esta arpillera nos acerca a la cotidianei<strong>da</strong>d de un taller dearpilleras y nos transmite en forma palpable la labor comunitariade las arpilleristas. Al mismo tiempo, ilustra larecolección y posterior venta de cartones, otra activi<strong>da</strong>d desobrevivencia marginal que realizan pobladores desempleadosen Santiago de Chile. Dentro y fuera del hogar la vi<strong>da</strong>bulle como en un panal de abejas.33Arpilleristas ecatadoresAnônima. Chile, fins <strong>da</strong>déca<strong>da</strong> de 1970. AcervoKinderhilfe Chile / Bonn,AlemanhaArpilleristas ycartonerosAnónima. Chile, finales dela déca<strong>da</strong> 70. ColecciónKinderhilfe Chile/Bonn,Alemaniafoto: Colin Peck


34Juntos naadversi<strong>da</strong>deAnônima. Chile, início <strong>da</strong>déca<strong>da</strong> de 1980. AcervoKinderhilfe Chile / Bonn,AlemanhaJuntos en laadversi<strong>da</strong>dAnónima. Chile, a comienzosde los 80. ColecciónKinderhilfe Chile/Bonn,Alemaniafoto: Martin MelaughEsta arpillera nos mostra uma fábrica fecha<strong>da</strong>. É nesse contextoque os habitantes procuram soluções comunitáriaspara seus problemas imediatos e, ao mesmo tempo, sãodistribuí<strong>da</strong>s tarefas a cumprir. A panela comum está nocentro, como forma coletiva de combater a fome.Embora esta arpillera siga o padrão clássico ao só usar retalhos,ela é única, pois utiliza tela de camuflagem militarcomo base <strong>da</strong> tapeçaria para representar a Cordilheira dosAndes. Esse detalhe indica que algum familiar <strong>da</strong>s artesãsfoi chamado a prestar serviço militar.Esta arpillera nos muestra una fábrica cerra<strong>da</strong>. Es en estecontexto que los pobladores buscan soluciones comunitariasa sus problemáticas inmediatas y, al mismo tiempo, sedistribuyen roles y tareas. La olla común está al centro comouna forma colectiva de combatir el hambre.Si bien esta arpillera sigue el modelo clásico al utilizar sólorestos de telas, es única en cuanto usa tela militar de camuflajecomo material para representar la cordillera de LosAndes. Tal detalle indica que algún familiar de las arpilleristasha sido conscripto y ha realizado el servicio militar.


Esta arpillera indica exaustivamente o trabalho humanitárioque o Vicariato de Soli<strong>da</strong>rie<strong>da</strong>de desenvolveu no Chile,e nos demonstra que em muitas circunstâncias bélicas sãoas Organizações Não Governamentais (ONGs) que assumema proteção aos direitos dos ci<strong>da</strong>dãos, trabalho quelegalmente pertenceria ao Estado.Como se pode observar nesta detalha<strong>da</strong> arpillera, o apoioaos familiares dos desaparecidos, aos prisioneiros políticose aos exilados foi levado adiante com o amparo <strong>da</strong>s Igrejase nos edifícios que lhes pertenciam. É necessário ressaltarque tanto a Igreja Católica do Chile como as Igrejas Protestantesapoiaram a organização e a reconstrução do tecidosocial e atenderam as necessi<strong>da</strong>des vitais mais urgentesdos pobres e dos perseguidos do país.Esta arpillera, que <strong>da</strong> cuenta exhaustiva de la labor humanitariaque desarrolló la Vicaría de Soli<strong>da</strong>ri<strong>da</strong>d en Chile, ponede manifiesto que en muchas circunstancias de guerra y conflictoson las Organizaciones No Gubernamentales las queasumen la protección de los derechos de los ciu<strong>da</strong><strong>da</strong>nos, laborque de hecho y jurídicamente le corresponde a los Estados.Como se puede observar en esta detalla<strong>da</strong> arpillera, la laborde apoyo a los familiares de los desaparecidos, presos políticosy exiliados se llevó a cabo bajo el amparo de la iglesiay en los edificios que le pertenecían. Preciso es señalar quetanto la Iglesia Católica de Chile, como las iglesias de credoprotestante, apoyaron la organización y la reconstitucióndel tejido social y las necesi<strong>da</strong>des vitales más urgentes de lospobres y perseguidos del país.Vicariato deSoli<strong>da</strong>rie<strong>da</strong>deAnônima. Chile, maio de1988. Acervo KinderhilfeChile / Bonn, AlemanhaVicaría deSoli<strong>da</strong>ri<strong>da</strong>dAnónima. Chile, mayo 1988.Colección Kinderhilfe Chile/Bonn, Alemaniafoto: Colin Peck35


36DetalheVicariato deSoli<strong>da</strong>rie<strong>da</strong>deDetalleVicaría deSoli<strong>da</strong>ri<strong>da</strong>d


37DetalheVicariato deSoli<strong>da</strong>rie<strong>da</strong>deDetalleVicaría deSoli<strong>da</strong>ri<strong>da</strong>d


38João Paulo, nós teesperamosAnônima. Chile, 1987.Acervo Kinderhilfe Chile /Bonn, AlemanhaJuan Pablo, teesperamosAnónima. Chile, 1987.Colección Kinderhilfe Chile/Bonn, Alemaniafoto: Martin MelaughÀ luz do debate já esboçado em 1978, que se referia ao apoio<strong>da</strong> Igreja Católica e <strong>da</strong>s Igrejas Protestantes na proteção dosDireitos Humanos, não é uma surpresa encontrar esta arpillera,feita em 1987, que expõe as esperanças de mulheresque assistiram a uma <strong>da</strong>s ativi<strong>da</strong>des públicas que marcarama visita oficial do papa João Paulo II ao Chile.O papa esteve no país entre 1 e 6 de abril <strong>da</strong>quele ano. Asmulheres o vêem como numa visita pastoral a serviço <strong>da</strong>snecessi<strong>da</strong>des do povo. Levam um cartaz no qual lhe dãoas boas vin<strong>da</strong>s e outro em que apelam ao papa para queapoie um processo de paz e justiça.A la luz del debate planteado ya en 1978, que hace referenciaal apoyo de la iglesia católica y de las iglesias protestantes enla protección de los derechos humanos, no es una sorpresaencontrarnos con esta arpillera hecha en 1987, la que exponelas esperanzas de mujeres que asistieron a una de las activi<strong>da</strong>despúblicas en las que se enmarcó la visita oficial del PapaJuan Pablo II a Chile. El Papa estuvo en el país entre el 1 y el6 de abril de ese año. Las mujeres la sienten como una visitapastoral al servicio de las necesi<strong>da</strong>des del pueblo. Portan unapancarta en la cual le <strong>da</strong>n la bienveni<strong>da</strong> y otra en que apelanal Papa para que apoye un proceso de paz y justicia.


