Argentina y Brasil: “Proyecciones Internacionales, Cooperación Sur-Sur e Integración”Assim, citando o presi<strong>de</strong>nte Fernando Henrique Cardoso: “Não havia porque pagar o alto preço da<strong>de</strong>sconfiança internacional pela negativa <strong>de</strong> firmar o TNP, sem qualquer benefício que não fosse a<strong>de</strong>fesa retórica <strong>de</strong> princípios” (Cardoso, 2006:614). A a<strong>de</strong>são do Brasil ao TNP é um ponto central nadiscussão acerca da postura do Estado brasileiro quanto ao Regime <strong>de</strong> Não-Proliferação <strong>de</strong> ArmasNucleares e, à luz da nossa pesquisa, enten<strong>de</strong>mos que essa foi uma <strong>de</strong>cisão coerente com o contextopolítico interno e externo vivenciado na segunda meta<strong>de</strong> da década <strong>de</strong> 1990.Em síntese, a a<strong>de</strong>são do Brasil ao TNP, não acarretou a concordância com inspeções adicionais àquelas<strong>de</strong> que já éramos objeto em <strong>de</strong>corrência do Acordo Quadripartite. O ingresso no TNP reforçou,junto à socieda<strong>de</strong> internacional, os compromissos <strong>de</strong> não-proliferação <strong>de</strong> armas nucleares já assumidose retirou o país do posicionamento ao lado dos quatro únicos Estados (Israel, Índia, Paquistão eCuba) que em 1998, se recusavam a participar do TNP.É patente que essa posição transcen<strong>de</strong> o matiz i<strong>de</strong>ológico dos governos brasileiros, conforme seobserva em nota à imprensa, emitida pelo Ministério das Relações Exteriores (MRE), em 12 <strong>de</strong> janeiro<strong>de</strong> 2003, pouco após a posse do presi<strong>de</strong>nte Luis Inácio Lula da Silva e extraída do Repertório <strong>de</strong>Política Externa (31):“O Brasil tem <strong>de</strong>fendido a tese da irreversibilida<strong>de</strong> dos compromissos internacionais <strong>de</strong> <strong>de</strong>sarmamentoe não-proliferação. O Brasil é parte do TNP, bem como <strong>de</strong> vários outros tratados <strong>de</strong> <strong>de</strong>sarmamentoe não-proliferação, nas áreas nuclear, química e biológica, os quais respeita escrupulosamente.O Brasil <strong>de</strong>fen<strong>de</strong> o uso da energia nuclear exclusivamente para fins pacíficos, conforme preceitoinscrito no Constituição <strong>de</strong> 1988, que <strong>de</strong>termina que ‘toda ativida<strong>de</strong> nuclear em território nacionalsomente será admitida para fins pacíficos e mediante aprovação do Congresso <strong>Nacional</strong>’. O Brasilapóia vigorosamente a eliminação total <strong>de</strong> armas nucleares, <strong>de</strong> acordo com o estabelecido no Artigo6 do TNP [...]” (Brasil, 2007:304-305).216O ponto a ser <strong>de</strong>stacado é que durante o governo do presi<strong>de</strong>nte Lula, a postura diplomática brasileirafoi consonante com os compromissos <strong>de</strong>correntes da inserção no Regime <strong>de</strong> Não-Proliferação<strong>de</strong> Armas Nucleares. No entanto, limites quanto ao aprofundamento <strong>de</strong>ssa participação foram marcados<strong>de</strong> forma clara, como, por exemplo, na questão da recusa do governo brasileiro em a<strong>de</strong>rir aoProtocolo Adicional (32), que reflete a posição <strong>de</strong> que o Brasil já está inserido, <strong>de</strong> forma clara, noRegime <strong>de</strong> Não-Proliferação <strong>de</strong> Armas Nucleares, em consonância com o previsto em nossa Constituição(título III, artigo 21, inciso XXIII, alínea a) e com o contido no TNP. Assim, medidas adicionais,por parte do Estado brasileiro, em prol da não-proliferação nuclear, <strong>de</strong>vem ser adotadas apenasem contrapartida a esforços <strong>de</strong> monta na questão do <strong>de</strong>sarmamento nuclear dos cinco “Estadosnuclearmente armados” reconhecidos pelo TNP. A posição oficial do Estado brasileiro é a <strong>de</strong> que jáfizemos tudo o que era necessário para apoiar e respaldar o Regime <strong>de</strong> Não-Proliferação <strong>de</strong> ArmasNucleares, principalmente na sua vertente <strong>de</strong> não-proliferação, cabendo agora a concretização <strong>de</strong>31- O Repertório <strong>de</strong> Política Externa é publicado pelo Ministério das Relações Exteriores, por meio da Fundação Alexandre Gusmão,e apresenta um panorama das diretrizes da política externa brasileira, sendo concebido para auxiliar o acompanhamento sistemáticoe constante das posições <strong>de</strong>fendidas pela diplomacia brasileira no plano internacional (Brasil, 2007:13).32- O Protocolo Adicional consiste, em linhas gerais, em um conjunto salvaguardas que ampliam a capacida<strong>de</strong> <strong>de</strong> verificação einspeção da AIEA. Os Estados que venham a assinar e ratificar esse acordo com a AIEA passam a permitir inspeções mais intrusivasnas suas instalações nucleares <strong>de</strong>claradas, bem como em quaisquer outros locais que os inspetores da AIEA julguem passíveis <strong>de</strong>inspeção (Nota do autor).
