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E-book - Universidad Nacional de Rosario

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A inserção do Estado Brasileiro no Regime <strong>de</strong> Não-Proliferação <strong>de</strong>Armas Nucleares: uma análise à luz das relações Brasil-Argentinamedidas consonantes com a vertente <strong>de</strong> <strong>de</strong>sarmamento. Essa postura foi colocada <strong>de</strong> forma explícitana Estratégia <strong>Nacional</strong> <strong>de</strong> Defesa, aprovada pelo Decreto nº 6.703, <strong>de</strong> 18 <strong>de</strong> <strong>de</strong>zembro <strong>de</strong> 2008:“O Brasil zelará por manter abertas as vias <strong>de</strong> acesso ao <strong>de</strong>senvolvimento <strong>de</strong> suas tecnologias <strong>de</strong>energia nuclear. Não a<strong>de</strong>rirá a acréscimos ao Tratado <strong>de</strong> Não-Proliferação <strong>de</strong> Armas Nucleares <strong>de</strong>stinadosa ampliar as restrições do Tratado sem que as potências nucleares tenham avançado na premissacentral do Tratado: seu próprio <strong>de</strong>sarmamento nuclear” (Brasil, 2008:34).Mesmo sendo claro o compromisso do Estado brasileiro com os esforços para o <strong>de</strong>sarmamento e anão-proliferação das armas nucleares, bem como o motivo <strong>de</strong> não assinarmos o Protocolo Adicional,ainda afloram, <strong>de</strong> forma recorrente, alguns questionamentos externos quanto aos reais objetivos doprograma nuclear brasileiro. A diplomacia brasileira está atenta à esses questionamentos que levantamdúvidas infundadas sobre o programa nuclear brasileiro, bem como acerca da recusa em assinaro Protocolo Adicional.Em síntese, o Brasil finalizou o século XX, e iniciou o século XXI inserido no Regime <strong>de</strong> Não-Proliferação<strong>de</strong> Armas Nucleares, mas com domínio da tecnologia <strong>de</strong> todo o ciclo <strong>de</strong> enriquecimento <strong>de</strong>Urânio. No que tange ao contexto <strong>de</strong> segurança regional em que estamos inseridos, é pertinenteapontar que, Brasil e Argentina possuem a tecnologia para, caso <strong>de</strong>sejem, <strong>de</strong>senvolver artefatos nuclearesexplosivos em poucos anos. No entanto, resolveram o antagonismo que marcou gran<strong>de</strong> parteda história dos dois países por meio das medidas <strong>de</strong> construção da confiança aqui abordadas, principalmentena questão nuclear. Esse processo, que em retrospecto, <strong>de</strong>sponta como um mo<strong>de</strong>lo a serseguido por Estados que estão inseridos em contextos similares àqueles vividos por Brasil e Argentinaaté a década <strong>de</strong> 1980, permitiu que os dois países aumentassem suas respectivas percepções <strong>de</strong>segurança. No que tange aos programas nucleares, as MCC adotadas e efetivamente implementadas,permitiram que Argentina e Brasil pu<strong>de</strong>ssem participar do Regime <strong>de</strong> Não-Proliferação <strong>de</strong> Armas Nucleares,sem renunciar ao domínio pleno da tecnologia nuclear. No conjunto, os dois países possuemelevado capital diplomático em prol da não-proliferação das armas nucleares e, principalmente, paracobrar dos “Estados nuclearmente armados” esforços concretos em prol do <strong>de</strong>sarmamento nuclear.Consi<strong>de</strong>rações FinaisNo que tange ao Brasil, a questão nuclear não po<strong>de</strong> ser entendida sem observarmos os fatoresintrínsecos ao contexto <strong>de</strong> segurança regional em que o país está inserido. Assim, efetuamos umaanálise comparada entre os programas nucleares brasileiro e argentino e evi<strong>de</strong>nciamos que, a partirda década <strong>de</strong> 1980, os governos do Brasil e da Argentina iniciaram um processo formal <strong>de</strong> construçãoda confiança que, necessariamente, passava pela questão dos objetivos dos respectivos programasnucleares. Deste modo, a espiral <strong>de</strong> cooperação, que levou à superação <strong>de</strong> um antagonismo histórico,foi também forjada na medida em que se construía a cooperação pacífica da tecnologia nuclear.217O processo <strong>de</strong> construção da confiança entre Brasil e Argentina, na área nuclear, exigiu uma negociaçãoconduzida em estágios marcados por <strong>de</strong>clarações conjuntas que, paulatinamente, promoverama abertura e o conhecimento mútuo das ativida<strong>de</strong>s nucleares <strong>de</strong>senvolvidas nos dois países. Aevolução <strong>de</strong>sse processo foi gradual, partindo <strong>de</strong> uma fase inicial, nos primeiros anos da década <strong>de</strong>1980, caracterizada pela lenta aproximação entre os dois Estados. A partir <strong>de</strong> 1985, <strong>de</strong>ntro do contexto<strong>de</strong> re<strong>de</strong>mocratização dos dois países, o processo foi acelerado, juntamente com a superação

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