Argentina y Brasil: “Proyecciones Internacionales, Cooperación Sur-Sur e Integración”início da aproximação entre os dois países. No ano seguinte, em maio <strong>de</strong> 1980, o presi<strong>de</strong>nte Figueiredovisitou Buenos Aires, naquela que foi a primeira visita <strong>de</strong> um presi<strong>de</strong>nte brasileiro à Argentinaem 40 anos. Em agosto do mesmo ano, o presi<strong>de</strong>nte Vi<strong>de</strong>la, em reciprocida<strong>de</strong>, esteve em visita <strong>de</strong>Estado ao Brasil.Por ocasião <strong>de</strong>ssas visitas, foram assinados 22 documentos estabelecendo a cooperação em onzeáreas, entre elas a nuclear. Assim, por meio do Acordo <strong>de</strong> Cooperação para o Desenvolvimento e aAplicação dos Usos Pacíficos da Energia Nuclear, assinado em 17 <strong>de</strong> maio <strong>de</strong> 1980, buscou-se criarcondições para o conhecimento recíproco dos dois programas nucleares (Oelsner, 2005:14). O Acordoserviu, também, como um marco oficial <strong>de</strong> aproximação e <strong>de</strong> vonta<strong>de</strong> política para superar antigasrivalida<strong>de</strong>s estratégico-militares, materializando aquilo que foi apontado como a primeira fase<strong>de</strong> um processo <strong>de</strong> construção <strong>de</strong> confiança mútua, isto é, a mudança da percepção <strong>de</strong> ambos osEstados quanto ao contexto <strong>de</strong> rivalida<strong>de</strong> e antagonismo até então vigente.Naquele contexto, a posição do governo brasileiro durante e após a Guerra das Malvinas, constituiuum novo elo no processo <strong>de</strong> construção <strong>de</strong> confiança entre os dois países. Durante o conflito, ogoverno brasileiro assumiu uma postura <strong>de</strong> neutralida<strong>de</strong>, porém reconhecendo o direito argentinosobre as ilhas (Bueno, Cervo, 2002:451). Nesse sentido, negou ao governo britânico o uso do espaçoaéreo brasileiro, bem como a escala <strong>de</strong> aviões da Royal Air Force (RAF), em território brasileiro (Oelsner,2005:14). O conflito também evi<strong>de</strong>nciou que potências externas ao continente americano po<strong>de</strong>riamse constituir em ameaças reais aos Estados sul-americanos quando tivessem seus interesses<strong>de</strong>safiados. Deste modo, a percepção da importância da cooperação cresceu entre os formuladores<strong>de</strong> política externa brasileiros e argentinos. Nesse sentido, o projeto <strong>de</strong> aproximação entre os doispaíses ganhava ímpeto ao longo da década <strong>de</strong> 1980.Com a re<strong>de</strong>mocratização, os presi<strong>de</strong>ntes Raúl Alfonsín e José Sarney <strong>de</strong>ram operacionalida<strong>de</strong> aopropósito <strong>de</strong> agregar a tecnologia nuclear ao processo <strong>de</strong> aproximação e integração Brasil-Argentina.Em 29 e 30 <strong>de</strong> novembro <strong>de</strong> 1985, foram assinadas, respectivamente, a Declaração do Iguaçu e aDeclaração Conjunta sobre Política Nuclear. Na Declaração <strong>de</strong> Iguaçu, os dois presi<strong>de</strong>ntes expressaram,entre outros pontos, a convicção <strong>de</strong> que a tecnologia nuclear <strong>de</strong>sempenhava um papel <strong>de</strong>fundamental importância no <strong>de</strong>senvolvimento econômico e social (21). Na Declaração Conjunta SobrePolítica Nuclear, criou-se um grupo <strong>de</strong> trabalho conjunto, presidido pelos Chanceleres dos doispaíses, com a finalida<strong>de</strong> <strong>de</strong> promover a cooperação e o <strong>de</strong>senvolvimento tecnológico-nuclear parafins exclusivamente pacíficos (Cervo, 2008:139).212Em <strong>de</strong>zembro <strong>de</strong> 1986, foi assinado o Protocolo <strong>de</strong> Cooperação Nuclear, que previa a abertura dosrespectivos programas nucleares à inspeção recíproca, pondo fim <strong>de</strong>ssa forma às rivalida<strong>de</strong>s e <strong>de</strong>sconfiançase estimulando sobremaneira o aprofundamento da parceria bilateral (Pinheiro, 2004:54).Em 1987, ocorreu a visita do presi<strong>de</strong>nte José Sarney às instalações <strong>de</strong> Pilcaniyeu, on<strong>de</strong> eram <strong>de</strong>senvolvidasas ativida<strong>de</strong>s <strong>de</strong> enriquecimento <strong>de</strong> urânio por difusão gasosa. O processo <strong>de</strong> aproximaçãoteve continuida<strong>de</strong> em 1988, quando ocorreu a visita do presi<strong>de</strong>nte Raúl Alfonsín ao Centro Experi-21- Item 28 da Declaração (Brasil. Ministério das Relações Exteriores. Divisão <strong>de</strong> Atos Internacionais. Declaração do Iguaçu. ().