A inserção do Estado Brasileiro no Regime <strong>de</strong> Não-Proliferação <strong>de</strong>Armas Nucleares: uma análise à luz das relações Brasil-Argentinamedidas consonantes com a vertente <strong>de</strong> <strong>de</strong>sarmamento. Essa postura foi colocada <strong>de</strong> forma explícitana Estratégia <strong>Nacional</strong> <strong>de</strong> Defesa, aprovada pelo Decreto nº 6.703, <strong>de</strong> 18 <strong>de</strong> <strong>de</strong>zembro <strong>de</strong> 2008:“O Brasil zelará por manter abertas as vias <strong>de</strong> acesso ao <strong>de</strong>senvolvimento <strong>de</strong> suas tecnologias <strong>de</strong>energia nuclear. Não a<strong>de</strong>rirá a acréscimos ao Tratado <strong>de</strong> Não-Proliferação <strong>de</strong> Armas Nucleares <strong>de</strong>stinadosa ampliar as restrições do Tratado sem que as potências nucleares tenham avançado na premissacentral do Tratado: seu próprio <strong>de</strong>sarmamento nuclear” (Brasil, 2008:34).Mesmo sendo claro o compromisso do Estado brasileiro com os esforços para o <strong>de</strong>sarmamento e anão-proliferação das armas nucleares, bem como o motivo <strong>de</strong> não assinarmos o Protocolo Adicional,ainda afloram, <strong>de</strong> forma recorrente, alguns questionamentos externos quanto aos reais objetivos doprograma nuclear brasileiro. A diplomacia brasileira está atenta à esses questionamentos que levantamdúvidas infundadas sobre o programa nuclear brasileiro, bem como acerca da recusa em assinaro Protocolo Adicional.Em síntese, o Brasil finalizou o século XX, e iniciou o século XXI inserido no Regime <strong>de</strong> Não-Proliferação<strong>de</strong> Armas Nucleares, mas com domínio da tecnologia <strong>de</strong> todo o ciclo <strong>de</strong> enriquecimento <strong>de</strong>Urânio. No que tange ao contexto <strong>de</strong> segurança regional em que estamos inseridos, é pertinenteapontar que, Brasil e Argentina possuem a tecnologia para, caso <strong>de</strong>sejem, <strong>de</strong>senvolver artefatos nuclearesexplosivos em poucos anos. No entanto, resolveram o antagonismo que marcou gran<strong>de</strong> parteda história dos dois países por meio das medidas <strong>de</strong> construção da confiança aqui abordadas, principalmentena questão nuclear. Esse processo, que em retrospecto, <strong>de</strong>sponta como um mo<strong>de</strong>lo a serseguido por Estados que estão inseridos em contextos similares àqueles vividos por Brasil e Argentinaaté a década <strong>de</strong> 1980, permitiu que os dois países aumentassem suas respectivas percepções <strong>de</strong>segurança. No que tange aos programas nucleares, as MCC adotadas e efetivamente implementadas,permitiram que Argentina e Brasil pu<strong>de</strong>ssem participar do Regime <strong>de</strong> Não-Proliferação <strong>de</strong> Armas Nucleares,sem renunciar ao domínio pleno da tecnologia nuclear. No conjunto, os dois países possuemelevado capital diplomático em prol da não-proliferação das armas nucleares e, principalmente, paracobrar dos “Estados nuclearmente armados” esforços concretos em prol do <strong>de</strong>sarmamento nuclear.Consi<strong>de</strong>rações FinaisNo que tange ao Brasil, a questão nuclear não po<strong>de</strong> ser entendida sem observarmos os fatoresintrínsecos ao contexto <strong>de</strong> segurança regional em que o país está inserido. Assim, efetuamos umaanálise comparada entre os programas nucleares brasileiro e argentino e evi<strong>de</strong>nciamos