12.07.2015 Views

E-book - Universidad Nacional de Rosario

E-book - Universidad Nacional de Rosario

E-book - Universidad Nacional de Rosario

SHOW MORE
SHOW LESS
  • No tags were found...

You also want an ePaper? Increase the reach of your titles

YUMPU automatically turns print PDFs into web optimized ePapers that Google loves.

A inserção do Estado Brasileiro no Regime <strong>de</strong> Não-Proliferação <strong>de</strong>Armas Nucleares: uma análise à luz das relações Brasil-ArgentinaNo final <strong>de</strong> 1983, nos estertores do regime militar, o programa nuclear argentino conseguia alcançaro domínio pleno do ciclo <strong>de</strong> enriquecimento do Urânio. O Centro Atômico <strong>de</strong> Pilcaniyeu, empregandoo método <strong>de</strong> difusão gasosa, foi responsável por essa <strong>de</strong>monstração inequívoca <strong>de</strong> capacida<strong>de</strong>tecnológica na área nuclear. Em 1984, com o início da operação comercial da segunda usina nuclear,a <strong>de</strong> Embalse Río Tercero (648 Megawatts <strong>de</strong> potência), localizada a 120 quilômetros <strong>de</strong> Córdoba eadquirida do Canadá em 1973, a Argentina tornou-se a segunda potência nuclear do chamado TerceiroMundo, apenas superada pela Índia (Oliveira, 1998:9;12).Posteriormente, com a a<strong>de</strong>são ao Nuclear Suppliers Group, em 1994, a Argentina passou a integraro clube <strong>de</strong> países que exportam tecnologia sensível, mediante as salvaguardas da Agência Internacional<strong>de</strong> Energia Atômica (Cirincione, 2002:340-341). Conforme exposto, todos esses progressostecnológicos alcançados pela Argentina, principalmente aqueles dos anos 1970 e 1980, colocavamo país em um patamar tecnológico ímpar na América Latina e que tinha seus reflexos sobre o Brasil,conforme será exposto a seguir.O Programa Nuclear BrasileiroNo Brasil, as primeiras ativida<strong>de</strong>s voltadas para a energia nuclear remontam à década <strong>de</strong> 1930, comas ativida<strong>de</strong>s <strong>de</strong> pesquisas básicas realizadas nas escolas <strong>de</strong> física e engenharia <strong>de</strong> São Paulo, Rio <strong>de</strong>Janeiro e Belo Horizonte. Já na década <strong>de</strong> 1950, foi criado o Conselho <strong>Nacional</strong> <strong>de</strong> Pesquisas (CNPq),com o propósito <strong>de</strong> sistematizar e fomentar a pesquisa no Brasil. Ainda na década <strong>de</strong> 1950, o almiranteÁlvaro Alberto (então presi<strong>de</strong>nte do CNPq), em negociações com a RFA, conseguiu adquirirtrês ultracentrífugas, cuja entrega foi vetada pelos EUA (13) . Em 10 <strong>de</strong> outubro <strong>de</strong> 1956, durante ogoverno Juscelino Kubitschek, foi criada a Comissão <strong>Nacional</strong> <strong>de</strong> Energia Nuclear (CNEN), como órgãoformulador da política nuclear, bem como foi criado o Instituto <strong>de</strong> Energia Atômica (IEA), voltadopara a pesquisa e formação <strong>de</strong> recursos humanos (Almeida; Marzo, 2006:191-193).Como parte do acordo entre o Brasil e a U.S. Atomic Energy Commission, firmado em 3 <strong>de</strong> agosto<strong>de</strong> 1955, <strong>de</strong>ntro do Programa “Átomos para a Paz”, foi acertada a compra <strong>de</strong> um reator <strong>de</strong> pesquisa,a ser fornecido pela empresa Babcock & Wilcox. Denominado IEA-R1 (Instituto <strong>de</strong> Energia Atômica– Reator 1), esse reator entrou em operação inicial no dia 16 <strong>de</strong> setembro <strong>de</strong> 1957, no Instituto <strong>de</strong>Energia Atômica, atual Instituto <strong>de</strong> Pesquisas Energéticas e Nucleares (IPEN), em São Paulo (14) .Outro avanço significativo foi conquistado em 20 <strong>de</strong> fevereiro <strong>de</strong> 1965, quando foi colocado emoperação o reator <strong>de</strong> pesquisa “Argonauta”, baseado no projeto Argonaut já mencionado. Mesmo<strong>de</strong>fasado por quase uma década do seu similar argentino, o “Argonauta”, construído pela empresaCBV e instalado no Instituto <strong>de</strong> Energia Nuclear (IEN), no Rio <strong>de</strong> Janeiro, externava o esforço próprio<strong>de</strong> projeto e fabricação do programa nuclear brasileiro(15) .20713- A tentativa <strong>de</strong> importação <strong>de</strong>ssas ultracentrífugas falhou <strong>de</strong>vido a proibição <strong>de</strong> que a RFA, àquela época sob ocupação aliada,exportasse material ou tecnologia nuclear (Flemes, 2006:10). As três ultracentrífugas foram entregues ao Brasil, já no governo JuscelinoKubitschek, após a RFA ter recuperado sua autonomia diplomática (Filho; Garcia, 2006:76).14- Instituto <strong>de</strong> Pesquisas Energéticas E Nucleares (IPEN). Centro <strong>de</strong> Reator <strong>de</strong> Pesquisa. Reator IEA-R1 (). Conforme mencionado na seção anterior a operação oficial do reator ocorreu em 25 <strong>de</strong> janeiro <strong>de</strong> 1958, com apresença do presi<strong>de</strong>nte Juscelino Kubitschek (Nota do autor).15- Instituto <strong>de</strong> Energia Nuclear. Reator Argonauta. Histórico. ().

Hooray! Your file is uploaded and ready to be published.

Saved successfully!

Ooh no, something went wrong!