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Artículo Original 70 Rev. Ibero-Latinoam. Parasitol. (2012); 71 (1): 70-77 Aspectos epidemiológicos da Theileriose equina e sua relação com o carrapato Rhipicephalus (Boophilus) microplus em duas propriedades na região da campanha do Rio Grande do Sul - Brasil TORRES Al. J. 1 , FINGER I. S. 2 , FARIAS N. A. R. 3 , NIZOLI L. Q. 3 , SILVA S. S. 4 , e NOGUEIRA C. E. W. 3 1 Mestre, Médico Veterinário autônomo, UFPel. 2 Acadêmica, Medicina Veterinária, UFPel. 3 Doutor. Professor. UFPel. 4 Mestre. Professor. UFPel. ABSTRACT EPIDEMIOLOGICAL ASPECTS OF EQUINE THEILERIOSIS AND YOUR RELATIONSHIP WITH THE TICK RHIPICEPHALUS (BOOPHILUS) MICROPLUS IN THE TWO FARMS LOCATED IN THE SOUTHERN RIO GRANDE DO SUL STATE The equine theileriosis is considered one of the major parasitic diseases in horses. It`s caused by infection with Theileria equi, naturally transmitted by ticks. The tick Rhipicephalus (Boophilus) microplus is the only found in horses in the region and also cattle parasite. The objective of this study was to compare the incidence of the disease with the coexistence of cattle and horses with infestation of R. B. microplus. Used (n = 47) horses located in two different farms. In on this farm, 25 animals without contact with the cattle and the other farm, 22 animals, also created with direct contact with cattle. During one year, information was obtained as clinical signs of animals, serology equine. Theileriosis, tick infestation in these horses and climatic characteristics of the region. The positive sorology for equine theileriosis was 40%, for horses do not contact with cattle and the positive serology was 90.9%, for horses that are in direct contact. Only found Rhipicephalus (Boophilus) microplus in horses that are in direct contact with cattle. The importance of ticks in disease transmission its suggested that the horse represents an alternative for the tick R. B. microplus infestation occurs only when there is direct contact between horses and cattle, but also evidenced the potential of Rhipicephalus B. microplus in the transmission of T equi in horses. Key words: Theileria equi, Direct Contact, prevalence. Recibido: 18 de Octubre de 2011. Aceptado 18 de Mayo de 2012. Correspondencia: Dr. Anibal Torres Universidade Federal de Pelotas (UFPel) - Campus Universitário, Caixa Postal 354 CEP 96010 900 Pelotas, RS, Brasil. E-mail: anibaltorres@ig.com.br; ilusca-finger@hotmail.com
RESUMO A theileriose equina é considerada uma das principais doenças parasitárias em cavalos. É causada pela infecção de Theileria equi, transmitida naturalmente por carrapatos. O carrapato Rhipicephalus (Boophilus) microplus é o único encontrado em cavalos na região e que também parasita bovinos. O objetivo deste trabalho foi relacionar a incidência da doença com a convivência dos equinos com bovinos e a infestação de carrapatos R. B. microplus nestes cavalos. Os equinos utilizados (n = 47) se localizavam em duas propriedades distintas. Em uma propriedade, 25 animais criados a campo sem contato com bovinos e em outra propriedade, 22 animais, também criados a campo com contato direto com bovinos. Durante um ano, foram obtidas informações como sinais clínicos dos animais, sorologia para theileriose equina, infestação por carrapatos nestes equinos e características climáticas da região. Os equinos que não convivem com bovinos apresentaram sorologia positiva para theileriose equina de 40%. Já para os equinos que estão em contato direto, a sorologia positiva foi de 90,9%. Somente foram encontrados carrapatos Rhipicephalus B. microplus nos equinos que são criados em conjunto com bovinos. Dessa forma, pode-se perceber a importância deste carrapato na transmissão da doença. Sugere-se que o equino represente um hospedeiro alternativo para o carrapato Rhipicephalus B. microplus e que esta infestação ocorra apenas quando existe convívio direto entre equinos e bovinos, como também fica evidenciado o potencial do R. B. microplus na transmissão de T. equi em equinos. Palabras clave: Theileria equi, contacto directo, prevalencia. INTRODUÇÃO A piroplasmose equina, atualmente reconhecida como theileriose e babesiose é considerada uma das principais doenças parasitárias em cavalos, com grande impacto econômico na indústria equina. As perdas associadas a infecções por Theileria equi e Babesia caballi estão relacionadas tanto aos fatores clínicos como a restrição ao trânsito internacional de animais soropositivos. Os parasitas causam, em grandes parasitemias, crises hemolíticas e anemia. Equinos cronicamente infectados são passíveis de reagudizações com queda no desempenho (Knowles et al., 1980; Friedhoff, 1990). Esta hemoparasitose pode ser causada por dois protozoários distintos, T. equi e B. caballi que são transmitidas naturalmente por carrapatos. Os equídeos podem ser parasitados por uma ou ambas as espécies. Os dois agentes são bastante distintos e determinam manifestações diferentes da doença. B. caballi induz sintomatologia clínica muito mais branda em relação a T. equi (Ambawat,1992). Durante a fase crônica não há alteração significativa entre o hematócrito de equinos não infectados e de portadores de T. equi. Equinos com a doença crônica são considerados reservatório para a transmissão de T. equi. Uma vez infectados, os equinos se mantêm com a doença crônica por toda Rev. Ibero-Latinoam. Parasitol. (2012); 71 (1): 70-77 EPIDEMIOLÓGA DA THEILERIOSE EQUINA DO RIO GRANDE DO SUL a vida (Schein, 1988). Altas prevalências de T. equi têm sido associadas com a criação conjunta de equinos e bovinos (Kerber et al., 1999; Heuchert et al., 1999). Esta relação sugere que, pelo menos no Brasil, o Rhipicephalus (Boophilus) microplus, principal carrapato de bovinos e em muitas áreas o único encontrado também em equinos, desempenha um papel importante na transmissão de T. Equi (Friedhoff 1988; Knowles et al., 1992). Os ácaros transmissores de Babesia e Theileria são parasitos para o homem e animais domésticos. Pertencem a sub-ordem Ixodides, a família Ixodidae aos gêneros Anocentor, Rhipicephalus, Hyaloma e Rhipicephalus Boophilus e são vulgarmente chamados de carrapatos (Amstrong, et al., 1998). Estudos sobre o comportamento de R. B. microplus em outros animais demonstram que o equino pode ser hospedeiro deste carrapato, porém, não com a mesma eficiência que em bovinos. Após infestações artificiais de larvas deste carrapato em equinos, não se obteve fêmeas ingurgitadas. Através de infestação natural do vetor em equinos, foi possível observar que o equino é um hospedeiro alternativo para R. B. microplus e que desenvolve até uma geração neste, podendo posteriormente terminar seu ciclo nos bovinos ( Bittencourt et al., 1990). Mason & Norval (1981) demonstraram que a larva e o macho adulto de R. B. microplus são ca- 71
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