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E-book - Universidad Nacional de Rosario

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A inserção do Estado Brasileiro no Regime <strong>de</strong> Não-Proliferação <strong>de</strong>Armas Nucleares: uma análise à luz das relações Brasil-Argentinamental <strong>de</strong> Aramar, on<strong>de</strong> o Brasil <strong>de</strong>senvolvia o domínio do processo <strong>de</strong> enriquecimento <strong>de</strong> Urâniopor ultracentrifugação (Oelsner, 2005:16).Seguindo o processo <strong>de</strong> aproximação e construção da confiança foi assinada, em 28 <strong>de</strong> novembro <strong>de</strong>1990, a Declaração <strong>de</strong> Fiscalização Mútua, pelos presi<strong>de</strong>ntes Fernando Collor e Carlos Menen. NessaDeclaração, firmada em Foz do Iguaçu, foi aprovado o Sistema Comum <strong>de</strong> Contabilida<strong>de</strong> e Controle<strong>de</strong> Materiais Nucleares (22) (SCCC).No mesmo evento foi também <strong>de</strong>cidido empreen<strong>de</strong>r negociações com a Agência Internacional <strong>de</strong>Energia Atômica para a celebração <strong>de</strong> um Acordo Conjunto <strong>de</strong> Salvaguardas que tivesse como baseo SCCC, bem como agenciar a entrada em vigor do Tratado <strong>de</strong> Tlatelolco (23), que <strong>de</strong>termina a proscriçãodas armas nucleares na América Latina e no Caribe (Oliveira, 1998:16).Finalmente, em 18 <strong>de</strong> junho <strong>de</strong> 1991, foi assinado em Guadalajara, no México, o Acordo entre o Brasile a Argentina para o Uso Exclusivamente Pacífico da Energia Nuclear no qual, entre outras providências,foi criada a Agência Brasileiro-Argentina <strong>de</strong> Contabilida<strong>de</strong> e Controle <strong>de</strong> Materiais Nucleares(ABACC), com o objetivo <strong>de</strong> aplicar e administrar o SCCC. A criação da ABACC -uma agência binacional<strong>de</strong> controle <strong>de</strong> materiais nucleares- foi o resultado <strong>de</strong> um longo processo que, paulatinamente,promoveu a abertura e o conhecimento mútuo das ativida<strong>de</strong>s nucleares da Argentina e do Brasil. Suacriação foi e continua sendo uma <strong>de</strong>monstração clara da vonta<strong>de</strong> política <strong>de</strong> ambos os países <strong>de</strong> dartransparência aos seus programas nucleares, criando um ambiente <strong>de</strong> confiança mútua, bem como<strong>de</strong> colaborar construtivamente com as políticas <strong>de</strong> não-proliferação <strong>de</strong> armas nucleares, às quais osdois países a<strong>de</strong>riram nos anos subseqüentes.Na agenda das obrigações ajustadas na Declaração <strong>de</strong> Fiscalização Mútua, restavam dois passos queconsolidariam todo esse processo: a formalização <strong>de</strong> um acordo <strong>de</strong> salvaguardas; e a atualizaçãodos termos do Tratado <strong>de</strong> Tlatelolco, visando sua vigência para o Brasil e Argentina. No que tange aoacordo <strong>de</strong> salvaguardas, firmou-se em 13 <strong>de</strong> <strong>de</strong>zembro <strong>de</strong> 1991, em Viena, um Acordo entre a RepúblicaFe<strong>de</strong>rativa do Brasil, a República Argentina, a ABACC e a AIEA, para a Aplicação <strong>de</strong> Salvaguardas,conhecido como Acordo Quadripartite. Esse Acordo entrou em vigor em março <strong>de</strong> 1994, sendo oinstrumento legal que regula o relacionamento entre a ABACC e a AIEA e <strong>de</strong>fine as ativida<strong>de</strong>s <strong>de</strong> cooperaçãoem salvaguardas nucleares que <strong>de</strong>vem ser feitas, tendo como fundamento básico o SCCC.Instituiu-se um sistema único e original <strong>de</strong> salvaguardas, sem similar entre outros países do mundo,que reverteu um cenário <strong>de</strong> políticas nucleares que colocavam os dois países como aspirantes a potênciasatômicas regionais. Ao firmarem o Acordo Quadripartite, Brasil e Argentina colocaram sobfiscalização mútua todas suas instalações e materiais nucleares, em consonância com as salvaguardasestipuladas pela AIEA (Almeida; Marzo, 2006: 204-205).21322- Um conjunto <strong>de</strong> procedimentos <strong>de</strong> salvaguardas aplicáveis a todos os materiais nucleares utilizados em todas as ativida<strong>de</strong>snucleares sob a jurisdição ou nos territórios da Argentina e do Brasil, objetivando assegurar que quantida<strong>de</strong>s significativas <strong>de</strong>ssesmateriais não sejam <strong>de</strong>sviadas para a fabricação <strong>de</strong> armas nucleares (Agência Brasileiro-Argentina <strong>de</strong> Contabilida<strong>de</strong> e Controle <strong>de</strong>Materiais Nucleares - ABACC o SCCC. ).23- O Brasil assinou e ratificou o Tratado <strong>de</strong> Tlatelolco em 1967, com o respectivo instrumento <strong>de</strong> ratificação <strong>de</strong>positado em 29<strong>de</strong> janeiro <strong>de</strong> 1968. No entanto, algumas Resoluções aprovadas posteriormente (as resoluções são aprovadas por maioria <strong>de</strong> doisterços entre os signatários do Tratado), durante a década <strong>de</strong> 1990, particularmente a Resolução 290, <strong>de</strong> 26 <strong>de</strong> agosto <strong>de</strong> 1992, queapresentou uma emenda no artigo 16 <strong>de</strong>sse Tratado, não foram assinadas e ratificadas pelos governos brasileiro e argentino. EssaResolução <strong>de</strong>terminava o direito irrestrito da AIEA <strong>de</strong> executar inspeções forçadas nos Estados signatários. Somente após o acordoQuadripartite é que o Brasil e a Argentina se ajustaram ao previsto nessa nova cláusula e, em 1994, ambos assinaram e ratificarama emenda em pauta (Brasil, Ministério das Relações Exteriores. Tratado <strong>de</strong> Tlatelolco. ).

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