Caim, onde estáseu irmão?Anônima. Chile,aproxima<strong>da</strong>mente 1982.Acervo Kinderhilfe Chile /Bonn, AlemanhaCaín, ¿dónde estatu hermano?Anónima. Chile,aproxima<strong>da</strong>mente 1982.Colección Kinderhilfe Chile/Bonn, Alemaniafoto: Martin Melaugh39Esta arpillera nos traz uma cena desenvolvi<strong>da</strong> num recintoreligioso. Certamente os participantes haviam se reunidopara discutir e planejar ações cujo objetivo era buscar oparadeiro de desaparecidos. O teor <strong>da</strong> reunião é a pergunta:“Caim, onde está seu irmão?”.Notamos uma ativi<strong>da</strong>de organiza<strong>da</strong>, apoia<strong>da</strong> na leiturade uma passagem <strong>da</strong> Bíblia e no símbolo <strong>da</strong> luz: humildesvelas acesas. Muito do trabalho realizado sob o amparo<strong>da</strong>s Igrejas representava a prática desta mensagem bíblica:“Não podemos permanecer calados diante do que temosvisto e ouvido” (Atos 4:20).Esta arpillera nos acerca a una escena desarrolla<strong>da</strong> en el interiorde un recinto religioso. Ciertamente, los/as participantesse han reunido a discutir y planificar acciones tendientesa <strong>da</strong>r con el paradero de personas que han desaparecido. Eltenor de la reunión es la interpelación: “Caín, ¿dónde estátu hermano?”. Notamos una activi<strong>da</strong>d planifica<strong>da</strong> que seapoya en la lectura de un pasaje de la Biblia y en el símbolode la luz: humildes velas encendi<strong>da</strong>s. Mucho del trabajo realizadobajo el amparo de las iglesias obedecía a la puesta enpráctica del siguiente mensaje bíblico: “No podemos callarlo que hemos visto y oído.” (Hechos 4,20).


As artesãs dessa época, num cotidiano pleno de repressão<strong>política</strong>, encontraram nas oficinas de arpilleras um espaçoacolhedor e um modo livre para se expressar além do próprioâmbito particular. Ao mesmo tempo, deixaram umtestemunho de suas respostas aos acontecimentos que asrodeavam e afetavam, “o passado presente”, nas palavrasdo filósofo e antropólogo francês Paul Ricoeur.Las arpilleristas de estos años, interveni<strong>da</strong>s en lo cotidianopor la represión <strong>política</strong>, encontraron en estos talleres unespacio y un medio amable y libre para expresar sus circunstanciasmás allá del ámbito privado. Al mismo tiempodejaron testimonio de sus respuestas a los acontecimientosque las rodeaban y afectaban. En palabras de Paul Ricoeur,filósofo y antropólogo francés, “el pasado presente”.Panfletando emSantiago em 1979Anônima. Chile, 1979.Acervo Jacquie Monty,Inglaterra40Panfleteando en 1979en SantiagoAnónima. Chile, 1979.Colección Jacquie Monty,Inglaterrafoto: Martin Melaugh


Os temas que as mulheres <strong>chilena</strong>s trataram nas arpillerasforam muito diversos: representações de cenas <strong>da</strong> vi<strong>da</strong> cotidiana,suas experiências e pontos de vista sobre a ditadura,situações de vulnerabili<strong>da</strong>de em relação aos direitoshumanos, suas lutas individuais e coletivas, mensagens depaz e diálogo, propostas <strong>política</strong>s e apelos à reconciliaçãoe à fraterni<strong>da</strong>de. Esta arpillera fala por si.Las temáticas que trataron estas mujeres <strong>chilena</strong>s en las arpillerasfueron muy diversas: representaciones de escenas dela vi<strong>da</strong> cotidiana, sus experiencias y puntos de vista acercade la dictadura, situaciones de vulneración a los derechoshumanos, sus luchas individuales y colectivas, mensajes depaz y diálogo, propuestas <strong>política</strong>s y llamados a la reconciliacióny la herman<strong>da</strong>d. Esta arpillera habla por sí sola.Liber<strong>da</strong>de para ospresos políticosAnônima. Chile, início <strong>da</strong>déca<strong>da</strong> de 1980. AcervoKinderhilfe Chile / Bonn,AlemanhaLibertad a los presospolíticosAnónima. Chile, inicio dela déca<strong>da</strong> del 80. ColecciónKinderhilfe Chile/Bonn,Alemaniafoto: Martin Melaugh41


Há muitas versões desta ação não violenta que inspirouativistas e artistas do mundo inteiro. Esta que é agora exibi<strong>da</strong>pertence a Sean Carroll, que a adquiriu no Vicariatode Soli<strong>da</strong>rie<strong>da</strong>de quando assistiu como observador às eleiçõesde 1989, as quais derrotaram o general Augusto Pinochet.Durante vários anos, esta arpillera ocupou lugar dedestaque nos escritórios do Clube de Madrid.Existen muchas versiones de esta acción no violenta que hainspirado a activistas y artistas de todo el mundo. La que seexhibe ahora pertenece a Sean Carroll, quien la adquirió en laVicaría de Soli<strong>da</strong>ri<strong>da</strong>d cuando asistió en cali<strong>da</strong>d de observadorde las elecciones de 1989 que derrocaron al General AugustoPinochet. Durante varios años esta arpillera ocupabaun lugar destacado en las oficinas del Club de Madrid.AcorrentadosAnônima. Chile,aproxima<strong>da</strong>mente 1980.Acervo Sean Carroll,Estados UnidosEncadenamientoAnónima. Chile,aproxima<strong>da</strong>mente 1980.Colección Sean Carroll,Estados Unidosfoto: Martin Melaugh42


Não à impuni<strong>da</strong>deAnônima. Chile, início <strong>da</strong>déca<strong>da</strong> de 1980. Acervo Lalae Austin Winkley, Londres,InglaterraNo a la impuni<strong>da</strong>dAnónima. Chile, inicio de ladéca<strong>da</strong> de 1980. ColecciónLala y Austin Winkley,Londres, Inglaterrafoto: Tony Boyle43A ministra <strong>da</strong> Justiça Mónica Ma<strong>da</strong>riaga pessoalmente redigiuem 1977 o Decreto-Lei 2191, conhecido como Lei <strong>da</strong>Anistia, promulgado em abril de 1978. Essa lei, aos cincoanos do golpe de Estado que derrotou o governo democráticode Salvador Allende, buscava impedir as investigaçõesjudiciais em todos os casos de violações aos DireitosHumanos ocorridos entre 1973 e 1978, com a única exceçãodo assassinato do ex-ministro de Relações ExterioresOrlando Letellier, morto em um atentado a bomba na ci<strong>da</strong>dede Washington (EUA), em 1976.O povo sempre pediu “Não à impuni<strong>da</strong>de”, buscando fazeravançar os processos <strong>da</strong> Ver<strong>da</strong>de, Justiça e Reconciliação.Recentemente, em 2010, foi apresentado no Parlamentoum projeto para eliminar essa lei.La Ministra de Justicia Mónica Ma<strong>da</strong>riaga personalmentere<strong>da</strong>ctó en 1977 el decreto ley 2191, conoci<strong>da</strong> como Ley deAmnistía. Fue promulga<strong>da</strong> en abril de1978.La normativa, dicta<strong>da</strong> a cinco años del Golpe de Estado quederrocó al gobierno democrático de Salvador Allende, buscabaimpedir las investigaciones judiciales de todos los casosde violaciones a los Derechos Humanos cometi<strong>da</strong>s entre1973 y 1978, con la sola excepción del asesinato del ex ministrode Asuntos Exteriores Orlando Letelier, quien murió enun atentado con bomba ocurrido en Washington, en 1976.El pueblo siempre demandó: No a la Impuni<strong>da</strong>d a modo deavanzar en los procesos de Ver<strong>da</strong>d, Justicia y Reconciliación.Recién en el 2010 se presentó al parlamento un proyecto quederoga esta ley.