A inserção do Estado Brasileiro no Regime <strong>de</strong> Não-Proliferação <strong>de</strong>Armas Nucleares: uma análise à luz das relações Brasil-Argentinamental <strong>de</strong> Aramar, on<strong>de</strong> o Brasil <strong>de</strong>senvolvia o domínio do processo <strong>de</strong> enriquecimento <strong>de</strong> Urâniopor ultracentrifugação (Oelsner, 2005:16).Seguindo o processo <strong>de</strong> aproximação e construção da confiança foi assinada, em 28 <strong>de</strong> novembro <strong>de</strong>1990, a Declaração <strong>de</strong> Fiscalização Mútua, pelos presi<strong>de</strong>ntes Fernando Collor e Carlos Menen. NessaDeclaração, firmada em Foz do Iguaçu, foi aprovado o Sistema Comum <strong>de</strong> Contabilida<strong>de</strong> e Controle<strong>de</strong> Materiais Nucleares (22) (SCCC).No mesmo evento foi também <strong>de</strong>cidido empreen<strong>de</strong>r negociações com a Agência Internacional <strong>de</strong>Energia Atômica para a celebração <strong>de</strong> um Acordo Conjunto <strong>de</strong> Salvaguardas que tivesse como baseo SCCC, bem como agenciar a entrada em vigor do Tratado <strong>de</strong> Tlatelolco (23), que <strong>de</strong>termina a proscriçãodas armas nucleares na América Latina e no Caribe (Oliveira, 1998:16).Finalmente, em 18 <strong>de</strong> junho <strong>de</strong> 1991, foi assinado em Guadalajara, no México, o Acordo entre o Brasile a Argentina para o Uso Exclusivamente Pacífico da Energia Nuclear no qual, entre outras providências,foi criada a Agência Brasileiro-Argentina <strong>de</strong> Contabilida<strong>de</strong> e Controle <strong>de</strong> Materiais Nucleares(ABACC), com o objetivo <strong>de</strong> aplicar e administrar o SCCC. A criação da ABACC -uma agência binacional<strong>de</strong> controle <strong>de</strong> materiais nucleares- foi o resultado <strong>de</strong> um longo processo que, paulatinamente,promoveu a abertura e o conhecimento mútuo das ativida<strong>de</strong>s nucleares da Argentina e do Brasil. Suacriação foi e continua sendo uma <strong>de</strong>monstração clara da vonta<strong>de</strong> política <strong>de</strong> ambos os países <strong>de</strong> dartransparência aos seus programas nucleares, criando um ambiente <strong>de</strong> confiança mútua, bem como<strong>de</strong> colaborar construtivamente com as políticas <strong>de</strong> não-proliferação <strong>de</strong> armas nucleares, às quais osdois países a<strong>de</strong>riram nos anos subseqüentes.Na agenda das obrigações ajustadas na Declaração <strong>de</strong> Fiscalização Mútua, restavam dois passos queconsolidariam todo esse processo: a formalização <strong>de</strong> um acordo <strong>de</strong> salvaguardas; e a atualizaçãodos termos do Tratado <strong>de</strong> Tlatelolco, visando sua vigência para o Brasil e Argentina. No que tange aoacordo <strong>de</strong> salvaguardas, firmou-se em 13 <strong>de</strong> <strong>de</strong>zembro <strong>de</strong> 1991, em Viena, um Acordo entre a RepúblicaFe<strong>de</strong>rativa do Brasil, a República Argentina, a ABACC e a AIEA, para a Aplicação <strong>de</strong> Salvaguardas,conhecido como Acordo Quadripartite. Esse Acordo entrou em vigor em março <strong>de</strong> 1994, sendo oinstrumento legal que regula o relacionamento entre a ABACC e a AIEA e <strong>de</strong>fine as ativida<strong>de</strong>s <strong>de</strong> cooperaçãoem salvaguardas nucleares que <strong>de</strong>vem ser feitas, tendo como fundamento básico o SCCC.Instituiu-se um sistema único e original <strong>de</strong> salvaguardas, sem similar entre outros países do mundo,que reverteu um cenário <strong>de</strong> políticas nucleares que colocavam os dois países como aspirantes a potênciasatômicas regionais. Ao firmarem o Acordo Quadripartite, Brasil e Argentina