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A. J. TORRES et al. infestações. Estes fatores justificam a elevada incidência da doença (81,8%) nos equinos da propriedade que convivem diretamente com bovinos (Cardoso y Franchi, 1994). Somente a transmissão através de carrapatos é capaz de manter uma área endêmica. A taxa de prevalência de infecção por Theileria equi está diretamente relacionada com a epidemiologia dos carrapatos vetores na região (Knowles y Unisss-Floyd, 1983). Estudos epidemiológicos realizados em vários estados brasileiros, demonstraram prevalências superiores as obtidas neste estudo, variando desde 49,2% até 100% sob diferentes condições epidemiológicas, sobretudo expostos a altas infestações por carrapatos ( Heuchert et al., 1999; Cunha et al., 1998). Neste estudo apenas sete animais (31,8%) da propriedade com criação conjunta com bovinos estavam infestados com carrapatos, caracterizando uma incidência baixa durante o ano de experimento (Figura 2), assim é possível reafirmar que o carrapato R. B. microplus seja um parasito alternativo para os equinos nestes locais da região da Campanha, assim como concluído no Rio de Janeiro e em São Paulo (Bittencourt et al., 1990; Labruna et al., 2001). O período seco, de temperaturas e umidade mais baixas, entre os meses de abril e setembro, prejudica o desenvolvimento da fase de vida livre, fazendo com que o ciclo se alongue (Furlong, 1993). No presente estudo foram observadas chuvas acima da média na região, nos meses de junho/2008 e agosto/2008, o que parece ter influenciado na reduzida infestação de carrapatos nos equinos pela quantidade de água que encharcou os campos e prejudicou o desenvolvimento da fase de vida livre (González, 1975). Também foram observadas maiores infestações de carrapatos na Região Sul do país no intervalo entre os meses de janeiro a junho (Brumt, et al., 1987). Não foram encontradas teleóginas nos equinos deste experimento, as formas adultas encontradas foram gonandros e partenóginas. Foi demonstrada a transmissão de T. equi via glândulas salivares de formas adultas de R. B. microplus, acreditase que partenóginas possam estar envolvidas na infecção. Assim como, equinos portadores crônicos transmitem T. equi para as ninfas (formas jovens). No presente estudo foram observados que 93,25% dos carrapatos encontrados eram formas jovens, o que pode indicar uma alta transmissão de T. equi 76 para estes carrapatos, mesmo que poucas formas adultas cheguem a parasitar os equinos e com isso possam transmitir a doença. Porém ainda são necessários maiores informações a este respeito (Massaro, 2005). Sugere-se que o equino represente um hospedeiro alternativo para o carrapato R. B. microplus e que esta infestação ocorra apenas quando existe convívio direto entre equinos e bovinos, como também fica evidenciado o potencial do Rhipicephalus Boophilus microplus na transmissão de T. equi em equinos. REFERÊNCIAS 1. AMBAWAT H K, MALHOTRA DV, KUMAR S, DHAR S. 1999. Erythrocyte associated haemato-biochemical changes in Babesia equi infection experimentally produced in donkeys. Vet Parasitol, 85: 319-324. 2. ARMSTRONG PM, et al. 1998. Diversity of Babesia infecting deer ticks (Ixodes dammini). Am. J. Trop. Med. Hyg. 58: 739-742. 3. BITTENCOURT AJ, FONSECA AH, FACCINI JLH, BUENO BH, 1990. Comportamento do Boophilus microplus (Canestrini, 1887) (Acari) em infestações artificiais e naturais em diferentes hospedeiros. Arquivos da Universidade Federal Rural do Rio de Janeiro, 13: 173-182, 1990. 4. BRUM JGW, COSTA, PRP, RIBEIRO PB, GONZA- LES J.C. 1987. Flutuação sazonal de B. microplus (Canestrini, 1887) no município de Pelotas, RS. Arq Brasil Med Vet Zoot, Belo Horizonte, v.39, n.6, p. 891-896. 5. CARDOSO H, FRANCHI M. 1994. Garrapata: epidemiologia y control de Boophilus microplus. In: NARI, A.; FIEL, C. (Eds.) Enfermidades parasitárias de importancia económica en bovinos. Montevideo: Ed. Hemisferio Sur,. p. 369-407. 6. CUNHA C W, SILVA SS, PIMENTEL C A, DAPPER E. 1996. Avaliação da freqüência de eqüinos soropositivos a Babesia equi no Jóquei Clube de Pelotas e em dois haras da zona sul do Rio Grande do Sul. Revista Brasileira de Parasitologia Veterinária, v.5, p. 119-122. 7. CUNHA CW, SILVA SS, OSÓRIO BL, DUTRA C. L. 1998. Alterações hematológicas e sorológicas em eqüinos experimentalmente infectados com Babesia equi. Ciência Rural, v.28, p. 283-286, 1998. 8. DE WAAL DT, VAN HEERDEN J, VAN DEN BERG SS, STEGMANN GF, POTGIETER FT.1988. Isolation of pure Babesia equi and Babesia caballi organisms in horses splenectomized from endemic areas in South Africa. Onderstepoort J. Vet Res v.55, p. 33-35. 9. FRIEDHOFF KT. 1988. Transmission of Babesia. In: Ristic M (ed) Babesiosis of domestic animals and man. CRC, Boca Raton, Fla, pp 23-52. 10. FRIEDHOFF. 1990 FRIEDHOFF K T. 1990. Interaction between parasite and tick vector. Int J Parasitol; 20; Rev. Ibero-Latinoam. Parasitol. (2012); 71 (1): 70-77
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