que, a partirda década <strong>de</strong> 1980, os governos do Brasil e da Argentina iniciaram um processo formal <strong>de</strong> construçãoda confiança que, necessariamente, passava pela questão dos objetivos dos respectivos programasnucleares. Deste modo, a espiral <strong>de</strong> cooperação, que levou à superação <strong>de</strong> um antagonismo histórico,foi também forjada na medida em que se construía a cooperação pacífica da tecnologia nuclear.217O processo <strong>de</strong> construção da confiança entre Brasil e Argentina, na área nuclear, exigiu uma negociaçãoconduzida em estágios marcados por <strong>de</strong>clarações conjuntas que, paulatinamente, promoverama abertura e o conhecimento mútuo das ativida<strong>de</strong>s nucleares <strong>de</strong>senvolvidas nos dois países. Aevolução <strong>de</strong>sse processo foi gradual, partindo <strong>de</strong> uma fase inicial, nos primeiros anos da década <strong>de</strong>1980, caracterizada pela lenta aproximação entre os dois Estados. A partir <strong>de</strong> 1985, <strong>de</strong>ntro do contexto<strong>de</strong> re<strong>de</strong>mocratização dos dois países, o processo foi acelerado, juntamente com a superação
- Page 4 and 5:
Argentina y Brasil: “Proyecciones
- Page 6:
Argentina y Brasil: “Proyecciones
- Page 9:
Argentina y Brasil: “Proyecciones
- Page 13 and 14:
Reflexiones en tornoa la Cooperaci
- Page 15 and 16:
Reflexiones en torno a la Cooperaci
- Page 17 and 18:
Reflexiones en torno a la Cooperaci
- Page 19 and 20:
Reflexiones en torno a la Cooperaci
- Page 21 and 22:
Reflexiones en torno a la Cooperaci
- Page 23 and 24:
Reflexiones en torno a la Cooperaci
- Page 25:
Reflexiones en torno a la Cooperaci
- Page 28 and 29:
Argentina y Brasil: “Proyecciones
- Page 30 and 31:
Argentina y Brasil: “Proyecciones
- Page 32 and 33:
Argentina y Brasil: “Proyecciones
- Page 34 and 35:
Argentina y Brasil: “Proyecciones
- Page 36 and 37:
Argentina y Brasil: “Proyecciones
- Page 38 and 39:
Argentina y Brasil: “Proyecciones
- Page 40 and 41:
Argentina y Brasil: “Proyecciones
- Page 42 and 43:
Argentina y Brasil: “Proyecciones
- Page 44 and 45:
Argentina y Brasil: “Proyecciones
- Page 46 and 47:
Argentina y Brasil: “Proyecciones
- Page 49 and 50:
Cooperación Sur-Sur: Asociación B
- Page 51 and 52:
Cooperación Sur-Sur: Asociación B
- Page 53 and 54:
Cooperación Sur-Sur: Asociación B
- Page 55 and 56:
Cooperación Sur-Sur: Asociación B
- Page 58 and 59:
Argentina y Brasil: “Proyecciones
- Page 60 and 61:
Argentina y Brasil: “Proyecciones
- Page 62 and 63:
Argentina y Brasil: “Proyecciones
- Page 64 and 65:
Argentina y Brasil: “Proyecciones
- Page 66 and 67:
Argentina y Brasil: “Proyecciones
- Page 69 and 70:
La agricultura en la agenda de coop
- Page 71 and 72:
La agricultura en la agenda de coop
- Page 73 and 74:
La agricultura en la agenda de coop
- Page 75 and 76:
La agricultura en la agenda de coop
- Page 77 and 78:
La agricultura en la agenda de coop
- Page 79 and 80:
La agricultura en la agenda de coop
- Page 81:
La agricultura en la agenda de coop
- Page 84 and 85:
Argentina y Brasil: “Proyecciones
- Page 86 and 87:
Argentina y Brasil: “Proyecciones
- Page 88 and 89:
Argentina y Brasil: “Proyecciones
- Page 90 and 91:
Argentina y Brasil: “Proyecciones
- Page 92 and 93:
Argentina y Brasil: “Proyecciones
- Page 94 and 95:
Argentina y Brasil: “Proyecciones
- Page 96 and 97:
Argentina y Brasil: “Proyecciones
- Page 98 and 99:
Argentina y Brasil: “Proyecciones
- Page 100 and 101:
Argentina y Brasil: “Proyecciones
