10.07.2015 Views

La teología de la liberación en prospectiva - Noticias más vistas

La teología de la liberación en prospectiva - Noticias más vistas

La teología de la liberación en prospectiva - Noticias más vistas

SHOW MORE
SHOW LESS

You also want an ePaper? Increase the reach of your titles

YUMPU automatically turns print PDFs into web optimized ePapers that Google loves.

si e, a partir <strong>de</strong>sse ponto i<strong>de</strong>al, um sistema <strong>de</strong> c<strong>la</strong>ssificação que dá s<strong>en</strong>tidoao mundo social e constrói significados 26 .D<strong>en</strong>tro <strong>de</strong>sta lógica, quando estabelecemos que um <strong>de</strong>terminado elem<strong>en</strong>tofaz parte <strong>de</strong> uma i<strong>de</strong>ntida<strong>de</strong>, no nosso caso, a da vr, estamos diz<strong>en</strong>doque esse elem<strong>en</strong>to é bom e que tudo aquilo que com ele não seidêntica é, ou melhor ou moralm<strong>en</strong>te <strong>de</strong>testável. E mais: estamos confirmandoou <strong>de</strong>sconfirmando o lugar social ocupado por aque<strong>la</strong>s pessoas egrupos que, em sua vida, <strong>en</strong>carnam ou rejeitam esse valor.Tudo seria muito tranquilo nestas afirmações não fosse o fato <strong>de</strong> quetodas as i<strong>de</strong>ntificações e valorações <strong>de</strong><strong>la</strong>s <strong>de</strong>corr<strong>en</strong>tes não fossem frutoda construção histórica dos indivíduos e grupos sociais… Dito <strong>de</strong> outraforma: estabelecer i<strong>de</strong>ntida<strong>de</strong>s é estabelecer po<strong>de</strong>r, dizer quem po<strong>de</strong> equem não po<strong>de</strong> fazer parte do grupo, dizer quem <strong>de</strong>ntro do grupo mandapor <strong>en</strong>carnar mais <strong>de</strong> perto o i<strong>de</strong>al <strong>de</strong>s<strong>en</strong>hado e quem obe<strong>de</strong>ce porque,no seu modo <strong>de</strong> ser, não se aproxima daquilo que todos reconhecem sero melhor.Por isso, questionar i<strong>de</strong>ntida<strong>de</strong>s grupais é uma forma radical <strong>de</strong> <strong>de</strong>slegitimaro po<strong>de</strong>r exercido <strong>de</strong>ntro <strong>de</strong> um grupo. Propor novas i<strong>de</strong>ntida<strong>de</strong>s ésempre propor uma mudança no exercício do po<strong>de</strong>r, seja <strong>de</strong> formas, seja<strong>de</strong> pessoas. Toda transformação <strong>de</strong> i<strong>de</strong>ntida<strong>de</strong>s implica em revolução, emmudança <strong>de</strong> lugar social e no estabelecim<strong>en</strong>to <strong>de</strong> novas re<strong>la</strong>ções que implicamnão som<strong>en</strong>te as pessoas que fazem esta opção, mas todos aquelesque, pelo <strong>de</strong>slocam<strong>en</strong>to <strong>de</strong> uns, tem seu próprio lugar social questionadoe precisam situar-se na nova hierarquia social por eles não <strong>de</strong>sejada.D<strong>en</strong>tro <strong>de</strong>sta lógica, a construção da i<strong>de</strong>ntida<strong>de</strong> é feita negativam<strong>en</strong>te,ou seja, através da eliminação <strong>de</strong> todos aqueles que, fora do grupo, seapres<strong>en</strong>tam como difer<strong>en</strong>tes e, por isso, pot<strong>en</strong>cialm<strong>en</strong>te questionadores dai<strong>de</strong>ntida<strong>de</strong> em questão na medida que, com sua difer<strong>en</strong>ça, po<strong>de</strong>m alterara or<strong>de</strong>m social e provocar mudanças que afetarão todas as i<strong>de</strong>ntida<strong>de</strong>s.Essa dinâmica <strong>de</strong> afirmação negativa da i<strong>de</strong>ntida<strong>de</strong> tem seu reflexono interior do grupo na medida em que busca eliminar todos aqueles que,<strong>de</strong>ntro do grupo, manifestem qualquer traço <strong>de</strong>sviante daquilo que é apres<strong>en</strong>tadocomo i<strong>de</strong>al do grupo. Todo indício <strong>de</strong> uma possibilida<strong>de</strong> do difer<strong>en</strong>t<strong>en</strong>o interno do grupo é vista por este como ainda mais perigosa queo inimigo externo. Com efeito, este é possível <strong>de</strong> i<strong>de</strong>ntificar e eliminar. Oinimigo interno, no <strong>en</strong>tanto, como faz parte do “nós”, torna-se mais difícil<strong>de</strong> dizer o nome pois, ao nomeá-lo, sofre-se o risco da cisão interna quetornaria o grupo mais débil fr<strong>en</strong>te aos inimigos externos.26 Ibi<strong>de</strong>m.308 x Vanildo Luiz Zugno

Hooray! Your file is uploaded and ready to be published.

Saved successfully!

Ooh no, something went wrong!