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La teología de la liberación en prospectiva - Noticias más vistas

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e a Criação. Sem o a priori <strong>de</strong> um estado inferior da mulher, o simbolismose esvazia <strong>de</strong> s<strong>en</strong>tido.” (Borres<strong>en</strong>, 1981, p. 89)Portanto, a subordinação das mulheres em re<strong>la</strong>ção aos hom<strong>en</strong>s é onovo pressuposto indisp<strong>en</strong>sável para legitimar a difer<strong>en</strong>ça ontológica <strong>en</strong>treCriador e criaturas. As novas faces do subordinacionismo situam emum mesmo p<strong>la</strong>no re<strong>la</strong>cional humanida<strong>de</strong> e masculinida<strong>de</strong>, mas em p<strong>la</strong>nosdifer<strong>en</strong>tes, humanida<strong>de</strong> e feminilida<strong>de</strong>. Os hom<strong>en</strong>s permanecem os sereshumanos exemp<strong>la</strong>res e normativos, <strong>en</strong>quanto as mulheres são <strong>de</strong>finidas namedida em que são <strong>de</strong>les difer<strong>en</strong>tes.No contexto simbólico patriarcal em que as estruturas fundam<strong>en</strong>tais dateologia da criação e a teologia da salvação foram e<strong>la</strong>boradas, sua capacida<strong>de</strong><strong>de</strong> significar a partir da proposição metafísica <strong>de</strong> uma antropologiaassimétrica é até compre<strong>en</strong>sível. Gera perplexida<strong>de</strong>, no <strong>en</strong>tanto, reconfiguraçõesdas estruturas <strong>de</strong> subordinação das mulheres aos hom<strong>en</strong>s, mesmoquando as mediações analíticas filosóficas e as premissas da história naturalque fundam<strong>en</strong>tavam aque<strong>la</strong> assimetria foram completam<strong>en</strong>te <strong>de</strong>stituídas <strong>de</strong>sua legitimida<strong>de</strong> <strong>de</strong> repres<strong>en</strong>tar nossa condição <strong>de</strong> mulheres.A mediação das re<strong>la</strong>ções <strong>de</strong> gêneroe sua contribuição para a teologiaSe os símbolos que embasavam a teologia clássica per<strong>de</strong>ram sua capacida<strong>de</strong><strong>de</strong> significar, se a metafísica há muito tempo <strong>de</strong>ixou <strong>de</strong> ser o únicodiscurso aceitável para <strong>en</strong>t<strong>en</strong><strong>de</strong>r as re<strong>la</strong>ções <strong>en</strong>tre mulheres e hom<strong>en</strong>s, épapel <strong>de</strong> uma teologia r<strong>en</strong>ovada criar novas mediações e apontar perspectivasm<strong>en</strong>os hierárquicas e dualistas.Nesse s<strong>en</strong>tido é que a teologia feminista tem se valido da mediaçãodas re<strong>la</strong>ções <strong>de</strong> gênero para mostrar que a permanência da tese da complem<strong>en</strong>tarieda<strong>de</strong>e a m<strong>en</strong>talida<strong>de</strong> da inferiorida<strong>de</strong> das mulheres na épocacontemporânea são indissociáveis do contexto cultural do qual a teologiae a Igreja também fazem parte.A m<strong>en</strong>talida<strong>de</strong> patriarcal, ainda que muitas vezes legitimada pe<strong>la</strong> filosofiae pe<strong>la</strong>s ciências, transc<strong>en</strong><strong>de</strong> esses níveis <strong>de</strong> legitimação. Na verda<strong>de</strong>,e<strong>la</strong> é mais do que uma postura <strong>de</strong>rivada <strong>de</strong> um saber teórico; antes<strong>de</strong> tudo, é um imaginário arraigado em práticas concretas <strong>de</strong> distribuição<strong>de</strong> funções e repartição <strong>de</strong> espaços. Por isso é que, se biologicam<strong>en</strong>te foisuperada a tese da inferiorida<strong>de</strong> das mulheres em re<strong>la</strong>ção aos hom<strong>en</strong>s,culturalm<strong>en</strong>te esse imaginário não <strong>de</strong>sapareceu.288 x Jaci <strong>de</strong> Fátima Souza Candiotto

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