44Soy la madre de Isidro Pizarro Meniconi,quien fue detenido y luego desapareció el 19de noviembre de 1974.To<strong>da</strong> mi familia fuepersegui<strong>da</strong> durante la dictadura militar en 1973.Hoy mis 8 hijos viven en Suiza. Mi esposo no lopudo soportar y también se fue para vivir cercade sus hijos y nietos. Yo decidí que<strong>da</strong>rme. Esduro vivir sola, tan lejos de los seres queridos,pero la esperanza de encontrar a mi hijodesaparecido es lo que me mantiene viva. Lesdebo mi vi<strong>da</strong> a mis compañeras arpilleristas queme han acompañado en esta cruza<strong>da</strong> eternaen pos de encontrar a mi hijo. Debido a todolo insano que he vivido –las protestas en lasque he participado, los apaleos que he sufrido,las detenciones durante los años de angustia,desesperación, dolor- llegué a estar hospitaliza<strong>da</strong>(…) Las mujeres de la Agrupación reemplazarona mi familia, especialmente a mis hermanos yhermanas que me abandonaron después delgolpe militar”.Doris Meniconi Lorca,en WE, CHILE: Personal Testimoniesof the Chilean Arpilleristas, 1996Ayer 4, hemos pasadoun gran susto. Perdimos laselecciones. Frei salió elegido, ytodos los allendistas tenemospena. La Democracia Cristianabarrió con el allendismo.El golpe es muy duro. Veremosque sucede ahora”.Carta de Violeta Parra a sucompañero Gilbert, escrita el 5de septiembre de 1965El trabajo de los bor<strong>da</strong>dos comenzó, ciertamente, conla anécdota de la hepatitis que alejó a Violeta Parra de susactivi<strong>da</strong>des habituales (…) Pero estas arpilleras de composicionesinsólitas y colorido imprevisible no terminaron siendo elpasatiempo para una inmovili<strong>da</strong>d transitoria: también ahí habíaun lenguaje para transmitir historias, sueños y conceptos. Lamisma Violeta lo dijo en alguna entrevista: las arpilleras son comocanciones que se pintan”.Isabel Parra, en El Libro Mayor de Violeta Parra, 1985Las mujeres eran fotógrafascon una aguja y un delantal; ellas serelacionaron con nosotros a partirde sus vivencias y perspectivaspersonales (…) Haciendo arpilleras,las arpilleristas recrearon sus propiasvi<strong>da</strong>s y las transformaron en ver<strong>da</strong>derosautorretratos”.Emma Sepúlve<strong>da</strong>, en WE, CHILE:Personal Testimonies of the ChileanArpilleristas, 1996


Luego del golpe militar en Chile,se formó en Suiza un movimientode soli<strong>da</strong>ri<strong>da</strong>d que se comprometiópúblicamente en la tarea de apoyar lallega<strong>da</strong> y acogi<strong>da</strong> de exiliados. Esto sehizo a nivel de Iglesias y de comuni<strong>da</strong>desde base. En este contexto, el ObispoCarlos Camus Larenas, Secretario de laConferencia Episcopal de Chile, vino aSuiza en 1975 o 1976 a informar sobrela tarea de apoyo a la protección de losderechos humanos y la labor ecuménicaque desarrollaba la Vicaría de Soli<strong>da</strong>ri<strong>da</strong>d.Su compromiso de oponerse a la represióny violación de los derechos humanos, hizoque tuviese que dejar su puesto en Santiagoy fue enviado a Linares. Yo trabajaba enese tiempo en el cantón de Aargau para laIglesia Evangélica Reforma<strong>da</strong>. Mi esposa seacuer<strong>da</strong> claramente de haber compradouna arpillera alrededor de 1980 en unstand del grupo Acción por Chile.(Testimonio de Peter Gessler)Una acción Cristiana Ecuménica fue una obraeminentemente de cristianos, católicos y protestantes, quesalió a la luz ante un importante sector de no creyentes:la Ver<strong>da</strong>d de una Iglesia que no conocían. Las parroquiasy comuni<strong>da</strong>des cristianas de base, especialmente de laperiferia de Santiago, fueron protagonistas calificados enesta empresa. Casas parroquiales, pastores, curas, laicosy laicas se entregaron por entero a la labor de acoger,esconder, acompañar y ayu<strong>da</strong>r a escalar y saltar murosa centenares de hombres y mujeres, cuya vi<strong>da</strong> y libertadpeligraba por la persecución <strong>política</strong> e ideológica másextensa, cruel y criminal que ha conocido Chile en estesiglo.Un gran número de favorecidos eran no creyentes,agnósticos y ateos”.(Pbro. Roberto Bolton, Crónicas de una Iglesia Liberadora,2000)Las historias que<strong>da</strong>ron como testimoniosveraces (...) Era dramático ver a las mujeres llorarmientras cosían su propias experiencias, perotambién era enriquecedor ver cómo –de algúnmodo– el trabajo también les ofrecía alegría,desahogo y felici<strong>da</strong>d al ver que eran capaces decrear alivio al poder, simplemente, estar con otraspersonas y tener la posibili<strong>da</strong>d de conversar, cosery ser capaces, en definitiva, de confiar en que através de este registro visual otras personas podríanconocer sus historias”.Testimonio de Valentina Bonne, artista que trabajóen la organización de talleres de arpilleras entre1974-1975Testimonios de arpilleristas, protagonistasy testigos del contexto político chileno1973 - 1990recogidos por Roberta BacicDetalheNão à impuni<strong>da</strong>deDetalleNo a la impuni<strong>da</strong>d45


