Argentina y Brasil: “Proyecciones Internacionales, Cooperación Sur-Sur e Integración”Durante o regime militar, exceto no governo Castelo Branco, o domínio da tecnologia nuclear tornouseuma política <strong>de</strong> Estado que simbolizava o <strong>de</strong>sejo <strong>de</strong> elevar o país a uma posição <strong>de</strong> maior relevânciano sistema internacional, por meio da redução da assimetria tecnológica em relação aos países<strong>de</strong>senvolvidos. No que tange ao TNP, o pensamento dominante no Itamaraty, bem como em todosos governos do regime militar, era refratário à a<strong>de</strong>são brasileira. A percepção vigente era a <strong>de</strong> que oTNP tinha como propósito velado impedir o acesso dos países emergentes à tecnologia nuclear. Assim,a visão corrente tanto no segmento militar quanto no diplomático era a <strong>de</strong> caso o país a<strong>de</strong>risseao Tratado, o processo <strong>de</strong> <strong>de</strong>senvolvimento seria bloqueado em um padrão intermediário. Portanto,a diplomacia brasileira refutou o TNP, sendo essa a posição da política externa brasileira até a década<strong>de</strong> 1990 (Cervo, 2008:133-135).É importante <strong>de</strong>stacar que a questão nuclear, durante os regimes militares, não foi tratada comouma obsessão tipo Doctor Strangelove (16) , na busca da bomba atômica. Buscava-se o domínio dociclo <strong>de</strong> enriquecimento <strong>de</strong> Urânio visando, prioritariamente, po<strong>de</strong>r <strong>de</strong>senvolver centrais nuclearessem a <strong>de</strong>pendência da importação do combustível nuclear. Há que se ressaltar que, nos anos do“milagre econômico”, o Brasil crescia a taxas próximas <strong>de</strong> 10% ao ano, com a <strong>de</strong>manda <strong>de</strong> energiaelétrica crescendo a taxas <strong>de</strong> até 14% ao ano (Almeida; Marzo, 2006:193). Tal cenário <strong>de</strong> crescimentoeconômico implicava na necessida<strong>de</strong> <strong>de</strong> centrais geradoras <strong>de</strong> eletricida<strong>de</strong>, sendo que a energianuclear era percebida como uma fonte passível <strong>de</strong> ser utilizada em complemento às hidrelétricas,dadas as reservas <strong>de</strong> Urânio do país(17) .Nesse contexto, o <strong>de</strong>nominado primeiro “choque do petróleo”, ocorrido em 1973, impulsionou apercepção do governo brasileiro <strong>de</strong> que a matriz energética originada <strong>de</strong> termelétricas <strong>de</strong>veria serminimizada e, nesse aspecto, a energia nuclear <strong>de</strong>spontava como uma alternativa a ser aproveitada<strong>de</strong> forma a complementar a energia gerada nas hidrelétricas.Também não se po<strong>de</strong> ignorar que, na primeira meta<strong>de</strong> da década <strong>de</strong> 1970, os dirigentes brasileirostinham consciência do maior avanço do programa <strong>de</strong>senvolvido na Argentina e optaram por um processo<strong>de</strong> “queimar etapas” na aquisição <strong>de</strong> tecnologia nuclear, buscando transferência <strong>de</strong> tecnologiaestrangeira. Inicialmente, buscou-se essa parceria com os EUA. A compra da usina nuclear <strong>de</strong> AngraI, como um “pacote fechado”, reflete o malogro <strong>de</strong>ssa abordagem. Angra I, adquirida da Westinghouse,apresentou toda espécie <strong>de</strong> problemas. Sua construção foi iniciada em 1972, mas a usina sóentrou em operação comercial em l984, após treze anos <strong>de</strong> construção (Oliveira, 1998:6).208Em 1975, buscando ainda “queimar etapas” no campo nuclear, o governo brasileiro firmou um amploacordo bilateral com a RFA, que <strong>de</strong>finiu a tecnologia do Urânio enriquecido e água leve como aquelasque seriam utilizadas no programa nuclear do país. Em outras palavras, optou-se pelas centraisnucleares com Reatores <strong>de</strong> Água Pressurizada (Pressurized Water Reactor – PWR). Assim, o governodo presi<strong>de</strong>nte Ernesto Geisel <strong>de</strong>cidiu implantar no país, em <strong>de</strong>z anos, um gran<strong>de</strong> complexo nuclear,englobando oito usinas nucleares e uma série <strong>de</strong> instalações <strong>de</strong>stinadas ao domínio completo dociclo <strong>de</strong> enriquecimento <strong>de</strong> Urânio (Bueno; Cervo, 2002:412-413).16- Doctor Strangelove or: How I Learned to Stop Worrying and Love the Bomb. Filme dirigido por Stanley Kubrick, em 1964, e queretrata as paranóias da Guerra Fria, na forma <strong>de</strong> um misto <strong>de</strong> comédia e sátira (Nota do Autor).17- O Brasil sempre esteve entre os países consi<strong>de</strong>rados <strong>de</strong>tentores <strong>de</strong> gran<strong>de</strong>s reservas <strong>de</strong> urânio. Atualmente, isto é, em 2012, opaís tem suas reservas comprovadas, na or<strong>de</strong>m <strong>de</strong> 310.000 toneladas <strong>de</strong> urânio (Indústrias Nucleares Do Brasil. Reservas. ).
