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E-book - Universidad Nacional de Rosario

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A inserção do Estado Brasileiro no Regime <strong>de</strong> Não-Proliferação <strong>de</strong>Armas Nucleares: uma análise à luz das relações Brasil-Argentinanucleares (Síntese dos Artigos II, IV e VI, do TNP). Em outras palavras, os Artigos II, IV e VI do TNPconstituem o que po<strong>de</strong>mos <strong>de</strong>nominar <strong>de</strong> “os três pilares do TNP”, isto é: a renúncia ao <strong>de</strong>senvolvimentoe aquisição <strong>de</strong> armas nucleares por parte dos “Estados não-nuclearmente armados”; o amplointercâmbio <strong>de</strong> material e tecnologia para o uso pacífico da energia nuclear; e a negociação visandoo <strong>de</strong>sarmamento nuclear por parte dos “Estados nuclearmente armados”. É no efetivo cumprimento<strong>de</strong>sses três pilares que se encontra a chave para a credibilida<strong>de</strong> e legitimida<strong>de</strong> <strong>de</strong>sse Tratado e, <strong>de</strong>modo análogo, o não cumprimento <strong>de</strong> um <strong>de</strong>sses Artigos implica na perda <strong>de</strong>sses componentes,essenciais para que o TNP possa ter êxito quanto ao seu propósito (28) .Feitas essas consi<strong>de</strong>rações sumarizadas acerca do TNP retornamos à análise da a<strong>de</strong>são brasileira aoTNP, <strong>de</strong>stacando que a Argentina, como <strong>de</strong>corrência lógica do Acordo Quadripartite, assinara o TNPem 1994 efetuando a ratificação do Tratado e o subseqüente <strong>de</strong>pósito em fevereiro <strong>de</strong> 1995. Nessecontexto, por que o Estado brasileiro não <strong>de</strong>veria tornar-se parte do TNP? Em 1997, apenas a Índia,Paquistão, Israel e Cuba (que se tornou signatária do TNP em 2002) permaneciam à margem daqueleTratado. Deste modo, antes <strong>de</strong> a<strong>de</strong>rirmos às críticas <strong>de</strong> que o Brasil não <strong>de</strong>veria ter assinado, nemratificado o TNP, <strong>de</strong>veríamos refletir com os seguintes questionamentos: por que não assinar umTratado, cujo objeto já cumpríamos <strong>de</strong>s<strong>de</strong> a assinatura do supracitado acordo Quadripartite? Por quepermanecer à margem <strong>de</strong> um Tratado ao lado <strong>de</strong> Israel, Índia, Paquistão?Nesse sentido, a a<strong>de</strong>são ao TNP, assinada pelo presi<strong>de</strong>nte Fernando Henrique Cardoso em 13 <strong>de</strong> julho<strong>de</strong> 1997, na presença do então Secretário-Geral das Nações Unidas, Kofi Annan e posteriormenteratificada pelo Congresso <strong>Nacional</strong>, em 1998, foi um evento lógico e racional <strong>de</strong>corrente <strong>de</strong> um contextono qual já estávamos, <strong>de</strong> fato, inseridos no Regime em pauta. A a<strong>de</strong>são ao TNP po<strong>de</strong> tambémser percebida como amadurecimento da posição brasileira no tocante à não-proliferação <strong>de</strong> armasnucleares. O mesmo po<strong>de</strong> ser dito quanto à assinatura do Tratado para a Proibição Completa <strong>de</strong>Testes Nucleares (CTBT(29) ), em 26 <strong>de</strong> setembro <strong>de</strong> 1996, com o subsequente <strong>de</strong>pósito do tratadoratificado em 24 <strong>de</strong> julho <strong>de</strong> 1998 (30) .É evi<strong>de</strong>nte que essa lógica vinha ao encontro da política externa implementada pelo governo FernandoHenrique Cardoso, que privilegiava a corrente diplomática brasileira que alguns acadêmicos,tais como Miriam Gomes Saraiva e Letícia Pinheiro, <strong>de</strong>nominam “institucionalismo pragmático”. Essacorrente do pensamento diplomático brasileiro teve atuação predominante durante o governo Cardosoe, segundo Saraiva (2010:47): “Sem abrir mão das visões <strong>de</strong> mundo da política externa brasileira<strong>de</strong> autonomia, universalismo e <strong>de</strong>stino <strong>de</strong> gran<strong>de</strong>za, os institucionalistas pragmáticos priorizam oapoio do Brasil aos regimes internacionais em vigência, <strong>de</strong>s<strong>de</strong> uma estratégica pragmática”.21528- O texto integral do TNP, em português, po<strong>de</strong> ser facilmente acessado na página da Agência Internacional <strong>de</strong> Energia Atômica(International Atomic Energy Agency - IAEA. International Conventions & Agreements. Treaty on The Non-Proliferation of NuclearWeapons. .).29- Sigla <strong>de</strong>corrente do original em inglês - Comprehensive Nuclear Test Ban Treaty. Este tratado, aberto para assinaturas em 24 <strong>de</strong>setembro <strong>de</strong> 1996, em Nova York, em linhas gerais, estabelece uma completa proibição <strong>de</strong> testes nucleares, a ser verificada por umvasto sistema <strong>de</strong> monitoramento constituído por centenas <strong>de</strong> estações espalhadas por todo o globo. Até o presente momento, oCTBT ainda não entrou em vigor, pois para que isso ocorra, o Tratado <strong>de</strong>ve ser ratificado pelos 44 Estados que, em 1996, possuíaminstalações nucleares. Destes, atualmente, apenas 35 o ratificaram o que impe<strong>de</strong> a sua vigência conforme supracitado. Os paísescuja ratificação se encontra pen<strong>de</strong>nte são China, RDPC, Egito, Índia, Indonésia, Irã, Israel, Paquistão e EUA (Cirincione, Rajkumar;Wolfsthal, 2005:453).30- United Nations Office for Disarmament Affairs. Status of Multilateral Arms Regulation and Disarmament Affairs. ComprehensiveNuclear-Test-Ban Treaty (CTBT) ().

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