Desigualdad Social y Equidad en Salud: Perspectivas Internacionales

Desigualdad Social y Equidad en Salud: Perspectivas Internacionales Desigualdad Social y Equidad en Salud: Perspectivas Internacionales

11.07.2015 Views

provisão de serviços de saúde. Os indicadores que medem o acesso potencial podemser: 1) indicadores estruturais (características do sistema de provisão de serviços:disponibilidade, volume, distribuição, organização, estrutura) e 2) indicadores deprocesso ou comportamento (características de indivíduos na população, incluindofatores de predisposição como idade, status de saúde, background cultural e fatoresfacilitadores como renda ou cobertura por seguro). Por sua vez, o acesso efetivo émedido através de indicadores objetivos (utilização dos serviços de saúde) e indicadoressubjetivos (satisfação do consumidor).A partir dessa conceituação, equidade de acesso a cuidados de saúde existe quandoos serviços são distribuídos com base na necessidade das pessoas – definidas porsexo e idade, correlacionados com variáveis de predisposição. Ao contrário, existeiniquidade quando os serviços são distribuídos com base em variáveis demográficas,como raça, renda familiar, lugar de residência e não pela necessidade. Ou aindaquando a variação no uso dos serviços é função da disponibilidade dos serviços oude características facilitadoras dos indivíduos.Visto enquanto distribuição espacial dos equipamentos e serviços, o acesso é aprimeira condição para viabilizar a utilização, o que se relaciona com o princípiode que a oferta produz a demanda Entretanto, a utilização efetiva é função do confrontoentre recursos oferecidos e a demanda conformada uma vez que várias dificuldadesque interpõem entre a presença física dos recursos e a acessibilidade efetivapara a sua utilização” (COHN e outros, 1991). Entre os obstáculos, estão aquelescolocados pela vida urbana (transporte e distância) e pela organização do processode trabalho nos serviços de saúde (resistência, fila, espera, percepção sobre a qualidadedo atendimento). O perfil da demanda conforma-se a partir da relação entre asresistências e o poder de utilização. E o acesso é definido a partir de disponibilidademais aceitabilidade.A OPAS (1983) introduz outras dimensões, considerando que o conceito de acessoequitativo pode ser interpretado de três maneiras: 1) como igualdade de acesso;2) como acesso a tudo que o indivíduo necessite ou de que se beneficiaria, ou 3)como acesso a um nível adequado de cuidado - o conceito de adequado é relativo;seu conteúdo depende dos recursos disponíveis em uma sociedade e de um consensoquanto às expectativas sobre o que é adequado em um sociedade em um momentoespecífico.A definição de equidade em saúde da OMSReconhecendo a imprecisão de que se reveste o termo equidade, a OrganizaçãoMundial de Saúde -OMS em documento de 1991 (WHITEHEAD, consultora OMS/EURO) busca fazer uma sistematização do conceito que ultrapassa em muito a idéiade equidade enquanto acesso a serviços de saúde. Partindo da constatação das diferençasnos perfis de saúde dos indivíduos, medidos através de vários indicadores,Gonçalves Menicucci171

WHITEHEAD considera que nem todas as diferenças entre as pessoas podem serconsideradas como iniquidade. Este último termo tem uma dimensão moral e ética ese refere àquelas diferenças que são desnecessárias e evitáveis e, ainda, consideradasinjustas no contexto da sociedade, variando, portanto, de um país para o outro e emfunção do tempo. Consideram-se diferenças de saúde como injustas quando elas sãoresultantes de fatores que não dependem da escolha dos indivíduos ou estão fora deseu controle.Entre as diferenças que não seriam consideradas como iniquidades, mas apenasdesigualdades em um sentido matemático, é apontada a variação natural, biológicaentre um indivíduo e outro- como as diferenças de saúde entre grupos de idade eentre sexos -e as decorrentes de comportamento danoso à saúde escolhido livremente-como tabagismo e prática de esportes perigosos.Para especificar as diferenças que constituem iniquidade, são de fato identificadasas causas (injustas) dessas disparidades no contexto da sociedade, ou seja: a exposiçãoa condições não saudáveis no trabalho e na vida diária, o acesso inadequado aosserviços elementares de saúde e a outros serviços públicos e ainda o comportamentodanoso à saúde quando a possibilidade de escolha de estilos de vida é muito restritaem função de fatores sócio-econômicos. Na medida em que os problemas ligados afatores sócio-econômicos e ambientais tendem a unir-se e reforçar-se, alguns gruposse tornam mais vulneráveis à má saúde, o que amplia o sentido de injustiça ou geraum “ciclo de injustiça”.A partir destas afirmações, a definição de WHITEHEAD (OMS) é:La equidad en salud supone que, idealmente, todos debem tener uma oportunidadjusta para lograr plenamente su potencial en salud y, de un modo más pragmático,que nadie debe estar desfavorecido para lograrlo en la medida en que ello puedaevitarse. (1991, p.6)As conseqüências desta definição para a ação prática levam a que o objetivo deuma política para obter equidade seria reduzir ou eliminar as diferenças de saúdeque resultam de fatores que se consideram evitáveis e injustos, com a criação dasmesmas oportunidades de saúde. Isso remete às condições ambientais fora do controledas pessoas, à pobreza, condições de habitação inseguras, trabalhos perigosos,desemprego, etc. de tal forma que essa definição se aproxima da noção de “igualdadede condições” que aponta para a necessidade de superar a igualdade de oportunidadese criar condições de vida similares, estabelecendo “handcaps” apropriados.Nessa concepção de equidade, o acesso inadequado aos serviços de saúde é umadas causas – não a mais importante ou determinante - que cria uma situação iníquae que remete aos fatores diretamente ligados ao sistema de atenção à saúde.Em relação à equidade na distribuição dos serviços de saúde, WHITEHEAD(OMS) rejeita algumas definições que tem sido propostas na prática e que não satisfazemà noção geral de justiça que está no cerne da sua concepção de equidade. Por172 Equidade em saúde no brasil