A inserção do Estado Brasileiro no Regime <strong>de</strong> Não-Proliferação <strong>de</strong>Armas Nucleares: uma análise à luz das relações Brasil-ArgentinaEm consonância com esse programa, a segunda usina nuclear, Angra II, foi adquirida da KraftwerkUnion AG (KWU), em 1976. Prevista para entrar em operação em 1983, teve inúmeros atrasos quepostergaram sua operação efetiva para 2000. A Central <strong>de</strong> Angra III, que também foi adquirida naRFA, teve seu cronograma <strong>de</strong> execução congelado no governo do presi<strong>de</strong>nte Fernando Collor <strong>de</strong> Melloe postergado pelos governos Itamar Franco e Fernando Henrique Cardoso (18) (Oliveira, 1998:7).Nesse ponto, é pertinente a comparação entre os pontos <strong>de</strong> tangência dos programas nuclearesbrasileiro e argentino. Nesse sentido, po<strong>de</strong>mos apontar o projeto <strong>de</strong> várias usinas nucleares para aprodução <strong>de</strong> energia elétrica (seis na Argentina e oito no Brasil) e o <strong>de</strong>sdobramento dos respectivosprogramas nucleares em duas vertentes: uma <strong>de</strong> controle civil e outra <strong>de</strong> controle militar. A última,<strong>de</strong>stinada ao domínio da tecnologia <strong>de</strong> enriquecimento <strong>de</strong> urânio, incluindo sua possível aplicaçãobélica. Tanto na Argentina, quanto no Brasil, a vertente militar alcançou progressos significativos.Esse sucesso po<strong>de</strong> ser percebido no domínio da tecnologia do ciclo <strong>de</strong> enriquecimento <strong>de</strong> Urânio,alcançado pelos dois países no início da década <strong>de</strong> 1980 (CERVO, 2008, p. 138).Particularmente no caso do programa nuclear brasileiro, no fim da década <strong>de</strong> 1970, foi iniciado ochamado programa nuclear paralelo, visando o <strong>de</strong>senvolvimento do ciclo completo <strong>de</strong> enriquecimento<strong>de</strong> Urânio e sua eventual aplicação bélica. O programa seria conduzido à margem das salvaguardasda Agência Internacional <strong>de</strong> Energia Atômica e com um eixo <strong>de</strong> pesquisa a cargo <strong>de</strong> cadauma das Forças Armadas. Deste modo, a Marinha, em cooperação com o Instituto <strong>de</strong> PesquisasEnergéticas e Nucleares (IPEN), ficou encarregada <strong>de</strong> <strong>de</strong>senvolver a tecnologia <strong>de</strong> enriquecimentoisotópico <strong>de</strong> urânio por meio da ultracentrifugação gasosa. O Exército foi encarregando <strong>de</strong> <strong>de</strong>senvolvera tecnologia obtenção <strong>de</strong> Plutônio por meio <strong>de</strong> um reator <strong>de</strong> produção (19) e a Força Aérea tevesob sua responsabilida<strong>de</strong> o <strong>de</strong>senvolvimento da tecnologia <strong>de</strong> enriquecimento do urânio por meiodo laser. Posteriormente, dado os resultados alcançados nos projetos <strong>de</strong> pesquisa <strong>de</strong> cada uma dasForças Armadas, o governo concentrou os recursos no programa conduzido pela Marinha, isto é, o <strong>de</strong>enriquecimento <strong>de</strong> urânio por meio da ultracentrifugação gasosa. A principal instalação <strong>de</strong> pesquisae <strong>de</strong>senvolvimento do programa conduzido pela Marinha encontrava-se no Centro Experimental <strong>de</strong>Aramar (CEA), em Iperó - SP, on<strong>de</strong> foi construído o módulo inicial <strong>de</strong> uma planta <strong>de</strong> enriquecimento<strong>de</strong> Urânio por ultracentrifugação, em escala industrial (Cirincione; Rajkumar; WolfsthAL, 2005:396).Em setembro <strong>de</strong> 1982 foi conduzida, com êxito, a primeira operação <strong>de</strong> enriquecimento empregandoum protótipo <strong>de</strong> ultracentrífuga projetado e construído no Brasil (Pedrosa, 2006:4-5).