10.07.2015 Views

La teología de la liberación en prospectiva - Noticias más vistas

La teología de la liberación en prospectiva - Noticias más vistas

La teología de la liberación en prospectiva - Noticias más vistas

SHOW MORE
SHOW LESS

You also want an ePaper? Increase the reach of your titles

YUMPU automatically turns print PDFs into web optimized ePapers that Google loves.

linguagem, mito, arte e religião que constituem os “fios variados que tecema teia simbólica, a emaranhada teia da experiência humana” 27 .D<strong>en</strong>tro <strong>de</strong>sta compre<strong>en</strong>são da humanida<strong>de</strong> viv<strong>en</strong>do <strong>de</strong>ntro <strong>de</strong> um universosimbólico, Ricoeur 28 , ao perguntar-se sobre a realida<strong>de</strong> do mal, faza afirmação <strong>de</strong> que “o símbolo dá a p<strong>en</strong>sar”.Para Ricoeur, símbolo é… toda estrutura <strong>de</strong> significação em que um s<strong>en</strong>tido direto, primeiro,literal <strong>de</strong>signa, por acréscimo, um outro s<strong>en</strong>tido indireto, secundário, figuradoque só po<strong>de</strong> ser apr<strong>en</strong>dido através do primeiro 29 .Mais adiante precisa o autor a sua compre<strong>en</strong>são <strong>de</strong> símbolo:Difer<strong>en</strong>tem<strong>en</strong>te <strong>de</strong> uma comparação que consi<strong>de</strong>ramos <strong>de</strong> fora, o símboloé o próprio movim<strong>en</strong>to do s<strong>en</strong>tido primário que nos faz participar dos<strong>en</strong>tido <strong>la</strong>t<strong>en</strong>te e assim nos assimi<strong>la</strong> ao simbolizado, sem que possamosdominar intelectualm<strong>en</strong>te a similitu<strong>de</strong> 30 .Como vemos, todo símbolo leva em si uma dup<strong>la</strong> int<strong>en</strong>cionalida<strong>de</strong>: ossímbolos visam um s<strong>en</strong>tido primeiro, literal, e através <strong>de</strong>ste um segundos<strong>en</strong>tido que só é acessível pelo primeiro 31 . A realida<strong>de</strong> nunca nos é acessíveldiretam<strong>en</strong>te. E<strong>la</strong> só nos chega através <strong>de</strong> símbolos que, por sua vez,são interpretados e remetem a outros símbolos.E mais: por maior que seja o esforço <strong>de</strong> neutralida<strong>de</strong> que o sujeitocoloca ao t<strong>en</strong>tar compre<strong>en</strong><strong>de</strong>r o mundo, ele sempre estará <strong>en</strong>volto, na suainterpretação, pelos símbolos que lhe permitem compre<strong>en</strong><strong>de</strong>r o mundo epelos símbolos que ele próprio produz na sua compre<strong>en</strong>são do mundo.E isso é <strong>de</strong> tal modo forte que somos assimi<strong>la</strong>dos pelos símbolos. D<strong>en</strong>tro<strong>de</strong>ssa lógica, nossas i<strong>de</strong>ntida<strong>de</strong>s são, muitas vezes contra a nossa vonta<strong>de</strong>,não tal qual nós quereríamos que fosse, mas aquilo que os símbolos queutilizamos para repres<strong>en</strong>tar-nos expressam.Se aceitamos a afirmação <strong>de</strong> que o símbolo dá o p<strong>en</strong>sar, inclusive o<strong>de</strong> nossas i<strong>de</strong>ntida<strong>de</strong>s <strong>de</strong> religiosos e, como dissemos anteriorm<strong>en</strong>te, aonos situarmos no mundo através <strong>de</strong> nossas re<strong>la</strong>ções, construirmos a nossaa i<strong>de</strong>ntida<strong>de</strong> e a i<strong>de</strong>ntida<strong>de</strong> dos outros - sem esquecer que os outros, ao27 Ernest Cassirer, Ensaio sobre o Homem: introdução a uma filosofia da cultura humana, SãoPaulo: Martins Fontes, 1994.28 Paul Ricoeur, Philosophie <strong>de</strong> <strong>la</strong> volonté, Livre ii: <strong>La</strong> symbolique du mal, Paris: Aubier, 1960.29 Paul Ricoeur, O conflito das interpretações, Rio <strong>de</strong> Janeiro: Imago, 1978, p. 15.30 Ricoeur, 1978, p. 244.31 RICOEUR, 1978, p. 244.310 x Vanildo Luiz Zugno

Hooray! Your file is uploaded and ready to be published.

Saved successfully!

Ooh no, something went wrong!