WHITEHEAD considera que nem todas as difer<strong>en</strong>ças <strong>en</strong>tre as pessoas podem serconsideradas como iniquidade. Este último termo tem uma dim<strong>en</strong>são moral e ética ese refere àquelas difer<strong>en</strong>ças que são desnecessárias e evitáveis e, ainda, consideradasinjustas no contexto da sociedade, variando, portanto, de um país para o outro e emfunção do tempo. Consideram-se difer<strong>en</strong>ças de saúde como injustas quando elas sãoresultantes de fatores que não dep<strong>en</strong>dem da escolha dos indivíduos ou estão fora deseu controle.Entre as difer<strong>en</strong>ças que não seriam consideradas como iniquidades, mas ap<strong>en</strong>asdesigualdades em um s<strong>en</strong>tido matemático, é apontada a variação natural, biológica<strong>en</strong>tre um indivíduo e outro- como as difer<strong>en</strong>ças de saúde <strong>en</strong>tre grupos de idade e<strong>en</strong>tre sexos -e as decorr<strong>en</strong>tes de comportam<strong>en</strong>to danoso à saúde escolhido livrem<strong>en</strong>te-como tabagismo e prática de esportes perigosos.Para especificar as difer<strong>en</strong>ças que constituem iniquidade, são de fato id<strong>en</strong>tificadasas causas (injustas) dessas disparidades no contexto da sociedade, ou seja: a exposiçãoa condições não saudáveis no trabalho e na vida diária, o acesso inadequado aosserviços elem<strong>en</strong>tares de saúde e a outros serviços públicos e ainda o comportam<strong>en</strong>todanoso à saúde quando a possibilidade de escolha de estilos de vida é muito restritaem função de fatores sócio-econômicos. Na medida em que os problemas ligados afatores sócio-econômicos e ambi<strong>en</strong>tais t<strong>en</strong>dem a unir-se e reforçar-se, alguns gruposse tornam mais vulneráveis à má saúde, o que amplia o s<strong>en</strong>tido de injustiça ou geraum “ciclo de injustiça”.A partir destas afirmações, a definição de WHITEHEAD (OMS) é:La equidad <strong>en</strong> salud supone que, idealm<strong>en</strong>te, todos debem t<strong>en</strong>er uma oportunidadjusta para lograr pl<strong>en</strong>am<strong>en</strong>te su pot<strong>en</strong>cial <strong>en</strong> salud y, de un modo más pragmático,que nadie debe estar desfavorecido para lograrlo <strong>en</strong> la medida <strong>en</strong> que ello puedaevitarse. (1991, p.6)As conseqüências desta definição para a ação prática levam a que o objetivo deuma política para obter equidade seria reduzir ou eliminar as difer<strong>en</strong>ças de saúdeque resultam de fatores que se consideram evitáveis e injustos, com a criação dasmesmas oportunidades de saúde. Isso remete às condições ambi<strong>en</strong>tais fora do controledas pessoas, à pobreza, condições de habitação inseguras, trabalhos perigosos,desemprego, etc. de tal forma que essa definição se aproxima da noção de “igualdadede condições” que aponta para a necessidade de superar a igualdade de oportunidadese criar condições de vida similares, estabelec<strong>en</strong>do “handcaps” apropriados.Nessa concepção de equidade, o acesso inadequado aos serviços de saúde é umadas causas – não a mais importante ou determinante - que cria uma situação iníquae que remete aos fatores diretam<strong>en</strong>te ligados ao sistema de at<strong>en</strong>ção à saúde.Em relação à equidade na distribuição dos serviços de saúde, WHITEHEAD(OMS) rejeita algumas definições que tem sido propostas na prática e que não satisfazemà noção geral de justiça que está no cerne da sua concepção de equidade. Por172 <strong>Equidad</strong>e em saúde no brasil

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