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La teología de la liberación en prospectiva - Noticias más vistas

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mesmo, isto é, aniquilá-lo. Então, ao t<strong>en</strong>tar possuí-lo, ele me escapa. Ooutro sempre escapa a mim porque é irredutível, porque é muito maisque seu contexto. O outro vem a mim e suscita o <strong>de</strong>sejo <strong>de</strong> respon<strong>de</strong>r. Ésignificância, ele mesmo está se reve<strong>la</strong>ndo. A medida que t<strong>en</strong>ho <strong>de</strong>sejo dooutro que é o bem, ele me leva ao bem. Abre o caminho que me salva donarcisismo. O rosto do outro é reve<strong>la</strong>ção. Sou interpe<strong>la</strong>da pelo rosto dooutro antes mesmo <strong>de</strong> fazer qualquer reconhecim<strong>en</strong>to; in<strong>de</strong>p<strong>en</strong><strong>de</strong>nte <strong>de</strong>conhecê-lo. O outro vem a mim e suscita em mim o <strong>de</strong>sejo <strong>de</strong> respon<strong>de</strong>r.Diante do rosto do outro que irrompe, percebo-me como que intimada,convocada, chamada irresistivelm<strong>en</strong>te a ser responsável pelo Outro. Descubro-meescolhida a ser para o outro.Eleita pelo bem, eleita para a bonda<strong>de</strong>. O <strong>la</strong>ço com outrem é apertadocom a responsabilida<strong>de</strong>. Digo: eis-me aqui, é doação, anterior ao diálogo.O rosto me pe<strong>de</strong> e me or<strong>de</strong>na. Sou responsável pelo outro sem esperarnada em troca. Sou impelida a cuidar da re<strong>la</strong>ção. Sou responsável por e<strong>la</strong>.Só me percebo livre <strong>de</strong>pois que eu respondo. Eu não <strong>de</strong>cido ajudar o outro.A responsabilida<strong>de</strong> vem antes, eu respondo/ajudo. Des<strong>de</strong> o mom<strong>en</strong>toque o outro me olha sou por ele responsável, sem mesmo ter que assumira responsabilida<strong>de</strong> a seu respeito. A sua responsabilida<strong>de</strong> incumbe-me.Sou responsável por sua própria responsabilida<strong>de</strong>. E se po<strong>de</strong> agir: Dizereis-me aqui: “som<strong>en</strong>te at<strong>en</strong><strong>de</strong>ndo a dim<strong>en</strong>são ética, social e política daexistência estará o místico em condições <strong>de</strong> realizar uma experiência místicaautêntica” 21 .Ao apres<strong>en</strong>tar a ética do rosto, da experiência do <strong>en</strong>contro, da responsabilida<strong>de</strong>recordo Simone Weil. E<strong>la</strong> faz a experiência do Deus <strong>de</strong> JesusCristo, embora não fosse cristã, no que diz respeito a estar ligada a umainstituição, mas vive uma experiência mística (<strong>la</strong>icam<strong>en</strong>te) int<strong>en</strong>sa. Viveem constante busca do <strong>en</strong>contro íntimo com Deus – outro. Simone rompeas estruturas em busca <strong>de</strong> um s<strong>en</strong>tido para a vida, não som<strong>en</strong>te a sua vida,mas a vida <strong>de</strong> pessoas pe<strong>la</strong>s quais é tocada através do sofrim<strong>en</strong>to. A coragemtransc<strong>en</strong><strong>de</strong> o cotidiano na se<strong>de</strong> <strong>de</strong> justiça. O amor pelo ser humanoa moveu em busca da verda<strong>de</strong>: “a sua conversão do olhar, o voltar-se <strong>de</strong>todo coração emergem do <strong>en</strong>contro <strong>en</strong>tre a fragilida<strong>de</strong> humana e a perfeiçãodo amor divino” 22 .21 Juan Martin Ve<strong>la</strong>sco, ob. cit., p. 465.22 Weil, Simone. Écrits <strong>de</strong> Londres et <strong>de</strong>rnières lettres, p. 213.Congreso Contin<strong>en</strong>tal <strong>de</strong> Teología x 523

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