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La teología de la liberación en prospectiva - Noticias más vistas

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A busca <strong>de</strong> uma i<strong>de</strong>ntida<strong>de</strong> que não se dá conta <strong>de</strong>sta dinâmica po<strong>de</strong>,quando levada aos extremos da vigilância, levar a uma paranoia i<strong>de</strong>ntitáriacapaz <strong>de</strong> ver um ataque inimigo, seja interno como externo, na mínimamanifestação da difer<strong>en</strong>ça.Há uma possível alternativa à afirmação negativa da i<strong>de</strong>ntida<strong>de</strong>? Sim,mas e<strong>la</strong> exige mudar radicalm<strong>en</strong>te o padrão daquilo que <strong>en</strong>t<strong>en</strong><strong>de</strong>mos pori<strong>de</strong>ntida<strong>de</strong>. E<strong>la</strong> implica em perceber a difer<strong>en</strong>ça como fonte <strong>de</strong> diversida<strong>de</strong>,heterog<strong>en</strong>eida<strong>de</strong> e hibridismo e, nesta sua condição plural e in<strong>de</strong>finida,como <strong>en</strong>riquecedora.Mudança que não é fácil, pois implica superar o princípio ontológicoque afirma que “o ser é e o não-ser não-é” e que a possibilida<strong>de</strong> <strong>de</strong> umaterceira possibilida<strong>de</strong> também é excluída e abraçar a lógica ecológica <strong>de</strong>que o mundo é um <strong>de</strong>vir constante on<strong>de</strong> a diversida<strong>de</strong> é fonte <strong>de</strong> vida e<strong>de</strong> que, quando maior for a diversida<strong>de</strong>, tanto no mundo como no interiordos grupos, maior será a riqueza <strong>de</strong> possibilida<strong>de</strong>s para todos.Nessa lógica a verda<strong>de</strong>ira i<strong>de</strong>ntida<strong>de</strong> não seria a resultante da eliminaçãodas difer<strong>en</strong>ças, mas fruto da possibilida<strong>de</strong> <strong>de</strong> cada um ser difer<strong>en</strong>tedo outro. Em vez <strong>de</strong> dizer “o que nos mantém unidos é o fator <strong>de</strong> todosp<strong>en</strong>sarmos e sermos iguais e difer<strong>en</strong>tes <strong>de</strong> todos os outros”, po<strong>de</strong>ríamosdizer que “a única coisa que nos une é o fato <strong>de</strong> sermos todos difer<strong>en</strong>tesuns dos outros” e que “precisamos do difer<strong>en</strong>te para sermos nós mesmos”.A construção das i<strong>de</strong>ntida<strong>de</strong>s: um jogo <strong>de</strong> símbolosO que difer<strong>en</strong>cia o ser humano dos outros animais —ao m<strong>en</strong>os naquiloque a nós humanos nos é dado perceber – é a capacida<strong>de</strong> <strong>de</strong> dars<strong>en</strong>tido aos dados objetivos da realida<strong>de</strong>. Enquanto para um animal umacoisa sempre é compre<strong>en</strong>dida e expressa com um único significado, parao ser humano e<strong>la</strong> po<strong>de</strong> ter difer<strong>en</strong>tes e infinitos significados.Um pedaço <strong>de</strong> pedra, para o ser humano, além <strong>de</strong> uma realida<strong>de</strong> mineral,po<strong>de</strong> significar uma casa, uma pedra, uma obra <strong>de</strong> arte, um <strong>de</strong>us…São esses difer<strong>en</strong>tes significados dados às realida<strong>de</strong>s materiais que formamaquilo que chamamos “cultura”. As difer<strong>en</strong>ças culturais são compostaspe<strong>la</strong> soma dos difer<strong>en</strong>tes significados que os seres humanos, em difer<strong>en</strong>tesépocas e lugares, dão às mesmas coisas.E. Cassirer, ao propor o estudo do ser humano <strong>en</strong>quanto ser cultural,<strong>de</strong>fine-o como animal symbolicum viv<strong>en</strong>do num universo constituído porCongreso Contin<strong>en</strong>tal <strong>de</strong> Teología x 309

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