Aqui vemos o tema <strong>da</strong> poluição ambiental nas populaçõesmarginais de Santiago e seus efeitos no cotidiano e na comuni<strong>da</strong>de.Em 1989, uma tecelã <strong>da</strong> zona oeste de Santiagodeclarou: “Ao drama do desemprego e do exílio de meusfilhos, ain<strong>da</strong> se soma o ar poluído que temos de respirar.Haja paciência!”. Esse é um tema que hoje interessa a todos.Aquí vemos el tema de la contaminación ambiental en las poblacionesmarginales de Santiago y sus efectos en lo cotidianoy comunitario. En 1989 una arpillerista de la zona oriente deSantiago expresó: “Al drama del desempleo, del exilio de mishijos, súmele el ‘esmog’ que tenemos que respirar. No hay paciencia”.Hoy es un tema que nos concierne a tod@s.Chega decontaminaçãoAnônima. Chile, 1983.Acervo Robert Miller,Estados Unidos46No máscontaminaciónAnónima. Chile, 1983.Colección Robert Miller,Estados Unidosfoto: Martin Melaugh


O Plebiscito Nacional de 1980 foi um referendo realizadono Chile na quinta-feira, 11 de setembro, mediante o qualse aprovou uma nova Constituição, até hoje vigente.Esta arpillera mostra claramente o que acontecia aosopositores <strong>da</strong> ratificação <strong>da</strong> Constituição implanta<strong>da</strong>pelo regime militar. Surpreende aqui a determinação dosparticipantes <strong>da</strong> ação de difusão <strong>da</strong> campanha do NÃO,tendo em vista a presença hostil dos policiais carabineirose considerando que, na imagem, algumas <strong>da</strong>s mulheres jáforam captura<strong>da</strong>s e presas no furgão policial. Os bor<strong>da</strong>dosdesta peça são simples e rudimentares, o que torna ain<strong>da</strong>mais significativa esta história preserva<strong>da</strong>, viva no tempo,e que podemos associar facilmente a protestos atuais sobregimes opressivos em diversas partes do mundo.El Plebiscito Nacional de 1980 fue un referéndum realizadoen Chile el jueves 11 de septiembre de dicho año, medianteel cual se aprobó una nueva Constitución Política, la que aúnestá vigente en el país.Esta arpillera muestra vívi<strong>da</strong>mente lo que acontecía a quienesse oponían a ratificar la Constitución diseña<strong>da</strong> por el régimenmilitar. Sorprende aquí la determinación de los/as participantesen la acción de difusión de la campaña del NO, <strong>da</strong><strong>da</strong> la presenciahostil de carabineros y considerando que – en la imagen- algunasde las mujeres ya han sido captura<strong>da</strong>s y encerra<strong>da</strong>s en elfurgón policial. El cosido de esta pieza es simple y rudimentario,lo cual hace aún más significativa esta historia que se preservaviva en el tiempo y que podemos asociar fácilmente a protestasactuales bajo regímenes opresivos en distintas partes del mundo.Não podemosnem opinarAnônima. Chile, fins <strong>da</strong>déca<strong>da</strong> de 1970. AcervoRoberta BacicNo podemosni opinarAnónima. Chile, finales dela déca<strong>da</strong> del 70. ColecciónRoberta Bacicfoto: Martin Melaugh47


QueremosdemocraciaAnônima. Chile, fins <strong>da</strong>déca<strong>da</strong> de 1980. AcervoSean Carroll, Estados UnidosQueremosdemocraciaAnónima. Chile, finales dela déca<strong>da</strong> del 80. ColecciónSean Carroll, Estados Unidosfoto: Martin MelaughEsta arpillera foi adquiri<strong>da</strong> por Sean Carroll na loja do Vicariatode Soli<strong>da</strong>rie<strong>da</strong>de, em Santiago do Chile, quando assistia,na quali<strong>da</strong>de de observador, às eleições de 1989, quederrotaram o general Augusto Pinochet.Durante muitos anos, esta arpillera ocupou lugar de destaquenos escritórios do Clube de Madrid, e desde 2008participou de numerosas exposições de arpilleras e quilts(colchas memoriais) em várias partes do mundo, especialmenteem contextos que recuperam a memória <strong>da</strong>s váriasformas de <strong>resistência</strong> à opressão.Nesse período, mulheres e homens <strong>da</strong>s áreas marginaliza<strong>da</strong>sde Santiago participavam ativamente, clamavam por democraciae utilizavam práticas não violentas ao seu alcance.“Os governos precisam mais <strong>da</strong>s pessoas do que as pessoasdos governos. Se quisermos um slogan que expresse empoucas palavras a base filosófica do conceito de <strong>resistência</strong>civil, este o representa bem” (Michael Randle, Desafios <strong>da</strong>não violência, 2002).Esta arpillera fue adquiri<strong>da</strong> por Sean Carroll en la sala deventas de la Vicaría de Soli<strong>da</strong>ri<strong>da</strong>d en Santiago de Chile,cuando asistió en cali<strong>da</strong>d de observador de las elecciones de1989 que derrocaron al General Augusto Pinochet. Durantevarios años esta arpillera ocupó un lugar destacado enlas oficinas del Club de Madrid y desde el 2008 ha formadoparte de numerosas exposiciones de arpilleras y quilts en diversaspartes del mundo, especialmente en contextos querescatan la memoria de las distintas formas de resistenciaa la opresión.En ese período, mujeres y hombres de las áreas marginaliza<strong>da</strong>sparticipaban activamente clamando por democracia,utilizando prácticas no violentas que estaban a su alcance.“Los gobiernos necesitan más a la gente que la gente a losgobiernos. Si uno quisiera un slogan que expresase en pocaspalabras la base filosófica del concepto de resistencia civil,éste lo representa bien”. (Michael Randle Desafíos de la noviolencia, 2002).49Ação do Movimento contraa tortura Sebastián Acevedo.Chile, 1988. Arquivo deRoberta BacicAcción del Movimentocontra la tortura SebastiánAcevedo. Chile, 1988.Archivo Roberta Bacic


Sala de torturasVioleta Morales. Chile, 1992.Acervo Marjorie Agosín,Chile / Estados UnidosSala de torturasVioleta Morales. Chile, 1992.Colección Marjorie Agosín,Chile/Estados Unidosfoto: Colin PeckEsta impactante arpillera mostra pessoas sendo tortura<strong>da</strong>s.Descreve graficamente a experiência <strong>da</strong> tortura testemunha<strong>da</strong>por sobreviventes entrevistados por Violeta Moralesdurante sua busca pelo irmão desaparecido, Newton.Mostra pessoas desumaniza<strong>da</strong>s, sem traços individuais,passando por uma experiência coletiva e não pessoal, edirigi<strong>da</strong> expressamente contra determinado grupo de pessoas.Newton Morales aparece na lista de vítimas reconheci<strong>da</strong>spela Comissão <strong>da</strong> Ver<strong>da</strong>de e Reconciliação.Ressalta-se a determinação <strong>da</strong> artesã em retratar esta experiênciadesumana e deixar um testemunho indelével.Violeta faleceu em 2008.51Esta impactante arpillera muestra a personas que estánsiendo tortura<strong>da</strong>s. Gráficamente describe la experiencia dela tortura testimonia<strong>da</strong> por sobrevivientes a quienes Violetaentrevistó en el proceso de averiguar por el paradero de suhermano desaparecido, Newton.Muestra a las personas en forma deshumaniza<strong>da</strong>, sin rasgosindividuales y como una experiencia no individual sinocolectiva, dirigi<strong>da</strong> expresamente a un grupo determinado depersonas. Newton Morales aparece en la lista de víctimasreconoci<strong>da</strong>s por la Comisión de Ver<strong>da</strong>d y Reconciliación.Llama la atención la determinación de la arpillerista de hablarde esta inhumana experiencia y dejar un testimonioindeleble. Violeta falleció en 2008.Violeta Morales,reprodução <strong>da</strong> foto do livrode Marjorie Agosín, 2008Violeta Morales,reproducción de foto del librode Marjorie Agosín, 2008


