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La teología de la liberación en prospectiva - Noticias más vistas

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matéria e <strong>en</strong>ergia, por meio <strong>de</strong> nichos <strong>de</strong> mercado dos segm<strong>en</strong>tos empresariaisda recic<strong>la</strong>gem, por exemplo. 19Diante <strong>de</strong>sta análise crítica do <strong>de</strong>s<strong>en</strong>volvim<strong>en</strong>to sost<strong>en</strong>ible, EnriqueLeff propõe um ecologia sócio-política. Esta, por sua vez, continuaria nopropósito questionador da racionalida<strong>de</strong> econômica que legitima a usurpaçãodos recursos naturais e culturais das popu<strong>la</strong>ções tradicionais <strong>de</strong>ntro<strong>de</strong> um esquema concertado, globalizado, em que estas reconheçam asi mesmas e ao seu meio ambi<strong>en</strong>te como capital humano e natural. Emnome do equilíbrio ecológico, das gerações futuras, do bem-estar humanoa comunida<strong>de</strong>s tradicionais, indíg<strong>en</strong>as, são instigadas a aceitar uma comp<strong>en</strong>saçãofinanceira pe<strong>la</strong> cessão <strong>de</strong> seus recursos, conhecim<strong>en</strong>tos e mão<strong>de</strong> obra às transnacionais <strong>de</strong> biotecnologia. 20 Questionadora <strong>de</strong>sse esquemavoraz, que globaliza as regionalida<strong>de</strong>s e regionaliza as globalida<strong>de</strong>s,parafraseando Boav<strong>en</strong>tura S. Santos, 21 a ecologia social é construída a partirdo c<strong>la</strong>mor pelo reconhecim<strong>en</strong>to do direito à diversida<strong>de</strong> cultural, sobrevivênciae qualida<strong>de</strong> <strong>de</strong> vida dos povos tradicionais. Esta é19 Um exemplo <strong>de</strong>sse mercado da recic<strong>la</strong>gem é o fato <strong>de</strong> que em algumas gran<strong>de</strong>s cida<strong>de</strong>s acoleta <strong>de</strong> lixo e reaproveitam<strong>en</strong>to <strong>de</strong> materiais é feita por empresas especializadas. A situaçãosocioeconômica dos catadores <strong>de</strong> material reciclável já é difícil sem apoio estatal para asua organização, torna-se ainda mais crítica quando o Estado opta por conce<strong>de</strong>r a empresasprivadas retirar e b<strong>en</strong>eficiar os materiais recicláveis. Stahel, Andri Werner. Capitalismo eEntropia: os aspectos i<strong>de</strong>ológicos <strong>de</strong> uma contradição e a busca <strong>de</strong> alternativas sust<strong>en</strong>táveis.In Clóvis Cavalcanti (org.) Des<strong>en</strong>volvim<strong>en</strong>to e Natureza: estudos para uma socieda<strong>de</strong> sust<strong>en</strong>tável,Recife: inpso / fundaj, Instituto <strong>de</strong> Pesquisas Sociais, Fundação Joaquim Nabuco,Ministério <strong>de</strong> Educação, 1994, pp. 104-127, à p. 105 ss.20 Um exemplo disso no Brasil são alguns casos <strong>en</strong>volv<strong>en</strong>do a empresa <strong>de</strong> cosméticos Natura.Com marketing forte na sust<strong>en</strong>tabilida<strong>de</strong> a Natura se apropria do conhecim<strong>en</strong>to e trabalhosindíg<strong>en</strong>as para comercializar produtos “ecológicos”. Há alguns processos na justiça movidospelo Ministério Público contra empresas terceirizadas pe<strong>la</strong> Natura que são acusadas <strong>de</strong>biopirataria (2009). Além <strong>de</strong> utilizar in<strong>de</strong>vidam<strong>en</strong>te o conhecim<strong>en</strong>to mil<strong>en</strong>ar das popu<strong>la</strong>çõesindíg<strong>en</strong>as acerca <strong>de</strong> substâncias da floresta, a Natura se esforça para conquistar o trabalhoindíg<strong>en</strong>a para a coleta <strong>de</strong> frutos da floresta. Com um esquema muito bem organizado a Naturautiliza-se <strong>de</strong> uma série <strong>de</strong> fr<strong>en</strong>tes para estabelecer acordos comerciais com comunida<strong>de</strong>sindíg<strong>en</strong>as no intuito <strong>de</strong> angariar fornecedores <strong>de</strong> matéria prima. Aproveita-se o know-how eo argum<strong>en</strong>to do extrativismo indíg<strong>en</strong>a para <strong>en</strong>riquecer a i<strong>de</strong>ia <strong>de</strong> sust<strong>en</strong>tabilida<strong>de</strong> da empresa.Enquanto isso, no ano <strong>de</strong> 2010 a Natura investiu 5,5 milhões <strong>de</strong> reais nas comunida<strong>de</strong>sextrati<strong>vistas</strong> e por outro <strong>la</strong>do faturou nada m<strong>en</strong>os que 4,2 bilhões <strong>de</strong> reais no Brasil. Comum custo-b<strong>en</strong>efício fantástico a Natura gera divi<strong>de</strong>ndos altíssimos para seus sócios e quantiamínima para seus fornecedores <strong>de</strong> matéria prima e principalm<strong>en</strong>te capital <strong>de</strong> marketing e <strong>de</strong>conhecim<strong>en</strong>to, e <strong>de</strong> quebra inclui comunida<strong>de</strong>s na “roda” da produção capitalista. site doestadão. Disponível em (acesso: jul. 2012).21 Boav<strong>en</strong>tura <strong>de</strong> Sousa Santos, “Para uma sociologia das ausências e uma sociologia dasemergências”. In Revista Crítica <strong>de</strong> Ciências Sociais, Coimbra, n. 63, pp. 237-280, out.2002.676 x Willian Kaizer <strong>de</strong> Oliveira

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