colocaram sobfiscalização mútua todas suas instalações e materiais nucleares, em consonância com as salvaguardasestipuladas pela AIEA (Almeida; Marzo, 2006: 204-205).21322- Um conjunto <strong>de</strong> procedimentos <strong>de</strong> salvaguardas aplicáveis a todos os materiais nucleares utilizados em todas as ativida<strong>de</strong>snucleares sob a jurisdição ou nos territórios da Argentina e do Brasil, objetivando assegurar que quantida<strong>de</strong>s significativas <strong>de</strong>ssesmateriais não sejam <strong>de</strong>sviadas para a fabricação <strong>de</strong> armas nucleares (Agência Brasileiro-Argentina <strong>de</strong> Contabilida<strong>de</strong> e Controle <strong>de</strong>Materiais Nucleares - ABACC o SCCC. ).23- O Brasil assinou e ratificou o Tratado <strong>de</strong> Tlatelolco em 1967, com o respectivo instrumento <strong>de</strong> ratificação <strong>de</strong>positado em 29<strong>de</strong> janeiro <strong>de</strong> 1968. No entanto, algumas Resoluções aprovadas posteriormente (as resoluções são aprovadas por maioria <strong>de</strong> doisterços entre os signatários do Tratado), durante a década <strong>de</strong> 1990, particularmente a Resolução 290, <strong>de</strong> 26 <strong>de</strong> agosto <strong>de</strong> 1992, queapresentou uma emenda no artigo 16 <strong>de</strong>sse Tratado, não foram assinadas e ratificadas pelos governos brasileiro e argentino. EssaResolução <strong>de</strong>terminava o direito irrestrito da AIEA <strong>de</strong> executar inspeções forçadas nos Estados signatários. Somente após o acordoQuadripartite é que o Brasil e a Argentina se ajustaram ao previsto nessa nova cláusula e, em 1994, ambos assinaram e ratificarama emenda em pauta (Brasil, Ministério das Relações Exteriores. Tratado <strong>de</strong> Tlatelolco. ).
- Page 4 and 5:
Argentina y Brasil: “Proyecciones
- Page 6:
Argentina y Brasil: “Proyecciones
- Page 9:
Argentina y Brasil: “Proyecciones
- Page 13 and 14:
Reflexiones en tornoa la Cooperaci
- Page 15 and 16:
Reflexiones en torno a la Cooperaci
- Page 17 and 18:
Reflexiones en torno a la Cooperaci
- Page 19 and 20:
Reflexiones en torno a la Cooperaci
- Page 21 and 22:
Reflexiones en torno a la Cooperaci
- Page 23 and 24:
Reflexiones en torno a la Cooperaci
- Page 25:
Reflexiones en torno a la Cooperaci
- Page 28 and 29:
Argentina y Brasil: “Proyecciones
- Page 30 and 31:
Argentina y Brasil: “Proyecciones
- Page 32 and 33:
Argentina y Brasil: “Proyecciones
- Page 34 and 35:
Argentina y Brasil: “Proyecciones
- Page 36 and 37:
Argentina y Brasil: “Proyecciones
- Page 38 and 39:
Argentina y Brasil: “Proyecciones
- Page 40 and 41:
Argentina y Brasil: “Proyecciones
- Page 42 and 43:
Argentina y Brasil: “Proyecciones
- Page 44 and 45:
Argentina y Brasil: “Proyecciones
- Page 46 and 47:
Argentina y Brasil: “Proyecciones
- Page 49 and 50:
Cooperación Sur-Sur: Asociación B
- Page 51 and 52:
Cooperación Sur-Sur: Asociación B
- Page 53 and 54:
Cooperación Sur-Sur: Asociación B
- Page 55 and 56:
Cooperación Sur-Sur: Asociación B
- Page 58 and 59:
Argentina y Brasil: “Proyecciones
- Page 60 and 61:
Argentina y Brasil: “Proyecciones
- Page 62 and 63:
Argentina y Brasil: “Proyecciones
- Page 64 and 65:
Argentina y Brasil: “Proyecciones
- Page 66 and 67:
Argentina y Brasil: “Proyecciones
- Page 69 and 70:
La agricultura en la agenda de coop
- Page 71 and 72:
La agricultura en la agenda de coop
- Page 73 and 74:
La agricultura en la agenda de coop
- Page 75 and 76:
La agricultura en la agenda de coop
- Page 77 and 78:
La agricultura en la agenda de coop
- Page 79 and 80:
La agricultura en la agenda de coop
- Page 81:
La agricultura en la agenda de coop
- Page 84 and 85:
Argentina y Brasil: “Proyecciones
- Page 86 and 87:
Argentina y Brasil: “Proyecciones
- Page 88 and 89:
Argentina y Brasil: “Proyecciones