Esta arpillera demonstra e registra a participação <strong>política</strong><strong>da</strong>s populações marginais de Santiago do Chile. Depois de17 anos de ditadura militar, a eleição democrática de umpresidente democrata cristão é vista como um avanço nahistória <strong>política</strong> do país. Paradoxalmente, 25 anos antes,era vista como um passo atrás.“Ontem, dia 4, passamos por um grande susto. Perdemosas eleições. Frei foi eleito, e todos nós, allendistas, sentimosa dor. A Democracia Cristã varreu o allendismo. O golpeé muito duro. Veremos o que acontece agora” (carta deVioleta Parra ao seu companheiro Gilbert, escrita em 5 desetembro de 1965).A lona desdobra<strong>da</strong> utiliza o slogan <strong>da</strong> campanha eleitoralque acabou com a ditadura: “A gente ganhou”.Esta arpillera plasma y verbaliza públicamente la participación<strong>política</strong> de los habitantes de las poblaciones marginalesde Santiago de Chile. Luego de 17 años de dictadura militar,la elección democrática de un presidente DemócrataCristiano es vista como un avance en la historia <strong>política</strong> delpaís. Paradojalmente, 25 años antes, era vista como un pasoatrás. “Ayer 4, hemos pasado un gran susto. Perdimos laselecciones. Frei salió elegido, y todos los allendistas tenemospena. La Democracia Cristiana barrió con el allendismo. Elgolpe es muy duro. Veremos que sucede ahora”. (Carta deVioleta Parra a su compañero Gilbert, escrita el 5 de septiembrede 1965).El lienzo desplegado usa el slogan de la campaña electoralque puso fin a la dictadura: GANÓ LA GENTE.A gente ganhouAnônima. Chile, fins <strong>da</strong>déca<strong>da</strong> de 1980. AcervoKinderhilfe Chile / Bonn,Alemanha52Ganó la genteAnónima. Chile, finales dela déca<strong>da</strong> del 80. ColecciónKinderhilfe Chile/Bonn,Alemaniafoto: Martin Melaugh


O retornodos exiladosVictoria Díaz Caro. Chile,1992. Acervo KinderhilfeChile / Bonn, AlemanhaRetorno delos exiliadosVictoria Díaz Caro. Chile,1992. Colección KinderhilfeChile/Bonn, Alemaniafoto: Martin Melaugh53Para muitos chilenos forçados ao exílio, a per<strong>da</strong> do seu direitode viver no Chile marcou tanto suas vi<strong>da</strong>s como a deseus familiares e amigos.O retorno dos exilados foi um assunto que adquiriu granderelevância durante o governo de transição que começouem 1990, no man<strong>da</strong>to do presidente Patrício AylwinAzócar. Ain<strong>da</strong> que não faça parte <strong>da</strong> Comissão Nacional<strong>da</strong> Ver<strong>da</strong>de e <strong>da</strong> Reconciliação, conheci<strong>da</strong> como ComissãoRettig, a Lei 18.994 criou o Escritório Nacional do Retorno,em agosto de 1990. Funcionou até 1994 e considerou52.557 denúncias provenientes de setenta países. O maiornúmero provinha <strong>da</strong> Suécia, Argentina, Canadá, França eAlemanha.Para muchos chilenos que fueron forzados a vivir en el exilio,la pérdi<strong>da</strong> del derecho a vivir en Chile marcó tanto susvi<strong>da</strong>s como la de sus familiares y amigos. El retorno delos exiliados fue un tema que adquirió gran relevanciadurante el gobierno de transición que comenzó en 1990bajo el man<strong>da</strong>to del Presidente Patricio Aylwin Azócar.Aún cuando no fue parte de la Comisión Nacional de Ver<strong>da</strong>dy Reconciliación, conoci<strong>da</strong> como Comisión Rettig, laley 18.994 creó la Oficina Nacional del Retorno en agostode 1990. Estuvo en funcionamiento hasta 1994 y consideró52.557 denuncias de personas provenientes de 70 países.El mayor número provenía de Suecia, Argentina, Canadá,Francia y Alemania.


