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E-book - Universidad Nacional de Rosario

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Argentina y Brasil: “Proyecciones Internacionales, Cooperación Sur-Sur e Integración”unificação do programa nuclear argentino sob controle <strong>de</strong> uma renovada CNEA (Mendoza, 2005:292-293).Ainda no início da década <strong>de</strong> 1950, paralelamente a essa reorganização administrativa, o governoargentino buscou uma reaproximação com os EUA, país com o qual as relações diplomáticas haviam<strong>de</strong>teriorado em função da postura <strong>de</strong> neutralida<strong>de</strong> argentina durante a Segunda Guerra Mundial.Com a reaproximação junto aos EUA, o programa nuclear argentino, como o <strong>de</strong> vários outros paísesem <strong>de</strong>senvolvimento, recebeu um forte estímulo, por meio do acordo bilateral <strong>de</strong> cooperação, viaU.S. Atomic Energy Commission, assinado em 29 <strong>de</strong> julho <strong>de</strong> 1955 (6) . Nesse mesmo ano, foi criadopela CNEA, o Instituto <strong>de</strong> Física Bariloche, que se tornaria o mais importante centro <strong>de</strong> treinamentoargentino no campo nuclear.Em setembro <strong>de</strong> 1955, um golpe <strong>de</strong> Estado <strong>de</strong>pôs Perón, porém a política da CNEA não foi alteradapela mudança <strong>de</strong> governo, uma vez que já estava consolidado um ambiente institucional apropriadopara o <strong>de</strong>senvolvimento do programa nuclear argentino. Deste modo, fomentando um intensoprograma <strong>de</strong> pesquisas e treinamento, o objetivo principal da CNEA era a construção <strong>de</strong> reatores <strong>de</strong>pesquisa, incorporando, inicialmente, tanta assistência tecnológica estrangeira quanto fosse possível(Mendoza, 2005:285-286;295).Em 1956, a Argentina estava entre os Estados que assinaram o Ato <strong>de</strong> criação da Agência Internacional<strong>de</strong> Energia Atômica (AIEA)(7) e aceitou seu sistema <strong>de</strong> salvaguardas (8). Em novembro daqueleano, o diretor da CNEA, Oscar Quihillalt, anunciou que a Argentina po<strong>de</strong>ria comprar um reator atômicoexperimental dos EUA, a ser construído pela General Electric Company. É importante ressaltarque, no período <strong>de</strong> 1956-59, <strong>de</strong>ntro do Programa “Átomos para a Paz”, os EUA exportaram cerca <strong>de</strong>40 reatores <strong>de</strong> pesquisa. A lógica do Programa era a <strong>de</strong> que se a indústria nuclear norte-americanafosse a primeira a se estabelecer em vários países estes se tornariam, quase que inevitavelmente,<strong>de</strong>pen<strong>de</strong>ntes dos EUA para o projeto, construção, operação inicial, formação <strong>de</strong> pessoal e <strong>de</strong>maisaspectos dos seus incipientes programas nucleares. Assim, uma vez estabelecida, a tecnologia norteamericanadificilmente seria substituída por outra. Nesse contexto, a Argentina, bem como o Brasile os <strong>de</strong>mais países que a<strong>de</strong>riram ao Programa “Átomos para a Paz”, era apenas mais um país <strong>de</strong>ntroda esfera <strong>de</strong> influência dos EUA na área <strong>de</strong> tecnologia nuclear (Mendoza, 2005:299).204No início <strong>de</strong> 1957, o diretor da CNEA foi a New York, on<strong>de</strong> tomou conhecimento <strong>de</strong> que a venda doreator <strong>de</strong> pesquisa po<strong>de</strong>ria ser postergada em alguns meses, em função <strong>de</strong> questões legais relacionadascom o contrato. Naquela mesma época, cientistas da CNEA já sabiam que o Brasil também estavabuscando a compra <strong>de</strong> um reator <strong>de</strong> pesquisa e, tacitamente, os dois países estavam começando a6- No mesmo ano (1955), acordos idênticos foram firmados com os EUA, via a U.S. Atomic Energy Commission, pelos seguintespaíses: Turquia (10 <strong>de</strong> junho), Israel (12 <strong>de</strong> julho), China (18 <strong>de</strong> julho), Líbano (18 <strong>de</strong> julho), Colômbia (19 <strong>de</strong> julho), Portugal (21 <strong>de</strong>julho), Venezuela (21 <strong>de</strong> julho), Dinamarca (25 <strong>de</strong> julho), Filipinas (27 <strong>de</strong> julho), Itália (28 <strong>de</strong> julho), Brasil (3 <strong>de</strong> agosto), Grécia (4 <strong>de</strong>agosto), Chile (8 <strong>de</strong> agosto) e Paquistão (11 <strong>de</strong> agosto) (MENDOZA, 2005:295).7- A AIEA é uma organização afiliada à ONU, com se<strong>de</strong> em Viena. Foi criada, com o propósito <strong>de</strong> facilitar o uso da energia nuclearpara fins pacíficos, bem como para implementar um sistema <strong>de</strong> auditorias e inspeções in loco, coletivamente conhecidas como salvaguardas,concebidas com a finalida<strong>de</strong> <strong>de</strong> prover informações sobre eventuais redirecionamentos ou <strong>de</strong>svios <strong>de</strong> material nuclearpara ativida<strong>de</strong>s que não sejam as <strong>de</strong> uso pacífico da energia nuclear (Cirincione; Rajkumar; Wolfsthal, 2005: 29-30).8- As famosas e usualmente mal compreendidas salvaguardas são as ativida<strong>de</strong>s <strong>de</strong> auditoria e inspeção executadas pela AIEA, como propósito <strong>de</strong> verificar se todos os Estados que possuem instalações e materiais nucleares estão agindo em consonância com oscompromissos internacionais, por eles assumidos, quanto ao uso pacífico da energia nuclear. Hoje mais <strong>de</strong> 140 Estados têm acordos<strong>de</strong> salvaguardas com a AIEA. Assim, <strong>de</strong>ntro do Regime <strong>de</strong> Não Proliferação <strong>de</strong> Armas Nucleares, o sistema <strong>de</strong> salvaguardas <strong>de</strong>ssaAgência funciona tanto como uma medida <strong>de</strong> construção da confiança, quanto como um mecanismo <strong>de</strong> alerta antecipado quepo<strong>de</strong> acionar outras respostas da comunida<strong>de</strong> internacional, “se” e “quando” necessário (International Atomic Energy Agency -IAEA. Safeguards Overview: Comprehensive Safeguards Agreements and Additional Protocols. ).

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