À luz dos programas a cargo das Forças Armadas, po<strong>de</strong>-se <strong>de</strong>preen<strong>de</strong>r que o propósito do programanuclear paralelo era o <strong>de</strong> <strong>de</strong>senvolvimento da tecnologia para a obtenção <strong>de</strong> material físsil, fosse oPlutônio ou o Urânio enriquecido até o Weapons Gra<strong>de</strong>, ou seja, consi<strong>de</strong>rava-se o <strong>de</strong>senvolvimento<strong>de</strong> um artefato nuclear explosivo. Naquele contexto, o avanço do programa nuclear brasileiro causavapreocupações junto aos militares da Argentina, que percebiam que a vantagem existente erapaulatinamente encurtada. Ainda na década <strong>de</strong> 1970, a questão <strong>de</strong> ter ou não armas nucleares apresentava-secomo um dilema, principalmente na esfera militar, dos dois países. Quando a perspectivado domínio completo do ciclo nuclear tornou-se visível a ambos, no fim dos anos 1970, iniciaram-se20918- A construção da Central Nuclear <strong>de</strong> Angra III foi retomada em 2010, <strong>de</strong>vendo ser concluída em cerca <strong>de</strong> cinco anos. Angra IIIterá uma potência elétrica <strong>de</strong> 1.350 MWe, sendo capaz <strong>de</strong> gerar cerca <strong>de</strong> 10,9 milhões <strong>de</strong> MWh por ano - o equivalente a um terçodo consumo do Estado do Rio <strong>de</strong> Janeiro (Eletronuclear. Angra 3. O empreendimento. ).19- Um reator <strong>de</strong>stinado a produzir Plutônio (Pu239) por meio da irradiação <strong>de</strong> U238 com nêutrons (Cirincione; Rajkumar; Wolfsthal,2005:462).
- Page 4 and 5:
Argentina y Brasil: “Proyecciones
- Page 6:
Argentina y Brasil: “Proyecciones
- Page 9:
Argentina y Brasil: “Proyecciones
- Page 13 and 14:
Reflexiones en tornoa la Cooperaci
- Page 15 and 16:
Reflexiones en torno a la Cooperaci
- Page 17 and 18:
Reflexiones en torno a la Cooperaci
- Page 19 and 20:
Reflexiones en torno a la Cooperaci
- Page 21 and 22:
Reflexiones en torno a la Cooperaci
- Page 23 and 24:
Reflexiones en torno a la Cooperaci
- Page 25:
Reflexiones en torno a la Cooperaci
- Page 28 and 29:
Argentina y Brasil: “Proyecciones
- Page 30 and 31:
Argentina y Brasil: “Proyecciones
- Page 32 and 33:
Argentina y Brasil: “Proyecciones
- Page 34 and 35:
Argentina y Brasil: “Proyecciones
- Page 36 and 37:
Argentina y Brasil: “Proyecciones
- Page 38 and 39:
Argentina y Brasil: “Proyecciones
- Page 40 and 41:
Argentina y Brasil: “Proyecciones
- Page 42 and 43:
Argentina y Brasil: “Proyecciones
- Page 44 and 45:
Argentina y Brasil: “Proyecciones
- Page 46 and 47:
Argentina y Brasil: “Proyecciones
- Page 49 and 50:
Cooperación Sur-Sur: Asociación B
- Page 51 and 52:
Cooperación Sur-Sur: Asociación B
- Page 53 and 54:
Cooperación Sur-Sur: Asociación B
- Page 55 and 56:
Cooperación Sur-Sur: Asociación B
- Page 58 and 59:
Argentina y Brasil: “Proyecciones
- Page 60 and 61:
Argentina y Brasil: “Proyecciones
- Page 62 and 63:
Argentina y Brasil: “Proyecciones
- Page 64 and 65:
Argentina y Brasil: “Proyecciones
- Page 66 and 67:
Argentina y Brasil: “Proyecciones
- Page 69 and 70:
La agricultura en la agenda de coop
- Page 71 and 72:
La agricultura en la agenda de coop
- Page 73 and 74:
La agricultura en la agenda de coop
- Page 75 and 76:
La agricultura en la agenda de coop
- Page 77 and 78:
La agricultura en la agenda de coop
- Page 79 and 80:
La agricultura en la agenda de coop
- Page 81:
La agricultura en la agenda de coop
- Page 84 and 85:
Argentina y Brasil: “Proyecciones
- Page 86 and 87:
Argentina y Brasil: “Proyecciones
- Page 88 and 89:
Argentina y Brasil: “Proyecciones
- Page 90 and 91:
Argentina y Brasil: “Proyecciones
- Page 92 and 93:
