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E-book - Universidad Nacional de Rosario

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Argentina y Brasil: “Proyecciones Internacionales, Cooperación Sur-Sur e Integración”os contatos governamentais para evitar uma corrida armamentista pelas armas nucleares, o que a<strong>de</strong>speito das rivalida<strong>de</strong>s históricas, era percebido por muitos pensadores geopolíticos, bem comopor formuladores <strong>de</strong> política externa, tanto brasileiros quanto argentinos, como algo que aumentariaa insegurança dos dois pólos <strong>de</strong> po<strong>de</strong>r da América do Sul. Assim, mesmo quando as relaçõesBrasil-Argentina estiveram em seu pior momento, no que tange à rivalida<strong>de</strong> e <strong>de</strong>sconfiança, isto é,no período 1974-79, em função da questão contenciosa em torno da construção <strong>de</strong> Itaipu, a possibilida<strong>de</strong><strong>de</strong> uma corrida armamentista por armas nucleares era percebida como algo a ser evitado(Cervo, 2008:134-139).Porém, <strong>de</strong>ntro do quadro <strong>de</strong> rivalida<strong>de</strong> e antagonismo entre os dois países, ambos <strong>de</strong>senvolveramprogramas nucleares <strong>de</strong> aplicação bélica. Em síntese, no caso brasileiro, a <strong>de</strong>cisão <strong>de</strong> implementaçãodo programa nuclear paralelo po<strong>de</strong> ser entendida como <strong>de</strong>corrente <strong>de</strong> dois fatores principais:- incrementar os recursos <strong>de</strong> po<strong>de</strong>r e a capacida<strong>de</strong> <strong>de</strong> influência <strong>de</strong>ntro do sistema internacional;e- uma reação ao evi<strong>de</strong>nte programa <strong>de</strong> armas nucleares argentino.Esses mesmos fatores espelhados para a Argentina são aqueles que mais se aproximam da <strong>de</strong>cisão<strong>de</strong> Buenos Aires <strong>de</strong> buscar à aplicação bélica da energia atômica. Em outras palavras, po<strong>de</strong>mos enten<strong>de</strong>ras razões que levaram os dois Estados a iniciarem programas <strong>de</strong> armas nucleares, no fim dadécada <strong>de</strong> 1970, como <strong>de</strong>correntes do <strong>de</strong>sejo <strong>de</strong> incrementar tanto o prestígio como a segurança visà-vis.Esse quadro foi revertido cerca <strong>de</strong> 10 nos <strong>de</strong>pois em função dos entendimentos concretizadosjunto à Argentina e que serão apontados no próximo tópico.O Processo <strong>de</strong> Construção da Confiança e a Cooperação Nuclear210Na década <strong>de</strong> 1970, as relações entre Brasil e Argentina eram caracterizadas pela rivalida<strong>de</strong> e <strong>de</strong>sconfiançamútuas, situação evi<strong>de</strong>nciada no contencioso dos recursos hídricos do rio Paraná. A disputanão estava centrada em limites <strong>de</strong> fronteira ou questões i<strong>de</strong>ológicas, mas sim na construção dahidrelétrica <strong>de</strong> Itaipu, cuja represa, segundo a ótica dos dirigentes argentinos po<strong>de</strong>ria comprometera futura construção da hidrelétrica <strong>de</strong> Corpus. Além disso, havia uma vertente geopolítica argentinaque acirrava a questão, em <strong>de</strong>corrência da percepção que, em caso <strong>de</strong> conflito entre os dois países,o volume d’água represado em Itaipu po<strong>de</strong>ria ser utilizado para alagar vastas extensões do territórioargentino.Aos olhos dos geopolíticos brasileiros, o governo argentino estava interessado apenas em frear ocrescimento industrial e econômico brasileiro, para o qual Itaipu era essencial. Essa questão apenasevi<strong>de</strong>nciava o exacerbamento, por ambas as partes, da disputa pela hegemonia regional, on<strong>de</strong> acorrida pela capacida<strong>de</strong> nuclear também contribuía para o acirramento das relações entre os doisEstados (Oelsner, 2005:3-4).Cabe então questionar: o que incentivou os governos brasileiro e argentino a essa mudança <strong>de</strong> postura,iniciando um processo <strong>de</strong> construção <strong>de</strong> confiança mútua? Mas, antes <strong>de</strong> buscarmos a respostapara essa questão é importante <strong>de</strong>stacar que duas fases se encontram presentes em processos <strong>de</strong>construção da confiança e redução <strong>de</strong> tensões, entre Estados que têm suas relações pautadas por

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