Breve biografiaBreve biografiaRoberta Bacic54Filha de imigrantes europeus, nasceu em Santiago do Chile em 1949.Graduou-se como professora de Filosofia e Inglês. Lecionou na Universi<strong>da</strong>deAustral, na ci<strong>da</strong>de de Valdívia, de dezembro de 1973 a janeiro de1981, quando foi exonera<strong>da</strong> por motivos políticos.A partir de 1982 atuou como professora de inglês, primeiro no InstitutoAlemão “Carlos Anwandter” de Valdívia, em segui<strong>da</strong> no Colégio “SanMateo” de Osorno, notáveis estabelecimentos educacionais do sul deChile.Prestou serviços como pesquisadora na Comissão Nacional de Reparaçãoe Reconciliação, tarefa desempenha<strong>da</strong> no escritório regional deTemuco de 1º de fevereiro de 1993 a 31 de dezembro de 1996 – <strong>da</strong>taem que se encerrou a existência legal <strong>da</strong> Comissão. No mesmo período,foi professora do curso de Direitos Humanos na Universi<strong>da</strong>de Católicade Temuco e integrou uma equipe de pesquisa interdisciplinar.Após a extinção <strong>da</strong> Comissão e diante <strong>da</strong> frustração de não ver avançossignificativos em matéria de Direitos Humanos em seu país, solicitou oposto de Encarrega<strong>da</strong> de Programas e Desenvolvimento na “Internacionalde Resistentes à Guerra” (IRG/WRI), com sede em Londres. Exerceuesse cargo a partir de fevereiro de 1998.No intuito de transmitir os processos de <strong>resistência</strong>, <strong>da</strong> memória e <strong>da</strong>procura <strong>da</strong> justiça e <strong>da</strong> ver<strong>da</strong>de em contextos repressivos, recorreu aouso <strong>da</strong>s narrativas presentes nas arpilleras, expressão de arte populartêxtil que as mulheres <strong>chilena</strong>s desenvolveram durante a ditadura militarde Augusto Pinochet. Com elas foi preserva<strong>da</strong> boa parte <strong>da</strong> memóriados fatos repressivos e de seu impacto na vi<strong>da</strong> cotidiana de muitasmulheres <strong>chilena</strong>s, de suas famílias e <strong>da</strong> socie<strong>da</strong>de como um todo.Desde 2008, Roberta montou mais de trinta exposições internacionaisde arpilleras, as quais têm sido fonte de inspiração para mulheres devários países, estimulando-as a representar, por meio dessa arte, suascondições de vi<strong>da</strong> pessoais e comunitárias, afeta<strong>da</strong>s pelas violações aosDireitos Humanos.Desde 2004, reside na Irlan<strong>da</strong> do Norte, Reino Unido, de onde se dedica aorganizar exposições internacionais de arpilleras e quilts (colchas memoriais).www.cain.ulst.ac.uk/quiltsRoberta Bacic Herzfeld, hija de inmigrantes europeos, nació enSantiago de Chile el año 1949. Se tituló como profesora de Estadode Filosofía e Inglés. Fue docente de la Universi<strong>da</strong>d Australen la ciu<strong>da</strong>d de Valdivia desde diciembre de 1973 hasta enero de1981, cuando fue exonera<strong>da</strong> por razones <strong>política</strong>s.A partir de 1982 se desempeñó como profesora de inglés, primeroen el Instituto Alemán “Carlos Anwandter” de Valdivia y luegoen el Colegio “San Mateo” de Osorno, prestigiosos establecimientoseducacionales del sur de Chile.Prestó servicios como investigadora en la Corporación Nacionalde Reparación y Reconciliación, tarea que desempeñó en la oficinaregional de Temuco desde el 1º de febrero de 1993 al 31 dediciembre de 1996 (fecha en que concluyó la existencia legal de laCorporación). Durante el mismo período, fue profesora del cursode Derechos Humanos en la Universi<strong>da</strong>d Católica de Temuco eintegró un equipo de investigación interdisciplinaria.Al cierre de la Corporación, y ante la frustración de no ver avancessignificativos e integrales en materia de DD.HH en su país,postuló al cargo de Encarga<strong>da</strong> de Programas y Desarrollo en laInternacional de Resistentes a la Guerra con sede en Londres.Ejerció dicho cargo a partir de febrero de 1998.Como una manera de transmitir los procesos de resistencia, memoriay búsque<strong>da</strong> de ver<strong>da</strong>d y justicia en contextos represivos,recurrió al uso de las narrativas presente en las “arpilleras”, expresiónde arte textil popular que desarrollaron mujeres <strong>chilena</strong>sdurante la Dictadura Militar de Augusto Pinochet. Con ellas seha preservado buena parte de la memoria de los hechos represivosy su impacto en la vi<strong>da</strong> cotidiana de muchas mujeres <strong>chilena</strong>s,sus familias y la socie<strong>da</strong>d.Desde el año 2008 ha montado más de 30 exposiciones internacionalesde arpilleras, las cuales han sido fuente de inspiración paramujeres de distintos países, estimulándolas a representar medianteeste arte, los ámbitos de la vi<strong>da</strong> individual y comunitaria afectadospor las violaciones a los Derechos Humanos.Desde el 2004 reside en Irlan<strong>da</strong> del Norte, Reino Unido, y desde allí sededica a organizar exposiciones internacionales de arpilleras y quilts.www.cain.ulst.ac.uk/quilts


AgradecimentosAgradecimientosA existência desta exposição só é possível graças ao trabalho de muitasmulheres lutadoras <strong>chilena</strong>s que em tempos de adversi<strong>da</strong>de tiveram acoragem de manter a digni<strong>da</strong>de e costuraram suas histórias para queelas não fossem esqueci<strong>da</strong>s. Também temos de agradecer aos amigose conhecidos, homens e mulheres que divulgaram as arpilleras nesta eem outras exposições em diferentes partes do mundo.Deixo meu reconhecimento, também, às pessoas que cederam seus livros,aju<strong>da</strong>ram na pesquisa e discutiram comigo o tema <strong>da</strong>s arpillerase suas lembranças.Agradeço, também, a todos aqueles que acreditaram neste projeto eabriram as portas de museus, universi<strong>da</strong>des, galerias de arte, centroscomunitários, Embaixa<strong>da</strong>s do Chile em diversos países etc.Agradeço aos fotógrafos Tony Boyle, Martin Melaugh e Colin Peck.Durante muito tempo eles fotografaram ca<strong>da</strong> uma <strong>da</strong>s arpilleras emdiferentes lugares e contextos, preservando-as assim em arquivo digitalna Universi<strong>da</strong>de de Ulster, Irlan<strong>da</strong> do Norte. 1Por último, um obrigado ao poeta e amigo Jaime Huenún, que colaboroucom seu poema “Las mujeres salieron a la noche”, incluído nestecatálogo, e teve a paciência de ler todos os artigos e contribuir, comsugestões, para sua fluência.1 Esse arquivo foi organizado por Martin Melaugh e está disponível em www.cain.ulst.ac.uk/quiltsMuito obriga<strong>da</strong>!Roberta BacicCuradoraIrlan<strong>da</strong> do Norte, julho de 2011La existencia de este trabajo sólo ha sido posible gracias al trabajode tantas y tantas mujeres pobladoras <strong>chilena</strong>s que entiempos de adversi<strong>da</strong>d tuvieron el coraje de mantener la digni<strong>da</strong>dy cosieron sus historias para no pasar al olvido. Tambiénhemos de agradecer a amig@s y conocid@s que han facilitadosus arpilleras para ésta y otras exposiciones en distintas partesdel mundo. Igualmente dejo plasmado el reconocimiento a personasque me han regalado libros, tiempo para buscar en archivos,dialogar sobre este tema y traerlo al presente. Tambiéna quienes han creído en este proyecto y han abierto las puertasde museos, universi<strong>da</strong>des, galerías de arte, centros comunitarios,Embaja<strong>da</strong>s de Chile, etc.No puedo dejar de mencionar acá a los fotógrafos: Tony Boyle,Martin Melaugh y Colin Peck, quienes a lo largo del tiempo sehan dedicado a fotografiar ca<strong>da</strong> una de las arpilleras en distintoslugares y contextos y así hemos asegurado la preservación deéstas, que que<strong>da</strong>n plasma<strong>da</strong>s en el riguroso archivo digital de laUniversi<strong>da</strong>d de Ulster, Irlan<strong>da</strong> del Norte, que organiza diligentementeMartin Melaugh www.cain.ulst.ac.uk/quiltsFinalmente un GRACIAS al poeta amigo Jaime Huenún, quiencontribuyó con su poema “Las mujeres salieron a la noche”,incluido en este catálogo y que tuvo la paciencia de leer ca<strong>da</strong>escrito y aportar con su pluma a su fluidez.¡Muchas gracias!Roberta BacicCuradoraIrlan<strong>da</strong> del Norte, julio del 201155