Argentina y Brasil: “Proyecciones
- Page 94 and 95:
Argentina y Brasil: “Proyecciones
- Page 96 and 97:
Argentina y Brasil: “Proyecciones
- Page 98 and 99:
Argentina y Brasil: “Proyecciones
- Page 100 and 101:
Argentina y Brasil: “Proyecciones
- Page 102 and 103:
Argentina y Brasil: “Proyecciones
- Page 105 and 106:
Cinco claves explicativas para la p
- Page 107 and 108:
Cinco claves explicativas para la p
- Page 109 and 110:
Cinco claves explicativas para la p
- Page 111 and 112:
Cinco claves explicativas para la p
- Page 113 and 114:
Cinco claves explicativas para la p
- Page 115 and 116:
Cinco claves explicativas para la p
- Page 117 and 118:
Cinco claves explicativas para la p
- Page 119 and 120:
Cinco claves explicativas para la p
- Page 121 and 122:
Cinco claves explicativas para la p
- Page 123 and 124:
Cinco claves explicativas para la p
- Page 125 and 126:
Cinco claves explicativas para la p
- Page 127 and 128:
Cinco claves explicativas para la p
- Page 129 and 130:
Cinco claves explicativas para la p
- Page 131:
Cinco claves explicativas para la p
- Page 134 and 135:
Argentina y Brasil: “Proyecciones
- Page 136 and 137:
Argentina y Brasil: “Proyecciones
- Page 138 and 139:
Argentina y Brasil: “Proyecciones
- Page 140 and 141:
Argentina y Brasil: “Proyecciones
- Page 142 and 143:
Argentina y Brasil: “Proyecciones
- Page 144 and 145:
Argentina y Brasil: “Proyecciones
- Page 146 and 147:
Argentina y Brasil: “Proyecciones
- Page 148 and 149:
Argentina y Brasil: “Proyecciones
- Page 150 and 151:
Argentina y Brasil: “Proyecciones
- Page 152 and 153:
Argentina y Brasil: “Proyecciones
- Page 155 and 156:
Las controversias internacionales d
- Page 157 and 158: Las controversias internacionales d
- Page 159 and 160: Las controversias internacionales d
- Page 161 and 162: Las controversias internacionales d
- Page 163 and 164: Las controversias internacionales d
- Page 165 and 166: Las controversias internacionales d
- Page 167 and 168: Las controversias internacionales d
- Page 169 and 170: Las controversias internacionales d
- Page 171 and 172: Las controversias internacionales d
- Page 173 and 174: Las controversias internacionales d
- Page 175 and 176: Identidad nacional, desarrollo econ
- Page 177 and 178: Identidad nacional, desarrollo econ
- Page 179 and 180: Identidad nacional, desarrollo econ
- Page 181 and 182: Identidad nacional, desarrollo econ
- Page 183 and 184: Identidad nacional, desarrollo econ
- Page 185 and 186: Identidad nacional, desarrollo econ
- Page 187 and 188: Identidad nacional, desarrollo econ
- Page 189 and 190: Identidad nacional, desarrollo econ
- Page 191 and 192: Identidad nacional, desarrollo econ
- Page 193 and 194: Identidad nacional, desarrollo econ
- Page 195 and 196: Identidad nacional, desarrollo econ
- Page 197: Identidad nacional, desarrollo econ
- Page 200 and 201: Argentina y Brasil: “Proyecciones
- Page 202 and 203: Argentina y Brasil: “Proyecciones
- Page 204 and 205: Argentina y Brasil: “Proyecciones
- Page 206 and 207: Argentina y Brasil: “Proyecciones
- Page 210 and 211: Argentina y Brasil: “Proyecciones
- Page 212 and 213: Argentina y Brasil: “Proyecciones
- Page 214 and 215: Argentina y Brasil: “Proyecciones
- Page 216 and 217: Argentina y Brasil: “Proyecciones
- Page 219 and 220: A inserção do Estado Brasileiro n
- Page 221 and 222: A inserção do Estado Brasileiro n
- Page 223 and 224: Lecturas sudamericanas de los levan
- Page 225 and 226: Lecturas sudamericanas de los levan
- Page 227 and 228: Lecturas sudamericanas de los levan
- Page 229 and 230: Lecturas sudamericanas de los levan
- Page 231 and 232: Lecturas sudamericanas de los levan
- Page 233 and 234: Lecturas sudamericanas de los levan
- Page 235 and 236: Lecturas sudamericanas de los levan
- Page 237: Lecturas sudamericanas de los levan