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La teología de la liberación en prospectiva - Noticias más vistas

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gico. Ajudam ainda a <strong>de</strong>tectar o reducionismo da salvação, no nível soteriológico.Tudo isso costuma passar <strong>de</strong>spercebido em outras perspectivas.As vítimas têm um po<strong>de</strong>r <strong>de</strong> reverter a história em outra direção. Asvítimas não são metáfora, mas indicam que o mundo está tomando a direçãocontrária ao Reino <strong>de</strong> vida em abundância anunciado por Jesus. Pormais difícil que seja, é preciso nos perguntar: o que se <strong>en</strong>t<strong>en</strong><strong>de</strong> melhor apartir do lugar teológico das vítimas? a) as vítimas como o lugar da universalida<strong>de</strong>,ou seja, a partir <strong>de</strong> on<strong>de</strong> todos têm possibilida<strong>de</strong> <strong>de</strong> <strong>en</strong>contrarDeus, <strong>de</strong> <strong>en</strong>t<strong>en</strong>dê-lo e <strong>de</strong> receber a salvação “universal”; b) visualizammelhor quem é Cristo, uma vez que Ele se i<strong>de</strong>ntificou com os pequ<strong>en</strong>os(Mt 25); c) fazem perceber que o ser humano é frágil como a flor <strong>de</strong> umdia e necessitado <strong>de</strong> socorro; d) <strong>en</strong>t<strong>en</strong><strong>de</strong>-se melhor a partir das vítimas essênciae a i<strong>de</strong>ntida<strong>de</strong> da Igreja como servidora; e) ajudam a compre<strong>en</strong><strong>de</strong>rquem é Deus, seu modo <strong>de</strong> atuar e <strong>de</strong> ser: amante das vítimas.Ora, assim as vítimas têm autorida<strong>de</strong> para abrir os olhos à re<strong>la</strong>ção<strong>en</strong>tre Deus e o pequ<strong>en</strong>o. Deus assume e se abaixa até o humano, e respeitanão só como difer<strong>en</strong>te <strong>de</strong>le, mas <strong>en</strong>quanto pequ<strong>en</strong>o e limitado. Mais:que o ser humano assumido, em sua pequ<strong>en</strong>ez, manifesta Deus, emboraàs vezes como Deus absconditus. Deus se auto<strong>de</strong>termina a ligar-se aohumano respeitando-o. E inversam<strong>en</strong>te, o humano e o frágil do humano é<strong>de</strong>c<strong>la</strong>rado capaz <strong>de</strong> ser portador <strong>de</strong> Deus, sem <strong>de</strong>ixar <strong>de</strong> ser humano fraco.Po<strong>de</strong>-se, <strong>en</strong>tão, perguntar: há em Deus uma au<strong>de</strong>terminação a expressar--se no fraco e pequ<strong>en</strong>o, no pobre e na vítima, no serviçal e no solidário? E,inversam<strong>en</strong>te, há nesse pobre e solidário uma conaturalida<strong>de</strong> ao divino?Esta é uma pergunta cristã.O Deus que se aproxima das vítimas permanece s<strong>en</strong>do o Deus Santoe Transc<strong>en</strong><strong>de</strong>nte. A santida<strong>de</strong> não é afastam<strong>en</strong>to do histórico, mas sim amáxima <strong>en</strong>carnação com o objetivo <strong>de</strong> que os seres humanos possam chegara ser perfeitam<strong>en</strong>te bons como o é o Pai Celeste (cf. Mt 5,49). O erroconsiste em p<strong>en</strong>sar que se vive tanto mais no mundo do Reino <strong>de</strong> Deusquanto m<strong>en</strong>os se vive no mundo histórico.Portanto, Reino <strong>de</strong> Deus e as vítimas na história se re<strong>la</strong>cionam concomitantem<strong>en</strong>tee se esc<strong>la</strong>recem consequ<strong>en</strong>tem<strong>en</strong>te. Por um <strong>la</strong>do, o Reino<strong>de</strong> Deus mantém o horizonte da história aberto à pl<strong>en</strong>itu<strong>de</strong> escatológicaque pert<strong>en</strong>ce exclusivam<strong>en</strong>te a Deus, pois o Reino é <strong>de</strong> Deus. Por outro<strong>la</strong>do, as vítimas servem <strong>de</strong> critério para medir o já do Reino <strong>de</strong> Deus quese faz pres<strong>en</strong>te na história. Manter a c<strong>en</strong>tralida<strong>de</strong> das vítimas, portanto,não tem nada <strong>de</strong> masoquismo, pois o que ele <strong>de</strong>seja é ser honesto com arealida<strong>de</strong> e responsável diante <strong>de</strong><strong>la</strong>.746 x Rogério L. Zanini

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