Coleção de arpillerasColección de arpilleras56A coleção de arpilleras, que há vários anos vem percorrendo o mundo,expõe diferentes temáticas (a paz, a <strong>resistência</strong> e a comuni<strong>da</strong>de, porexemplo) e tem várias origens:• Algumas peças pertencem a pessoas que trabalharam o tema arpilleraspor muitos anos e que, a pedido <strong>da</strong> curadora, as emprestaram paraa exposição.• Algumas pertencem ao acervo <strong>da</strong> curadora.• Algumas pertencem a conhecidos que, havendo adquirido ou recebidoarpilleras como presente, entre os anos de 1975 e 1992, agora ascolocam à disposição <strong>da</strong> curadora para as diversas exposições.• Algumas peças pertencem a pessoas que as entregaram à curadoraporque viram as exposições ou se informaram sobre elas por diferentesmeios.La colección de arpilleras que ha estado disponible y que ha formado partede las distintas exposiciones tiene distintas procedencias:• Unas pocas pertenecen a personas que han trabajado el tema desde hacemuchos años y que las han adquirido durante este proceso. Las han facilitadoa pedido de la curadora para exposiciones de acuerdo al tema endesarrollo en ca<strong>da</strong> muestra.• Un número significativo pertenecen a la curadora.• Otro significativo número de arpilleras pertenecen a conocidos que lasadquirieron o recibieron de regalo en las déca<strong>da</strong>s de 1975 al 1992 y quelas han dejado a disposición de la curadora para las distintas exposiciones• Un número apreciable de piezas pertenecen a personas que habiendo vistolas exposiciones o informados por distintas vías de éstas han entregado susarpilleras para que sean expuestas y están bajo la custodia de la curadora.


Exposições de arpillerasExposiciones de arpillerasCosturando a paz / Stitching peace16 de fevereiro a 18 de março de 2011,Conselho Mundial de Igrejas, Genebra, Suíça18 a 25 de maio de 2011, Kingston, JamaicaO custo humano <strong>da</strong> guerra / The human cost of war4 de novembro de 2010 a 15 de janeiro de 2011Museu <strong>da</strong> Torre, Union Hall Place, Derry, Londonderry, Irlan<strong>da</strong> do Norte,Reino UnidoCosturando a <strong>resistência</strong> – narrativas <strong>da</strong> vi<strong>da</strong> diária em arpilleras <strong>chilena</strong>s /Stitching resistance – narratives of <strong>da</strong>ily life in Chilean arpilleras12 a 16 de outubro de 2010, Museu <strong>da</strong> Universi<strong>da</strong>de de Osaka, Japão.Curadora: Roberta Bacic, Coordenador: Tomoko Sakai, Curador doMuseu <strong>da</strong> Universi<strong>da</strong>de de Osaka: Waka Hirokaw, Gerente de logística:Mio Kubota<strong>Arpilleras</strong> <strong>chilena</strong>s de ontem e de hoje: embaixadoras têxteisChilean arpilleras of yester<strong>da</strong>y and to<strong>da</strong>y: textile ambassadors16 de setembro de 2010, exposição que marcou o Dia Nacional de Chile(visita restrita, mediante convite)Embaixa<strong>da</strong> Chilena, 44 Wellington Road, Ballsbridge, Dublin 4, Irlan<strong>da</strong>.Curadora: Roberta BacicAs <strong>política</strong>s do cotidiano comum em arpilleras <strong>chilena</strong>s e de outros países/ The politics of the mun<strong>da</strong>ne in Chilean and other arpilleras27 a 29 de agosto 2010Art College, Universi<strong>da</strong>de de Ulster, Campus de Belfast, York Road, Belfast,Irlan<strong>da</strong> do Norte, Reino UnidoSeguindo a linha / Following the thread14 de junho de 2010 (visita restrita); 21 a 27 de junho de 2010Community Base, World Museum, Liverpool, Inglaterra<strong>Arpilleras</strong> do Chile – uma retrospectiva / <strong>Arpilleras</strong> aus Chile – eineretrospektive6 a 28 de maio de 2010, Embaixa<strong>da</strong> Chilena, Mohrenstraße 42, 10117,Berlim, Alemanha<strong>Arpilleras</strong>: embaixadoras para o Bicentenário / <strong>Arpilleras</strong>: embajadoraspara el Bicentenario14 de abril a 20 de maio de 2010, Consulado Geral do Chile, 866 UnitedNations Plaza, New York, NY, Estados UnidosVozes em tapeçarias / Voices on tapestries8 a 31 de março de 2010, Embaixa<strong>da</strong> do Chile, 37-41 Old Queen Street,Londres, Inglaterra57


58Histórias culturais em têxteis / Cultural stories in textiles25 a 27 de fevereiro de 2010, Harpur’s Hill Community Centre, LisnablaghRoad, Coleraine, Irlan<strong>da</strong> do Norte, Reino Unido.<strong>Arpilleras</strong> habita<strong>da</strong>s por memórias / <strong>Arpilleras</strong> habita<strong>da</strong>s de memoria14 de janeiro a 26 de fevereiro de 2010, Centre d’Informació per le Dones,Ajuntament de Barcelona, EspanhaO custo humano <strong>da</strong> guerra / The human cost of war8 a 21 de novembro de 2009, Movimento para a abolição de guerra,Museu de Guerra Imperial, Londres, Inglaterra•Saint Ethelburgah’s Peace and Reconciliation Centre,•White Chapel Art Gallery, Londres, InglaterraLinhas <strong>da</strong> vi<strong>da</strong>: colchas memoriais e arpilleras que falam / Threads of life:quilts and arpilleras that speak out16 de outubro a 1º de novembro de 2009, Community Base, WorldMuseum, Liverpool, William Brown Street, Liverpool, InglaterraEncontrando nossas vozes – o poder <strong>da</strong>s arpillerasFinding our voices – the power of arpilleras29 de setembro a 10 de outubro de 2009, Communities Connect, DKITDun<strong>da</strong>lk Institute of Technology, Dun<strong>da</strong>lk, Irlan<strong>da</strong>Linhas do destino: testemunhos de violência, esperança e sobrevivência /Threads of destiny: testimonies of violence, hope and survival9 de maio a 26 de julho de 2009, Exposição Internacional na Alemanha,Frauen em Der Einenwelt, Museu <strong>da</strong>s Mulheres, Fürth, Alemanha<strong>Arpilleras</strong> que clamam / <strong>Arpilleras</strong> that cry out22 de junho a 10 de julho de 2009, Flowerfield Arts Centre, ColeraineBorough Council, Portstewart, Irlan<strong>da</strong> do Norte, Reino Unido<strong>Arpilleras</strong> / <strong>Arpilleras</strong>2 a 31 de março de 2009, Irish School of Ecumenics, Belfast, Irlan<strong>da</strong> doNorte, Reino UnidoA arte <strong>da</strong> sobrevivência: as tapeçarias <strong>da</strong> <strong>resistência</strong> <strong>da</strong>s mulheres <strong>chilena</strong>s/ L’art de la supervivència: les veus de la resistència de les dones xilenes4 de novembro a 12 de dezembro de 2008, Centro para Igual<strong>da</strong>de <strong>da</strong>sMulheres e dos Homens, Barcelona, Espanha<strong>Arpilleras</strong> e Quilts que clamam, desafiam e questionam<strong>Arpilleras</strong> / Quilts that cry out, challenge and question12 a 14 de novembro de 2008, Rotter<strong>da</strong>m, Holan<strong>da</strong>. Seleção de peçasespecialmente cura<strong>da</strong>s por Roberta Bacic para o Fórum Global emLiderança para Socie<strong>da</strong>des Compartilha<strong>da</strong>s, Clube de Madrid


