12.07.2015 Views

E-book - Universidad Nacional de Rosario

E-book - Universidad Nacional de Rosario

E-book - Universidad Nacional de Rosario

SHOW MORE
SHOW LESS
  • No tags were found...

You also want an ePaper? Increase the reach of your titles

YUMPU automatically turns print PDFs into web optimized ePapers that Google loves.

A inserção do Estado Brasileiro no Regime <strong>de</strong> Não-Proliferação <strong>de</strong>Armas Nucleares: uma análise à luz das relações Brasil-Argentinacompetir quanto a quem seria o primeiro a operar um reator nuclear na América Latina (Mendoza,2005:298-299).Durante sua estadia nos EUA, o diretor da CNEA foi ao Argonne National Laboratory, em Chicago, afim <strong>de</strong> conhecer um pequeno reator <strong>de</strong> pesquisa <strong>de</strong>nominado Argonaut (9). Na ocasião, os técnicosdo Laboratório efetuaram uma <strong>de</strong>monstração completa da operação do reator, o que propiciou aQuihillalt conceber a idéia <strong>de</strong> construir um reator tipo Argonaut na Argentina, ao invés <strong>de</strong> comprá-lo<strong>de</strong> um fornecedor estrangeiro. Quihillalt seguiu para Washington, on<strong>de</strong> logrou obter os planos <strong>de</strong>construção do Argonaut, bem como a permissão para que dois cientistas argentinos fossem aos EUApara receber treinamento no Argonne National Laboratory. Em abril <strong>de</strong> 1957, a CNEA <strong>de</strong>cidiu, formalmente,levar a termo a construção do seu primeiro reator nuclear (Mendoza, 2005:299).No fim <strong>de</strong> outubro <strong>de</strong> 1957, a CNEA assinou um contrato com a U.S. Atomic Energy Commission paraa compra <strong>de</strong> seis quilos <strong>de</strong> Urânio, enriquecidos a um percentual máximo <strong>de</strong> 20% <strong>de</strong> U235. O Urânioimportado seria utilizado na fabricação do elemento combustível para o reator argentino, nas própriasinstalações argentinas. Esta foi a primeira exportação <strong>de</strong> matéria-prima, por parte dos EUA, afim <strong>de</strong> que outro país finalizasse seu próprio elemento combustível para um reator <strong>de</strong> pesquisa. Emmeados <strong>de</strong> janeiro <strong>de</strong> 1958, os elementos combustíveis já estavam prontificados e o reator montadoem Constituyentes. Esse reator <strong>de</strong> pesquisa, <strong>de</strong>nominado Reator Argentino 1 (RA-1), foi oficialmentecolocado em operação em uma cerimônia realizada no dia 20 <strong>de</strong> janeiro <strong>de</strong> 1958 (Mendoza,2005:300).Quase na mesma data, isto é, em 25 <strong>de</strong> janeiro <strong>de</strong> 1958, o Brasil inaugurava, oficialmente, a operação<strong>de</strong> seu primeiro reator <strong>de</strong> pesquisa, em um evento que contou com a participação do presi<strong>de</strong>nteJuscelino Kubitschek. A corrida entre Brasil e Argentina, para ver quem seria o primeiro a operar umreator nuclear <strong>de</strong> pesquisa, ilustra a disputa tácita, bem como a importância conferida pelos doisgovernos ao <strong>de</strong>senvolvimento da pesquisa na área nuclear (Mendoza, 2005:301).O ponto a ser <strong>de</strong>stacado é que a construção do RA-1 expressou a capacida<strong>de</strong> técnica dos cientistasenvolvidos no programa nuclear argentino e, principalmente, a política <strong>de</strong> minimizar, sempre quepossível, a <strong>de</strong>pendência externa nessa área. Essa política proporcionaria avanços consistentes doprograma nuclear argentino nos anos seguintes. Esses avanços seriam externados por ocasião davenda do processo <strong>de</strong> fabricação <strong>de</strong> elementos combustíveis, empregado no RA-1, para a empresaalemã Degussa-Leybold. Essa exportação <strong>de</strong> tecnologia na área nuclear <strong>de</strong>monstrava o sucesso ea consistência do programa nuclear argentino (Mendoza, 2005:302). Além disso, utilizando-se dosplanos do RA-1, os cientistas argentinos construíram, sem ajuda externa, três reatores <strong>de</strong> pesquisaadicionais, que se tornaram operacionais entre 1966 e 1970 (10) . Deste modo, era patente que, jána década <strong>de</strong> 1960, a Argentina seguia a passos largos na busca do domínio da tecnologia nuclear.O objetivo seguinte seria a aplicação da energia nuclear em centrais <strong>de</strong> geração <strong>de</strong> eletricida<strong>de</strong> e o<strong>de</strong>senvolvimento <strong>de</strong> instalações capazes <strong>de</strong> proporcionar o domínio do ciclo <strong>de</strong> enriquecimento <strong>de</strong>Urânio.2059- O Argonaut (Argonne Nuclear Assembly for University Training) era um reator <strong>de</strong> pesquisa <strong>de</strong> baixa potência (10 kilowatts) ecusto reduzido, utilizava água leve como mo<strong>de</strong>rador e foi projetado para ser operado com segurança por pesquisadores da áreanuclear. O custo para do reator completo, não <strong>de</strong>veria exce<strong>de</strong>r cem mil dólares (Mendoza, 2005:299).10- O RA-0 em Córdoba (1971), o RA-2 em Constituyentes (1967) e o RA-3 em Ezeiza (1970) (Oliveira, 1998:11).

Hooray! Your file is uploaded and ready to be published.

Saved successfully!

Ooh no, something went wrong!