- Page 90 and 91:
Argentina y Brasil: “Proyecciones
- Page 92 and 93:
Argentina y Brasil: “Proyecciones
- Page 94 and 95:
Argentina y Brasil: “Proyecciones
- Page 96 and 97:
Argentina y Brasil: “Proyecciones
- Page 98 and 99:
Argentina y Brasil: “Proyecciones
- Page 100 and 101:
Argentina y Brasil: “Proyecciones
- Page 102 and 103:
Argentina y Brasil: “Proyecciones
- Page 105 and 106:
Cinco claves explicativas para la p
- Page 107 and 108:
Cinco claves explicativas para la p
- Page 109 and 110:
Cinco claves explicativas para la p
- Page 111 and 112:
Cinco claves explicativas para la p
- Page 113 and 114:
Cinco claves explicativas para la p
- Page 115 and 116:
Cinco claves explicativas para la p
- Page 117 and 118:
Cinco claves explicativas para la p
- Page 119 and 120:
Cinco claves explicativas para la p
- Page 121 and 122:
Cinco claves explicativas para la p
- Page 123 and 124:
Cinco claves explicativas para la p
- Page 125 and 126:
Cinco claves explicativas para la p
- Page 127 and 128:
Cinco claves explicativas para la p
- Page 129 and 130:
Cinco claves explicativas para la p
- Page 131:
Cinco claves explicativas para la p
- Page 134 and 135:
Argentina y Brasil: “Proyecciones
- Page 136 and 137:
Argentina y Brasil: “Proyecciones
- Page 138 and 139:
Argentina y Brasil: “Proyecciones
- Page 140 and 141:
Argentina y Brasil: “Proyecciones
- Page 142 and 143:
Argentina y Brasil: “Proyecciones
- Page 144 and 145:
Argentina y Brasil: “Proyecciones
- Page 146 and 147:
Argentina y Brasil: “Proyecciones
- Page 148 and 149:
Argentina y Brasil: “Proyecciones
- Page 150 and 151:
Argentina y Brasil: “Proyecciones
- Page 152 and 153:
Argentina y Brasil: “Proyecciones
- Page 155 and 156:
Las controversias internacionales d
- Page 157 and 158:
Las controversias internacionales d
- Page 159 and 160:
Las controversias internacionales d
- Page 161 and 162: Las controversias internacionales d
- Page 163 and 164: Las controversias internacionales d
- Page 165 and 166: Las controversias internacionales d
- Page 167 and 168: Las controversias internacionales d
- Page 169 and 170: Las controversias internacionales d
- Page 171 and 172: Las controversias internacionales d
- Page 173 and 174: Las controversias internacionales d
- Page 175 and 176: Identidad nacional, desarrollo econ
- Page 177 and 178: Identidad nacional, desarrollo econ
- Page 179 and 180: Identidad nacional, desarrollo econ
- Page 181 and 182: Identidad nacional, desarrollo econ
- Page 183 and 184: Identidad nacional, desarrollo econ
- Page 185 and 186: Identidad nacional, desarrollo econ
- Page 187 and 188: Identidad nacional, desarrollo econ
- Page 189 and 190: Identidad nacional, desarrollo econ
- Page 191 and 192: Identidad nacional, desarrollo econ
- Page 193 and 194: Identidad nacional, desarrollo econ
- Page 195 and 196: Identidad nacional, desarrollo econ
- Page 197: Identidad nacional, desarrollo econ
- Page 200 and 201: Argentina y Brasil: “Proyecciones
- Page 202 and 203: Argentina y Brasil: “Proyecciones
- Page 204 and 205: Argentina y Brasil: “Proyecciones
- Page 206 and 207: Argentina y Brasil: “Proyecciones
- Page 208 and 209: Argentina y Brasil: “Proyecciones
- Page 210 and 211: Argentina y Brasil: “Proyecciones
- Page 214 and 215: Argentina y Brasil: “Proyecciones
- Page 216 and 217: Argentina y Brasil: “Proyecciones
- Page 219 and 220: A inserção do Estado Brasileiro n
- Page 221 and 222: A inserção do Estado Brasileiro n
- Page 223 and 224: Lecturas sudamericanas de los levan
- Page 225 and 226: Lecturas sudamericanas de los levan
- Page 227 and 228: Lecturas sudamericanas de los levan
- Page 229 and 230: Lecturas sudamericanas de los levan
- Page 231 and 232: Lecturas sudamericanas de los levan
- Page 233 and 234: Lecturas sudamericanas de los levan
- Page 235 and 236: Lecturas sudamericanas de los levan
- Page 237: Lecturas sudamericanas de los levan