As <strong>política</strong>s <strong>da</strong>s arpilleras <strong>chilena</strong>s / The politics of Chilean arpilleras23 a 31 de outubro de 2008, Centro de Estudos Latino-Americanos(CLAS), 17 Mill Lane, Universi<strong>da</strong>de de Cambridge, Inglaterra<strong>Arpilleras</strong> <strong>chilena</strong>s / Chilean arpilleras11 de setembro a 11 de outubro de 2008, Centro Cultural Regional,Letterkenny, Irlan<strong>da</strong>59As <strong>política</strong>s <strong>da</strong>s arpilleras <strong>chilena</strong>s / The politics of Chilean arpilleras8 de fevereiro a 13 de abril de 2008, Harbour Museum, Derry, Irlan<strong>da</strong> doNorte, Reino Unido


BibliografiaLiteratura fun<strong>da</strong>mental referencia<strong>da</strong>60Agosín, Marjorie. Tapestries of hope, threads of love: the arpillera movementin Chile 1974-1994. 2.ed. USA: Rowman & Littlefield Publishers, 2008.Cooke, Ariel Zeitlin; MacDowell, Marsha (Ed.). Weavings of war – fabricsof memory. Chicago: Michigan State University Museum, 2005.Franger, Gaby. <strong>Arpilleras</strong> – cuadros que hablan vi<strong>da</strong> cotidiana y organizaciónde mujeres. Perú: Movimiento Manuela Ramos, 1988.Parra, Isabel. El libro mayor de Violeta Parra. Madrid: Michay, 1985.Randle, Michael (Ed.). Challenge to nonviolence. Bradford (UK): Universityof Bradford Press, 2002.Ricoeur, Paul. Time and narrative. v.3. (transl. Kathleen McLaughlin andDavid Pellauer). Chicago: University of Chicago Press, 1990.Sepúlve<strong>da</strong>, Emma. We, Chile: personal testimonies of the Chilean arpilleristas.New London, USA: Azul, 1996.Vários autores. Crónicas de una Iglesia liberadora. Santiago de Chile:Lom, 2000.Young, James E. The texture of memory: holocaust memorials and meaning.New Haven: Yale University Press, 1993.Para a preparação deste catálogo a curadora reviu vários testemunhosque lhe foram concedidos entre 1975 e 1995. Além disso, pesquisourevistas internacionais e jornais chilenos <strong>da</strong> época <strong>da</strong> ditadura na BibliotecaNacional de Santiago, e realizou entrevistas telefônicas e porcorreio eletrônico.DetalheCorte de águaDetalleCorte de agua


<strong>Arpilleras</strong><strong>da</strong> <strong>resistência</strong> <strong>política</strong> <strong>chilena</strong>de la resistencia <strong>política</strong> <strong>chilena</strong>EXPOSIÇÃOCATÁLOGOCuradoriaRoberta BacicAgradecemos o Memorial <strong>da</strong> Resistência de São Paulo pelacessão dos arquivos para esta publicaçãoProdução Geral e MontagemMCY Assessoria CulturalProjeto GráficoZol DesignAssessoria Cultural e Pe<strong>da</strong>gógicaClara KardonskyEsther Vital GarciaPré-impressão, impressão e acabamentoGráfica Graffis62VídeoComo alitas de chincolVivianne BarryArtemia Films, Chile, 2002Comunicação e Assessoria de ImprensaEx Libris Comunicação Integra<strong>da</strong>Exposições:Em co-promoção entre a enti<strong>da</strong>de Pesquisadores Sem Fronteirase a Comissão de Anistia do Ministério <strong>da</strong> Justiça, a exposição<strong>Arpilleras</strong> <strong>da</strong> Resistência Política Chilena será exibi<strong>da</strong> em 05ci<strong>da</strong>des brasileiras, onde também ocorrerão debates sobre oconteúdo <strong>da</strong> exposição e sua relevância atual. Este projeto foiselecionado pelo 2º Edital Público do Projeto Marcas <strong>da</strong> Memória<strong>da</strong> Comissão de Anistia do Ministério <strong>da</strong> Justiça (2011).Exposiciones:Promoción conjunta de la asociación Pesquisadores Sem Fronteirasy la Comisión de Amnistía del Ministerio de Justicia, la exposición<strong>Arpilleras</strong> de la resistencia Chilena será exhibi<strong>da</strong> en 5 ciu<strong>da</strong>desbrasileñas, donde también habrá debates a respecto del contenidode la exposición y sua relevancia actual. Este proyeto fue seleccionadopor el 2º Edital Publico de proyeto Marcas de la Memoria de laComisión de Amnistía del Ministerio de Justicia (2011).Ci<strong>da</strong>des que receberão a Exposição:Brasília - DF, Belo Horizonte - MG, Rio de Janeiro - RJ, Curitiba - PR, Porto Alegre - RSO presente projeto foi apresentado no ano de 2011 à II Chama<strong>da</strong> Pública do Projeto Marcas <strong>da</strong> Memória, <strong>da</strong> Comissão de Anistia do Ministério <strong>da</strong> Justiça, e selecionadopor Comitê independente para fomento. A realização do projeto objetiva atender as missões legais <strong>da</strong> Comissão de Anistia de promover o direito à reparação,memória e ver<strong>da</strong>de, permitindo que a socie<strong>da</strong>de civil e os anistiados políticos concretizem seus projetos de memória. Por essa razão, as opiniões e <strong>da</strong>dos contidos napublicação são de responsabili<strong>da</strong>de de seus organizadores e autores, e não traduzem opiniões do Governo Federal, exceto quando expresso em contrário.


64<strong>Arpilleras</strong> <strong>da</strong> <strong>resistência</strong> <strong>chilena</strong>/curadoria: Roberta BacicApresentação: Paulo Abrão - Brasilia- Biblioteca Nacional, 2012ISBN 978-85-99117-63-7Exposição realiza<strong>da</strong> na Biblioteca Nacional- Brasíliae mais 4 capitais brasileiras no primeiro semestre 20121.Arte popular-Chile 2.Perseguição <strong>política</strong>3.Biblioteca Nacional - Exposição - I. Apresentação II. Curadoria


REALIZAÇÃO:ProjetoMARCAS DA MEMÓ-Comissão deANISTIAMinistério <strong>da</strong>JUSTIÇA

Hooray! Your file is uploaded and ready to be published.

Saved successfully!

Ooh no, something went wrong!