- Page 102 and 103:
Argentina y Brasil: “Proyecciones
- Page 105 and 106:
Cinco claves explicativas para la p
- Page 107 and 108:
Cinco claves explicativas para la p
- Page 109 and 110:
Cinco claves explicativas para la p
- Page 111 and 112:
Cinco claves explicativas para la p
- Page 113 and 114:
Cinco claves explicativas para la p
- Page 115 and 116:
Cinco claves explicativas para la p
- Page 117 and 118:
Cinco claves explicativas para la p
- Page 119 and 120:
Cinco claves explicativas para la p
- Page 121 and 122:
Cinco claves explicativas para la p
- Page 123 and 124:
Cinco claves explicativas para la p
- Page 125 and 126:
Cinco claves explicativas para la p
- Page 127 and 128:
Cinco claves explicativas para la p
- Page 129 and 130:
Cinco claves explicativas para la p
- Page 131:
Cinco claves explicativas para la p
- Page 134 and 135:
Argentina y Brasil: “Proyecciones
- Page 136 and 137:
Argentina y Brasil: “Proyecciones
- Page 138 and 139:
Argentina y Brasil: “Proyecciones
- Page 140 and 141:
Argentina y Brasil: “Proyecciones
- Page 142 and 143:
Argentina y Brasil: “Proyecciones
- Page 144 and 145:
Argentina y Brasil: “Proyecciones
- Page 146 and 147:
Argentina y Brasil: “Proyecciones
- Page 148 and 149:
Argentina y Brasil: “Proyecciones
- Page 150 and 151:
Argentina y Brasil: “Proyecciones
- Page 152 and 153:
Argentina y Brasil: “Proyecciones
- Page 155 and 156:
Las controversias internacionales d
- Page 157 and 158:
Las controversias internacionales d
- Page 159 and 160:
Las controversias internacionales d
- Page 161 and 162:
Las controversias internacionales d
- Page 163 and 164:
Las controversias internacionales d
- Page 165 and 166: Las controversias internacionales d
- Page 167 and 168: Las controversias internacionales d
- Page 169 and 170: Las controversias internacionales d
- Page 171 and 172: Las controversias internacionales d
- Page 173 and 174: Las controversias internacionales d
- Page 175 and 176: Identidad nacional, desarrollo econ
- Page 177 and 178: Identidad nacional, desarrollo econ
- Page 179 and 180: Identidad nacional, desarrollo econ
- Page 181 and 182: Identidad nacional, desarrollo econ
- Page 183 and 184: Identidad nacional, desarrollo econ
- Page 185 and 186: Identidad nacional, desarrollo econ
- Page 187 and 188: Identidad nacional, desarrollo econ
- Page 189 and 190: Identidad nacional, desarrollo econ
- Page 191 and 192: Identidad nacional, desarrollo econ
- Page 193 and 194: Identidad nacional, desarrollo econ
- Page 195 and 196: Identidad nacional, desarrollo econ
- Page 197: Identidad nacional, desarrollo econ
- Page 200 and 201: Argentina y Brasil: “Proyecciones
- Page 202 and 203: Argentina y Brasil: “Proyecciones
- Page 204 and 205: Argentina y Brasil: “Proyecciones
- Page 206 and 207: Argentina y Brasil: “Proyecciones
- Page 208 and 209: Argentina y Brasil: “Proyecciones
- Page 210 and 211: Argentina y Brasil: “Proyecciones
- Page 212 and 213: Argentina y Brasil: “Proyecciones
- Page 214 and 215: Argentina y Brasil: “Proyecciones
- Page 219 and 220: A inserção do Estado Brasileiro n
- Page 221 and 222: A inserção do Estado Brasileiro n
- Page 223 and 224: Lecturas sudamericanas de los levan
- Page 225 and 226: Lecturas sudamericanas de los levan
- Page 227 and 228: Lecturas sudamericanas de los levan
- Page 229 and 230: Lecturas sudamericanas de los levan
- Page 231 and 232: Lecturas sudamericanas de los levan
- Page 233 and 234: Lecturas sudamericanas de los levan
- Page 235 and 236: Lecturas sudamericanas de los levan
- Page 237: Lecturas sudamericanas de los levan